Para incendiar o campeonato

Ronaell, Xaves e Dudu Mandai

POR GERSON NOGUEIRA

O primeiro Re-Pa da temporada tinha tudo para não empolgar a massa. Não é o mais decisivo para os rumos do Campeonato Estadual e não define nada em termos de classificação, mas atrai a atenção da torcida por ser repleto de novidades nos dois lados. Imprevisível e aberto a possibilidades, o clássico muitas vezes dá o tom do que será a temporada para os velhos rivais.

No ano passado, porém, o resultado criou falsas expectativas para a torcida alviceleste. O Papão jogou melhor e saiu vencedor, aplicando um surpreendente 3 a 0, mas não chegou nem à decisão estadual. Terminou em quarto lugar no Parazão e viu o ano passar sem festejar títulos ou acesso.

O Remo, que não conseguiu vencer o rival ao longo do ano, saiu-se ligeiramente melhor. O acesso não veio, mas a conquista do bicampeonato estadual serviu como prêmio de consolação.

A plateia que vai encher o estádio Jornalista Edgar Proença hoje à tarde terá a oportunidade de avaliar o nível técnico dos reforços que a dupla Re-Pa contratou para a competição. Das 21 aquisições (12 azulinas e 9 bicolores), pelo menos 9 estarão em ação desde o início do jogo.

No Remo, estão confirmados Jackson, Gustavo Ermel, Xaves, Charles, Douglas Packer e Robinho. No PSC, Netinho, Serginho e Alex Maranhão.

Depois de sucumbir (de virada) para o Castanhal domingo passado e enfrentar um princípio de crise com o vazamento de conversa gravada do diretor Felipe Albuquerque, o Papão se reergueu com a classificação na Copa do Brasil.

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O avanço na competição, com a consequente premiação, trouxe um astral positivo e concedeu tranquilidade ao técnico Hélio dos Anjos e ao time, que começava a ser cornetado pela torcida. O Remo, que ainda não encantou a torcida, mas lidera o campeonato, tem a chance de desfazer desconfianças em relação às escolhas do técnico Rafael Jaques.

Por tudo isso, o clássico pode ser novamente um divisor de águas trazendo fogo e paixão a uma competição que ainda não empolgou as torcidas.  

Bola na Torre

O programa começa às 22h30, após a transmissão do jogo da NBA, na RBATV. Guilherme Guerreiro comanda, com participações de Giueppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a quarta rodada do Campeonato Estadual, com ênfase no clássico Re-Pa.

Um balde de água fria no entusiasmo do Japiim

O estádio Maximino Porpino, em Castanhal, não cumpriu as especificações técnica e continua impedido de receber público. Por isso, o jogo deste domingo, entre Castanhal e Carajás, será disputado com portões fechados. A comunicação foi feita na sexta-feira e representou um duro golpe para o time da cidade, que faz uma boa campanha no Parazão, incluindo vitória histórica sobre o PSC na última rodada.

Por culpa da gestão municipal, responsável pelo estádio, os laudos técnicos demoraram a ser cumpridos. O torcedor, que não tem nada a ver com a negligência do poder público, fica impossibilitado de ver e incentivar o time treinado por Artur Oliveira.

Botafogo & Honda: uma parceria interessante

Para um clube que é um dos recordistas mundiais em quantidade de craques – Garrincha, Nilton Santos, Didi, Amarildo, Jairzinho, Afonsinho, Gerson, Paulo César Caju, Seedorf etc. –, o Botafogo faz um giro radical de perspectiva para festejar um meia-armador que vem do Oriente e que em outros tempos teria dificuldades para conquistar um lugar na estrelada meiúca alvinegra.

Sinal de novos tempos, a vinda de Keisueke Honda, 33 anos, com passagens por Milan, CSSSKA e seleção do Japão, diz muito mudança de perfil do Botafogo e reveladora da globalização do futebol.        

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Como marketing, a contratação se insere no patamar do que foi feito antes com Clarence Seedorf, craque holandês que dignificou a Estrela Solitária. Um meio-campista clássico que escolheu o Botafogo para desfilar cadência e estilo na última temporada de sua carreira.

É improvável que Honda obtenha o mesmo sucesso de Seedorf, até pela diferença técnica entre ambos, mas, na situação atual do Botafogo, envolto em dívidas e incertezas, sua chegada representa um alento ao torcedor e indica a abertura de uma rota mercadológica da marca alvinegra em direção ao mercado asiático.

Que Honda seja muito feliz na missão de fazer botafoguenses felizes.  

