Respeito às regras do jogo

POR GERSON NOGUEIRA

Re-Pa - Santa Izabel

O Parazão vai ser jogado dentro das quatro linhas quando a CBF confirmar as datas das competições nacionais pós-pandemia. Para tentar alcançar uma utópica decisão consensual, os clubes se reuniram outra vez na sexta-feira e o resultado não poderia ser mais previsível. Ideias desencontradas, pontos de vista conflitantes, rivalidades expostas.

O lado bom disso tudo é que das divergências acabou brotando a única alternativa plausível e sensata: o Campeonato Estadual será completado em campo, quando a quarentena acabar, sem qualquer mudança no regulamento em vigor.

Os dez clubes participantes optaram por fazer a segunda reunião em 10 dias sem qualquer fato novo que justificasse a reprise. A proposta apresentada pela Federação Paraense de Futebol (FPF), sugerindo o recomeço da competição e o não rebaixamento, não obteve unanimidade.

As datas para a realização das duas rodadas finais da primeira fase serão anunciadas assim que a CBF divulgar datas para complemento dos estaduais. A FPF buscou, num primeiro movimento, aprovar uma alteração no regulamento em sinalização às queixas do PSC quanto às dificuldades financeiras dos clubes.

Fundamental mesmo é perceber que, entre choro e ranger de dentes, a reunião acabou definindo que o Parazão não corre o risco de ser encerrado sem a disputa das fases decisivas em campo, situação que seria tremendamente frustrante para as torcidas e desinteressante para o patrocinador (Governo do Estado, via Funtelpa e Banpará).

O posicionamento pró-regulamento foi referendado pela presidência do Tribunal de Justiça Desportiva, representada na reunião.

Na prática, a divergência quanto ao futuro do campeonato está diretamente vinculada ao posicionamento que Papão e Leão assumiram no debate. A rivalidade centenária é o pilar da grandeza de ambos, mas, por vezes, é também o gatilho para a pequenez.

Em meio à reunião, realizada por videoconferência, ressurgiram alegações de que o campeonato tem origem irregular pela mudança na forma de disputa, decidida três semanas antes de seu início, após recomendação da CBF. O problema é que o regulamento foi aprovado por todos os clubes, inclusive os que agora questionam sua legitimidade.

Águia faz esclarecimento sobre liberação de jogadores

A propósito de comentário que fiz no Cartaz Esportivo (Rádio Clube), na sexta-feira, criticando a dispensa de jogadores por alguns clubes do Parazão, o presidente Ferreirinha, do Águia, entrou em contato para informar que o clube marabaense liberou seus atletas com critério. “Demitimos 17 jogadores, mas podemos inscrever até 17 jogadores, pois o regulamento permite a inscrição de 40 atletas”.

No comentário, observei que algumas agremiações liberaram jogadores para evitar gastar durante a suspensão do campeonato, o que poderia configurar uma esperteza, visto que as cotas de patrocínio já foram pagas pelo governo do Estado. No caso do Águia, a crítica não se aplica, conforme explicação do próprio presidente.     

Bola na Torre

Valmir Rodrigues apresenta o programa, a partir das 21h15, na RBATV. Participações de Saulo Zaire e Mariana Malato. No esquema home office, comentários de Guilherme Guerreiro, Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião.

Mais três “Jogos Memoráveis” para emocionar o torcedor

Na série especial inaugurada há duas semanas, a Rádio Clube brinda seus ouvintes neste domingo com três partidas inesquecíveis: os jogos Paysandu 2 x 1 Internacional, pelo Brasileiro de 1973 (com reconstituição narrativa de Claudio Guimarães); Tuna 3 x 2 Goytacaz, Taça de Prata 1985 (com Guilherme Guerreiro); e Cruzeiro 1 x Remo 5, Brasileiro de 1994, com reconstituição de Ronaldo Porto. A apresentação é de Giusppe Tommaso.

