Dia: 28 de novembro de 2018
A frase do dia
“Todos sabem que Bolsonaro é um apologista da tortura. Poucos sabem que é terrorista. Elio Gaspari relembra hoje que pretendia colocar uma bomba na adutora de Guandu, que abastece de água o Rio. Imagine a hecatombe. E vem agora com essa de que o PT ‘escalava’ terrorista.”
Palmério Dória, jornalista e escritor
Palmeiras convida presidente eleito para a entrega da taça de campeão
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), foi convidado para assistir do estádio ao último jogo do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. A partida contra o Vitória, no próximo domingo (2), no Allianz Parque, será marcada pela entrega da taça ao time decacampeão nacional. O Palmeiras separou um camarote do Allianz para Bolsonaro, assessores e segurança. O esquema para garantir a chegada e a saída do presidente eleito também já está garantido.
Bolsonaro foi ao estádio recentemente e tirou foto com Felipe Melo nos vestiários do estádio palmeirense. O volante sempre se declarou um apoiador das ideias do futuro presidente e já até dedicou um gol a ele. Na entrevista coletiva após o título, o técnico Luiz Felipe Scolari também citou o político indiretamente: “Espero que nosso Brasil cumpra ordens sob nossa nova presidência”, frisou o técnico.
Presidente do River Plate sobe o tom e provoca Boca: ‘Venha jogar’
O presidente do River Plate, Rodolfo d’Onofrio, subiu o tom contra o Boca Juniors em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (28). O dirigente se mostrou irritado com o processo aberto pela Unidade Disciplinar da Conmebol, que puniria seu clube pelos ataques de torcedores contra o ônibus do Boca antes do segundo jogo das finais da Copa Libertadores da América de 2018. A decisão pode dar o título do torneio justamente ao Boca.
Para D’Onofrio, “está claro” que o Boca Juniors não quer jogar a segunda partida das finais, recorrendo à Conmebol para tentar ficar com o título. No jogo de ida, em La Bombonera, Boca e River ficaram no empate por 2 a 2.
“Assinamos um papel (no sábado, dia em que aconteceria a partida) para que se jogasse em 24 horas, para que fosse no domingo. Concordamos em postergar, mas nunca pensei que na mesma noite estariam escrevendo (à Conmebol) para pedir os pontos”, afirmou o presidente do River Plate.
Para ele, o presidente do Boca, Daniel Angelici, não honrou com sua palavra, indicando que a partida ainda não ocorreu por interferência do adversário. E lembrou que até mesmo o presidente da Argentina, Mauricio Macri, tentou intervir para que a decisão em campo acontecesse.
Empresário mais rico da China agora é membro do Partido Comunista
O jornal O Globo informa que Jack Ma, fundador e presidente da gigante chinesa do e-commerce Alibaba (dona do site AliExpress), é uma das pessoas mais ricas do mundo, e agora foi oficialmente confirmado como integrante de um outro “clube”: o Partido Comunista Chinês, que tem 89 milhões de afiliados. A adesão foi revelada pelo Diário do Povo, órgão oficial do partido, em um texto que elogia as pessoas que contribuem para o desenvolvimento da China.
De acordo com a publicação, Ma não é o primeiro e provavelmente não será o último bilionário chinês a entrar para o partido, que também conta entre seus membros com o empreendedor imobiliário Xu Jiayin e o fundador do Grupo Wanda, Wang Jianlin. Até o momento, Jack Ma afirmava que preferia permanecer afastado da política.
No artigo publicado na segunda-feira, o Diário do Povo destaca que Ma é um membro do Partido Comunista que desempenhou um papel importante no desenvolvimento da iniciativa conhecida como “Nova Rota da Seda”, um ambicioso programa de investimentos chineses em infraestrutura em países europeus e asiáticos do presidente chinês, Xi Jinping. Também é considerado um dos “principais arquitetos do socialismo com características chinesas na província de Zhejiang”, onde fica a sede do grupo Alibaba, completa o texto. O CEO da Alibaba é uma das 100 pessoas que o Comitê Central do Partido Comunista da China irá homenagear numa cerimônia que marca os 40 anos da reforma e abertura econômica do país.
