De olho no segundo turno

POR GERSON NOGUEIRA

Apesar das análises otimistas dos técnicos, tanto remistas quanto bicolores têm consciência de que o primeiro turno do Parazão está praticamente perdido. A esperança é mantida muito mais para consumo externo, mas os dois clubes já projetam o segundo turno e se preparam para entrar com força total na segunda metade do campeonato.

unnamed (25)Os cálculos, por mais milagreiros e favoráveis, não escondem a dura realidade da dupla Re-Pa. Ambos estão na dependência de fazer bons resultados e torcer por tropeços dos adversários. No grupo A1, o Remo ainda nem pontuou e já está quase fora. Precisará vencer o São Francisco dentro do Barbalhão, tarefa das mais indigestas sob qualquer circunstância. Depois, terá que derrotar o Castanhal em Belém.

Isso tudo só valerá a pena se houver um vitorioso no confronto entre Independente e Parauapebas na rodada final. Ambos têm seis pontos ganhos. Caso haja um empate, resultado dos mais prováveis em face do equilíbrio entre as equipes, o Leão dará adeus ao primeiro turno, sem ir sequer à semifinal.

O Papão não tem horizonte mais tranquilo no grupo A2. Somou três pontos em seus três jogos e tem à sua frente o Cametá (já classificado) e o Tapajós, com 4 pontos. O próximo compromisso bicolor no turno será contra o Paragominas na rodada final. Estará eliminado antes disso se o Tapajós derrotar o Cametá na próxima quinta-feira.

O amigo Guerreiro, apaixonado por tabelas e projeções, confessou em conversa informal que não esperava começar tão cedo a fazer tantas contas sobre o futuro de Leão e Papão no campeonato. Os tropeços iniciais, embora previsíveis, praticamente selaram a sorte da dupla na primeira parte da disputa.

Nos dois lados da Almirante Barroso não cabe usar como desculpa a nova fórmula de disputa, mais enxuta e arriscada. Nos arraiais azulinos, ainda menos, pois partiu de lá a proposta de um campeonato com menos jogos e mais emoção. Mais do que a tabela, pesou contra ambos a dificuldade em montar times competitivos em curto espaço de tempo.

Já os interioranos trabalham com elencos, orçamentos e ambições menores, além de não conviverem com a cobrança que ronda os grandes da capital. Cametá, São Francisco, Paragominas e Independente preservaram uma base de atletas, acrescendo alguns poucos reforços. Castanhal, Parauapebas, Tapajós e Gavião vinham em atividade desde novembro na disputa das fases de acesso.

Note-se que a pré-temporada foi maior do que em temporadas recentes (durou o mês de janeiro), mas tanto Leão quanto Papão dedicaram muito esforço e tempo a buscar reforços, o que sempre retarda a construção das equipes. Muitos jogadores ainda estão se recondicionando, outros nem puderam estrear ainda.

Por tudo isso, o bom sendo recomenda que ambos priorizem a Copa Verde, sem perder de vista o Parazão, onde precisam pontuar para afastar qualquer risco de rebaixamento. Ao torcedor, resta acompanhar a festa do interior na decisão do primeiro turno do campeonato e esperar para cobrar mais de seus times no returno, quando deverão estar entrosados e prontos para se impor aos emergentes.

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Blog confirma irregularidade no Santos-AP

Dos seis jogadores citados como escalados em situação irregular pelo Santos-AP contra o Papão, na abertura da Copa Verde, descobriu-se depois que todos estavam com situação já normalizada. Mas há um sétimo atleta cujo nome não consta do BID, nem com contrato novo e nem com prorrogação de contrato. Trata-se do goleiro Diego Cabral da Silva.

A descoberta é do baluarte Cláudio Santos, colaborador do https://blogdogersonnogueira.wordpress.com// e arguto observador dos bastidores do futebol paraense. A se confirmar isso, fica a impressão de que o departamento jurídico atirou na paca pra acertar na capivara ao citar inicialmente seis jogadores supostamente irregulares.