Torcida pelo Brasil no Oscar

Em tempos sombrios de censura ao conhecimento, de ódio à cultura e às artes, a coluna se integra à imensa torcida brasileira pelo documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, que concorre ao Oscar na noite deste domingo. Um filme que impressiona pela fotografia precisa de um período perturbador de nossa história.  

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 09)

12 comentários em “Para incendiar o campeonato

  1. Caro Gerson concordo plenamente com sua afirmação de que “o clássico muitas vezes dá o tom do que será a temporada para os velhos rivais”. Basta lembrar que ano passado o remo estava bem melhor do que o Paysandu na série C quando ao se enfrentarem no primeiro turno do torneio nacional o time alviceleste conseguiu uma reação imprevista no campeonato justamente quando ganhou o rival por um a zero com gol de Uchôa e a partir daí o remo começou a perder posições na tabela de classificação.

    Porém, quanto à sua afirmação de que ano passado o remo “saiu-se ligeiramente melhor” do que o Paysandu por ter ganho o bicampeonato paraense como prêmio de consolação, permita-me discordar pelos seguintes motivos:

    a) O Paysandu saiu-se melhor do que o remo na principal competição do ano que foi a série C e mereceu, sim, subir pra série B, ao contrário do Náutico, já que, apesar do desperdício de chances de gol por parte do Paysandu na segunda etapa da partida, a marcação totalmente errada do árbitro Leandro Vuaden consistiu em FATO ALHEIO À ATUAÇÃO DE AMBAS EQUIPES NA PARTIDA.

    Não fosse tal marcação da arbitragem totalmente contestada em inúmeros programas esportivos de todo o Brasil, o Paysandu teria subido pra série B e ninguém estaria reprovando o fato do clube manter a mesma base do ano anterior.

    E nem se diga que uma equipe de futebol deve estar preparada para erros grosseiros de arbitragem, ainda mais quando não se justificava um acréscimo de cinco minutos!

    b) O Paysandu eliminou o remo da série B com o empate entre ambas equipes, pois todo mundo sabia que o remo, para passar de fase sem depender de qualquer outro resultado, deveria ganhar do time bicolor. Ficar jogando com radinho no ouvido para saber dos outros resultados não cola!

    c) O Paysandu também eliminou o remo na Copa Verde ganhando de 3 a 1 .

    d) Ao início do certame paraense João Brigatti soube alertar a equipe Bicolor de que o clássico era um “campeonato à parte” e nesse aspecto, vale ressaltar que em 6 jogos, o Papão não perdeu nenhum ganhando do remo em 3 partidas(goleou o rival em uma delas) e empatando em três, um desses empates com sabor de vitória ao eliminar o remo da série C.

    e) O remo conseguiu um paraense no primeiro semestre, mas teve a faixa carimbada pela goleada que o Paysandu lhe aplicou! Ficou um gostinho amargo de ganhar o Parazão sem vencer do rival, ainda mais sendo goleado.

    Em arremate, esse prêmio azulino de consolação do primeiro semestre não serve, portanto, para afirmar que o remo se saiu ligeiramente melhor do que o Paysandu ano passado na medida em que o clube bicolor avançou para a fase do mata mata no campeonato brasileiro ao contrário do rival e, repita-se, mereceu subir pra série B no jogo contra o Náutico, pois houve um FATO ALHEIO À ATUAÇÃO DAS EQUIPES NA PARTIDA (marcação errada do Vuaden), em acréscimo de tempo não justificado, que impediu o acesso bicolor na competição mais importante do ano para os rivais do futebol paraense.

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    1. Peixoto, respeito o ponto de vista de cada um, mas contra fatos não é possível brigar. Refiro-me, ao afirmar que o Remo saiu-se melhor, ao fato óbvio e indesmentível de que o clube azulino ganhou o título estadual da temporada. Levantou uma taça. E esta foi a única diferença notável entre os rivais numa temporada tenebrosa para ambos.
      Na disputa particular entre ambos, o PSC foi vencedor (e a coluna cita isso), mas é um “campeonato” sem taça, que não representa nada mais além da zoeira de torcedor. Aliás, ainda sobre essa disputa particular, a vantagem na série histórica é dos azulinos – o que também não lhes dá nenhum galardão prático. Por fim, sobre a Série C, o que ambos buscavam era o acesso, que nenhum conquistou.
      Claro, há a questão do lamentável erro de arbitragem de Vuaden – fato alheio à atuação das equipes, mas infelizmente comum e rotineiro em futebol, prejudicando e beneficiando esta ou aquela equipe. (Naquele mesmo confronto, o gaúcho ignorou um penal claro do goleiro Mota sobre um atacante do Timbu ainda no 1º tempo).
      Mas, o fato (mais uma vez ele entra em cena) é que o acesso não foi alcançado nem pelo PSC, que perdeu pelo menos 4 gols ‘feitos’ no jogo com o Náutico, nem pelo rival, que foi eliminado em arranjo – também lamentável, mas corriqueiro – entre Juventude e Ypiranga.
      No fim das contas, finda a temporada 2019, quem afinal levantou um título? A resposta encerra a discussão que você levantou. Abraços

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  2. Gérson foi certeiro na resposta.
    Na mosca, como ele próprio gosta de dizer.