A lista de homenageados também inclui o CEO da Tencent Holdings Ltd., Pony Ma; o CEO da Baidu Inc., Robin Li; o astro do basquete Yao Ming; e o treinador de voleibol Lang Ping. A lista completa dos homenageados está sendo divulgada aos poucos até a próxima sexta-feira, dia 30, segundo o Diário do Povo. Além de líderes empresariais e estrelas do esporte, a lista inclui cientistas, astronautas e artistas, completa O Globo.
Cartas de amor aos livros
Por Luiz Schwarcz
O livro no Brasil vive seus dias mais difíceis. Nas últimas semanas, as duas principais cadeias de lojas do país entraram em recuperação judicial, deixando um passivo enorme de pagamentos em suspenso. Mesmo com medidas sérias de gestão, elas podem ter dificuldades consideráveis de solução a médio prazo. O efeito cascata dessa crise é ainda incalculável, mas já assustador. O que acontece por aqui vai na maré contrária do mundo. Ninguém mais precisa salvar os livros de seu apocalipse, como se pensava em passado recente.
O livro é a única mídia que resistiu globalmente a um processo de disrupção grave. Mas no Brasil de hoje a história é outra. Muitas cidades brasileiras ficarão sem livrarias e as editoras terão dificuldades de escoar seus livros e de fazer frente a um significativo prejuízo acumulado.
As editoras já vêm diminuindo o número de livros lançados, deixando autores de venda mais lenta fora de seus planos imediatos, demitindo funcionários em todas as áreas. Com a recuperação judicial da Cultura e da Saraiva, dezenas de lojas foram fechadas, centenas de livreiros foram despedidos, e as editoras ficaram sem 40% ou mais dos seus recebimentos — gerando um rombo que oferece riscos graves para o mercado editorial no Brasil.
Na Companhia das Letras sentimos tudo isto na pele, já que as maiores editoras são, naturalmente, as grandes credoras das livrarias, e, nesse sentido, foram muito prejudicadas financeiramente.
Mas temos como superar a crise: os sócios dessas editoras têm capacidade financeira pessoal de investir em suas empresas, e muitos de nós não só queremos salvar nossos empreendimentos como somos também idealistas e, mais que tudo, guardamos profundo senso de proteção para com nossos autores e leitores.
Passei por um dos piores momentos da minha vida pessoal e profissional quando, pela primeira vez em 32 anos, tive que demitir seis funcionários que faziam parte da Companhia há tempos e contribuíam com sua energia para o que construímos no nosso dia a dia.
A editora que sempre foi capaz de entender as pessoas em sua diversidade, olhar para o melhor em cada um e apostar mais no sentimento de harmonia comum que na mensuração da produtividade individual, teve que medir de maneira diversa seus custos, ou simplesmente cortar despesas. Numa reunião para prestar esclarecimentos sobre aquele triste e inédito acontecimento, uma funcionária me perguntou se as demissões se limitariam àquelas seis. Com sinceridade e a voz embargada, disse que não tinha como garantir.
Sem querer julgar publicamente erros de terceiros, mas disposto a uma honesta autocrítica da categoria em geral, escrevo mais esta carta aberta para pedir que todos nós, editores, livreiros e autores, procuremos soluções criativas e idealistas neste momento. As redes de solidariedade que se formaram, de lado a lado, durante a campanha eleitoral talvez sejam um bom exemplo do que se pode fazer pelo livro hoje. Cartas, zaps, e-mails, posts nas mídias sociais e vídeos, feitos de coração aberto, nos quais a sinceridade prevaleça, buscando apoiar os parceiros do livro, com especial atenção a seus protagonistas mais frágeis, são mais que bem-vindos: são necessários. O que precisamos agora, entre outras coisas, é de cartas de amor aos livros.
