Com as barbas de molho

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POR GERSON NOGUEIRA

Ficou abaixo das expectativas a estreia da dupla Re-Pa na Copa Verde. Em dois jogos realizados em Rio Branco (AC), os titãs do Pará roeram pupunha para escapar de derrotas para os modestos Galvez e Atlético Acreano. No sábado, o Papão (foto) se atrapalhou no primeiro tempo, correu alguns riscos e só melhorou na etapa final, quando desperdiçou três boas chances. O Remo, ontem, passou aperreio nos 45 minutos iniciais, sofreu um gol logo no começo do segundo tempo e precisou mudar de atitude para conseguir o empate e criar várias oportunidades nos 30 minutos finais.

Competições disputadas em sistema de mata-mata sempre oferecem riscos aos favoritos, mas a dupla Re-Pa abusou da sorte em gramados do Acre. Tanto bicolores quanto azulinos podiam ter sido mais objetivos e menos confusos na formulação de jogo.

Com times que ainda buscam obter maior entrosamento dentro do Campeonato Paraense, os técnicos Marcelo Chamusca e Josué Teixeira deveriam ter optado por uma proposta mais pragmática, com marcação firme no meio-campo e velocidade nas ações ofensivas.

Na verdade, abraçaram um receituário inverso ao que a situação exigia. Galvez e Atlético são equipes aplicadas, com pouca ou nenhuma organização de jogo, mas que se tornam perigosas quando têm espaço para impor correria. Aliás, como fazem os times interioranos do Parazão.

À distância, parece que Chamusca e Josué duvidaram do potencial de aguerrimento dos adversários. Quase caem do cavalo em função desse erro. O Papão iniciou a partida com uma distribuição confusa em campo, ora esticando demasiadamente as jogadas, ora insistindo nos passes curtos que facilitavam a marcação.

Ainda no primeiro tempo, o Galvez chegou com muito perigo em duas ocasiões, ao passo que o ataque paraense ameaçou somente uma vez, num lance desperdiçado por Alfredo. A movimentação mudou no 2º tempo, com os laterais avançando e permitindo uma chegada mais forte dos atacantes. Apesar disso, o meio-campo seguiu sendo o ponto mais vulnerável da equipe. Com o esquema de três volantes, a criatividade desaparece e compromete o trabalho do ataque.

Diogo Oliveira entrou nos finais, mas não produziu o suficiente para fazer com que o time tivesse mais facilidades junto à área do Galvez, que postou duas linhas de marcação e conseguiu segurar o empate sem gols.

Ontem, o Remo praticamente repetiu os erros do rival na véspera, errando passes em excesso e deixando a zaga sempre desprotegida. Léo Rosa não acertava nas tentativas de apoio ao ataque e Flamel era tímido no setor de criação. O Atlético foi mais presente e quase marcou, com o agressivo meia-atacante Polaco. Vinícius, goleiro do Leão, teve boa participação nesse momento da partida.

Josué substituiu Elizeu e o meia Max, advertidos com cartões amarelos, pelo meia-atacante Gabriel Lima e o atacante Jayme, tornan o time mais ofensivo. Mas, antes que a mexida se revelasse positiva, o Atlético chegou ao gol em lance confuso, que expôs a instabilidade defensiva do Remo.

Com o placar adverso, o time deixou a lentidão de lado, adotando uma postura mais destemida. Passou a atacar intensamente até chegar ao empate, em jogada de Edgar que Flamel complementou com a conhecida habilidade nos disparos de média distância.

Nos minutos seguintes, o Remo se deu ao luxo de perder seguidas chances, com Nano Krieger (3), Edgar, Jayme e Gabriel. Destaque para o goleiro Babau, responsável por defesas que evitaram a derrota do Atlético.

Leão e Papão têm tudo para garantir a classificação em casa, mas as atuações irregulares plantam muitas interrogações e angústias na cabeça do torcedor, principalmente do lado alviceleste.

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S. Francisco quebra o jejum e ganha sobrevida

Sem vencer nos primeiros cinco jogos pelo Parazão, o vice-campeão de 2016 finalmente conseguiu conquistar três pontos e abrir expectativas quanto a uma campanha de recuperação nas rodadas restantes. Bateu o Pinheirense, no Souza, ficando a dois pontos do Águia, o penúltimo da chave A2. Terá que confirmar a reação já no fim de semana, contra o Paragominas, na Arena Verde. Caso vença de novo, pode-se dizer que Walter Lima começa a operar um milagre franciscano no Estadual.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 06 – foto de SÉRGIO VALE-AC)

14 comentários em “Com as barbas de molho

  1. Leão e Papão tendem a imitar-se até nos desempenhos e resultados.
    Creio que o Remo ainda se saiu melhor. O AA parece ser melhor qualificado que o Galvez e 1 a 1 na casa do adversário ainda é melhor que 0 a 0.
    Mas precisam mudar de postura em casa.

