A caminho do paraíso

POR GERSON NOGUEIRA

O Papão vai ganhando jogos e adquirindo confiança, além de acumular pontos importantes no começo de uma competição nacional longa e sujeita a muitos solavancos. A merecida vitória de sábado sobre o Paraná põe o time às portas do G4 da Série B. É a melhor colocação da equipe em todas as participações que teve na competição a partir da adoção do sistema de pontos corridos.

A vitória de 2 a 1 foi mais difícil do que o desenvolvimento do jogo prometia. No primeiro tempo, apesar dos perigos nos contra-ataques e bolas aéreas do Paraná, o Papão teve sempre a iniciativa, cercou a área e só não marcou por falta de pontaria de seus principais homens de frente.

Com marcação forte e adiantada, buscando frear a saída de bola dos bicolores, o Paraná teve seus melhores momentos quando investia pelo lado esquerdo com o atacante Fernandes, rápido e driblador.

O Papão chegava mais encorpado ao ataque sempre que as jogadas eram iniciadas em seu campo, permitindo que a equipe se organizasse. Carlinhos prendia muito a bola e tinha dificuldades em lançar, mas os homens de frente, principalmente Pikachu e Aylon, se deixavam marcar com facilidade.

Fechado atrás, o Papão não transformava a posse de bola em ataques agudos. O melhor deles foi quando Leandro Cearense chutou da entrada da área. A bola passou perto da trave esquerda de Wendell. A primeira metade do confronto terminou equilibrada. As linhas defensivas levavam ampla vantagem sobre os ataques.

No segundo tempo, mais objetivo e com Edinho (que havia substituído a Ricardo Capanema) reforçando a articulação, o Papão ganhou em agilidade. Aos 10 minutos,  Aylon deu um balãozinho para Cearense, que disputou com o zagueiro e tocou para as redes.

Aí veio o golaço de Marcos Paraná, ex-bicolor, que havia acabado de entrar na partida. Em jogada confusa na intermediária, ele se livrou de dois marcadores e disparou um chute forte na gaveta direita de Emerson, decretando o empate apenas cinco minutos depois do gol paraense. O miraculoso lance de Marcos Paraná deu novo gás aos visitantes, que se lançaram com mais ímpeto ao ataque, abrindo a guarda e facilitando os contragolpes bicolores.

Quando o equilíbrio voltava prevalecer, jogadinha rápida de Carlinhos pelo centro da área a bola foi tocada para Aylon, que bateu rasteiro e desempatou aos 29 minutos. A partir daí, o jogo ficou aberto e perigoso. O Papão tinha espaço para contra-atacar, mas o Paraná não desistia de buscar novo empate.

Em escapadas pela direita, Bruno Veiga perdeu três boas chances. Na última, estava sozinho diante do goleiro. Pikachu também desperdiçou, depois de limpar brilhantemente o lance em cima de dois marcadores.

No fim das contas, um triunfo justo, embora mais sofrido do que o necessário.

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Diretoria critica e torcida reage

Um público abaixo das expectativas – 9.746 pagantes – proporcionou uma arrecadação de R$ 147.240,00, sábado à noite, no estádio Jornalista Edgar Proença. Descontadas as despesas, ao Papão coube o valor líquido de R$ 78.076,73.

A diretoria apostava em arrecadação melhor e colocou à venda 29 mil ingressos. Tinha um bom motivo para acreditar nisso: a arrancada do time, com três vitórias consecutivas até então na Série B e a expectativa de alcançar a zona de acesso, em caso de novo triunfo.

Fixou o preço dos ingressos em R$ 40,00 (arquibancada), fiel à estratégia traçada para valorizar o programa Sócio Torcedor. O torcedor não comprou a ideia e manteve a média em torno de 10 mil pagantes nos jogos da Série B.

Não é um número desprezível se comparado ao de outros clubes de massa que disputam a competição, tanto que o Papão se mantém à frente na média de público. A decepção da diretoria tem a ver com o retrospecto de sua própria torcida, que não ganhou o apelido de Fiel por acaso.

Vandick Lima, quando presidia o clube, manifestou várias vezes o seu desalento com o baixo comparecimento dos torcedores na Série B 2013 e na Série C 2014. Conclamava o torcedor a apoiar mais o time e a ajudar a bancar contratações graças à renda dos jogos. Não foi atendido.

