Por Marcão Fonteles
Há alguns anos atrás o futebol paraense tinha uma característica importante. De revelador de grandes jogadores: Manoel Maria, Oliveira, Assis, Bira e dezenas de outros.
No campeonato paraense os grandes clubes tinham na Tuna Luso uma oficina de produção de craques, que brilhavam na Tuna em um ano e no outro eram contratados pelo Paysandu e pelo outro time. Vinham jogadores também do interior do estado (Belterra, Tuíca) e do Amapá (Aldo, Bira).
Sempre os maiores clubes traziam 1 ou 2 jogadores dos chamados grandes centros. De Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Uma parte do Nordeste. Esses que vinham era para fazer a diferença, dar qualidade e rodagem ao time local. Assim vieram Bené, Adilson, Luizinho e outros. O time que acertava na contratação invariavelmente era o campeão do ano. Com esses times, os clubes paraenses eram respeitados no Estado e fora daqui. Eram fortaleza na Amazônia e disputavam de igual com os times do Nordeste.
A direção dos nossos clubes eram realizadas por pessoas abnegadas, que amavam o clube de o esporte. Diferente de hoje, que parece muito mais um
bando de menino pimbudo, que nunca jogou bola no asfalto ou nas ruas sem; nunca empinou papagaio, nunca foi moleque. Receberam o que tem de herança e, até tem um sentimento de amor ao clube, querem retribuir as alegrias que os clubes deram aos pais e avós (esses sim dirigentes de verdade, como Falângola, Couceiro e outros). Infelizmente, esses meninos são jogadores de peteca no carpete da sala, com merendinha na boca dada pela vovozinha. São facilmente engabelados pelos espertos empresários de jogadores, experts em empurrar gato por lebre.