Dia: 10 de outubro de 2016
Defensores federais protestam contra PEC 241
A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais – ANADEF vem a público repudiar a Proposta de Emenda Constitucional 241 que institui um teto para o gasto público federal. Caso seja aprovada, a PEC reduzirá os gastos federais em educação, saúde e em programas sociais relevantes, representando um retrocesso na redução da desigualdade social no Brasil. Para a ANADEF, isso é uma afronta aos direitos e garantias Constitucionais do cidadão, em especial da população carente, que necessita desses serviços.
A proposta compromete e limita a atuação da Defensoria Pública da União, pois vai na contramão da garantia ao acesso à Justiça pela população de baixa renda. Na eventualidade da aprovação, a PEC impedirá os avanços estabelecidos pela Emenda Constitucional 80, de 2014. A EC 80 conferiu à DPU um novo perfil Constitucional, assegurando a presença de defensores públicos em todas as unidades jurisdicionais do país no prazo de 8 anos (Artigo 98). Em um quadro de restrição, não haverá a garantia da interiorização, do aperfeiçoamento e do avanço da atuação da DPU, que hoje está presente apenas nas capitais.
O projeto colabora para o iminente sucateamento da Defensoria Pública da União, já que a carreira passará por um esvaziamento: dos 620 defensores públicos federais em atuação no país, cerca de 60 devem deixar a DPU até o final do ano motivados pela falta de estrutura e investimentos no órgão.
Ao provocar forte redução dos gastos governamentais em programas para melhoria da qualidade de vida da população, a PEC 241afronta direitos e garantias do cidadão, ferindo princípios garantidos pela Constituição Federal. A ANADEF reforça seu posicionamento contra essa medida exatamente pelo caráter de retrocesso que ela embute, repassando para as parcelas menos desfavorecidas da população a pesada conta do ajuste fiscal do orçamento federal.
Boliviano carniceiro critica “arrogância de Neymar”
Yasmani Duk não é mesmo um dos maiores fãs de Neymar. O boliviano foi o responsável por abrir um corte no rosto do brasileiro na última quinta-feira e, dias depois, apareceu para se explicar e para mandar um recado ao atacante. “Para ser o melhor jogador do mundo, precisa deixar de ser arrogante e respeitar os rivais”, disse Duk.
O lance em questão aconteceu no segundo tempo, já com a vitória brasileira para lá de decretada. Neymar tentou um drible para cima de Duk, que até viu a bola passar, mas não deixou que o brasileiro passasse. Ele levantou o cotovelo e parou a jogada. Apesar das críticas, o boliviano garante: não teve a intenção de machucar o rival.
“Neymar estava tentando driblar todos no jogo, mas minha intenção foi apenas cortar a jogada, como se deve fazer no futebol. Todo mundo sabe que esse esporte é assim mesmo. Já me quebraram o nariz e eu não disse nada. O futebol é um esporte de contato. Vou em direção a bola porque já havia lido a jogada. Ele queria me dar um rolinho, então abri o braço. Não me dei conta da cotovelada, nunca fui mal-intencionado, mas lamentavelmente foi assim que aconteceu”, disse.
As críticas pelos dribles e as pancadas não são nenhuma novidade na carreira de Neymar. Na Espanha, o brasileiro costuma ver vários rivais se dizendo desrespeitados. (Via ESPN)
Pequeno exige vaga na Libertadores por regulamento, mas já teme favorecimento aos grandes
POR LEONARDO BERTOZZI, na ESPN
O aumento de vagas na Copa Libertadores a cerca de três meses do início do torneio gerou indefinições. Se no Brasil o pronunciamento da CBF foi imediato, confirmando que os dois novos lugares seriam distribuídos no campeonato, nos outros países beneficiados ainda não há confirmação sobre o modelo de classificação.
Na Argentina, o pequeno Atlético Tucumán espera ficar com a sexta vaga destinada ao país. O clube baseia-se no regulamento do campeonato de 2016, disputado no primeiro semestre, para cobrar da AFA o reconhecimento deste direito. Foi apenas a segunda participação da história da equipe, fundada em 1902, na primeira divisão do futebol argentino.
O campeonato foi disputado em dois grupos, com os vencedores se enfrentando na final. O Lanús venceu o San Lorenzo, ficando com o troféu.
Estudiantes e Godoy Cruz, segundos colocados, levaram as outras vagas. Eles chegaram a jogar um play-off, com vitória do Estudiantes, para definir de quem seria a prioridade da vaga caso um argentino vencesse a Copa Sul-Americana, o que, pelo regulamento antigo da Libertadores, tiraria uma das vagas locais. Como o San Lorenzo, único argentino vivo na Sul-Americana, já está classificado, o Godoy Cruz também se garantiu. Também jogará a Libertadores o vencedor da Copa Argentina.
O regulamento já previa a possibilidade de abertura de uma sexta vaga, na hipótese de um clube argentino conquistar a Libertadores. É neste item que o Atlético Tucumán baseia sua demanda. Esta vaga iria para o melhor dos terceiros colocados. ‘El Decano’, como é conhecido o clube por ter sido pioneiro em sua província, fez mais pontos que o Independiente, terceiro da outra chave.