Aos que, como eu, têm no afeto aos livros sua razão de viver, peço que espalhem mensagens; que espalhem o desejo de comprar livros neste final de ano, livros dos seus autores preferidos, de novos escritores que queiram descobrir, livros comprados em livrarias que sobrevivem heroicamente à crise, cumprindo com seus compromissos, e também nas livrarias que estão em dificuldades, mas que precisam de nossa ajuda para se reerguer. Divulguem livros com especialíssima atenção ao editor pequeno que precisa da venda imediata para continuar existindo, pensem no editor humanista que defende a diversidade, não só entre raças, gêneros, credos e ideais, mas também a diversidade entre os livros de ambição comercial discreta e os de ambição de venda mais ampla. Todos os tipos de livro precisam sobreviver.
Pensem em como será nossa vida sem os livros minoritários, não só no número de exemplares, mas nas causas que defendem, tão importantes quanto os de larga divulgação. Pensem nos editores que, com poucos recursos, continuam neste ramo que exige tanto de nós e que podem não estar conosco em breve. Cada editora e livraria que fechar suas portas fechará múltiplas outras em nossa vida intelectual e afetiva.
Presentear com livros hoje representa não só a valorização de um instrumento fundamental da sociedade para lutar por um mundo mais justo como a sobrevivência de um pequeno editor ou o emprego de um bom funcionário em uma editora de porte maior; representa uma grande ajuda à continuidade de muitas livrarias e um pequeno ato de amor a quem tanto nos deu, desde cedo: o livro.
A estranha obsessão de Olavo de Carvalho pelo furico alheio
Por Mário Magalhães – The Intercept_Brasil
Leitor bissexto de Olavo de Carvalho, eu supunha que o escritor paulista tivesse superado a fase anal do desenvolvimento psicossexual. É aquela que, estabelece certa literatura psicanalítica, encerra-se aos três ou quatro anos de vida. O engano findou quando assisti ao vídeo de sua recente entrevista ao repórter Fred Melo Paiva, da Carta Capital. Ao falar da confiança de Jair Bolsonaro em ações policiais virtuosas, Carvalho provocou: “Isso é fascismo? Fascismo é o cu da sua mãe”.
Depois de uma carreira discreta como jornalista e astrólogo, Carvalho reencarnou na pele de autoproclamado filósofo. Ministrou cursos online para milhares de alunos e colecionou 533 mil seguidores no Facebook. Atribui-se a ele a indicação dos nomes ou a inspiração para a escolha de dois ministros pelo presidente eleito: o da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e o das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Seria o guru ou o ideólogo mais prestigiado pela família Bolsonaro.
“Ideólogo”, preferiu numa edição a Folha de S. Paulo. Carvalho vituperou: “Atenção, ô chefe da fôia: Ideólogo é o cu da sua mãe”. Louvaminheiros o cultuam como um pensador. Numa nota repetitiva, ele pronuncia incessantemente o substantivo com uma sílaba e duas letras que o Houaiss enuncia como “orifício na extremidade inferior do intestino grosso, por onde são expelidos os excrementos”.Lacrador, gracejou: “Em breve só restarão duas religiões no mundo: maconha e cu”.
Interpretou o Brasil, do alto da condição de dono de “uma perspectiva geopolítica mais ampla” e “mais profunda” do que a “de Donald Trump” e “seu secretário de Estado”: “O cu do mundo é aí [o Brasil]”; “e olha que é um cuzão”; “vocês estão que nem aquele sujeito que estava limpando o cu do elefante, e o elefante decidiu sentar, e o cara ficou lá dentro, atolado”.
Negacionista das mudanças climáticas, sofisticou o argumento: “Combustível fóssil é o cu da sua mãe. Não existe combustível fóssil porra nenhuma. Isso é uma farsa, uma palhaçada”.
Confrontado com o pensamento divergente, nocauteou: “Ora, moleque, vai tomar no olho do seu cu”.
Autor de livros “aplaudidos pelas maiores inteligências do mundo”, a confiar em sua declaração à repórter Beatriz Bulla, de O Estado de S. Paulo, Carvalho especulou no passado sobre palavrões: “Segundo entendo, foram inventados precisamente para as situações em que uma resposta delicada seria cumplicidade com o intolerável”.
