A vitória do alívio

POR GERSON NOGUEIRA

Com o merecido placar de 3 a 1 imposto ao Náutico, ontem à noite, na Arena Pernambuco, o Papão alcançou 45 pontos, posicionou-se no 10º lugar e conseguiu selar sua permanência na Série B, afastando a ameaça de rebaixamento. A luta pela sobrevivência na competição vinha desde o final do primeiro turno, com desempenho instável e pouca confiabilidade.

A esquematização da equipe com dois volantes e dois meias (sendo Juninho surgindo às vezes como falso atacante), mantida há quatro rodadas, foi a que mais se adequou às necessidades do segundo turno da competição, quando o grau de dificuldade se acentuou na busca por vitórias.

No confronto de ontem, o time desempenhou uma estratégia quase perfeita, marcando um gol logo aos 13 minutos, com Bergson, sofreu o empate num lance bobo, envolvendo Perema e Ayrton, mas teve serenidade para seguir jogando com correção e mantendo o Náutico sob controle.

Contou muito para o triunfo o desespero demonstrado pelos donos da casa. Sem organização na saída para o ataque, o time jogava como quase todos os times treinados por Roberto Fernandes: errava passes e concentrava seu arsenal ofensivo no chamado jogo do abafa, cruzando bolas sem direção. Em nenhum momento conseguiu envolver o setor defensivo paraense.

No meio-campo do Papão, destaque para Fábio Matos, que participou de dois gols, com assistência para Bergson no primeiro e passe açucarado para Caion fazer o segundo, aos 19’ da etapa final. Pela dinâmica que cria e a movimentação permanente, Fábio se consolida como o meia-armador que o time buscava desde que Fernando Gabriel foi embora.

Depois de retomar a vantagem, o Papão tornou-se senhor absoluto frente a um Náutico desnorteado, fisicamente exausto e sem estabilidade emocional para tentar igualar o marcador. Marquinho ainda arriscou tirando Fábio e colocando o zagueiro Rafael Dumas, mas Jonathan (que substituiu a Recife) voltava para compor a marcação e o time seguiu dando as cartas.

O terceiro gol foi consequência natural da superioridade bicolor no gramado. Em lance praticamente morto, a bola chegou a Diogo Oliveira, que teve tranquilidade para esperar Caion se posicionar. O passe saiu na medida para a finalização do artilheiro da noite, aos 49’.

No pós-jogo, Marquinho fez leitura correta e sem exageros do que havia sido a atuação do time, evitando cair na tentação de festejar a permanência na divisão. Sobre o jogo, observou, com razão, que o segundo tempo do PSC foi de ampla superioridade e organização sobre o Náutico.

Vale destacar que a vitória em Pernambuco, mesmo contra adversário destroçado, dá ao Papão sua melhor colocação na história como visitante em competições por pontos corridos, com seis vitórias fora de casa.

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Remo e Ramos selam divórcio amigável

Durou mais de três anos o casamento entre Remo e Eduardo Ramos, com direito a alguns rompimentos pelo caminho e muitos arrufos de parte a parte. Curiosamente, a torcida quase sempre esteve ao lado do jogador, reação que contrastava com o próprio desempenho errático de Ramos ao longo das competições.

Chegou sob desconfiança, estrelando campanha de marketing em torno da Camisa 33, após deixar o maior rival, mas respondeu em campo, com demonstrações de talento que cativaram os azulinos. Sai depois de 110 jogos e 26 gols marcados.

Dono de técnica indiscutível, capaz de jogar em bom nível numa competição de porte mediano como a Série C, Ramos era querido pelos torcedores, mas não conseguiu se firmar como ídolo por ter dificuldades em manter a regularidade nas atuações.

Além dos títulos estaduais de 2014 e 2015, Ramos viveu seu melhor momento na campanha de acesso à Série C ao assumir de verdade a condição de líder da equipe. Se tivesse feito isso mais vezes, dificilmente sairia do Evandro Almeida.

À medida que os altos e baixos se repetiam, principalmente por motivos extracampo, o camisa 10 ia perdendo cacife junto à massa azulina. A gota d’água foi sua discreta participação na Série C deste ano, culminando com o mau desempenho no penúltimo jogo (contra o Sampaio, em Belém) e a ausência na partida final contra o Salgueiro.