O fato vem confirmar a justeza da reclamação encaminhada pelo clube à CBF, que acolheu e encaminhou o caso ao STJD. Por conta da denúncia, dirigentes amapaenses chegaram a criticar publicamente o Papão, irritando o presidente Alberto Maia, conforme suas próprias palavras em entrevista ao programa Bola na Torre (RBATV).

Segundo o presidente, derrotar o Santos no próximo sábado, na Curuzu, tornou-se questão de honra para os bicolores, embora um empate sem gols já garanta a classificação alviceleste à 2ª fase da Copa Verde. O julgamento do caso, ainda não marcado pelo STJD, só deve ocorrer a partir de março.

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Técnico reaparece e reabre polêmica

O técnico Mazola Junior, que deixou o Papão no final de 2014, voltou a se manifestar aproveitando o princípio de crise gerado pela derrota para o Cametá no meio da semana. Depois de ter seu nome gritado por parte da torcida, Mazola deu longa entrevista ao repórter Dinho Menezes, da Rádio Clube, voltando a afirmar que não renovou contrato devido a uma pequena diferença de valores – cerca de R$ 10 mil, segundo ele.

Fontes do clube garantem que a história é bem diferente. A proposta de Mazola era de R$ 97.500,00, sendo R$ 70 mil para ele e o restante para seus dois auxiliares. Além disso, pediu dois apartamentos e dois carros, o que elevaria ainda mais os custos do negócio.

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Direto do blog

“Compatriota Gerson! Não sei se você já ‘escribou’ tal notícia, mas acabei de ler que o Palmeiras, em parceria com a Caixa, está vendendo entradas para seus jogos em qualquer lotérica – somente para Sócios-Torcedores. É uma ideia genial. Elimina-se fila, correria e confusão. Sem falar na comodidade que é adquirir o ingresso naquela lotérica na esquina de casa… e ainda alavanca o ST! Os clubes daqui deveriam imitar”.

De Gerson Motta de Macedo, atento aos avanços do Palmeiras na área do sócio torcedor.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 16) 

18 comentários em “De olho no segundo turno

  1. Descobriram a pólvora. Há muito que venho defendendo administrações inteligentes que se preocupam com o conforto e o bem-estar do seu principal provedor financeiro: o torcedor.
    Uma delas é facilitar a venda de ingresso, possibilitando sua compra em qualquer ponto da cidade e região metropolitana.
    Ademais, as formas de pagamento devem ser diversificadas, aceitando cartões de crédito, débito e até mesmo dinheiro.
    Essas medidas têm uma segunda vantagem, quase imperceptível, a não ser a mentes mais argutas: evitar a mão-de-gato dos bilheteiros e a avareza dos cambistas.

    Oh, pobre futebol amador paraense!

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  2. Amigos, apesar de improvável, ainda acredito que um dos grandes da capital irá se classificar… Penso que o Paissandu, pois tô com ligeira impressão que o time de Santarém perderá para o valente Cametá e não vencerão os Índios…. O Rival baterá na trave (fará os 6 pontos), mas não teremos vencedor no jogo Independente x Parauapebas… Escrevam aí.

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  3. Amigo Gerson,

    O Papão já havia feito isso em parceria com a Bigbem, mas não sei a razão para não ter mantido, confesso que gostava bastante. Era bastante tranquila a compra do ingresse. Hoje, não poderíamos ter essa relação, já que a Big serviço fechou por cobranças trabalhistas que inviabilizavam seu funcionamento… perderam todos.

    Quanto as lotéricas, penso que não funcionaria aqui em Belém, já que as mesma vivem lotada para pagamento de contas (o fechamento da big serviço gerou uma alta demanda).

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  4. Apesar de ter gostado do trabalho do Mazola e querer sua permanência (acho que Maia não soube lidar com a situação neste ponto), penso que entrevistas como essas e polêmicas como essas somente prejudicam ao Paissandu, que é maior que todos eles.