Na última sexta-feira, os torcedores protestaram na Plaza Independencia, em Tucumán, e na sede da AFA. Existe o temor de que a falta de peso do clube faça com que a federação ignore o que estava previsto no regulamento e favoreça os grandes clubes do país – por exemplo, dando a vaga ao vice-campeão da Copa Argentina. Hoje, a competição eliminatória é a única possibilidade de classificação de Boca Juniors e River Plate, que estão em lados diferentes da chave e podem fazer a final.
Há quem defenda ainda uma partida extra entre Atlético Tucumán e Independiente, o que daria uma nova chance a outro dos grandes. Outra possibilidade de assignação política deste posto é entregá-lo ao melhor argentino da Libertadores 2016 (o Boca). Vale lembrar ainda que, com o vencedor da Sul-Americana passando a ter vaga direta e independente das outras vagas do país, um título do San Lorenzo geraria mais uma hipótese de classificação pelos torneios locais.
Será que haveria tanta demora na definição se o regulamento beneficiasse um dos gigantes do país?
Enquanto isso, no festim golpista…
Urnas rejeitam 90% dos candidatos comunicadores
Apesar de o jornalista Jorge Kajuru ter sido eleito o vereador mais bem votado em termos proporcionais e o apresentador de TV João Doria Jr ter faturado a prefeitura de São Paulo com 54% dos votos válidos, as eleições municipais realizadas no domingo, 2, não foram animadoras para a maioria dos profissionais da comunicação que se lançaram como candidatos. Somando os políticos que registraram suas ocupações como jornalista e radialista, apenas 10,2% conquistaram sucesso nas urnas. Os outros 89,8% foram rejeitados pelo eleitorado ou ganharam status de “suplentes”.
Dos 1.256 candidatos que se inscreveram como “jornalista e redator” e estavam aptos a disputar o pleito deste ano, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 20 de setembro, 134 foram eleitos, o que representa 10,6%. Dos que tiveram a preferência do público que votou no último fim de semana, 123 vão assumir cadeiras em Câmaras municipais espalhadas por 23 estados – apenas Acre, Alagoas e Rondônia não tiveram nenhum jornalista eleito. São Paulo foi a unidade federativa que mais teve jornalistas/redatores conquistando o direito de legislar, com 32 no geral.
Além dos comunicadores que obtiveram êxito na vereança, 11 jornalistas foram eleitos prefeitos no primeiro turno. São Paulo figura como o maior responsável por levar políticos com tal ocupação ao posto máximo do poder Executivo municipal, já que cinco cidades do estado passarão a ser comandadas por jornalistas a partir de janeiro de 2017: Guararema (Adriano de Toledo Leite/PR), Itapetininga (Simone Marquetto/PMDB), Jaú (Rafael Agostini/PSB), Ourinhos (Lucas Pocay/PSD) e Pirapora do Bom Jesus (Raul Bueno/PTB).
Dos políticos registrados no TSE como “locutor e comentarista de rádio e televisão e radialista”, 10 foram eleitos para assumirem prefeituras. Neste caso, o estado com maior representatividade é o Rio Grande do Sul, que terá comunicadores à frente de quatro municípios: Ametista do Sul (Gilmar da Silva/PDT), Cacequi (Franco Fonseca/PTB), Marau (Iura Kurtz/PMDB) e São José do Ouro (Antonio Biachin/PMDB). O Paraná aparece na segunda colocação, levando ao Executivo dois locutores/radialistas: Arapongas (Sergio Onofre/PSD) e Laranjeiras do Sul (Berto Silva/PSD).
Para a vereança, 137 locutores/radialistas foram eleitos, o que representa 9,8% dos que estavam com candidaturas aptas. Em comparação com os jornalistas que conquistaram mandatos, menos estados foram representados, 20 – lembrando que o Distrito Federal não conta com eleições municipais. Não elegeram nem ao menos um político com tal ocupação duas das três unidades federativas que barraram todos os jornalistas – Acre e Alagoas -, além de Amapá, Roraima e Sergipe. São Paulo novamente aparece como o estado com mais representantes, com 23 no total, seguido de Minas Gerais (com 22), Rio Grande do Sul (16), Paraná e Bahia e (9 cada).
Por partido
O PMDB foi a legenda que mais elegeu jornalistas, 18 no total. Na sequência, aparecem PP e PSB (13 cada), PSDB (11) e PDT e PTB (10). Na parte de “locutores e radialistas”, o partido do presidente Michel Temer perde a dianteira para o PDT, já que os democratas-trabalhistas fizeram 13 comunicadores eleitos; na ordem das organizações partidárias na categoria estão DEM, PP, PSD e PSDB (com 12) e PMDB (10). No geral (somando jornalistas e radialistas), o PT conseguiu eleger nove candidatos, sendo todos para o posto de vereador.