O acordo celebrado com a nova diretoria parece também encerrar uma sequência de desacertos quanto ao pagamento de salários e direitos. Que a paz esboçada na nota oficial do Remo seja de fato um retrato da realidade.

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Cresce expectativa pelo 4º Encontro da Estrela Solitária

É cada vez maior a expectativa pelo 4º Encontro dos Seguidores da Estrela Solitária no Pará. O evento acontece no próximo dia 25 de novembro, no restaurante Albatroz, do IV Distrito Naval, com a possível presença de Jairzinho Furacão da Copa e Maurício, herói do título botafoguense de 1989. O objetivo é comemorar o grande ano alvinegro e homenagear alguns dos maiores ídolos da história do Botafogo.

Integram a comissão organizadora o almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho, comandante do IV Distrito Naval, o engenheiro Fábio Ferreira e o grande baluarte alvinegro Alexandre Carvalho. O próprio Alexandre esclarece que, na nota publicada anteriormente, dois nomes foram citados de forma incorreta como membros da comissão.

As camisetas (que valerão como ingresso) serão colocadas à venda a partir do próximo dia 10 de novembro.

(Coluna publicada no Bola desta quarta-feira, 08)

17 comentários em “A vitória do alívio

  1. A torcida do Remo mostra algum nível de ingratidão na saída do atleta que, embora certamente tenha cumprido seu ciclo no clube, não merecia tanto escárnio.
    Despede-se da Antônio Baena levando a culpa, momentaneamente, por insucessos que deveriam ser creditados ao amadorismo da diretoria (em especial o deste ano, onde estava rodeado pelo bonde do Josué).
    Não sai como ídolo, mas já entrou na história do Remo juntamente com Cacaio, por ser responsável direto pela ascensão do Remo a série C (Quem discordar, reveja o jogo do acesso contra o Operário.
    Um gol e duas assistências do Eduardo Ramos).
    Leva nas costas um retrospecto positivo e muita história pra contar. Boas e ruins!
    Valeu, Mito! Só não dou adeus, porque se tratando do Remo, não duvido da tua volta kkk

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  2. Ufa! escapamos do rebaixamento para a serie C, mas não temos nada para comemorar este ano, pois o Parazão já deixou há muito tempo de ser o sonho de consumo da maioria dos torcedores de Remo e Paysandu, e quando olhamos para o futuro vemos as mesmas mentes ultrapassadas no comando dos Maiores Clubes do Estado.
    Ultrapassada pois, ao invés de planejar o que se vai fazer, acham que contratando Diretor de Futebol, Técnico de Fora, estão agindo como verdadeiros Gestores, mero engano. A dupla RE/PA deveria investir em um centro de treinamento,nas categorias de base, para formarem atletas e devolver ao futebol do Pará, o espaço que perdeu no cenario nacional.

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  3. Direção bicolor deveria aproveitar a tranquilidade gerada pela salvação do rebaixamento, e começar o planejamento para 2018. Primeira medida que o Tony Couceiro deve tomar: afastar os três diretores de futebol que juntamente com o executivo e o analista de desempenho, foram responsáveis por contratações horrorosas, que culminaram em um ano desastroso para o torcedor alvi azul. Segunda medida: renovação de contrato do jogador Bergson e outros poucos jogadores que mostraram qualidade para permanecer na Curuzu. Espero que não cometam o mesmo erro do início do ano, quando não renovaram com o Tiago Luis e contrataram Sobralense e outros bondes do mesmo nível.

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  4. O futebol cada vez mais exige vigor físico, ao posicionar na linha de frente jogadores jovens e com vontade de vencer na carreira o Paysandu melhorou muito o seu rendimento, Bergson, Caion e Fábio vêm fazendo a diferença nos últimos jogos.

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  5. Muita gente diz que o Paysandu é ruim
    Discordo
    Como pode ser ruim se já ganhou muitas partidas fora de casa.
    Só em Recife faturou os 6 pontos da dupla de lá.