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  5. Gerson,

    Apenas salientar que a condição do vencedor de Parauapebas x Independente só será verdadeiro se o Independente perder para o Castanhal no seu próximo jogo.
    Caso o Independente ganhe (o que não é difícil), este obrigatoriamente terá que ganhar o Pebas para o Remo se classificar, caso contrário, Galo e Trem de ferro irão a 9 pts e o Remo nunca irá alança-los

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  6. Eu tenho uma pequena esperança, algo em torno de 0,01% de que ainda dá para o Paysandú chegar à final.
    O time do Tapajós pode até jogar bem fechadinho mas em seus domínios contra equipes de mesmo porte não terá a mesma eficiência e deve perder os dois últimos confrontos. Mas, se eu tivesse de apostar, certamente seria na festa do interior.

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  7. Mas um gol do grande Gerson, comentários certeiros a respeito da dupla da capital e da ligeira vantagem dos interioranos.As derrotas iniciais eram previstas o que faltou foi prever as consequências destas para os gigantes de Belém,que hoje,não são mais tão gigantes assim.

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  8. Fico lisonjeado com a menção no caderno de esporte mais popular do estado.
    Acerca do teu comentário, Carlos Lira, penso que a distribuição de bilhetes em lotéricas (São impressos lá mesmo) ainda é válida. Para quem mora em Belém ou Castanhal, qualquer motivo para não pegar este trânsito infernal já se mostra interessante.
    Nunca passei mais de 10 minutos em fila da lotérica. Já lá pelas bandas do Baenão…Peguei sol, chuva e mais de 40 minutos de espera até a abertura da bilheteria. Mas concordo contigo a respeito da parceria com o grupo farmacêutico. Forneceu uma grande comodidade para os torcedores enquanto durou.
    Levei minha família em todos os jogos do Remo na série c, pois morávamos literalmente de frente para uma Big Ben. Penso que essa comodidade, inclusive, contribuiu para o fenômeno de público naquele campeonato. Sem tal parceria, a assiduidade de muitos torcedores (inclusive a minha) teria ficado no preju.

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  9. A minha impressão é que a dupla ReXPa melhorará no segundo turno, momento em que já terá adquirido ritmo de jogo e um maior entrosamento. Mais eletrizante a coisa há de ficar se o clássico for daqueles de vida ou morte, na situação em que o perdedor correrá o risco fora da disputa do título estadual, sendo a situação do Remo ainda mais delicada por estar disputando vaga na série D.
    Por isso, penso que o Paissandu está em situação mais confortável, pois sua preparação não era pra ontem, já que a principal competição que participará será o Brasileirão, bem como a Copa do Brasil e ambas exigem um condicionamento que se aperfeiçoe ao longo do ano, havendo sempre queda quando um time alcança um nível alto nos primeiros meses do ano. Enfim, estamos fazendo avaliações propícias a épocas de fechamento do balanço anual, quando ainda nem sequer concluímos as metas iniciais do planejamento traçado o que é, no mínimo, precipitado.

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  10. Entendo seu ponto de vista Gerson e penso que os clubes, seja na lotérica ou não, devem obrigatoriamente dispersar seus postos de atendimento, bem como usar a internet em compras nominais até 24 ou 48 horas antes do jogo.

    Para organizar a compra da internet poderia fazer assim, portão 2 apenas para compra feita pela internet (semelhante ao sócio torcedor) lá teríamos um sistema que identificaria o cliente pelo número da compra… É possível de fazer isso e todos sabemos disso.

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  11. Boas ideias, C. Lira. Quanto ao campeonato, somente uma hecatombe (ou mesmo um descuido muito grande) provocaria outro resultado que não o empate entre as duas agremiações líderes. Já o Paysandú mantém ainda alguma chance de seguir no turno.

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  12. Pra mostrar pra essa diretoria do PSC que eles não são a última bolacha do biscoito, torço pra que um time do interior seja o campeão do 1° turno e que eles tomem vergonha na cara e façam o clube ganhar o resto do campeonato.

    *** Na verdade hoje o Paysandu não condições de expandir seu ST, ainda tá pequeno, do tamanho do seu futebol, diga-se de passagem.

    A partir do momento que for aumentando de acordo que não consiga mais agregar nas suas dependências, sede e estádio, aí sim terá que buscar alternativas.

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