Copa América já tem sua musa chilena

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Daniella Chavez é a torcedora número 1 da seleção chilena na Copa América Centenário. Pelos seus muitos atributos, a moça tem aparecido mais na mídia até do que Vidal e Vargas. Em primeira mão para os baluartes, o blog – sempre atento às boas causas – apresenta aqui um ligeiro currículo da beldade nascida na terra do poeta do amor, Pablo Neruda.

Dani tem predicados, sem dúvida.

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Durante a Copa América 2016, a gata postou fotos no Instagram incentivando a seleção chilena e comemorou a classificação da equipe para a final da competição.

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Fernando Pessoa sai em defesa de Getterson

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“O homem é do tamanho do seu sonho” (F. Pessoa)

POR RICARDO FLAITT, no LANCE

Ao mesmo tempo em que as redes sociais democratizaram os canais de comunicação, complexas e contraditórias, assim como se constituem os seres humanos, revelaram também o que há de melhor e pior na sociedade.

A corda da liberdade concedida pelo mundo virtual transformou-se, em muitos casos, no cadafalso para que as pessoas fossem condenadas por um tribunal inquisitorial virtual imenso, formado por milhões. Neste ponto, intrigante, o comportamento humano faz convergir dois tempos da história: a Idade Média, que queimava as pessoas em praças públicas; e o contemporâneo, que queima pessoas em redes públicas.

Getterson, jogador contratado pelo São Paulo, é a mais nova vítima do Tribunal da Inquisição Virtual. Foi julgado e condenado por ter, no passado, postado twitters exaltando o Corinthians, rival do São Paulo.

Não se julgou se o rapaz realmente joga bem, se realmente tem capacidade para compor o elenco do São Paulo. Getterson foi condenado por, no país do futebol(?), ter um time de coração.

Talvez ainda mais cruel que dispensá-lo pelas postagens nas redes sociais foi aniquilar o sonho de uma vida. Coloquemo-nos em alguns momentos no lugar de Getterson: você é jogador de futebol, vem de origem simples, luta como todo trabalhador para ter um futuro decente, a oportunidade de jogar em um grande clube aparece, seu coração palpita, o sonho ganha traços de realidade, e tudo cai por terra devido a besteiras de conversas de boteco, brincadeiras que fazer parte do futebol…

Com isso, o mundo real sucumbiu ao mundo virtual. A idiotice venceu o bom senso e o discernimento. Sem exageros, a atitude da diretoria do São Paulo contra o rapaz, contradiz toda a pantomima quando se posicionam pela paz no futebol.

O rapaz foi demitido por torcer pelo Corinthians e ter se referido ao São Paulo como “bambi”, apelido que a torcida não gosta, mas é justamente por isso que TODOS zoam. E a zoeira faz parte do futebol.

A diretoria do São Paulo deveria, em gesto nobre, rever a atitude infundada, e dar a oportunidade a Getterson, evitando que se arruíne a vida do rapaz. Que a famosa referência no São Paulo, dos “cardeais”, sejam pela grandeza e não por uma postura inquisitorial.

Ao contrário daqueles que se deixaram influenciar pelos inquisidores virtuais, digna foi a postura de Bauza, que teve a coragem de dizer, nas tribunas das ensaiadas coletivas, que tudo isso era uma grande besteira e que o jogador deveria ficar. Palmas, em pé, para Bauza. Abaixo a babaquice no futebol, e na vida.

Getterson, neste momento, bem que poderia postar o “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa, em suas redes sociais:

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.