Polícia ainda sem pistas do assassino de blogueiro angolano em Abel Figueiredo

A Polícia do município de Abel Figueiredo, no Sudeste do Pará, continua sem pista do homem que matou o blogueiro angolano Walter Etna Durval, de 34 anos, na terça-feira passada. Ele foi morto a tiros por um pistoleiro que bateu à porta de sua casa. Quando abriu a porta para atender o desconhecido recebeu os disparos fatais, no rosto.. Walter Durval vivia no Brasil há três anos e era casado com uma brasileira, com quem teve duas filhas. A execução ocorreu na frente da mulher e das crianças.

15740754_10206098737027543_2615123071908379609_nO angolano mantinha um blog denominado “As últimas 24 horas”, e fazia muitas críticas aos políticos daquele município principalmente, Para acessar o blog o endereço é: http://ultimas24horas-u24h.tumblr.com/

A polícia abriu inquérito para apurar o caso e investiga a hipótese de crime de encomenda, mas ainda não tem pista do assassino.

O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal de Marabá, onde passou por perícia, e retornou para Abel Figueiredo,para ser velado na Câmara Municipal. O enterro foi à tarde desta quinta-feira, perante um grande número de populares, pois Walter era muito conhecido na cidade.

De acordo com o blog “O Folheto”, o angolano foi vítima de “racismo e intolerância”. “Mataram um dos principais representantes do diálogo e da democracia em Abel Figueiredo, mataram covardemente Walter Etna Duvall. Mataram covardemente porque não fazem diferente, porque não aceitam a crítica, porque insistem no racismo, porque só conhecem o “olho por olho e o dente por dente”.

“Mataram a boa política, o diálogo e tolerância. Mataram um sonhador, um “filodemos” (amigo do povo), alguém que defendia a identidade cultural. Alguma coisa tem que ser feita para quebrar a lógica miúda da intolerância. Justiça a Walter Etna Duvall… Justiça”, diz o blog.

Xenofobia? Racismo? Crime político? Fanatismo? Covardia? Categorias que evidencia uma situação política e existencial no Brasil: o coronelismo, a Lei de Talião, a ausência de diálogo, o acriticismo. “O Walter era um militante político comprometido. No começo do ano participou de reuniões e passeatas do MST, protestou diversas vezes contra a hipocrisia do impeachment da Dilma”,enfatiza O Folheto.

Segundo o blog, a vítima fez ácidas e profundas análises de conjuntura em relação ao mundo, ao Brasil, ao Pará e a Abel Figueiredo: tal fato incomodava muito em Abel Figueiredo. “Amante da língua portuguesa, defensor das raízes afro e da africanidade… Devoto na democracia, Walter era um angolano apaixonado pelo Pará! Justiça!”. (Com informações do blog Ver-O-Fato, do jornalista Carlos Mendes)

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