Agora vai…

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O ator pornô e militante pró-impeachment Alexandre Frota compareceu ao Ministério da Educação, nesta quarta-feira, para “levar propostas para mudar o ensino no Brasil”. Estava acompanhado de outro militante pró-golpe, Marcelo Reis. Ambos foram recebidos pelo ministro Mendonça Filho (DEM), posando para selfies no gabinete. Até hoje a vocação de Frota para a pedagogia era inteiramente desconhecida.

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26 comentários em “Agora vai…

  1. Depois do que conversaram o J u c á e o M a c h a d o, o F r o t a deve ter ido lá para organizar o restante da fila, já que o primeiro já está definido que será o A é c i o.

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  2. A proposta é proibir os professores de falarem de política, a direita quer criar cidadões sem opinião, alienados politicamente para serem manipulados mais facilmente, a direita sabe que os professores são na maioria de esquerda, agora querem calar e fechar mais essa conquista do povo.

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  3. Essa escola sem política já existiu. A escola que ensinava O.S.P.B. e E.M.C. foi a responsável pela “despolitização” da população. Não é que deixou de haver política na sala de aula, houve apenas a direita na escola durante a ditadura civil-militar. Ademais, os princípios norteadores das ciências humanas têm fundamentos marxistas. Ao ignorar Marx na escola, está se reproduzindo uma geração sem memória e/ou sem qualquer senso crítico. Marx é fundamental para a compreensão histórica e para alguns conceitos sociais. O comunismo é só mais uma obra do pensamento de Marx, não a única. Negar esses princípios é emburrecer toda uma geração e condená-la a um certo estrato social, a de baixo.

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  4. Vou repetir um exemplo que usei outro dia. Considere a Física. Ela é composta de ramos bastante diferentes, como a Mecânica, a Termodinâmica, a Eletricidade e a Ondulatória. A epistemologia da Física é o movimento. Para a Física tudo começa prosaicamente do princípio de que as coisas ou se movem ou estão em repouso. A mecânica estuda as características do movimento dos corpos. A ondulatória, o movimento das ondas mecânicas, como as do mar, e as eletromagnéticas, como a luz. A eletricidade estuda os fenômenos ocasionados pelo movimento dos elétrons e a termodinâmica, o deslocamento da energia de um lugar para outro, como energia cinética ou outra forma de energia, e como se pode armazená-la, deixá-la em repouso, como energia potencial. O movimento é o princípio que faz da Física a ciência que ela é. Com a Química, o princípio que a torna ciência é o de que a matéria transforma-se em outra ou não. A Química busca entender porque determinada matéria se transforma em outra, e porque há aquelas que não se transformam. A transformação é a epistemologia da Química.

    Augusto Comte, pensador francês e pai do positivismo, afirmou que tais princípios fundamentais da História estariam em dois tipos de documentos de Estado, os políticos e os militares. Karl Marx verificou que documentos políticos e militares apontam, invariavelmente, para lutas pelo poder. O pensamento de Comte, é bom lembrar, está na base da epistemologia das ciências, como a Física e a Química. Comte com seu pensamento positivista (ou positivo) estabeleceu que a experiência permite determinar leis naturais segundo as quais os fenômenos ocorrem. As leis de Newton e as leis de Lavoisier são leis aceitas porque encontram sustentação na filosofia de Comte, que expressou que a experiência tornaria possível estabelecê-las. Ou seja, o pensamento comteano diz que o mundo segue leis naturais que podem ser determinadas. Por isso estudamos leis na escola, as leis de Newton, Lavoisier, Boyle, Maxwell, Mendel e tantas outras. É o princípio comteano que permite essas leis serem chamadas de leis.

    O pensamento comteano não passa de uma citação na escola secundarista. Como o de Descartes e também o de Kant. Por isso, Darwin é bestializado por criacionistas. E Marx, execrado por liberais. A simples menção à Revolução Francesa deveria pôr abaixo qualquer tipo de preconceito com o esquerdismo. Lá estão os principais eventos inspiradores de Marx. É preciso compreendê-la bem, para saber de onde vêm os burgueses e a desigualdade. Não nasceram na França, apenas tornaram-se mais evidentes. Na segunda guerra mundial, os comunistas derrotaram os nazistas, ao contrário do que pregam os livros de História do ocidente, que dão ênfase aos estadunidenses… Os camaradas soviéticos derrotaram os nazistas no front em que eles eram mais fortes, a leste, e os reduziram à praticamente a Alemanha original antes da expansão sobre o leste europeu. Os EUA, quase ao mesmo tempo, se aliaram à resistência europeia presente a oeste, é dizer, não combateram sozinhos contra os alemães, e basicamente no oeste europeu, onde estavam os aliados de sempre (FRA, ING, HOL, BEL…).