    Continuo com a opinião que o que atrapalhou o tão sonhado acesso do Paysandu foi o senhor José Serra
    Montou um elenco sem grandes nomes pra posições letais
    Tinha o Fernando Gabriel, deixou sair e não trouxe outro.
    Até hoje o Paysandu tem time
    Mas não tem elenco

    Se o Tony puder
    Mantenha essa base e contrate pra posições que deixaram a desejar

    Lat direito
    Meia
    Camisa 9

    Dispense alguns que já prestaram bons serviços como o Recife
    Eu manteria o Airton, é um jogador que comete falhas mas ajuda muito também.

    Ou seja, tem que estudar bem e preparar desde já um bom elenco.

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  6. Gerson
    Fazia tempo que não escutava a linha de passe e hoje escutei
    Mas incrível como é ruim o cara que seleciona os zaps
    O do Paysandu meteu o pau no perema e pior, disse que ele é pior que o lombardi, o que vc contrariou
    Mas disse que não é pra comemorar não cair
    Claro que tem que comemorar
    A série B ou vc comemora acesso ou vc se satisfaz com a permanência
    A única coisa que ninguém quer é cair.

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    1. Quanto a comemorar não-queda, o torcedor está correto, amigo Edson. Respeito sua opinião, mas, infelizmente, prevalece a desmemória nesses momentos na cabeça do torcedor. Com a gestão que tem e os investimentos feitos, o Papão começou o campeonato com outra perspectiva. Marquinhos Santos disse o mesmo: o Papão era para estar brigando pelo acesso e não para se ralar todo pra não cair.

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  7. Como torcedor bicolor estou aliviado, jamais irei comemorar permanência na série B. O Paysandu é muito grande para se contentar com tão pouco, penso que a direção alvi azul deveria ter o mesmo pensamento, pois é inadmissível com os investimentos e receitas que o clube tem, estar apenas brigando para não cair. É inegável que o clube cresceu com a administração da Novos Rumos, mas em relação ao futebol, estamos patinando entre as séries B e C desde 2013, tomara que depois de mais um susto, finalmente haja PLANEJAMENTO para a próxima temporada.

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  8. É o que penso amigos Gerson e Osvaldo, alívio. Mas cabe sim comemorar, não comemoração de ir pra doca, tocar o hino e os gols, botar a bandeira na frente de casa a semana inteira, mas comemorar por se manter.

    É muito bom saber que entre os 40 times melhores posicionados do Brasil, o nosso papão é um deles.

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  9. Osvaldo, essa história que o Paysandu é grande é conversa.
    O Paysandu é um time médio a nível nacional.

    Claro que tem que lutar pra ir a série A, mas estamos longe de ser um Napoli da Itália que é do Norte mas é um dos gigantes daquele país.

    Precisamos baixar nossa bola e as vezes aceitar que disputar uma série B não é tão ruim assim.

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  10. Olha o remo. Vem um caboco de fora, aí pra ganhar a amizade da torcida dispara, ” o remo é time grande”, que grande é esse que não disputa uma série B há 10 anos e não passa de uma primeira fase de copa do Brasil?
    Tem torcida? O Santa Cruz também tem e mesmo assim tá voltando pra série C.

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  11. Creditar as desventuras azulinas exclusivamente à conduta malandra do Eduardo Ramos é logicamente uma impropriedade.

    Afinal, não foi ele que demoliu o Baenão, não foi ele quem não adotou as medidas para evitar que bandidos roubassem quase meio milhão do Clube, não foi ele quem não pagou os compromissos do Clube mesmo a torcida tendo gerado meios financeiros para tal, seja nas bilheterias, seja na aquisição em massa dos caríssimos produtos do Clube. Não foi ele quem contratou treinadores, gerentes, agentes e jogadores, em grande parte, indignos do Clube do Remo. Não foi ele quem usou o Clube para alcançar objetivos pessoais e tentar alcançar objetivos políticos.

    Deveras, o Eduardo Ramos nao tem culpa de nada disso. Aliás, a própria vinda dele ao Clube foi produto de um desvario da gestão da época, o qual no frigir dos ovos parece ter representado mais perdas do que ganhos.