Seria intolerável um urso que o escritor matou numa caçada aparentemente legal nos Estados Unidos, onde se radicou há 13 anos? Ao lado de um animal abatido, ele disparou: “Fui buscar hoje a minha Henry Big Boy [rifle] cal. 45-70. Pau no cu dos ursos”.
Não trai cumplicidade, e sim receio, ao se referir a contendores políticos: “Os caras vêm com uma piroca deste tamanho e põem no nosso cu”. Uma variante, físico-erótico-estética: “Toda piroca se torna invisível ao entrar no seu cu”.
Carvalho se embrenhou na dialética do fiofó: “Esquerdistas são pessoas que lutam pelo direito de dar o rabo sem ser discriminadas, ao mesmo tempo em que protestam para reclamar que só tomam no cu”.
Assim como a peroração sobre “cumplicidade com o intolerável” se desmancha com o exemplo do urso, o ex-astrólogo que se apresenta como “escritor de envergadura universal” derrapa na aula de história. “Não se pode vencer uma guerra dando o cu”, pontificou. Do além, guerreiros gregos de outrora gargalham com a ignorância do professor.
“O estado das pregas”
A obsessão pelo furico alheio não é comportamento merecedor de considerações morais, e sim um mistério da alma de Carvalho. Ela a expressa contra os suspeitos de sempre: “Quando um esquerdista brasileiro chama você de fascista, ele não quer dizer que você defendeu alguma ideia fascista. Ele só quer dizer o seguinte: ‘Ai, meu cu’”.
E nas dissensões da confraria reaça, como neste tuíte endereçado ao economista Rodrigo Constantino: “Só não digo que seita fechada é o seu cu porque não averiguei o estado das pregas”.
É o próprio Olavo de Carvalho, 71, quem associa xingamentos e prazer: “A velhice é uma delícia: você não precisa respeitar mais ninguém, pode mandar todo mundo tomar no cu. É uma libertação”.
Esse papo “libertário” já está qualquer coisa? O sábio cultivado por Bolsonaro dá de ombros: “O que essa palavrinha está fazendo aí em cima? Nada de mais. Apenas avisando que só pararei de falar de cus quando pararem de ensinar as criancinhas a dar os seus”.
Até para falar de cu Carvalho apela a palavras sem lastro nos fatos: lições para “criancinhas” darem “os seus” é invencionice.
O ex-militante do Partido Comunista Brasileiro, hoje convertido ao ultradireitismo, proporcionou um discurso mais envernizado a legiões de extremistas de direita semiletrados. Jogada certeira do instrutor com formação autodidata: identificou uma necessidade e saciou-a. Mas não foi mais importante para o desenlace eleitoral do que, numa só menção, Edir Macedo. O que não significa que influencie menos do que o bispo na composição do futuro governo – ocorre o contrário.
O dito filósofo que se pavoneia como portador de “consciência da vida intelectual como ninguém mais tem”, recorre a pressupostos ilusórios para formular sínteses. Ao ouvir o nome da exposição Queermuseu, comentou: “Tava lá a menininha mexendo no pinto do homem”. Isso, sabidamente, não aconteceu.
Carvalho chuta: “O empresariado brasileiro está vinculado à esquerda há mais de 50 anos”. Eu penso: que o diga a coalizão, também empresarial, que derrubou Dilma Rousseff.
Relata: “As Farc têm o monopólio praticamente da distribuição de cocaína no Brasil”.
Pobre planeta: foi engambelado, em 2016, pela extinção da anacrônica guerrilha colombiana e sua decisão de depor armas. Numa de suas satisfações supremas, historiar o jornalismo brasileiro, ensinou: “Durante o governo militar, os esquerdistas já dominavam a mídia inteira. Você não tinha um jornal chefiado por um cara de direita; nenhum”.
Trata-se de impiedosa injustiça com Boris Casoy, que chefiou a Folha durante anos, em plena ditadura. E com tantos outros editores de direita.
Em agosto de 2016, o guru de Bolsonaro concluiu, sobre o então presidente dos EUA: “Hoje em dia acredito mesmo que o Obama é um agente russo plantado na política americana”. Olavo de Carvalho é autor do livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”.
