Dia: 26 de fevereiro de 2020
Escória bolsonarista expõe família de jornalista do Estadão
Do Estadão:

A jornalista Vera Magalhães, colunista do Estado, é alvo de ataques nas redes sociais desde que revelou, nesta terça-feira, 25, que o presidente Jair Bolsonaro usou seu celular pessoal para compartilhar um vídeo que convoca a população para manifestações contra o Congresso Nacional.
Uma conta falsa em nome da jornalista foi criada no WhatsApp e mensagens fraudadas foram distribuídas em outras redes sociais. Além disso, houve compartilhamento de uma cobrança de 2015 do colégio onde estudam os filhos de Vera, expondo, dessa forma, a família da jornalista. (…)
Apoiadores conhecidos de Bolsonaro como o youtuber Leandro Ruschel também publicaram textos defendendo a exposição de informações pessoais de Vera como, por exemplo, o salário que ela recebe da TV Cultura para apresentar o programa Roda Viva.
A deputada Alê Silva (PSL-MG) postou uma mensagem no Twitter na qual diz que Vera “também está louca para dar o … furo”. Na semana passada o próprio Bolsonaro insultou a jornalist
Sob pressão, Bolsonaro foge do contato com repórteres
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou hoje a imprensa em Brasília no que foi a primeira aparição pública dele após apoiar manifestações marcadas para 15 de março que incluem o fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele chegou ao Palácio da Alvorada por volta das 15h45 e parou na portaria do Palácio da Alvorada para falar com cerca de 15 simpatizantes. Enquanto falava com os apoiadores, o comboio de carros o acompanhava por questão de segurança e para que não precisasse se aproximar mais dos jornalistas presentes.
Questionado pela imprensa sobre o ato de repassar vídeos chamando as pessoas às ruas, que é visto por parte de parlamentares como crime de responsabilidade — o que pode resultar em impeachment —, a relação com o Congresso e sobre a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, Bolsonaro apenas acenou e não respondeu.
Bolsonaro tem distribuído nos bastidores mensagens de apoio às manifestações marcadas para 15 de março. Bolsonaristas marcaram o evento a partir de uma convocação do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), para protestar contra o Congresso Nacional.
IMPEACHMENT NA PAUTA
O PT deve entrar com pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na volta do carnaval, afirmou hoje o líder do partido no Senado Federal, senador Rogério Carvalho (SE), ao UOL. Bolsonaro tem distribuído nos bastidores mensagens de apoio às manifestações marcadas para 15 de março. Bolsonaristas marcaram o evento a partir de uma convocação do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), para protestar contra o Congresso Nacional.
Na semana passada, o ministro disse que o Legislativo estava chantageando o Executivo por causa de divergências em relação à distribuição do orçamento. Há postagens nas redes sociais pedindo até mesmo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), o que contraria a Constituição Federal. Por conta disso, a iniciativa de Bolsonaro gerou repúdio entre políticos e ministros do STF. Segundo Carvalho, a atitude do presidente é “um ato muito ofensivo à democracia e precisa de uma resposta à altura”.
Na avaliação de parlamentares de oposição e de centro, Bolsonaro pode ter cometido crime de responsabilidade ao apoiar os protestos convocados por bolsonaristas e ativistas conservadores. A pena para o crime pode ser de perda do mandato. Ou seja, um impeachment. A decisão deve ser tomada até o início da semana que vem, quando o PT terá se reunido com mais partidos de oposição para definir quais medidas adotarão no retorno ao Congresso Nacional depois do feriado.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a CF e, contra: I – a existência da União; II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação
A frase do dia
“Na última vez em que fecharam o congresso foram 21 anos de tortura, estupros, assassinatos, arrocho salarial, endividamento e um regime que quebrou o país. Não vamos repetir essa tragédia, agora é a hora de todos se mobilizarem em defesa da democracia. Ditadura nunca mais”.
Marcelo Freixo, deputado federal (PSOL-RJ)
Lesões forçam aposentadoria da musa Sharapova
As inúmeras lesões e batalhas contra o próprio corpo foram demais para Maria Sharapova. Dona de cinco títulos de Grand Slam e ex-número 1 do mundo, a tenista russa de 32 anos anunciou nesta quarta-feira que está se aposentando profissionalmente do esporte que começou a praticar quando tinha apenas quatro. O anúncio foi feito em uma carta de despedida aos fãs publicada pelas revistas norte-americanas Vogue e Vanity Fair.
“Como você deixa para trás a única vida que você já conheceu? Como você se afasta das quadras em que treinou desde pequena, o jogo que você ama – um jogo que lhe trouxe lágrimas não contadas e alegrias indizíveis – um esporte em que você encontrou uma família, junto com fãs que se uniram atrás você por mais de 28 anos? Eu sou nova nisso, então por favor me perdoe. Tênis, estou me despedindo”, escreveu a russa.

Desde 2007, quando teve a sua primeira grave lesão no ombro direito (operado duas vezes), Sharapova batalhou com, pelo menos, outras nove lesões entre braço, cotovelo, coxa e tornozelo. Antes das contusões, conquistou o título de Wimbledon, em 2004, e o US Open de 2006. Já convivendo com elas, faturou o Aberto da Austrália, em 2008, e Roland Garros por duas vezes – em 2012 e 2014.
“Eu aceitei esses sinais finais quando eles vieram. Um deles aconteceu em agosto do ano passado durante o Aberto dos Estados Unidos (US Open). Atrás de portas fechadas, trinta minutos antes de entrar na quadra, eu tinha um procedimento para ‘entorpecer’ meu ombro… Compartilho isso não para obter pena, mas para pintar minha nova realidade: meu corpo se tornou uma distração”, contou Sharapova.
Em 2016 veio o pior momento da carreira da russa, que foi pega em um exame antidoping realizado no Aberto da Austrália daquele ano com o uso de Meldonium – uma substância que tomava desde 2006, mas que se tornou proibida em 1.º de janeiro daquele ano. Ela acabou suspensa por dois anos, mas recorreu e viu a pena cair para 15 meses. Porém, desde o retorno a russa sofreu com lesões e nunca mais repetiu o tênis de antigamente.

Na carta de despedida, Sharapova faz uma espécie de viagem pela própria carreira. Em Sochi, na Rússia, ela deu os primeiros passos no tênis aos quatro anos, inspirada pelo pai. Hoje, com 32, ela expressou gratidão ao esporte e garantiu que sentirá saudades da antiga rotina.
“Ao dar minha vida ao tênis, o tênis me deu uma vida. Sentirei falta todos os dias. Vou sentir falta do treinamento e da minha rotina diária: acordar de madrugada, amarrar o sapato esquerdo à direita e fechar o portão da quadra antes de acertar minha primeira bola do dia. Vou sentir falta da minha equipe, dos meus treinadores. Vou sentir falta dos momentos sentados com meu pai no banco da quadra de treino. Os apertos de mão – ganhar ou perder – e os atletas, sabendo ou não, que me pressionaram a ser o meu melhor”, disse.

A russa termina a sua carreira profissional no tênis com 36 títulos e somando 21 semanas na liderança do ranking da WTA. Ela ainda conquistou uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Seu último jogo foi a derrota para a croata Donna Vekic por 2 sets a 0 – com parciais de 6/3 e 6/4 -, em janeiro, pela primeira rodada do Aberto da Austrália.
