Dia: 21 de outubro de 2016
Eleições no Remo – vote em seu candidato
Junta financeira comanda o Brasil e impõe mudanças a toque de caixa
POR VLADIMIR SAFATLE
Semana passada, o dito “governo” resolveu apresentar à população seu plano de emergência econômica diante da propalada crise. Conhecido como PEC 241, o plano visa congelar os investimentos estatais nos próximos 20 anos, permitindo que eles sejam, no máximo, reajustados pela inflação do período.
Isso significa, entre outras coisas, que o nível do investimento em educação e saúde continuará no nível em que está, sendo que o nível atual já é resultado de forte retração que afeta de forma brutal hospitais públicos, universidades e escolas federais. Todos têm acompanhado a situação calamitosa dos nossos hospitais, os limites do SUS, os professores em greve por melhores condições de trabalho. Ela se perpetuará.
Para apresentar o novo horizonte de espoliação e brutalidade social, o dito “governo” colocou em marcha seu aparato de propaganda. Ao anunciar as medidas, foi convocado um representante de quem verdadeiramente comanda o país, a saber, um banqueiro, o senhor Meirelles.
Entrará para a história o fato de que uma das mais impressionantes medidas econômicas das últimas décadas, uma que simplesmente retira do Congresso a possibilidade de realmente discutir o orçamento, que restringe o poder de representantes eleitos em aumentar investimentos do Estado, que os transforma em peças decorativas de uma pantomima de democracia, foi anunciada não pelo pretenso presidente da República, mas por um banqueiro.
Este dado não é anódino. Ele simplesmente demonstra que Michel Temer não existe. Não é por acaso que ele não aparece na televisão e some em dia de eleição, indo votar no raiar do sol. Quem realmente comanda o Brasil atualmente é uma junta financeira que impõe seus ditames a toque de caixa usando, como álibi, a ideia de uma “crise” a destruir o Brasil devido ao descontrole dos gastos públicos.
O script é literalmente o mesmo aplicado em todos os países europeus com resultados catastróficos. No entanto, há de se reconhecer que ele tem o seu quinhão de verdade.
De fato, há um descalabro nos gastos públicos, mas certamente ele não vem dos investimentos parcos em educação, saúde, assistência social, cultura etc. Por exemplo, segundo dados da OCDE, o Brasil gasta 3.000 dólares por aluno do ensino básico, enquanto os outros países da OCDE – a maioria europeus e da América do Norte, entre outros – gastam, em média, 8.200 dólares.
A situação piorará nos próximos 20 anos, já que os gastos continuarão no mesmo padrão enquanto a população aumentará e envelhecerá, exigindo mais gastos em saúde.
Na verdade, os gastos absurdos do governo não são com você, nem com os mais pobres, mas com o próprio sistema financeiro, que se apropria do dinheiro público por meio de juros e amortização da dívida pública, e lucra de forma exorbitante devido à taxa de juros brasileira. Uma dívida nunca auditada, resultante em larga medida da estatização de dívidas de entes privados.
Por incrível que pareça (mas que deveria ser realmente sublinhado), o plano econômico do governo não prevê limitação do dinheiro gasto com a dívida pública. Ou seja, fechar escolas e sucatear hospitais é sinal de “responsabilidade”, “austeridade”, prova que recuperamos a “confiança”; limitar os lucros dos bancos com títulos do Estado é impensável, irresponsável, aventureiro. Isso demonstra claramente que o objetivo da PEC não é o equilíbrio fiscal, mas a garantia do rendimento da classe rentista que comanda o país.
Como se trata de ser o mais primário possível, o dito “governo” e sua junta financeira comparam a economia nacional a uma casa onde temos que cortar gastos quando somos “irresponsáveis”. Mas já que a metáfora primária está a circular, que tal começar por se perguntar que gastos estão realmente destruindo o “equilíbrio” da casa? Por que a casa não pede mais dinheiro para aquele pessoal ocioso que mora nos quartos maiores e nunca contribui com nada?
Ou seja, já que estamos em crise, que tal exigir que donos de jatos, helicópteros e iates paguem IPVA, que igrejas paguem IPTU, que grandes fortunas paguem imposto, que bancos com lucros exorbitantes tenham limitações de ganho, que aqueles que mais movimentam contas bancárias paguem CPMF?
É claro que nada disso será feito, pois o Brasil não tem mais governo, não tem mais presidente e tem uma democracia de fachada. O que o Brasil tem atualmente é um regime de exceção econômica comandado por uma junta financeira. (Transcrito da Folha de SP)
Remo garante a permanência de joia da base
Em vias de perder mais uma joia de sua categoria de base para um clube da Série A, a diretoria do Remo conseguiu firmar acordo com o atacante Amaury, do sub-17 do Leão, impedindo que se transferisse para o Atlético-PR. Segundo o presidente André Cavalcante, Amaury é tratado no Evandro Almeida como grande aposta para os próximos anos.
