De peixe em peixe…

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POR GERSON NOGUEIRA

O Papão parece estar mesmo predestinado a enfrentar peixes neste começo de temporada. Na Copa Verde, acaba de superar o Peixe da Amazônia, valoroso representante amapaense. Passou, mas não sem sacrifício. Teve dificuldades no primeiro jogo, em S. Luís, e chegou a estar perdendo no confronto realizado em Belém. Com muito esforço e bom rendimento de algumas peças, acabou conquistando a vitória e a classificação para a final do torneio.

Nem bem superou o obstáculo regional, o Papão recebe a notícia de que terá outro peixe como oponente nas oitavas de final da Copa do Brasil. Desta vez, não será mais o genérico, mas o Santos original, dono de rica história e berço do Rei Pelé. O sorteio que definiu os cruzamentos foi realizado ontem, na CBF.

Para quem teve surrupiado o direito de disputar a Sul-Americana, pela conquista do título da Copa Verde em 2016, encarar a etapa mais qualificada da Copa do Brasil é um prêmio de consolação que dependendo das circunstâncias periga virar castigo. Venho afirmando isso desde que a CBF malandramente tomou do Papão o acesso à Sul-Americana, previsto no regulamento da CV até a edição passada.

A disputa com o Santos não será tranquila. Em situação normal, com o time que vem sendo utilizado na temporada, o Papão terá sérios problemas para superar o Peixe. A diferença técnica é óbvia. O clube paulista disputa a Libertadores e conta com um elenco qualificado, alinhando atletas do nível de Lucas Lima e Ricardo Oliveira.

Não é uma esquadra invencível, mas certamente entrará neste duelo como favorito. E é justamente o favoritismo santista que pode vir a aumentar as chances do Papão, que se apresenta como um franco-atirador, sem ter nada a perder. A obrigação de se classificar é toda do Santos.

Por outro lado, jogar a primeira partida na Vila Belmiro não favorece o Papão. O sorteio dos mandos realizado também ontem cria uma situação mais adversa para o representante paraense, principalmente do ponto de vista financeiro. Em caso de resultado vantajoso para o Santos, a expectativa pelo confronto em Belém diminuirá sensivelmente.

De toda maneira, a sorte está lançada e caberá ao Papão de Chamusca fazer a melhor participação possível, até mesmo para valorizar o prêmio de consolação criado pela CBF para compensar a exclusão da Sul-Americana.

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Recado de um conselheiro azulino para Josué Teixeira

A coluna abre espaço para uma mensagem enviada pelo amigo Ronaldo Passarinho, um dos mais atuantes baluartes deste espaço e grande benemérito do Clube do Remo.

“Como um dos sócios mais antigos do Remo, tendo participado intensamente da vida de meu amado clube, agradeço ao espaço a mim dado pelo jornalista Gerson Nogueira para dizer-lhe do meu sentimento em relação ao que se passa no clube, agora. Considero que a sua presença como treinador do Remo é extremamente benéfica para os verdadeiros remistas. O que é mais importante na nossa gloriosa História é a salvação de seu patrimônio, criminosamente dilapidado por recentes ‘administrações irresponsáveis’ que estão a nos levar a terríveis dificuldades financeiras. Basta dizer que todos os nossos patrocínios estão bloqueados.

Com a destruição do Baenão somos obrigados a jogar no Mangueirão pagando taxas altíssimas. E a situação só não está pior pois graças ao Ricardo Ribeiro, temos um departamento médico moderno a gerar grande economia para nosso clube. Louvo, Josué, o seu esforço de formar um time modesto, sem estrelas e no geral, jovem, Muitos vieram de nossa base e não tiverem nenhuma oportunidade com ‘técnicos’ muitas vezes empresários, formando plantéis caríssimos sem qualquer retorno para nós. Quanto a contratações equivocadas que foram feitas, aprendi uma lição com o grande treinador Joubert Meira: ‘só não erra em futebol quem não contrata’. Por fim, parabéns pela coragem de trabalhar com jovens.

As estrelas que vieram para o Remo só nos levaram a Justiça do Trabalho a aumentar a nossa colossal dívida. Peço-lhe apenas que os reforços para a disputa da Série C sejam pontuais. Aumente a sua fonte de consulta com quem quer servir ao Remo, e não dele se servir.

a) Ronaldo Passarinho, sócio do Clube do Remo, desde 1952.”

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 21)

9 comentários em “De peixe em peixe…

  1. O verdadeiro Santos teve a felicidade de pegar o Paysandu na pior formação tanso dentro quanto fora das quatro linhas. Eu não acredito na máxima de que contra os clubes Grandes certos times se agigantam por se aproximar o brasileirão. Diferente do Paysandu o Santos tem uma base forte e quando procura fora , encontra reforço de verdade é não eternos frequentadores de departamento médico.

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  2. Dr. Ronaldo, quando se manifesta, geralmente expõe de forma certeira o momento azulino. Esse é um verdadeiro torcedor apaixonado pelo clube, além de ter participado da diretoria em outras ocasiões, sempre desempenhando papel responsável, mesmo em situações críticas do clube.

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  3. Amigo Osvaldo Costa são por essas e outras afirmações que não consigo ficar aqui calado sem defender nos bastidores o MEU Paysandu soberano do Norte. Vc diz que não há nenhuma possibilidade do Paysandu diante do Santos. Aí eu te pergunto e quero resposta: Tu imaginavas ou pelo menos se passava na tua cabeça um milésimo de segundo o PAYSANDU DANDO UMA SURRA NO BOCA JUNIOR PELAS OITAVAS DE FINAL DE UMA LIBERTADORES DA AMÉRICA DENTRO DA MITOLÓGICA LABOMBONERA COM 63 MIL TORCEDORES DO BOCA DENTRO DO ESTÁDIO???? TU IMAGINAVAS UMA SURRA É TÍTULO DE NÍVEL DE PRIMEIRA DIVISÃO EM CIMA DO PODEROSO CRUZEIRO LÁ NO CEARÁ????? pois é, então acredita na força do poderoso Paysandu e sua Nação Bicolor.

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  4. Amigo Nelio, há uma abissal diferença entre a equipe de 2003 e a equipe do “professor” Chamusca. Em 2003, tínhamos um elenco de qualidade e um time entrosado. Hoje não temos nada disso, infelizmente.

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  5. Há anos bato na mesma tecla que o Dr. Ronaldo Passarinho, time caseiro, sem grandes custos, balanceado sem dar espaços para descontentamentos quanto a diferenças salariais. Quanto àquela minha projeção para o Remo de 2017 continuo firme em meu posicionamento, cumprimento de obrigação no paraense (se o título vier, legal, se não vier é vida que segue) o que vale é a formação do elenco, Copa do Brasil à qual já fomos eliminados era tentar fazer renda com o Corinthians (não aconteceu), Copa Verde era pra testar formações (não foi bem assim que aconteceu), e o foco é a série C, que o Remo faça contratações pontuais, nada de tiro no escuro, consiga um patrocinador para “sustentar” essas contratações e adianto, o Remo precisa de um lateral esquerdo experiente que tenha boa visão defensiva, um meia central que cadencie e distribua o jogo, um meia que seja exímio cobrador de faltas, e caso cogitem contratar um zagueiro, sugiro que olhe com muita atenção para o Jeferson do Santos-AP. No mais, o Remo não está mal servido de atacantes, tem dado azar com a maré de lesões.

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