Brasil frustra expectativas

philippe-coutinho-comemora-gol-do-brasil-diante-da-suica-em-jogo-pela-copa-do-mundo-de-2018-1529260194023_v2_956x500

POR GERSON NOGUEIRA

A estreia brasileira na Copa deixou mais perguntas do que respostas na cabeça do torcedor. A confiança cega no trabalho de Tite começam a ser questionada e as dúvidas passam a dominar as impressões após o empate com a Suíça, em 1 a 1.

As circunstâncias do empate quebraram o clima festivo que dominava o país até a bola rolar em Rostov. O time tomou pressão no começo, mas teve serenidade para controlar as ações e rapidamente inverteu a situação, movimentando seus homens de frente e sufocando o adversário em seu campo.

A abertura do placar logo aos 19 minutos, com golaço de Philippe Coutinho, batendo de curva bem ao seu estilo, aumentou a sensação de que o time podia deslanchar e obter uma vitória até tranquila.

A Suíça pouco incomodava. Só chegava em cruzamentos altos, sem maiores consequências. Apesar de Neymar não aparecer para o jogo, priorizando firulas, a estratégia era compensada pela rapidez de Coutinho e os deslocamentos de Gabriel e Willian.

No restante da etapa inicial, surgiram ainda duas outras chances, enquanto a Seleção se mostrou a fim de manter a pressão. Mas, antes mesmo do término do período, o Brasil arrefeceu as subidas e passou a tocar a bola de forma confusa, sem explorar as visíveis fragilidades da zaga suíça.

Veio o segundo tempo e o que antes era apenas desconforto se tornou preocupação séria. Neymar seguiu exagerando na retenção da bola, atraindo faltas e pontapés, sem produzir o que a Seleção mais precisava: jogadas em velocidade que surpreendessem a marcação.

Tenso e atrapalhado na saída, o time cedeu escanteio e não cuidou de vigiar a marcação do ataque suíço, que aproveitou para empatar, com a conivência do árbitro mexicano, indiferente ao empurrão sofrido por Miranda.

Além do erro de arbitragem, é preciso observar que Tiago Silva não acompanhou o centroavante e Alisson não saiu para cortar um cruzamento que também era de sua responsabilidade, pois foi direcionado para a pequena área. Um simples soco para afastar a bola teria evitado o prejuízo.

Depois ocorreria ainda um penal claro sobre Gabriel Jesus, agarrado dentro da área, sem que o badalado VAR fosse acionado. Neymar seguia levando pancada e insistindo em carregar a bola. Atrasou inúmeras manobras com a preocupação em mostrar perícia e malabarismo.

A pouca presença de seu principal jogador ajuda a entender porque o sistema ofensivo viveu de lampejos, como nos lances agudos na área da Suíça quando o Brasil resolveu sufocar nos minutos finais.

Outra explicação para a atuação decepcionante está nas escolhas de Tite. Deixou Douglas Costa de lado, preferindo substituir Casemiro por Fernandinho e Paulinho por Danilo Augusto. As duas providências não deram em nada e Firmino ainda custou a ser lançado.

Pior mesmo foi o surpreendente abatimento da Seleção após o gol sofrido. Foi como se o time não estivesse preparado para enfrentar contrariedades. O impacto custou a ser assimilado. Sofrer gol é ruim, mas não pode se transformar em sentença mortal.

Nada está perdido.

O Brasil segue favorito, tem chances ainda de terminar a primeira fase em primeiro, mas exibiu defeitos em quantidade acima do desejável.

——————————————————————————————-

Papão tropeça, mas ganha alternativa ofensiva

Pouco mais de 4 mil torcedores estiveram na Curuzu no sábado à noite para ver o Papão jogar e repetir erros bem conhecidos. Se alguém saiu aparentemente satisfeito da partida foi o técnico Dado Cavalcanti, que fez uma análise surpreendente após o apito final.

Para ele, o time teve volume, criou muito e só não foi feliz nas finalizações. Uma visão que conflita com a realidade da partida, na qual o PSC poucas vezes incomodou de verdade o goleiro do CSA. O primeiro chute bicolor só aconteceu aos 27 minutos do primeiro tempo.

O autor foi Dionatã, jovem atacante vindo do futebol gaúcho, que marcou sua estreia pelo destemor de arriscar chutes de fora da área. Faria um outro disparo no começo do segundo tempo, quase abrindo o placar.

Dionatã, por sinal, foi o que o Papão apresentou de melhor. Movimentou-se com desembaraço, mostrou iniciativa e habilidade para se aproximar tanto pela direita como pela esquerda. Difícil até entender como ainda não havia sido notado e aproveitado.

Foi mais um resultado negativo de uma série que ameaça empurrar o PSC para a segunda página da classificação. Nos últimos oito jogos, o time só venceu uma vez (Boa Esporte), não conseguindo mais empreender as ações bem sucedidas e objetivas do começo do campeonato.