    Antes de se levantar contra esse ou aquele regime, essa ou aquela forma de pensar, é preciso conhecê-la bem e entendê-la, para que não se cometa arbitrariedades. É para lá de ignorante julgar sem conhecer, e é estúpido proibir por discordar do outro. É só mais uma ofensa à democracia, mas vinda do MEC, é o próprio fascismo. O ódio ao comunismo talvez seja porque até hoje os liberais lembrem da surra que levaram dos russos e não os perdoem. Esse é o ponto. Quem conteve o nazi-fascismo foi o comunismo soviético, o mesmo nazi-fascismo, de extrema direita, ultraliberal, que tentou dizimar inimigos políticos ou simplesmente elegeu seus bodes expiatórios, é o mesmo que se mostra, com todas as suas características e fobias, hoje em dia. É preciso lucidez para combater esse mal e a educação é o primeiro passo para tanto. Nas mãos de bestas, o fascismo é que será reproduzido contra os comunistas. Mas, em breve, contra os mesmos políticos que se banham em corrupção. Não é uma profecia, é só a repetição da História.

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  5. Lopes, no tempo do OSPB e da EMC foi um tempo onde a escola foi das mais politizadas. Era um tempo em que a une que você vê hoje, era a verdadeira UNE – União Nacional dos Estudantes. Um tempo em que não havia pelegagem na discência, tampouco na docência. Era um tempo em que a política fulgurava e o engajamento prosperava, mesmo diante da arapongagem cada vez mais sofisticada. Pena que depois de muitos avanços conseguidos a muito diras penas, o aparelhamento e o adesismo adquirido acabou paralisando e quase revertendo a militância.

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  6. O meu medo é a crescente ideologia protestante no Brasil, com sua interpretação literal da Bíblia e que renega qualquer pensamento ideológico que não tenha origem estadunidense. Os pastores protestantes, que mais parecem agentes americanos anti-esquerda, acreditam ser seres iluminados que vão libertar os brasileiros da escuridão.
    Outro dia, vi a entrevista de um pastor que vive em uma missão na reserva Ianomami. Eles vão morar em uma aldeia, com uma tribo que vive em outro estágio da civilização e se acham no direito de condenar e alterar o modo de vida daquele povo que sobrevive na selva há milênios, graças a preservação da sua própria cultura e religião.

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  7. Caro Oliveira, o tamanho da oposição ao governo será sempre proporcional ao afastamento das metas desejadas por entidades representativas e classes, como a estudantil e a trabalhista. Não é pelegagem o apoio ao governo que mais fez pela educação.

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  8. Bom, seu credo neste “mais” eu respeito, amigo Lopes. Todavia, na área da educação, deduzida a propaganda e a bravata governista, o que sobra, se comparado ao muito que o governo fez pelos empresários da educação presencial e virtual, do tamanho referido numa música contagiante música do Gonzagão: pouco, muito pouco, quase nada.

    E com esta quantidade e qualidade do que foi feito na educação, se fosse na época do OSPB e da EMC, este governo já tinha sido muito, mas muito, um bocado criticado, questionado e pressionado pelas instituições de classe respectivas que não teriam aceitado por exemplo uma “sede” nova para aderir e calar.

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  9. Amigo Oliveira,

    Devo discordar de peremptoriamente de você. Dizer que pouco foi feito é não ver que universidades públicas foram reformadas e inauguradas (principalmente nos interiores), pós-graduações foram multiplicadas em todo o Brasil, a educação superior a distância chegou em locais de difícil acesso (trabalhei nela e possa garantir que há qualidade) e hoje é realidade, novos cursos foram oferecidos, salários de professores foram reajustados acima da inflação (ainda que os estados teimam em dar calote), o acesso ao nível superior tornou-se mais “fácil” e, ainda que de forma embrionária, cursos técnicos estão sendo oferecidos para estudantes de nível médio. É pouco? Sim! Muito pouco. Principalmente por que o governo atacou o topo da pirâmide, quando deveria atacar a base (educação infantil, fundamental e médio), que teria mais impacto social e condômino (redução da criminalidade e gasto com saúde, por exemplo), no entanto, são avanços inegáveis e importantes. Dai que, dizer que não foi feito nada é não querer ver os avanços.