O atual presidente, Alberto Maia, repete as mesmas queixas, gerando críticas por parte de torcedores. Com o time cumprindo boa campanha, o dirigente tem razão em cobrar maior participação da torcida. E esta tem também seus argumentos, com destaque para o preço cobrado pelos ingressos, sempre acima de R$ 40,00.

É uma questão que exige urgente reflexão interna.

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Clube conquista a América, outra vez

Como já é tradição, a Rádio Clube estará presente à Copa América, que começa na próxima quinta-feira, 11, no Chile. O locutor Valmir Rodrigues e os repórteres Paulo Fernando e Wellington Campos acompanharão todos os jogos da Seleção Brasileira, que estreia no domingo, 14, contra o Peru, na cidade de Temuco.

Sessenta emissoras de todas as regiões brasileiras retransmitirão os jogos através do Sistema Clube de Rádio. Vale destacar que somente 13 emissoras do Brasil adquiriram os direitos de transmissão da mais importante competição sul-americana de seleções.

E a Clube, outra vez, é a única emissora paraense habilitada.

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Uma pelada vergonhosa

O amistoso Brasil x México de ontem, em São Paulo, está no rol daqueles a serem gloriosamente esquecidos na história da Seleção Brasileira. Apesar de vencer por dois gols (Philipe Coutinho e Tardelli), o escrete se perdeu por completo no segundo tempo, igualando-se aos reservas mexicanos no mesmo desamor pela bola. Tosco e triste.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 8)

11 comentários em “A caminho do paraíso

  1. Não me empolgo com essa seleção onde alguns setores da imprensa fazem elogios das 9 vitórias em amistosos caça níquel. A escolha do Dunga como técnico, considero um retrocesso que mais tarde nos trará novas decepções. Além disso, caso haja conquista da copa américa, seria tudo que a CBF queria para que o escândalo que envolve seus dirigentes sejam esquecidos.

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  2. Maia ta pensando que o povo Paraense esta achando $$$$ na rua ou em arvores. Sem medo de errar, o preço de ingresso para as condiçoēs do torcedor Paraense hoje seria entrar R$ 25,00 e no maximo R$ 30,00.

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  3. Sobre ingresso, penso que o ideal seria o valor de trinta reais. Mas há outras alternativas como:

    1) dividir o Mangueirão em atrás do gol e centro. Atrás do gol se cobraria 25 reais e no meio 30 reais;

    2) cadeiras a 50 reais – com promoção para sócio bicolor campeão dos campeões – 25 reais.

    3) Além da entrada, o ST Campeão dos campeões e Payxao VIP poderia ter direito a comprar dois ingressos com valores de meia.

    Ps.: Em síntese, diretoria deve buscar alternativas para colocar mais gente e continuar lucrando, de certo modo está faltando inteligência.

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  4. “Com o time cumprindo boa campanha, o dirigente tem razão em cobrar maior participação da torcida.”

    Com R$ 50,00 o ingresso? Com jogo às 9h da noite…Com estacionamento R$ 10,00…violência…

    Com tudo isso…concordo com o Carlos Lira, está faltando dinheiro para o torcedor e inteligência para a diretoria do Paysandu…

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  5. Ah, como eu gostaria que houvesse jogo do Brasil todas as noites! Eu tenho dificuldade pra dormir cedo, digo, antes da meia noite. Mas quando há jogo da seleção, eu só consigo ver a execução do hino nacional.

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  6. 10, 12 mil reconhecidos, fora mais uns 2, 3 mil que os olhos mostram, mas que o borderô suprime, tá de bom tamanho para um jogo às 21, num sábado incrustrado num feriadão, a salgados R$ 40. Tudo isso sem contar a dificuldade do deslocamento para ir e vir, e a violência que o torcedor fica sujeito para ir ao Mangueirão. Estes dirigentes mais do que torcedores, parece que estão querendo dizimistas daqueles cega e absolutamente devotados.

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  7. Em minha opnião a quantidade absurda de bares mostrando os jogos do paysandu tira uma enormidade de torcedores dos estádios.

    Eu mesmo que sou socio bicolor assisto varios jogos em bares, tomando minha cervejinha gelada e degustando um tira gostozinho.

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