POR GERSON NOGUEIRA
Aos 33 anos, Souza é um veterano. Rodou por vários clubes das séries A e B. Viveu momentos de glória no Goiás e no Flamengo. Faz o gênero marrento e provocador. Nos últimos anos, sofreu lesões e caiu de produção. Seu último bom momento foi no Bahia. No ano passado, fracassou defendendo Vitória e Criciúma. Jogou 23 vezes e marcou apenas seis gols.
Já estava no radar dos bicolores desde dezembro, mas Sidney Moraes desaconselhou a contratação. Agora, com Dado Cavalcanti no comando, o Papão resolveu pagar pra ver. Desde a saída de Lima, o time tem carência de um camisa 9 autêntico. Os jogadores disponíveis para o ataque são especialistas em atuar pelos lados do campo. Falta referência na área. Souza foi contratado para exercer esse papel.
Seu êxito dependerá em grande medida do condicionamento físico. Jogador de força, ele precisará estar 100% para impor-se na briga com as defesas adversárias e na Série B vai enfrentar zagas muito bem armadas.
A depender do histórico do Papão, Souza deve emplacar. O clube tem tradição de reabilitar jogadores em fim de carreira. Foi assim com o folclórico Dario, que veio na bacia das almas e teve boa passagem pela Curuzu já beirando os 36 anos.
Mas, sem dúvida, os casos mais emblemáticos são os de Vandick e Robgol. Vandick foi recomendado por Givanildo Oliveira. Sob descrença geral, desembarcou na Curuzu aos 36 anos. Teve desempenho discreto no primeiro ano, mas deslanchou a partir da decisão do Brasileiro da Segunda Divisão em 2001, consagrando-se definitivamente na Copa dos Campeões em 2002. Graças a isso, entrou para a galeria dos grandes heróis bicolores.
Robgol chegou aqui aos 34 anos, mas com a camisa alviceleste readquiriu o prazer de jogar futebol e fazer gols. Virou instantaneamente ídolo da torcida, com excelente participação na Libertadores de 2003 e na Série A.
Por tudo isso e apesar de ser obviamente uma aposta de risco, Souza tem boas chances de dar certo no Papão.
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Além da queda, o coice
Quando se imagina que tudo de ruim já aconteceu ao Remo neste começo de temporada, eis que surge sempre um novo enrosco. Desta vez, sem qualquer interferência do clube ou de seus dirigentes. A bronca é de responsabilidade exclusiva da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer, que administra o estádio Jornalista Edgar Proença, o Mangueirão, escolhido pelo Remo como local de seus jogos na temporada.
Acontece que a administração do Mangueirão está devendo a apresentação de dois laudos à CBF: condições sanitárias e de higiene, que deve ser entregue até o dia 9 de março, e de prevenção e controle de incêndio, cujo prazo vence no dia 14 de março.
A notícia caiu como bomba nos arraiais azulinos porque, se os laudos não forem apresentados até o dia 11 de março, o Remo não poderá jogar no estádio contra o Tapajós (returno do Parazão) e Princesa-AM (Copa Verde). Isso significa que o jogo contra o Tapajós deverá ser transferido para Santarém e o confronto de volta contra os amazonenses poderá ser transferido para Bragança ou Paragominas.
Para quem já está tem problemas financeiros sérios, a notícia não podia ser pior. Além de arrecadações que podem somar até R$ 1,5 milhão, o Remo corre o risco de perder a vantagem técnica de mandar as duas partidas contando com o apoio de sua torcida.
Caso percam o mando de campo, os azulinos têm o direito de responsabilizar judicialmente a instituição que administra o estádio, reivindicando ressarcimento pelos prejuízos.
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Direto do blog
“O seu comentário de ontem ‘Passo inicial para ordenar o futebol’ merece reflexão. Como dizes, com propriedade, é apenas um passo inicial. Com alguma experiência que tenho no Clube do Remo, afirmo que a principal medida a ser tomada é a responsabilização solidária, dos que sem qualquer tipo de planejamento oneram os cofres dos clubes, e saem sem se importar com o destino das agremiações. No dia em que sentirem no bolso as consequências dos atos desatinados e até criminosos por eles praticados, asseguro que, aí sim, haverá o saneamento tão procurado”.
De Ronaldo Passarinho, histórico dirigente ex-diretor jurídico do Remo
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Ah, essa eterna generosidade do futebol…
As agências noticiam que o Grêmio não conseguiu acordo com os empresários do atacante Kleber Gladiador para rescisão do contrato. Com salário de R$ 630 mil e fora dos planos do técnico Felipão, o atleta treina em separado e deverá cumprir contrato até o fim de 2016.
“Não há mais negociação para rescindir o contrato do Kleber. O jogador tem contrato em vigor, o Grêmio paga seus salários e ele fica à disposição. Se ele vai jogar ou não, é decisão da comissão técnica”, disse o diretor jurídico Nestor Hein.
Disposto a abraçar uma política financeira austera, o Grêmio tentava acertar as contas com Kleber e evitar pagar R$ 15 milhões pelo restante do contrato. No ano passado, ele foi cedido ao Vasco sob regime de divisão de responsabilidades com o clube gaúcho.
Atacante problemático, com caudaloso retrospecto de expulsões de campo e indisciplina, Kleber pode se considerar um predestinado. Apesar de toda a fama negativa, só defendeu grandes clubes, recebendo ótimos salários. Revelado pelo São Paulo, passou por Dínamo de Kiev, Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio.
Kleber é um daqueles que jamais pode falar mal do futebol.
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Encontro com Edson Matoso
Acontece hoje à noite o bate-papo especial com o amigo Edson Matoso, eleito recentemente o melhor apresentador esportivo de TV do Pará em todos os tempos, em pesquisa feita pela Aclep. O encontro será realizado no Café Oficial (na avenida Centenário), às 20h, com a presença de companheiros de profissão e amigos de Matoso. Convidado, o escriba de Baião se fará presente.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 05)
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