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  10. O aderir e calar, caro Oliveira, depende de o quanto, quanto mesmo, se fez pelo acesso ao nível superior, neste caso. O calar colocado por você não é mordaça e nem consentimento, é concordância. Não há como discordar de um governo, reitero, que fez mais que os outros pelos estudantes, que abriu mais vagas e fundou mais universidades que os antecessores em 500 anos. Fatos assim, não expõem como “pelego” o movimento estudantil, mas como razoável, no mínimo, o feito até aqui. Compare-se PROUNI e FIES aos feitos do antecessor imediato ao PT, o PSDB, ou FHC. A diferença é sim vergonhosa. Ademais, só mesmo quem frequentou a universidade durante FHC e a vê agora sabe a enorme, ou brutal, diferença do antes e depois. Não se criticaria apenas a quantidade de vagas, mas a qualidade delas. Bibliotecas com livros, professor menos insatisfeito, mais bolsas de pesquisa… Isso tudo houve, e há com o PT. As universidades estão bem melhores que antes, mesmo que não estejam, ainda, no nível desejado. Só mesmo uma visão socialista seria capaz de, além de melhorar indicadores, de integrar “minorias” historicamente deixadas de lado, como os negros e as mulheres, as maiores beneficiadas pelas políticas públicas de educação de 2003 para cá. Por essas e outras é que é possível avaliar o tamanho do prejuízo de Temer na presidência, e caracterizar o golpe de Estado.

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  11. Amigo Lopes, não existe escola sem política. Com lei ou sem lei. Este pressuposto soa tão absurdo, pois vai de encontro com a premissa básica que somos animais políticos. Sempre quando falarmos na escola estaremos falando de posições. Posições políticas. Não haverá lei que proibirá isso.

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  12. Discordo, Lopes, do que falaste para o Antonio. Eu sou um crítico do governo exatamente por ele investir de forma equivocada o dinheiro público. O foco sempre deveria ser a educação básica, mas o governo federal concentrou (até por que aqui é responsabilidade dele) no ensino superior. Sem contar os investimentos equivocadas em tablet, um computador por aluno e outros. Mas, isso não me cega. Eu reconheço que muito foi feito na educação deste país, ainda que esteja longe de resolver nossos problemas.

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  13. Celira, é claro e evidente que não é o suficiente o que há pela educação atualmente, observada pelo conjunto que a educação representa em seus níveis de atuação. No entanto, sei que a pactuação da educação confere responsabilidades aos três níveis da administração pública: prefeituras, governos estaduais e governo federal que, respectivamente, assumem cada qual o ensino fundamental, o médio e o superior. Ao meu ver, as prefeituras têm sido incompetentes para administrar o ensino fundamental, pelo aparelhamento da escola. Não é ideologia, é alinhamento com os interesses da administração, que nem sempre se podem dizer ideológicos, como a nomeação de diretores por critério de confiança do gestor público, o que, penso, prejudica os docentes e os alunos. Não há independência na governança das escolas e também no desenvolvimento e aplicação do plano pedagógico, algo que considero fundamental para o sucesso da escola como agente de transformação da realidade social. Criticando cada parte pelo feito, não vejo apenas a insuficiência das políticas nacionais de educação, mas da falta de contrapartida e boa vontade dos gestores locais (estado e município) para com a educação.

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  14. Por isso, amigo Lopes, nessa hora concordo com os devaneios do C. Buarque. A educação deveria ser federalizada. Somente isto acabaria com as medidas administrativas que prejudicam apenas o filho do trabalhador… Zenaldo e Simão são bons exemplos disso.

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  15. Amigos Lopes e Celira,

    Tenho sempre em alta conta os pronunciamentos de vocês. De certo modo os tenho como medida da proporcionalidade e razoabilidade da minha própria opinião.

