Um massacre na Curuzu

POR GERSON NOGUEIRA

Alex Maranhão fez dois gols

O PSC precisava reagir depois da pífia atuação contra a Jacuipense, quando foi derrotado por 2 a 1, na Curuzu. A resposta veio no sábado, e de forma contundente. O time se encheu de brios, foi resoluto e o resultado aconteceu, de forma acachapante. Um massacre: 6 a 1 sobre o Imperatriz, que esboçou resistência na primeira etapa, mas sucumbiu no 2º tempo.

Foi a melhor atuação do PSC na Série C. Combinação feliz da fome com a vontade de comer. De início, o jogo transcorreu em lentidão excessiva, com muita luta no meio-campo e falhas na construção de jogadas. Tudo melhorou a partir dos 20 minutos, quando Tony passou a ir até a linha de fundo cruzando bolas perigosas na área do Imperatriz.

Aos 30′, o lateral direito cruzou e o volante Jocinei meteu a mão na bola dentro da área. Alex Maranhão foi lá e converteu, aos 32’. Quando tentava se estabilizar, o PSC sofreu o empate. Lance bobo. Cesinha dividiu bola com Gabriel Leite e bateu para o gol vazio. O goleiro saiu estabanado e errou ao tentar despachar a bola.

Aos 44′, nova chegada de Tony à linha de fundo devolveu a verdade ao jogo. Ele cruzou no segundo pau onde Nicolas estava livre. O atacante, jogando fora de suas melhores condições, teve impulso para cabecear com firmeza na gaveta direita da trave, recolocando o PSC em vantagem.

O gol de Nicolas teve importância capital, pois evitou que o time sofresse o abalo emocional que tanto influiu no tropeço da quarta-feira. Com a vitória parcial, Hélio dos Anjos trocou Nicolas por Elielton, que não era escalado desde a pré-quarentena. A mexida deu nova dinâmica ao time.

Logo aos 7 minutos, Uilliam recebeu lançamento caprichado de Tony e marcou o terceiro gol, abafando qualquer esboço de reação por parte do Cavalo de Aço. Dominado, o visitante não conseguiu mais elaborar jogadas, entregue à pressão do Papão. 

O PSC seguiu investindo nas ações verticalizadas. A goleada se iniciou aos 11’. Consequência direta disso foi a confiança demonstrada por Alex Maranhão na cobrança de falta, de longa distância. Disparou um chute perfeito que entrou no ângulo direito do gol de Henal.

Maranhão e Tony eram os melhores até aquele momento. Aos 29’, Elielton começa a dar suas credenciais. Lépido, aproveitou bem um chutão direcionado à defesa do Imperatriz, disputa com o goleiro, ganha a bola e toca para as redes apesar da chegada de um zagueiro. PSC 5 a 1.

Alan Calbergue e Bessa entraram a 10 minutos do fim, renovando as energias. O meia passou a ajudar nas articulações ofensivas e a compor o meio-de-campo. Aos 43’, Elielton voltou a pontificar, quando o time já se acomodava.

No lance mais bonito da partida, ele avançou desde seu campo com a bola dominada e em alta velocidade, deixando para trás a marcação. Chegou à entrada da área e finalizou para fechar a goleada em grande estilo.

Uma atuação de alta intensidade, principalmente no 2ª tempo. O placar foi atípico, mas a atuação segura sinaliza uma evolução técnica da equipe. Elielton, Alex e Tony foram os responsáveis diretos pela grande vitória.   

De surpreendente apenas a insatisfação de Hélio dos Anjos com problemas internos, revelada na entrevista pós-jogo. Em meio ao clima festivo pelo triunfo, as palavras do técnico reabriram preocupações com o ambiente na Curuzu. (Foto: Jorge Luiz/Ascom PSC)

Leão cai no Recife castigado pela falta de intensidade

Com atuação razoável, superior ao que mostrou nas rodadas anteriores, o Remo perdeu a invencibilidade de cinco partidas ontem à noite, no Recife. O Santa Cruz não foi acentuadamente melhor, mas aproveitou a chance que surgiu e marcou seu gol na metade do 2º tempo, justamente quando os azulinos atuavam melhor e eram mais agressivos.

As reiteradas críticas da torcida ao excesso de cautela foram legitimadas pela produção nos 45 minutos iniciais. Recuado, lento nas saídas, o Remo foi deixando o tempo passar. Poucos passes verticais, recuos e ações laterais deixavam os atacantes Tcharlles e Zé Carlos isolados.

Já o Santa Cruz era ofensivo. Explorava os lados, com Jaderson e Chiquinho, que cruzavam todas as bolas para Vítor Rangel e Tinga, mas a última linha azulina mostrou segurança, através de Mimica e Alemão.

Para não se dizer que o Remo não agrediu, dois lances provaram que um pouco mais de ousadia poderia ter surtido efeito. Aos 29 minutos, Zé Carlos matou a bola à frente da área, fazendo o papel de pivô para Lucas Siqueira finalizar por cima do travessão.

Aos 46’, uma aguda investida criou duas grandes chances no mesmo lance. Carlos Alberto tocou para Lucas dentro da área. O chute estourou na zaga. Tcharlles cabeceou, houve rebote e Gelson devolveu de cabeça, forçando defesa difícil do goleiro com a bola ainda tocando na trave.

Mais avançado, o Remo voltou inteiramente diferente para o 2º tempo, embora com as mesmas peças. Aos 15 minutos, Zé Carlos foi trocado por Gustavo Ermel, que logo de cara cabeceou à queima-roupa. O goleiro espalmou e Tcharlles entrou batendo, mas a bola foi salva pela zaga.

Carlos Alberto ainda desperdiçou uma excelente oportunidade, aos 20’. Aí, aos 24’, quando o Remo mais atacava, veio o castigo. Escanteio batido por Chiquinho achou o zagueiro Elivelton na linha da pequena área, para um cabeceio que os zagueiros do Leão não interceptaram.  

Mazola resolveu apostar de novo na força jovem. Wallace e Hélio substituíram Gelson e Carlos Alberto e se posicionaram próximos a Tcharlles, ajudando no avanço sobre a marcação, mas o gol não veio.

Faltou ao Remo desassombro para buscar o gol desde o começo. No 2º tempo a atitude medrosa deu lugar à volúpia ofensiva, mas veio o gol em bola aérea e a derrota se consumou, fazendo perceber novamente a imensa falta que um meia-atacante como Eduardo Ramos faz.

O torcedor vai seguir bombardeando o técnico porque se revolta com a maneira tímida que adota, permitindo um imenso vazio na meia-cancha por falta de ideias e de iniciativa, situação que se agrava com as escolhas infelizes, resumidas na temerária insistência com Zé Carlos.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 14)

Um comentário em “Um massacre na Curuzu

  1. Quanto ao massacre… Bem, vou falar do Remo, o que me interessa. O treineiro pode se orgulhar da estatística do seu trabalho a frente do Leão, mas o que interessa, a ascensão à Série B, esta vai indo pelo ralo. O Parazão para o Remo já seguiu esse destino. Números no futebol só tem valor quando espelham objetivos alcançados. O anti-exemplo disso são aquelas partidas em que um time tem 70% de posse de bola e é derrotado ou um que perde 10 gols, mas o adversário faz um e ganha a partida. Lembrando ainda que o treineiro diz que não se importa em jogar feio desde que seus comandados ganhem o jogo. Por enquanto o Remo continua jogando horrível e não ganhando de ninguém.

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