“O atleta vai assinar um contrato com o Clube do Remo para que possamos garantir que esse jogador, que é tratado como joia da nossa base, renda frutos para o Remo no futuro. Uma pessoa fez a proposta para levar o Amaury para o Atlético (PR), mas conversei com a mãe do atleta, conversei com ele e disse que o Remo tem planos para ele. Propus a confecção de um contrato, eles aceitaram e desistiram de ir para o Atlético (PR). Agora, quem quiser o Amaury vai ter que vir conversar com o Clube do Remo, pois ele tem uma multa rescisória agora”, disse André. (Com informações de O Futebolista)
Belém e a breguice das ‘elites’
POR VLADIMIR CUNHA (*), no Facebook
A tal da elite belenense só vai virar a chavinha da breguice quando sacar uns lances.
Primeiro que não existe lugar de rico em Belém. O que existe são lugares de classe média/classe média alta com preços mais ou menos salgados. Nada proibitivo para quem estiver afim de frequentar.
Vegas, El Patrón, barracas de Salinas…são casas normais que em qualquer lugar do mundo não seriam sinônimos nem de sofisticação nem riqueza. Lugares medianamente caros com iluminação indireta, blindex e ar-condicionado. Numa cidade pobre e avacalhada como Belém até passam como algo elitizado. Mas não são, assim, um Lutece ou o La Côte Basque, saca?
Para o norte-americano realmente de elite – do upstate New York, dos Hamptons, do Upper East Side ou da Ivy League – Las Vegas é uma cidade que representa um extrato social ao qual ele não quer ser relacionado.
E dá pra ir também. Como quase todo mundo da “elite” de Belém vai: parcelado no cartão, na classe econômica. Se bobear é mais barato que ir pro Rio.
SUV não é status social. É só um carro grandão, caro que as pessoas financiam em dezenas de meses porque não têm grana pra pagar à vista. Como dizem nos Estados Unidos: Selfish, Uncool and Vain. E quando a prestação do apartamento atrasa é a primeira coisa que eles correm pra devolver na loja. É sério. Pergunta pra qualquer dono de concessionária de novos ou usados a quantidade de SUVs e carros de luxo devolvidos entre agosto e setembro, quando a charlação “no Sal” acaba e o cabra se liga que ele não vai poder pagar aquela porra.
Só tô dizendo isso pra galera parar com esse papo de que a gente reclama das filas duplas e dos carros nas calçadas e praças no entorno desses lugares porque tem inveja. A gente não tem não. De verdade. E eu até acho que cada um tem o direito de se divertir como quiser. Seja em um show de black metal ou num bar de playboy. O que rola é que a gente se irrita porque quer andar na calçada sem ter uns monstrengos barrando a passagem, dirigir sem fila tripla na rua e andar de bicicleta sem se desviar de playboy covarde que se acha o pica das galáxias porque ganhou um carro de cem mil do papai (também financiado em um caralhal de meses, mas essa parte eles nunca contam).
Na real, boa parte dos meus amigos “malucos”, “maconheiros” e “underground” ganha até mais do que essa galera da ostentação. A diferença é que a gente não liga pra essas coisas e não está acostumado a medir as pessoas pela marca da roupa ou pelo tamanho do carro.
Capa do Bola – sexta-feira, 21
Rock na madrugada – Wilco, Impossible Germany
Pesquisa CNT aponta imagem de parcialidade da Lava Jato
Um pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada nesta quinta-feira (20) aponta que 39,6% dos brasileiros acredita que a Operação Lava Jato traz benefícios para o Brasil, mas que está sendo conduzida de maneira parcial.
A pesquisa traz um termômetro da maneira como os brasileiros estão enxergando o momento político atual sob vários aspectos. O índice de desaprovação do presidente Michel Temer é superior ao da sua aprovação. Segundo os dados apresentados, 51,4% dos entrevistados não aprovam o governo atual.
Em comparação com o governo de Dilma Rousseff, 40,5% das pessoas acham os dois presidentes iguais e outras 28,1% acham o governo de Temer pior que o da ex-presidenta.
O levantamento também mostra a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na intenção de voto para eleição presidencial de 2018, tanto na intenção espontânea quanto na intenção de voto estimulada nos cenários para o primeiro turno.
No cenário 1, em que a pesquisa apresentou aos entrevistados como candidatos Lula, Aécio, Marina Silva, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Temer, Lula aparece em primeiro, com 24,8% das intenções de voto, seguido por Aécio Neves, com 15,7% e Marina Silva, com 13,3%.
Em um cenário 2, com Lula, Marina, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Temer, novamente Lula aparece em primeiro, com 25,3% das intenções de voto, seguido por Marina, com 14% e Alckmin, com 13,4%.
No terceiro cenário, que teria como candidatos Lula, Aécio, Marina, Bolsonaro, o petista, mais uma vez, ficou na liderança. O ex-presidente da República teria 27,6%, seguido por Aécio, com 18,9%, Marina com 16,5% e Bolsonaro com 7,9%.