    Com verdade, mesmo quando a minha opinião se afasta muito da opinião de vocês, eu avalio o grau de plausibilidade que nela se encerra a partir do exame daquilo que consta e como consta na opinião de vocês.

    Agora não foi diferente, no que diz respeito à educação sob o governo rubro.

    Mesmo literalmente declaradas contrárias a minha, quando examino a opinião de vocês, vejo que, se me equivoco, ainda me mantenho dentro da medida do aceitável. Não me desgarro para ir me situar já no terreno do irracional, do irrazoável.

    Note você, por exemplo, amigo Celira, passa em revista inúmeros feitos na seara da educação, os quais ocorreram no período rubro. Todavia, ao final, reconhece que todos estes muitos feitos, são poucos, muito poucos.

    De minha parte, quando critiquei o governo rubro, me socorrendo dum trecho do Gonzagão, disse que aludidos feitos, representavam pouco, muito pouco, QUASE nada.

    Quer dizer, não estou muito distante de você na avaliação que faço da conjuntura educacional. E tal diferença, creio, pode muito bem ser atribuído à subjetividade própria do ser humano.

    Já você amigo Lopes, mesmo sustentando que relativamente aos 500 anos anteriores, especialmente aos 8 tucanos, os feitos rubros são muitíssimos melhores, também está de acordo que o que foi feito é pouco.

    Também aqui julgo que não me desgarro muito da essência de seu pensamento, e por isso, se me equivoco, trata-se de equívoco, situado dentro daquele limite do aceitável. E digo isso porque noto que nossos parâmetros de comparação são diferentes.

    Deveras, o seu referencial é aquilo que foi feito pelos governos anteriores. Já o meu parâmetro, é aquilo que foi feito, foi gasto, foi aplicado, foi investido, pelo governo atual noutras destinações e destinatários diferentes da educação e dos educandos e educadores.

    Quer dizer, perto daquilo que o governo rubro permitiu ir para as bolsas das malfeitorias, o que foi destinado à educação, o que foi feito pela educação, foi “pouco, muito pouco, quase nada”.

    Quanto à qualidade da educação à distância, amigo Celira, pelo que você testemunha, e eu por isso acredito, me parece claro, então, que as diferenças residem e estão vinculadas às nossas respectivas experiências pessoais com a situação.

    Os casos de cursos à distância que testemunhei, em sua esmagadora maioria, eram de qualidade pra lá de duvidosa. Aliás, a quantidade de entidades que o próprio ministério da educação do governo rubro descredenciou e que atuavam tanto na modalidade presencial, quanto virtual, constitui claro fator de credibilidade ao que eu sustento.

    Com efeito, neste particular, creio que devíamos tomar pela média tanto as minhas restrições, quanto os seus abonos aos cursos à distância.

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  16. Amigo Antônio Oliveira,

    Especificamente falando dos cursos a distância, devo dizer que devemos buscar parâmetros para promover e avaliar a qualidade. Eu tive uma excelente experiência na Biologia a distância da UFPA. Conseguimos trabalhar com qualidade ao ponto de termos alunos selecionados em programas de pós-graduação do Sul e Sudeste do Brasil. Por outro lado, fiquei muito reticente acerca da qualidade do PARFOR. Isto significa dizer que foi um passo equivocado? Longe disso. Significa que temos que ter mais parâmetros e critérios na estruturação dos cursos e na execução das atividades pedagógicas. Eu avalio a EAD como um caminho sem volta.

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  17. Entendo e concordo, amigo. Só esclareço aqui que minhas restrições dizem respeito exclusivamente à qualidade, ao controle de qualidade. Isto é, nem de longe me passa pela cabeça que seja o caso de extinguir a modalidade, tomar o caminho de volta. No máximo fazer como fez o ministério, extinguir o vínculo, o financiamento, a autorização daqueles que não tem compromisso com a qualidade, com o resultado.

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  18. Caro Oliveira, vejo como muito significativa a contribuição do PT no campo da educação e por isso digo, e digo bem, que o PT fez muito bem em ampliar as vagas de nível superior por três vias: aumento de vagas nas universidades públicas já existentes, criação de novas universidades públicas e bolsas de estudo em universidades particulares pelo PROUNI, além de mais financiamentos pelo FIES. Ademais, programas de incentivo à pós-graduação, inclusive para o exterior, passaram a abarcar bons alunos que antes não iam para o exterior por falta de condições financeiras, isto é, o financiamento ao estudante no exterior melhorou muito. Mas isso é pouco, pouco para as aspirações do Brasil, ainda. Mas vai melhorar, porque não há como investir o necessário para que sejamos o país do futuro, finalmente. Ter esse necessário significaria que já teríamos percorrido o longo caminho do desenvolvimento, no qual estagnamos por mais de 500 anos.