    Esse caso do Brasiliense me parece sério. Site de apostas arranjando resultados. Isso explica aquele pênalti mandraque.

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  3. Também respeito sua opinião caro Gerson, mas ainda assim entendo que o Paysandu se saiu melhor do que o remo, por ter eliminado o mesmo em duas competições e ter chegado a fase do mata-mata e só não ter subido pra série B por erro claro do árbitro Vuaden ainda mais quando não se justifica um acréscimo de cinco minutos.

    Quanto ao pênalti praticado por Mota, vale lembrar que na primeira partida em Belém houve um pênalti em favor do Paysandu não marcado por Daronco que estava próximo ao lance, já que a decisão foi de 180 minutos.

    O fato do rival ter ganho o Parazão com a faixa carimbada por goleada aplicada pelo rival não quer dizer que tenha se saído melhor do que o Paysandu que o eliminou duas vezes(série B e Copa Verde)

    Por fim, o remo foi eliminado não apenas pelo arranjo do empate em outra partida, mas também porque o Paysandu arrancou um empate contra o mesmo(todo mundo sabia que o remo para se classificar sem depender de outros resultados devia ganhar do Paysandu)

    Por fim, o fato do remo ter levantado um campeonato paraense ainda no primeiro semestre não enseja afirmar que este tenha se saído melhor do que o Paysandu ano passado, já que este o eliminou duas vezes em competições nacionais(o remo não conseguiu passar para as fases seguintes dessas competições e o Paysandu sim) e o clube bicolor só não subiu pra série B por erro do árbitro Vuaden amplamente noticiado pela imprensa nacional.

    Com duas eliminações do remo pelo Paysandu que passou em seu lugar para a fase seguinte de tais competições nacionais, quem se saiu melhor?

    Contra esses fatos não há argumentos!

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    1. Amigo, você acredita que uma série de vitórias sobre o rival vale mais que títulos. Tudo bem. Não dá para discutir com quem vê as coisas dessa forma. Boa sorte, felicidades. Abs.

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  4. Caro Gerson, não coloquei apenas a questão das vitórias bicolores. Enfatizei o fato do Paysandu ter eliminado o remo em duas competições nacionais(série B e Copa verde), passando para a fase seguinte no lugar do time azulino.

    Assim sendo, o Paysandu se saiu melhor do que o remo ano passado.

    Concordo que títulos valem mais do que vitórias, mas a questão de “quem se saiu melhor” ano passado( em todas as competições do ano passado), deve passar também pela análise de qual dos times foi mais além nas duas competições nacionais acima referidas e esse clube foi o Paysandu que chegou ao mata mata na série B e à final da Copa Verde, aliás está última conquistada pelo Paysandu ano retrasado.
    Um grande abraço da mesma forma!

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  5. O óbvio reside na análise não apenas do campeonato paraense mas também na análise do desempenho de ambas as equipes nas demais competições ano passado(série B e Copa Verde) com o Paysandu “se saindo melhor“ do que o remo nesses dois torneios avançando em ambos para a fase seguinte ao contrário do time azulino.

    É certo que o remo conquistou um título paraense e o Paysandu não ganhou nenhum título ou acesso, mas ao ter passado para a fase seguinte tanto da série B e Copa Verde( competições mais difíceis do que o paraense) no lugar do remo inclusive o eliminando em ambos os torneios, o Papão “se saiu melhor” do que o remo nesses dois torneios nacionais!

    Em resumo:

    Remo se saiu melhor no paraense
    Ponto para o remo

    Paysandu se saiu melhor na série B do que o remo! (Nível técnico melhor do que o campeonato paraense)
    Ponto para o Paysandu

    Paysandu se saiu melhor do que o remo na Copa verde! (Nível técnico melhor do que o campeonato paraense)
    Ponto para o Paysandu

    Paysandu 2 x 1 remo

    A questão é de “quem se saiu melhor“ no somatório de todas as competições e não apenas de quem ganhou um título paraense!

    Cada um tem o direito de manifestar sua opinião e esse blog sempre foi um espaço democrático. Um grande abraço. Fique com Deus

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