Também hoje, às 14h, a RBATV exibe compacto especial da final do Campeonato Brasileiro da Série C 2005, entre Novo Hamburgo e Remo, vencida pelo Leão por 2 a 1. É a maior conquista da história azulina.

Pandemia permite rever constelação de estrelas do Tri

Na estiagem causada pelo isolamento social, alguns jogos clássicos da Seleção Brasileira têm sido mostrados pelos canais de esportes. Domingo passado, a Globo exibiu a decisão da Copa do Mundo de 2002 entre Brasil e Alemanha, conquistando sua maior audiência esportiva da temporada. Prova inconteste de que brasileiro gosta mesmo é de comemorar título, mesmo que seja em reprise.   

Outro jogão, Brasil x Inglaterra pela Copa de 1970, no México, foi exibido no Sportv no meio da semana. Uma espetacular aula de futebol. Em ritmo mais cadenciado, principalmente devido à altitude mexicana. Mas a classe dos times vence o ritmo do tempo. Até hoje acho que foi a verdadeira final daquele mundial.

Jogadas repetidas mil vezes mantêm o mesmo incrível encanto. O cabeceio de Pelé para a pegada monumental de Gordon Banks, talvez a maior defesa da história das Copas. Chance de ver e reverenciar a jogada de Jairzinho, fintando o lateral e indo à linha de fundo cruzar na medida para o Rei.

Deu para ver também toda a genial construção do gol brasileiro, com participações de Clodoaldo, Tostão, Pelé e o toque requintado para Jair estufar as redes. Que constelação de craques! Sem esquecer que o jogo podia ser ainda mais rico em qualidade se o maestro Gerson estivesse em campo.   

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 19)

Paul McCartney, Elton John e Eddie Vedder em super festival on-line

Eddie Vedder vocalista do Pearl Jam fará live de quarentena em parceria com a OMS - Simon Plestenjak/UOL

O cantor Eddie Vedder, líder do Pearl Jam, anunciou nas redes sociais da banda que participará hoje do festival online One World: Together At Home (“Um mundo: #TodosEmCasa”), organizado pela cantora Lady Gaga em parceria com a Organização Mundial da Saúde. O cantor, que além da banda também tem uma carreira solo, será uma das atrações do show principal, que começa às 21h e não teve a ordem de shows divulgada.

Além de Eddie, também se apresentam no show principal nomes como Céline Dion, Billie Eilish, Elton John, Paul McCartney, Shawn Mendes, Stevie Wonder e a própria Lady Gaga, curadora do evento. O One World: Together At Home começou às 15h com um pré-show e já teve apresentações de Jennifer Hudson, Liam Payne, Kesha, Luis Fonsi,, Rita Ora, entre outros.

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Data: 18/04 (sábado) a partir das 21h (de Brasília)

Plataforma: Site oficial da Global Citizen, MTV, Comedy Central, Paramount Channel, YouTube e Facebook. Durante a apresentação os fãs poderão doar recursos para as equipes de saúde combatentes do novo coronavírus.

Como Brizola previu o aparelhamento do Estado pelos evangélicos

Por Kiko Nogueira, no DCM

Bem que Brizola avisou.

Em dezembro de 1998, ele e Anthony Garotinho, então governador do Rio, tiveram uma briga em torno da escolha do secretariado.

Dizia uma matéria da Folha: “Brizola não aceita a indicação do ex-presidente da seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil Sérgio Zveiter para secretário de Justiça, nem a de Eduardo Cunha, presidente da Telerj no governo Collor (90-92), para a Habitação.”

A questão envolvendo Cunha era, para começar, o desconforto pelo fato de ele ter sido presidente da Telerj por obra de Fernando Collor.

Cunha era uma indicação de um deputado federal evangélico chamado Francisco Silva, que apoiou Garotinho na campanha. Dono da rádio Melodia, do Rio, Silva fez fortuna produzindo o inesquecível Atalaia Jurubeba, beberagem para o fígado.