    Outro dia falei sobre o ponto de vista de Deleuze sobre essa quase dicotomia de direita e esquerda, que só não o é pelo quase, que é o Estado, e não sei se você leu esse comentário, caro Oliveira, mas o Estado é mesmo um objeto limitador da visão política e da posição de esquerda e de direita como princípio de ações de governo. Discordo de Deleuze quanto a ser de esquerda ou direita, ou, de outra forma, socialista ou liberal, não resultar lá em muita diferença, mas concordo com ele que ao observador distante da política o resultado com o tempo assume um ar de standard ou default. Isso acontece porque o Estado impõe limites à realização de políticas, sejam quais forem, por ser um organismo ou algo parecido. As ações de governo do PT parecem mais do mesmo porque são comparáveis às de FHC porque se traduzem em números, mesmo que resultem sempre em balanços favoráveis ao PT, mas há algumas diferenças que, somente ignorando inovações no campo político é que tornariam a visão política e histórica dos feitos de Lula algo não tão importantes assim. O Fome Zero, por exemplo, foi uma grande novidade, e um sucesso incrível. O Luz Para Todos, também. Ambas as iniciativas tiveram esse ar de novidade nunca dantes vista porque representaram mudanças de rumo não de um governo, mas de Estado e não para a esquerda, na visão do mais distante da política, mas mais para o social. Foram inovações políticas e de paradigma, uma nova linguagem de Estado, que surgiu no Brasil. Fazer políticas para os mais pobres foi sim uma grande novidade na política brasileira e exigiu mais que boa vontade, mas uma transformação do Estado, que não se completou ainda. Esses programas já cumpriram seu papel prático e também sobre o paradigma nacional do que seja o Estado brasileiro e o que houve mais que representasse uma guinada ainda mais forte ao social depois disso? Nada. Não que o governo tenha deixado de ser socialista, não, por favor, só não tem bandeiras novas e claras que tornem o socialismo algo óbvio. O discurso da educação, de pátria educadora, seria essa bandeira, mas a necessidade de educação é tão perceptível que até a direita se apropriou desse lema, embora faça melhor pôr a polícia sobre os estudantes.

    Ao observador distante da política falta o óbvio que caracterize um discurso. Dilma afastou-se desse óbvio quando aceitou a agenda de Aécio, derrotada nas urnas. Vejo a aceitação de Dilma não como capitulação de ideais de esquerda, mas como a rendição diante dos fatos de que não teria nem apoio popular, nem político, para as reformas que pretendia implantar. Isto sim quer me parecer uma constatação que é óbvia, e a mudança de postura nas políticas econômicas, uma postura que é prática e uma linguagem já bem conhecida do povo. Como é sabido de todos que isso não teria a menor chance de dar certo, isso constituiu o maior erro político de Dilma, e talvez o maior da vida dela em qualquer coisa que já tenha feito ou se proposto a fazer. O golpe de Temer e quadrilha, tem servido para deixar claro que Dilma, por mais que não estivesse no caminho certo, não estava tão distante do povo quanto seu vice decorativo. Mesmo suas queixas, caro Oliveira, de que o PT é tão liberal quanto o PSDB, perderam o sentido. E, pior de tudo, perderam porque o neoliberalismo quer voltar com força. Sugiro que fique atento às diferenças a partir do momento em que o entreguismo ganhar força e a inflação cair. Afinal, inflação controlada para as elites é mais desemprego e menos dinheiro para os pobres, e Estado mínimo, é dizer, mais fraco, franzino, pálido, esquálido. O Estado doente não oferece proteção social ao povo, que tende a ver o sofrimento aumentar a cada dia desse governo golpista.

    Fique atento, e você verá a diferença entre a esquerda e a direita, ou entre o socialismo e o neoliberalismo. Agora, você tem parâmetros para identificar essas diferenças e dar o braço a torcer.

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