Ficou de bom tamanho

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POR GERSON NOGUEIRA
Foi mais difícil do que se imaginava. O Oeste impôs dificuldades, jogou muito bem e por pouco não levou três pontos para São Paulo. Mas o Papão, que não conseguiu se estabilizar no primeiro tempo, não tem do que se lamentar, pois as circunstâncias da partida fizeram com que o empate fosse até um bom negócio.
Com pouco mais de uma semana à frente do time paulista, Fernando Diniz acrescentou a linha defensiva do Audax e mudou por completo a fisionomia tática do Oeste. Sob seu comando, os jogadores valorizam a posse de bola, capricham na aproximação entre os setores e raramente dão um passe errado. Ligação direta? Nem pensar.
Contra uma equipe que joga dessa maneira, tocando a bola desde a reposição até as ações ofensivas, qualquer adversário encontra sérios problemas para marcar. Com o Papão de Ricardo Capanema e Augusto Recife não foi diferente. O jogo terminou e o setor de contenção bicolor não achou jeito de vigiar e conter os meias e atacantes do Oeste.
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Além dos embaraços criados para os defensores do Papão, a maneira de conduzir a bola, tocando até 15 passes numa jogada normal, provoca um desgaste a mais para quem marca. Durante os primeiros 45 minutos, as manobras do Oeste se concentraram nas duas pontas, com Francis pela direita e Léo (ex-PSC) pela esquerda, explorando os espaços deixados por João Lucas e Roniery, respectivamente.
O gol do Oeste surgiu de uma investida pela direita em contra-ataque. Aos 38 minutos, Clébson foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Ricardo Bueno mandar para as redes. O Papão ainda pressionou e perdeu duas chances, com Leandro Cearense e Alexandro. Além disso, o árbitro cearense deixou de assinalar um penal de André sobre Alexandro.
Em desvantagem, o Papão encarou a etapa final de outra forma. Posicionou os dois atacantes mais em cima da saída de bola do Oeste e passou a utilizar mais as extremas, com Ruan (substituto de Rafael Costa) e Edson Ratinho (que entrou no lugar de Roniery).
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Aos 27 minutos, depois de muita insistência, Alexandro marcou o gol bicolor em raro descuido dos zagueiros rubro-negros. O gol deu nova vida ao Papão e melhorou o rendimento até de Celsinho, discretíssimo em campo.
O confronto ficou em aberto até o último instante, com chances de lado a lado, mas a justiça se impôs com a igualdade no placar.
Dado Cavalcanti, assertivo como sempre, resumiu bem as coisas. Saiu insatisfeito com o resultado, mas feliz pelo jogo que o Papão conseguiu fazer, equilibrando as ações contra um oponente que será muito difícil de ser batido na competição. (Fotos: MÁRIO QUADROS)
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Remo empata, mas confirma evolução
Poderia ter sido uma estreia mais auspiciosa, mas o Remo conseguiu sair da Arena Pantanal com um empate após jogar razoavelmente bem diante do Cuiabá. As muitas modificações feitas no time mato-grossense, que estreava nove atletas, permitiram ao Leão criar boas situações no início da partida. Fernandinho, jogando em velocidade, levava sempre vantagem sobre os zagueiros. Foi assim que abriu o marcador, depois de um corte seco dentro da área e o chute chapado no canto direito do goleiro Henal.
Flávio Araújo, porém, deve ter acompanhado a desdita azulina em bolas aéreas e conseguiu chegar ao empate ainda no primeiro tempo em cabeceio de Gilson, ex-bicolor, aproveitando um clarão no meio da zaga do Remo.
Depois do intervalo, o Cuiabá voltou mais agudo e poderia até ter obtido a virada, mas desperdiçou um penal meio mandrake assinalado pela arbitragem. O Remo não manteve a agressividade do primeiro tempo, mas também teve chance de matar o jogo.
No geral, uma apresentação dentro do esperado, com lampejos de Eduardo Ramos e atuações pouco convincentes de Ciro e Fabiano.
De todo modo, o Remo mostrou estar em evolução, mais organizado e insinuante no ataque, graças à presença destacada de Fernandinho como atacante de lado.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 23) 

15 comentários em “Ficou de bom tamanho

  1. De fato foi um jogo equilibrado.

    No entanto, para mim, as chances de gol mais claras pertenceram ao Paissandu, faltando competência para botar a bola para rede.

    O Audax chegava tocando bem a bola, mas pouco finaliza. A rigor, contei quatro boas investidas do time paulista, mas apenas duas com reais chances de gol.

    Já o PSC desperdiçou pelo menos quatro chances reais de gol. Duas com Cearense e duas com Alexandro. Sem contar as cobranças de falta muito próxima a área que foram muito mal cobradas (saudades de Yago).

    Em jogos encardidos como este, ser objetivo é fundamental. O PSC não foi.

  2. A comemoracao do Alexandro me lembrou a cadelinha invasora, quanto a ficar de bom tamanho, pode ser que para o lado listrado, por que para o Leao Mais Querido foi pessimo.