Palmeiras vence e mantém a liderança
Fogão derruba Figueira e já mira no G6
Juventude conquista o acesso dentro do Castelão
Valeu pelo resultado
POR GERSON NOGUEIRA
O planejamento foi cumprido à risca. O Papão foi a Santa Catarina para não perder. Um pontinho seria bem-vindo, pois manteria o time distanciado da zona do rebaixamento e mais perto do bloco que sonha com o acesso. É um objetivo modesto para quem tinha voos mais altos na disputa, mas deve-se levar em conta as peculiaridades da campanha.
No começo, o Papão era tido e havido como um dos times que iriam brigar para subir. A diretoria estipulou premiação de R$ 3 milhões pelo acesso. Ocorre que os tropeços iniciais e a fase de empates com Gilmar Dal Pozzo comprometeram a caminhada, inviabilizando as aspirações de acesso.
A partir do returno do campeonato, o foco mudou. A meta passou a ser a de permanecer na Série B e terminar a competição sem sobressaltos. Este objetivo vem sendo perseguido e, nas últimas quatro rodadas, em 12 pontos disputados, sete foram conquistados, permitindo ampliar o fosso de segurança em relação à zona da degola.
Quando pisou o gramado da Arena Joinville, o Papão sabia que o empate seria ótimo resultado e se conformou com isso. Terminou esquecendo de buscar a vitória, ainda que o adversário apresentasse fraquezas que poderiam ter sido exploradas.
Vanderlei Luxemburgo, nos tempos em que sabia montar times e ainda construía frases razoavelmente boas, disse que o medo de ganhar tira a vontade de vencer. É possível que estivesse copiando alguém, mas o conceito é interessante e se aplica ao Papão que encarou o JEC no sábado.
Acautelado, evitando se expor, o time se comportou como um visitante bem educado, às vezes acanhado demais. O ataque bicolor só se fez notar em duas situações, ambas com Tiago Luís – cobrando falta com perigo e finalizando para as redes em situação de impedimento.
Por sorte, o time da casa confirmou plenamente o motivo de estar brigando na parte inferior da tabela. Correu muito, quase sempre a esmo. Tentou as jogadas de bola aérea, mas mostrou deficiências sérias na transição e um ataque pouco inspirado, que desperdiçou pelo menos três claras oportunidades de gol. A maior delas já na parte derradeira do jogo quando Fernando Viana mandou a bola na trave, depois de rebote do goleiro Emerson.
A essa altura, o empate já soava como lucro para os bicolores, pois o JEC deu uma pressão final e quase chegou ao gol, mesmo sem qualquer organização tática.
O fato é que, aparentando cansaço, principalmente por parte de Leandro Cearense e Jonathan, o Papão foi um arremedo do time aplicado e ágil dos confrontos contra Bragantino e Vasco.
Na maior parte do tempo, Dado preferiu se defender com até oito jogadores a se expor em manobras ofensivas. Ousadia passou longe dos planos do técnico na partida de sábado. O JEC até facilitava com uma marcação frágil no centro da área, cedendo muitos espaços e abrindo um corredor pelo lado direito da defesa.
Quando Leandro Cearense foi substituído no segundo tempo, por Mailson, ficou evidenciada a proposta conservadora, que no fim das contas levou à conquista de um ponto. Para quem há várias rodadas não pontuava fora de casa, o resultado foi bem recebido, mas o baixo rendimento do time quando joga longe de Belém é algo que gera preocupações.
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Direto do blog
“A atual diretoria demonstra ter um afeto extracampo por Dado Cavalcanti, porém a longa exposição diante de diversas situações vividas pelo clube expôs as limitações do simpático treinador. Como a simpatia, em uma relação passional como o futebol, transforma-se em um piscar de olhos se em ódio, é bom que a diretoria pense bastante antes de decidir.
Pra não ficar em cima do muro, minha opinião é que precisamos, desde o início da temporada, de um treinador com o perfil de Gilmar Dal Pozzo, fazendo com que os jogadores se adaptem desde cedo à dureza de um calendário que, além da disputadíssima Série B, contando provavelmente com um ex-campeão da Série A, terá uma disputa duríssima na Sul-Americana, com a obrigação de fazer bonito, dado o recall da participação na Libertadores. Enfim, é hora de mais profissionalismo e menos estrelismo.”
Jorge Paz Amorim, descontente que a produção do Papão e já sugerindo mudanças para 2017
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Série C: Fortaleza confirma o tabu negativo
A cábula que ronda o Fortaleza há quatro anos já é digna de um estudo psicológico mais aprofundado. O time parece entrar nas decisões sob o peso dos fiascos anteriores. Contra o bom time do Juventude, empatou e perdeu a vaga diante de quase 65 mil pessoas na Arena Castelão.
ABC, Boa Esporte e Guarani foram os outros classificados, todos com inteira justiça. Para o Remo, restou o consolo de ver seus algozes ASA e Botafogo-PB alijados da Segundona. O Bota, em particular, pelo deboche de seus dirigentes em relação ao recurso apresentado pelo Leão.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 10)