——————————————————————————————

Um jogo decisivo no caminho do Leão

O técnico Artur Oliveira chega hoje a três jogos no comando do Remo e tenta uma vitória sobre o líder geral da Série C para iniciar uma jornada de recuperação dentro da competição. A tarefa de superar o Atlético-AC torna-se mais complicada pelo momento de instabilidade que ronda o time azulino.

Mudanças foram feitas na escalação, jogadores foram afastados por deficiência técnica e as escolhas de Artur não escapam a questionamentos. Optou por Leandro Brasília e Geandro na marcação, mesmo sabendo que o adversário conta com jogadores rápidos e velozes pelo meio.

No ataque, Gabriel Lima foi deixado de lado e a aposta é em Elielton, que será companheiro de Ruan, estreando diante do público de Belém.

Por todas as variáveis envolvidas, é um jogo de altíssimo risco para a sobrevivência do Remo na Série C.

5 comentários em “Brasil frustra expectativas

  1. A exemplo do ano passado, a Diretoria do Papão deve estar “satisfeita”, esperando o time se aproximar do Z4, para tomar providências em relação ao comando técnico e elenco. Parcela reduzida da torcida, incluindo parcela do decrescente número de sócios torcedores adimplentes, têm tido estômago para ir ao estádio ver um time previsível, burocrático, sem as necessárias competências técnica e física, exigidas pela competição, da maioria dos jogadores; como Maicon Silva, Danilo Pires, Móises e Mike, Carlinhos, meros figurantes, sempre substituídos ou esquentando banco. Afora outros turistas ou que somente jogam no DM, que nem para serem reservas servem.

    Curtir

  2. Ao ver o jogo de ontem, penso em duas coisas:

    1) Lateral direito do Brasil não apoia. Espero que pos-copa possamos ver Yago na seleção. Yago tem a ofensividade que pode ajudar o Brasil a distribuir melhor o jogo (o gráfico mostrou um time totalmente penso para o lado esquerdo).

    2) Que triste termos perdido (para contusão e arrogância dele também) o meia mais brilhante que surgiu no Brasil nos últimos 20 anos. Ganso, se fosse mais humilde e não tivesse se contundido gravemente, seria o homem talhado para achar os buracos em defesas tão fechadas (pena…).

    Curtir

  3. Amigo Gerson, rapidamente algumas opiniões:

    1) sobre os lances polêmicos: apesar de haver sim o empurrão no Mirando, tenho minhas dúvidas se realmente foi algo suficiente para que o impedisse de pular. Eu não marcaria isso como falta. É o tipo de encontro que sempre ocorreu e sempre vai ocorrer em cobranças de escanteio. Se fosse para marcar, qualquer partida, teria uma multitude de pênalti e “faltas” em todo escanteio. Mais importante, até como você mesmo registrou, é a falha gritante de posicionamento da defesa brasileira no lance. Não só dos defensores, mas também do Alison que deveria ter saído nessa bola. Compartilho aqui uma matéria muitíssimo boa da Trivela sobre o gol. Vale a leitura:

    http://trivela.uol.com.br/anatomia-do-lance-veja-como-aconteceu-movimentacao-no-gol-de-zuber/

    No lance do Jesus, eu já tenho minhas dúvidas. Eu ficaria inclinado a marcar o penal. O problema é que depois de agarrado, o garoto claramente se joga. Percebam como ele cai (o corpo dele gira inclusive) de uma maneira que é totalmente incompatível com ser, ou agarrado ou empurrado. O Jesus tentou salvar o Brasil da maneira errada.

    2) sobre a seleção: ficou claro a falta de banco na convocação do Tite. Esperar que o panorama do jogo mudasse com as estradas de Fernandinho e Renato Augusto é uma piada. Fica claro que a não convocação um “meia-meia” de verdade tipo o Artur do Grêmio fez falta.

    3) sobre o “cabelo de miojo”: ainda carece da maturidade em campo que todos tem cobrado já fazem anos. Concordo totalmente quando dizes “Atrasou inúmeras manobras com a preocupação em mostrar perícia e malabarismo.” Dois lances no 1o tempo são emblemáticos nesse sentido: i) no qual ele fica parada na frente de um defensor suíço, puxando a bola para trás ao invés de passa-la e ii) um na qual ele fica um bom tempo de costas para um suíço, chamando a falta, ao invés de passa-la para um companheiro. Eu não lembro exatamente em quais minutos esses dois lances aconteceram, mas tenho certeza que quem assistiu o jogo vai se recordar imediatamente.

    Para reiterar meu medo da falta de comprometimento de alguns atletas com a seleção que manifestei há alguns dias, hoje um portal de notícias teve como manchete: “Neymar faz revezamento de “parças” e aguarda Bruna Marquezine na sexta”. Tidizê amigos…

    Se o Tite tivesse alguma coragem, o quarteto ofensivo do Brasil para o próximo jogo deveria ser: William, Coutinho, Douglas Costa (Jesus) e Firmino.

    Curtir

Deixe uma resposta