  3. O empate do Leão foi bom na teoria mais dava pra ganhar o jogo contra o Cuiabá agora é ganhar o ASA em Belém

  4. Concordo, Alessandro, é a maldita mania de fazer 1×0 e recuar o time, que estava bem no ataque… Fora de casa, o jogo estava bom para o Leão, deveria ter aproveitado o 1º tempo para ampliar, antes da tática suicida da retranca. É preciso manter o time em cima, se começa bem o jogo, como foi o caso do Remo. Não houvesse escanteio, não teríamos tomado mais um gol, nessa defesa que não passa mais uma partida sem levar… O zagueiro Brinner foi bem no geral, quero vê-lo jogar com o Max. E, verdade seja dita, o lateral esquerdo é fraquinho mesmo…

  5. Todas as jogadas do Cuiabá foram por trás dos laterais do Remo, principalmente do Fabiano que não roubou nenhuma bola pelo seu lado, e a única coisa que ele acertou foi o cruzamento que o ER mandou por cima. Brinner entrou bem no jogo, espero que cresça com o Max ou o Henrique na zaga. Fernandinho sumiu no segundo tempo e o Remo só passou a atacar pela esquerda com o Allan Dias, ficou meio penso. Mas foi bom ver que a marcação no meio melhorou consideravelmente, mostrando que o Marcelo Veiga foi bom observador do que tinha em mãos e contratando peças objetivas, acabou provando que o técnico antigo era um iniciante, realmente.

  6. Em jogos onde a aplicação tática predomina, não dá pra jogar com dois meias que demoram uma eternidade na recomposição do combate ao adversário que contra ataca. Isto compromete até o desempenho dos laterais, que não só ficam expostos no mano ou em dois contra um, mas também na hora de apoiar o ataque, já com medo de levar bola nas costas.
    Contra o Ceará o Papão quase não foi surpreendido, dada a eficiência dos seus três volantes. Contra o Oeste, não fosse o cansaço do adversário, que até foi obrigado a trocar o tic-tac pelo chutão, vários lances do contrataque de três contra três, quatro contra quatro, poderiam levar à derrota.
    Vejamos como Dado resolverá o dilema do cobertor curto. Aprendizado tem com situações semelhantes, vividas no ano passado. Como diz Beto Guedes, ‘A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender…’

  7. Mais uma vez provado que o Remo perdeu muito tempo com aquele dublê de técnico e seus “bondes velhos” que vieram com ele. Se Veiga tivesse sido contratado no início da temporada a história poderia ter sido outra. Mas são águas passadas. Também tenho esperança na evolução do time, desde que troque os laterais (Levy continua sendo a opção menos ruim na direita, e vamos esperar pelo Jussandro na esquerda).

  8. Foi um jogo difícil, pois o Oeste jogou ao estilo do Audax, com posse de bola e saída de jogo qualificada, mas dava pra ter vencido, pois o Paysandu criou mais sendo pouco objetivo.

    O resultado foi ruim e poderia ter sido pior, se tivesse perdido. Cearense e Alexandro poderiam ter caprichado mais na finalizações, principalmente o LC.

  9. O Paysandú chegou com oportunidades claras de gol nos pés de Cearense que se fosse Betinho ali não perderia. Mas bola pra frente. Agora é a vez do Tupi. Um degrau de cada vez rumo ao acesso!

  10. A evolução é um fato. Agora, para seguir num crescendo precisa ajustar a zaga e os laterais. Demais disso, é impositivo que não haja problemas financeiros, pois este é um fator impeditivo de qualquer processo evolutivo.

    Quanto ao Velber, se está tudo pago mesmo não há ingratidão, mas, sim, mera bravata. Se há pendências, tem direito de correr atrás daquilo que acha devido.

    Quanto aos frutos decorrentes da contratação do jogador, uma coisa é certa: não foi apenas ele, o jogador, o beneficiário. Afinal de contas, o presidente do clube fez muito marketing pessoal explorando a pose de magnânimo. Aliás, até agora continua colhendo tais subsídios.

  11. Sobre o nada eletrizante jogo de sábado, contra o Oeste/Audax, longe de sacudir as arquibancadas do Mangueirão – o Colosso do Lamaçal, tanto que em alguns momentos bocejei, deixo alguns flashes: 1) Se juntarmos Ronieri, Cristian, e agora Edson Ratinho, a lateral/ala direita vai continuar órfã de Pikachú; 2) Celsinho, o indolente, com evidentes faltas de arrojo e pegada, lembra jogador de futebol soçaite; gasta o tempo trotando, se imaginando cavaleiro no hipódromo da Gávea ; 3) Leandro Cearense, dispersivo, continua perdendo gols decisivos, parecia estar com salários atrasados e acometido de braba ressaca, talvez sonhando com os próximos embalos nas noites/madrugadas de Castanhal; 4) Alexandro, apesar de persistente no suado gol, não permite perspectivas animadoras e, para alguns ao meu lado, foi inevitável compará-lo ao Souza Caveirão; 5) Rafael Costa, parece ter o mesmo DNA do outro Costa, o Marcelo, mais um candidato a turista na Curuzú. É oportuno lembrar que a imprensa paraense o avalizava, pelo que teria feito nos dois jogos anteriores, que não ví pela TV. Em resumo, o Paysandú não teve a alma e a intensidade de um LOBO que se preze.

  12. Paysandu vai fazer uma boa serie B, e so ter paciencia e deixar o Dado trabalhar, so nao pode querer ficar inventando muito como deixar Lucas no banco e querer insistir com Paulinho no time.

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