Com alicerce de fantasias, fica fácil erguer catedrais fictícias. Seria como eu alinhavar o balanço futebolístico do Flamengo neste ano considerando-o campeão nacional de 2018. Que tentação.
Elvis ‘roubou’ de artistas negros? Little Richard e B.B. King respondem…
Por André Barcinski, no UOL
Em entrevista à radio Jovem Pan, a cantora Negra Li disse que o surgimento de Elvis Presley tirou o espaço de artistas negros. Disse a cantora: “Muitas vozes foram tapadas quando Elvis surgiu (…) Disseram: ‘vamos apresentar esse cara branco, com uma voz negra e com um ritmo negro'”.
É fato que o homem que lançou os primeiros discos de Elvis, Sam Phillips, disse: “Se eu encontrasse um homem branco que tivesse o som negro e o sentimento negro, eu faria um milhão de dólares”. E esse homem, claro, foi Elvis. Por outro lado, dizer que Elvis tirou espaço de artistas negros é questionável. Muitos acham que ele, ao popularizar o rock, ajudou muitos artistas negros a venderem mais discos.
Vale lembrar que Elvis sempre fez questão de falar de suas influências e elogiar os pioneiros do blues, gospel, r&b e da música country – muitos deles negros.
Disse Elvis Presley: “Muita gente diz que eu comecei o rock, mas o rock’n’roll já existia muito antes de eu aparecer. Ninguém consegue cantar essa música como os negros. Vamos falar a verdade: eu não consigo cantar como Fats Domino. Eu sei disso.”
Acho que nenhuma discussão sobre o assunto seria completa sem a opinião de artistas negros contemporâneos de Elvis. Vamos lembrar o que disseram alguns deles:
Little Richard
“Elvis foi um integrador, Elvis foi uma bênção. Eles não deixavam a música negra aparecer, e ele abriu as portas para a música negra.”
Rufus Thomas
“Muita gente disse que Elvis roubou nossa música. Roubou a música do homem negro. Mas o homem negro, o homem branco, não são donos da música. A música pertence ao universo.”
Jackie Wilson
“Muita gente acusou Elvis de roubar a música dos negros, quando na verdade, quase todos os intérpretes negros copiaram os trejeitos de palco de Elvis.”
B.B. King (na foto, com Elvis)
“Lembro de ver Elvis bem jovem, nos estúdios da Sun Records. Naquela época eu já sabia que aquele menino tinha um grande talento. Ele era um menino dinâmico. A maneira como ele cantava, sua maneira de interpretar uma canção, era tão única quanto Sinatra. Eu era um grande fã e, se Elvis tivesse vivido mais, não haveria limites para sua inventividade.”
Al Green
“Elvis influenciou todo mundo. Ele quebrou o gelo para todos nós.”
Bo Diddley
“Se Elvis me copiou, não ligo. Força pra ele. Eu não estou passando fome.”
Sammy Davis Jr.
“Numa escala de um a dez, eu lhe daria onze!”
James Brown
“Eu amava Elvis e espero vê-lo no Céu. Nunca vai haver outro ‘soul brother’ como ele.”
Chuck Berry
“Descrever Elvis? Ele foi o maior que já existiu, ou que existirá.”
Visite o site: andrebarcinski.com.br
Rock na madrugada – Pearl Jam, Education
As respostas do gênio Stephen Hawking
Por Rodrigo Casarin, no blog Página Cinco
Deus existe? Há vida inteligente fora da Terra? É possível prever o futuro? E fazer uma viagem no tempo? Sobreviveremos no nosso planeta? A inteligência artificial vai nos superar? Respostas para essas perguntas nada fáceis que Stephen Hawking nos oferece em “Breves Respostas Para Grandes Questões”, livro póstumo que acaba de chegar às livrarias pela Intrínseca.
Hawking, que morreu no último mês de março aos 76 anos, foi um dos pesquisadores mais respeitados e conhecidos de nossa história recente. Dominando a matemática, a física e a cosmologia, preocupou-se em não deixar seu conhecimento limitado à academia e atingiu o grande público ao lançar obras como “Uma Breve História do Tempo” e “O Universo Numa Casca de Noz”.