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  2. Tomara que o golaço que marcou seja uma evidência de que o Flamel vai, mais rapidamente do que imaginamos, e no momento certo em que tanto o Mais Querido precisa, reencontrar seu grande futebol.

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  3. Atlético Acreano não é essa baba toda que a imprensa do Pará insiste em falar. Repito que esse time aplicou várias goleadas na Série D e por muito pouco não alcançou o acesso no ano passado. É um time perigoso, com bons valores. Agora que o Remo, mesmo todo desfalcado, poderia ter sido mais agressivo isso é verdade. No fim, achei o empate um bom resultado, em Belém temos tudo para se classificar.

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  4. Sinceramente o que vejo nos dois treinadores é a limitação existente em suas formações, o bicolor sempre esperando pela iniciativa do adversário mas esbarra em um time lento e acéfalo além de contar com lampejos de um ou outro atleta.
    Insisto que o maior erro da atual diretoria bicolor foi apostar em um treinador de terceira que não avançou tecnicamente no seu repertório, e repete o mesmo erro no time paraense.
    Torço por dias melhores mas fica difícil quando se conhece o trabalho do treinador e suas mancadas recorrentes.

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  5. Era pro Paysandu está em um nivel acima dos adversários
    Mas demonstra uma qualidade abaixo do esperado
    Por isso não ganhou do remo e nem do galvez

    É hora de desespero?
    Não!
    Mas é bom a diretoria se mexer

    Bruno Veiga dispensado
    Diogo oliveira preterido
    Djalma e atletas da base deixados de lado
    Enquanto isso o peladeiro do Simões é titular absoluto

    Vamos ficar atentos a essa possível panelinha desse chamusca

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  6. Lendo os comentários dos amigos Miguel e o Edson, só envidencia o preocupante desempenho dos rivais neste início de temporada, além, claro, o que foi posto na coluna do amigo, Gerson. Essa dificuldade toda ao enfrentar times sub-amadores do Acre, já demonstra a fragilidade de nossos clubes, principalmente pra quem almeja boa campanha no torneio nacional em vista, o que acredito ser a prioridade de ambos.

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  7. Não sei se Chamusca é de panelinhas, mas é flagrante sua preferência por Sobralense, em detrimento de Diogo Oliveira. A invencionice de três volantes sem meia de ligação começou justamente depois que o ex-jogador do Fortaleza foi pro estaleiro.
    Copa Verde e Parazinho não são, obviamente, parâmetros pra avaliar uma equipe que pretende voos mais altos. Trata-se de ver os que estão dando certo diante de desafios mais cascudos.
    Aqueles que não conseguem tirar boas notas nessas provas mais simples que procurem fazer recuperação em outro estabelecimento.

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  8. O Chamusca foi o pior técnico que o Paysandu contratou nos últimos anos. O camarada já está há algum tempo dirigindo o clube, e ainda não encontrou uma padrão tático mais elementar possível. Comparando com o ano passado ás contratações atuais foram bem melhores. É imperioso que se diga que o Diogo Oliveira foi o artífice da campanha do Brasil de Pelotas na série B, e aqui não consegue ter uma atuação minimamente discreta. Acho que na derrota para o Independente já era para a diretoria ter liberado o treineiro. Se duvidar…acho que ainda emplaca série B.

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  9. O ex-jogador Papelin radicado em Rio Branco/AC, que comentou pela Rádio Clube o jogo do último sábado, foi simples e objetivo ao avaliar o desempenho do time do Paysandú – pesado e lento !!.
    O pior é que a benevolente imprensa paraense ainda ilude a torcida, ao repercutir que o treinador bicolor tem duas opções de formação; com três volantes ou dois volantes + um armador. A primeira alternativa até recentemente era chamada de “retranca”, e a segunda só existe na prancheta do treinador, pois os pseudos armadores -Diogo Oliveira e Daniel Sobralense, ainda não disseram o que vieram fazer em Belém.

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  10. Aliás, digno do mais chinfrin idiota da objetividade que tirava Nelson Rodrigues do sério, o comentário do tal Papelin, que mesmo vendo o time pela primeira vez sentenciou, ‘pesado e lento’. E ainda lamentou que o Galvez não tenha ido pra cima e ganho o jogo.

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  11. Todo início de temporada é a mesma conversa furada dos dirigentes paraenses, mais especificamente os bicolores. Gostaria de ouvir a explicação sobre a não renovação de contrato com o Thiago Luís, e a consequente contratação de Sobralense e Diogo Oliveira. A primeira desculpa era a economia, pois o salário exigido pelo ex meia bicolor, extrapolaria o orçamento. Será se a soma dos salários desses dois jogadores, não era o que faltava para completar o valor pedido pelo meia dos gols bonitos ? Thiago está jogando, fazendo seus gols e ajudando o Goiás. Aqui no Paysandu, Sobralense está no chinelinho e Diogo no banco e sem oportunidades. Como sempre, nossos dirigentes preferiram um elenco inchado em detrimento de um elenco enxuto.

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