A Copa do Mundo da Rússia vai começar, mas o povo brasileiro não está nem aí pra ela. As ruas não estão enfeitadas, o povo não está motivado e a Seleção da CBF não tem nenhuma identidade com a nossa torcida

Por Moacyr Oliveira Filho, no blog Ultrajano
Faltando nove dias para o início da Copa do Mundo da Rússia, o clima festivo ainda não chegou às ruas deste que já foi o País do Futebol e, ao que tudo indica, nem vai chegar.
Desta vez, o brasileiro, mesmo os fanáticos por futebol, categoria na qual me incluo, não estão nem aí para a Copa do Mundo e muito menos para a Seleção da CBF.
Para desespero dos patrocinadores e da Rede Globo que, por mais que insista, não está conseguindo mobilizar e comover os corações e as mentes dos brasileiros.
As ruas não estão enfeitadas, as camisas devem estar encalhadas e, ao que parece, não se nota um crescimento das vendas de televisões.
O Brasil virou um país triste. De um povo triste. Sem esperança. Sem solidariedade. Sem emoção. De um povo cansado que reúne o que lhe resta de força para lutar pela sobrevivência penosa do dia a dia.
Eu, que adoro futebol, é claro que vou ver a Copa e, se possível, pretendo assistir a todos os jogos de todas as Seleções. Farei isso porque gosto de futebol. E Copa sempre é Copa.
Vou ver os jogos da Seleção da CBF, é claro, mas sem nenhuma emoção. Não vou vestir jamais essa camisa amarela tão aviltada nos últimos anos. Se me der vontade, no máximo, usarei a camisa azul da CBF ou, quem sabe?, uma camisa amarela do Corinthians, lançada na Copa de 2014. Não vou torcer, não vou sofrer nem gol eu vou gritar. Vou ver apenas como vejo qualquer jogo de futebol que não seja do Corinthians.
E olha que essa Seleção tem vários jogadores com passagens marcantes pelo Corinthians – Cássio, Fágner, Marquinhos, Renato Augusto, Paulinho, William, além de Tite e Edu Gaspar, o que poderia ajudar a me motivar.
Mas nem assim.
Eu torço mesmo é pro Corinthians. Não pro time da CBF.
A última Copa em que eu torci de verdade foi a 1982, não só pela qualidade excepcional dos jogadores, mas, principalmente, pela sua identificação com a nossa gente e com o nosso futebol – Júnior, Falcão, Sócrates, Zico, Cerezo, Éder, etc.
De lá para cá, apenas assisti aos jogos.
Imagino que assim como eu agirão milhares de brasileiros. A Seleção da CBF não tem a menor identidade com os brasileiros. A começar pela legião estrangeira que domina o time. Dos 23 convocados por Tite – que, aliás, não tem culpa nenhuma nessa história –, apenas três jogam no Brasil. E essa é uma das causas do afastamento do torcedor brasileiro da Seleção.
Muitos dos convocados quase não jogaram no Brasil e são ilustres desconhecidos da torcida brasileira. Eu, por exemplo, que acompanho futebol quase diariamente, nunca vi jogar vários dos convocados e de alguns deles nunca tinha ouvido falar.
E, pra piorar ainda mais a situação, a mídia e a publicidade só falam de Neymar, esse moleque marrento que, apesar de jogador acima da média, está longe de ser um novo Pelé, como ele se julga, muito mais longe ainda de ser um líder, exemplo para a juventude e um jogador que sabe respeitar o grupo e o coletivo.
Isso tudo sem falar na corrupção que domina a CBF e seus dirigentes.
Triste Brasil. Triste futebol brasileiro.
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