“A maioria das pessoas acredita que ciência de verdade é difícil e complicada demais. Não concordo com isso. Pesquisar sobre as leis fundamentais que governam o universo exigiria uma disponibilidade de tempo que a maioria não tem; o mundo acabaria parando se todos tentassem estudar física teórica. Mas a maioria pode compreender e apreciar as ideias básicas, se forem apresentadas de maneira clara e sem equações, algo que acredito ser possível e que sempre gostei de fazer”, escreve o cientista.
Hawking segue essa linha de divulgação científica para leigos em “Breves Respostas Para Grandes Questões”, que reúne um material descoberto em seus arquivos logo após sua morte. Quem tem o livro em mãos só não deve achar, no entanto, que as respostas breves do autor se limitem a poucos parágrafos – estamos diante de temas que rendem pesquisas profundas, que muitas vezes chegam a conclusões ou possibilidades diferentes, vale lembrar.
Para falar a respeito da existência ou não de algum deus, por exemplo, ao longo de 12 páginas o cientista passa por questões de linguagem, pelas leis da natureza, equações científicas básicas e dá uma aula sobre energia negativa que eu não me meterei a reproduzir, tudo para embasar o parecer.
Passa ainda pela história, lembrando que a ciência explicou quase todos os fenômenos anteriormente atribuídos a divindades, restando apenas o momento da criação do universo como um cantinho onde algum deus ainda poderia estar escondido.
“As leis da natureza nos dizem que não só o universo pode ter surgido sem ajuda, como um próton, e não ter exigido nada em termos de energia, como também é possível que nada tenha causado o Big Bang. Nada. […] À medida que viajamos de volta no tempo em direção ao momento do Big Bang, o universo fica cada vez menor e continua diminuindo até finalmente chegar a um ponto em que se torna um espaço tão ínfimo que na verdade se trata de um único buraco negro infinitesimalmente pequeno e denso. E, assim como acontece com os buracos negros que hoje flutuam pelo espaço, as leis da natureza ditam algo verdadeiramente extraordinário. Elas nos dizem que aí também o próprio tempo tem que parar. Não podemos voltar a um tempo anterior ao Big Bang porque não havia tempo antes do Big Bang. Finalmente encontramos algo que não possui uma causa, porque não havia tempo para permitir a existência de uma. Para mim, isso significa que não existe a possibilidade de um criador, porque ainda não existia o tempo para que nele houvesse um criador”, escreve Hawking, que depois deixa sua posição ainda mais clara:
“Quando me perguntam se um deus criou o universo, digo que a pergunta em si não faz sentido. O tempo não existia antes do Big Bang, assim não existe tempo no qual deus produziu o universo. É como perguntar onde fica a borda da Terra. A Terra é uma esfera e não tem borda; procurá-la é um exercício fútil. […] Se eu tenho fé? Cada um é livre para acreditar no que quiser. Na minha opinião, a explicação mais simples é que deus não existe. Ninguém criou o universo e ninguém governa nosso destino. Isso me levou a perceber uma implicação profunda: provavelmente não há céu nem um além-túmulo. Acho que acreditar em vida após a morte não passa de ilusão. Não existe evidência confiável disso e a ideia vai contra tudo que sabemos em ciência. Acho que, quando morremos, voltamos ao pó. Mas, em certo sentido, continuamos a viver: na influência que deixamos, nos genes que passamos adiante para nossos filhos. Temos apenas esta vida para apreciar o grande plano do universo, e sou extremamente grato por isso”.
Dentre os muitos momentos interessantes do livro, também merece destaque a resposta que Hawking dá para a pergunta “Qual é a maior ameaça ao futuro do planeta?”. Para ele, a mudança climática descontrolada deveria ser nossa principal preocupação para que o mundo não vire um forno.
“Uma elevação na temperatura do oceano derreteria as calotas polares e causaria a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono. Ambos os efeitos poderiam deixar nosso clima como o de Vênus, mas com uma temperatura de 250ºC”. Fica mais esse alerta para quem acha que aquecimento global é uma mentira – ou que é mera vontade de Deus.