Foi ele quem levou Cunha para os cultos da igreja Sara Nossa Terra há 20 anos, introduzindo-o no pentecostalismo (hoje o ex-presidente da Câmara é membro da Assembleia de Deus em Madureira, maior e mais influente). EC ainda faz inserções diárias na Melodia, encerradas com o bordão “afinal de contas, o povo merece respeito” (rs).

De volta: em 2000, o aparelhamento evangélico no Rio de Janeiro chamou a atenção de Brizola. “O governo tem de ser mais discreto, está vivendo um protestantismo exagerado”, declarou.

Brizola estava incomodado com a Cehab, comandada por Cunha, dona de um dos maiores orçamentos do governo fluminense. Organizou um abaixo assinado pedindo o afastamento de Eduardo Cunha “devido à má-gestão e também aos seus antecedentes”, de acordo com outra reportagem da Folha de S.Paulo.

Seu descontentamento incluía o subsecretário do Gabinete Civil, uma figura chamada Everaldo Dias Ferreira — que viria a se transformar no Pastor Everaldo, aquele que formou com Aécio Neves uma das duplas mais desprezíveis das corridas eleitorais em todos os tempos. Everaldo era ligado à vice-governadora Benedita da Silva, do PT, também evangélica.

“Qual a legitimidade de tantos pastores no governo? Quem são esses pastores da Benedita?”, dizia Brizola. “Vivem posição ambígua, se queixam de tudo, começam a fazer denúncias, mas não deixam os cargos que ocupam. Ora, se o caminhão tá ruim, é só pedir para desembarcar.”

Cunha deixou o cargo naquele ano, após denúncias de irregularidades em licitações. Os processos abertos no Tribunal de Contas do Estado foram arquivados em 2004 e reabertos em 2012.

Brizola enxergou a ocupação evangélica e os monstros que se criavam. Morto em 2004, escapou de testemunhar o país ser subjugado por um exército de fanáticos de ocasião.

Fiocruz divulga nota de apoio a pesquisadores que estudam a cloroquina

Em nota divulgada nesta sexta-feira (17), o Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) defende os pesquisadores quem vem sofrendo ataques nas redes sociais após a divulgação de resultados preliminares com o uso da cloroquina em pacientes graves com Covid-19.

De acordo com o documento da instituição, o estudo vem sendo realizado por mais de 70 pesquisadores, estudantes de pós-graduação e colaboradores de diversas instituições: Fiocruz, Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Universidade do Estado do Amazonas e Universidade de São Paulo.

“Estudos como esse são parte do esforço da ciência na busca por medicamentos e terapêuticas que possam contribuir para superar as incertezas da pandemia de Covid-19. A pesquisa CloroCovid-19 permanece em andamento e foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).”, informa um dos trechos da nota.

Ainda de acordo com a instituição, a segurança dos funcionários é fundamental neste momento. trabalho

“A Fiocruz tem trabalhado incansavelmente em diversas frentes de atuação e vem a público clamar pela tranquilidade e segurança de seus pesquisadores, requisitos essenciais para o desenvolvimento de seus estudos. É fundamental alertar que a busca por soluções não pode prescindir do rigor científico e do tempo exigido para obtenção de resultados seguros e que as pesquisas devem se manter, portanto, fora do campo narrativo que constrói esperanças em cima de respostas rápidas e ainda inconclusivas.”

A Fiocruz ressalta a importância do trabalho científico na busca da solução para a pandemia. “A Fundação apoia incondicionalmente seu corpo de pesquisadores, que estão absolutamente comprometidos com a ciência e com a busca de soluções para o enfrentamento dessa pandemia, e reafirma seu compromisso com a missão de produzir, disseminar e compartilhar conhecimentos e tecnologias voltados para o fortalecimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira”, conclui o documento. (Do G1)