    Mas, é preciso ter presente que ele merece cada molécula da enorme insatisfação da torcida para com ele. Pois, no campo, nada obstante tenha participado com algum destaque das parcas conquistas do Clube no período, ele mais se acomodou e desagregou o time do que efetivamente jogou futebol.
    E o torcedor, embora até considere compreensível que aquele que não recebe seu salário fica suscetível a comportamentos antiprofissionais, não cria empatia com aquele que não se empenha nos jogos e não produz aquilo que tem potencial para produzir. E ele não se empenhou e não produziu.

    Daí que mesmo sendo um bom jogador o Eduardo Ramos não adquiriu a condição de ídolo capaz de gerar uma reação mais calorosa do torcedor. Os hábitos extra campo que ele cultiva seriam absolutamente deixados de lado se em campo ele fosse mais constante no empenho pelo Clube, mesmo que o Remo não tivesse ganho nada com ele em campo. Mas, ele foi inconstante, inconstante demais.

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  12. Ufa!Ufa! Ufa!, Enfim tão esperada permanência. Ontem após o jogo não pude postar nada porque estava comemorando e bebemorando rsrsrsrsr a permanência do Papão na segundona do jeito que prometi. E comemorei como se fosse uma espécie de subida da C para a B porque não estava fácil, o time claudicou muito e mostrou muita instabilidade nesta competição. Eu disse que o Papão não caia, mas serie sufoco até o final. Acertei. Agora na tranquilidade da permanência espero o seguinte: Que o time não relaxe mais, pois ainda tem 2 jogos em casa que podem levar a uma posição honrosa nesta B que vale pontos para o ranking. da diretoria espero que não erre tanto na montagem do plantel em 2018 porque pode não ter a sorte que teve este ano para não ser rebaixado. Por falar em plantel 2018, eu fiz uma comparação com o plantel bicolor de 2017 com o de 2015 que fez grande campanha, 7º lugar , faltou 3 pontos para subir e cheguei à conclusão que por mais incrível que pareça, esse plantel de 2017 pode -se visualizar uma boa base , espinha dorsal do time para 2018 , bem diferente de 2015 onde o time fez boa campanha, mas não visualizei muito atleta que pudesse forma a base forte para o Papão em 2016. Neste plantel de 2017 os Goleiros Marcão e Emerson ainda podem render muito. na zaga Diego Ivo muito bem e Perema se for mais preparado para ter a tranquilidade e o bom passe que tinha um Belterra, o Papão estará muito bem servido na zaga. No meio campo o Papão poderá aproveitar uns 4 principalmente R Andrade e a grata surpresa Fábio Matos. E no ataque Bérgson e Caion já provaram que podem formar uma dupla de goleadores dos sonhos. mas tudo isso são previsões. vários desses aprovados em 2017 não ficarão por algum motivo. É mais fácil ficar quem não rendeu. O certo é que se esses indicados pelo menos na maioria ficarem para 2018. o Paysandu poderá finalmente sonhar com série A.

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  13. Observava a série B deste ano e por apresentar times de qualidade pior que o Bicolor tinha uma certa segurança de não queda para a terceira divisão.
    Mas, graças a instabilidade do time, tive momentos de dúvidas em pensar que o Paysandu poderia ser pior que os piores.
    Passada a agonia de lutar em se manter na B é imprescindível analisar o que não deu certo e por que não deu certo.
    Na minha opinião, diferente de alguns amigos, é que subir neste ano ainda seria prematuro dado o grau de dificuldade da série A além do enorme vácuo de investimento financeiro entre os clubes do Sul e Sudeste, até mesmo os do Nordeste, em relação a esmola que é oferecida ao que seria o único representante do Norte do país.
    São poucos os nomes que se destacam para continuar em 2018, creio que muita gente que fez um bom trabalho no passado bicolor está na hora de seguir outro caminho.
    Espero que se o planejamento de estar na elite em 2019 seja realizado com pés no chão e com nomes de atletas jovens e com vontade de vencer. Medalhões ou jogadores de extensa folha por outros clubes, na minha opinião, não são bem vindos, as experiências anteriores nos mostraram o quão nefasto estes são quando no meio de jovens que valores que ainda acreditam no futuro.

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