Campeonato Brasileiro da Série B
Paissandu x Chapecoense – estádio da Curuzu, 19h30.
Na Rádio Clube, Guilherme Guerreiro narra; Carlos Castilho comenta. Reportagem: Dinho Menezes, Valdo Souza e Francisco Urbano.
Por Jotabê Medeiros, Julio Maria e Roberto Nascimento (Estadão)
O gigantismo do Rock in Rio conseguiu firmar no mundo do show biz um dos maiores eventos de entretenimento do mundo. Em suas 13 edições no Brasil e na Europa, o festival reuniu até agora cerca de 7,1 milhões de espectadores – quase a população inteira da Bélgica. Deve chegar aos Estados Unidos em dois anos, em Las Vegas, numa associação com o Cirque du Soleil. E já confirmou a edição brasileira de 2015, quando completará 30 anos de existência.
Bruce Springsteen reinou soberano no Rock in Rio 2013. Misturando excelência musical com entrega e vibração, o Boss dominou a quinta edição do Rock in Rio no Brasil. Sua performance se junta a outros momentos históricos do festival, como o show do Queen em 1985; o do Guns N’ Roses em 1991; o de Neil Young em 2001; e o de Stevie Wonder em 2011.
Houve outros grandes momentos nesta edição do Rock in Rio, muitos deles fora do palco principal, como os encontros entre Ben Harper e Charlie Musselwhite e Zé Ramalho e Sepultura. E a confirmação de reputações, como Metallica e Iron Maiden. Mas ficou a sensação de que o critério comercial norteou as escolhas, que resultaram em apostas equivocadas de astros que não têm estatura para encarar 80 mil pessoas.
Outro problema é a repetição de elenco – cerca de 30% das atrações já tinham passado pela mostra. Para piorar, boa parte dos headliners não estava mostrando um show novo, mas os de carreira já batidos, como Justin Timberlake e Metallica. A falta de ineditismo cria uma certa frustração. O espaço dado para vácuos de criatividade como o grupo Jota Quest, e uma organização que não se cansa de reiterar que o foco é em ‘entretenimento’, não em música, deixa claro que a ganância está sobreposta à visão artística e ao incentivo de uma cultura musical contemporânea.
A presença brasileira cresceu, o que é bom, mas os nossos artistas ficaram devendo este ano. Durante muito tempo reclamaram, dizendo que não tinham um som à altura. Quando finalmente se equipararam em condições com os internacionais, ninguém trouxe um show novo, um disco novo. Limitaram-se a fazer desfile de hits.
Uma excessiva ênfase no apelo publicitário, verdadeiro bombardeio que ocupa ininterruptamente os telões do festival e enche de banners e produtos toda a área, também é um obstáculo para que o objetivo artístico seja preponderante. “Isso é o Rock in Rio. Uma marca de comunicação que conversa com todos os públicos e idades sem interrupção. Este ano chegamos a números surpreendentes, entre eles o de 600 produtos licenciados, o que atrai ainda mais as marcas”, afirmou Rodolfo Medina, vice-presidente do festival.
Dados de pesquisa do Ibope revelaram que 88% dos entrevistados garantem que pretendem voltar ao festival em 2015. Além disso, 77% das pessoas que estiveram presentes nas edições de 2011 e 2013 afirmaram que o evento melhorou. Houve problemas com saturação de bombas de água nos banheiros e de logística de atendimento de emergência, o que levou o Ministério Público a pedir a interdição do festival. Mas os problemas foram sanados no decorrer do evento. Do ponto de vista da logística urbana, o festival avançou muito em questões como transporte e segurança. Segundo a Secretaria de Transportes da prefeitura do Rio, das 595 mil pessoas que foram ao festival, 500 mil optaram pelo transporte coletivo.
Por Lucas Reis – Folha de S. Paulo
DE MANAUS
A Arena Amazônia, em Manaus, receberá quatro partidas da Copa do Mundo de 2014 e, em seguida, pode ter uma destinação inusitada: o estádio seria usado com um centro de triagem de presos. O Tribunal de Justiça do Amazonas enviará ao governo do Estado a sugestão para que a arena, cujas obras passam de 80% e custará R$ 605 milhões, abrigue os detentos recém-capturados. Hoje essa triagem é feita na cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, superlotada e em condições insalubres.
A sugestão para o futuro do estádio é do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, órgão ligado ao TJ, que também cita o sambódromo – situado ao lado do estádio– como outro possível local de triagem. “Não vejo outro local melhor, ainda que temporário, para receber os detentos em Manaus”, afirmou o desembargador Sabino Marques, presidente do grupo de monitoramento do sistema carcerário no Amazonas. “Até que o Estado resolva o problema, construindo novas unidades prisionais, que utilize, então, estes dois espaços ociosos”, completou.
VISTORIA
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) iniciou, há uma semana, mutirão carcerário no Amazonas e sinalizou que recomendará a desativação da cadeia, que tem capacidade para 300 presos, mas abriga, atualmente 1.100 detidos. O mutirão encontrou uma mulher detida em hospital de custódia exclusivo para homens, que também deverá ser desativado por falta de condições estruturais.
De acordo com o desembargador, a ideia é que o estádio e o sambódromo recolham os detentos por até 48 horas até que haja uma destinação prisional adequada. “O estádio ainda não está pronto, por isso é difícil prever como seria o acolhimento dos presos lá. Mas é uma área grande que pode ser utilizada. No sambódromo, há várias salas ociosas que podem ser ocupadas desde já.”
A Arena Amazônia, com capacidade para 43 mil torcedores, terá custo de R$ 6 milhões/ano em manutenção. Não se sabe quem bancará os R$ 500 mil mensais -haverá licitação para que a iniciativa privada possa administrar a arena.
TEMERIDADE
“Isso é uma temeridade. Nenhum destes dois locais têm condições de segurança para fazer este tipo de triagem de detentos”, disse o presidente da seção local OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Alberto Cabral Neto. Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos informou que só se pronunciará após receber oficialmente a proposta do TJ. “Assim que esta secretaria receber [a proposta], analisará a viabilidade de tal e divulgará seu parecer”, diz o texto.
A UGP-Copa (Unidade Gestora do Projeto Copa), ligada ao Estado, também informou que prefere aguardar a formalização da proposta antes de comentar o assunto.
Não seria a primeira vez que uma arena de futebol abrigaria presos. Isso já ocorreu em ditaduras. No Chile, o estádio Nacional, em Santiago, por exemplo, foi usado como campo de prisioneiros na regime de Augusto Pinochet (1973-1990).
Por Juca Kfouri
Como era de se esperar, os acomodados “sindicalistas do futebol” que há décadas fazem de seus cargos meros cabides de empregos, agora surgem radicalizando, propondo até greve e querendo tomar para si as conquistas trabalhistas dos atletas que jamais tiveram o dedo deles. É só o que têm a fazer os que há anos não chutam uma bola e jamais foram capazes de mobilizar os jogadores, simplesmente por não entender a especificidade desta categoria profissional.
O Bom Senso FC deve seguir seu caminho sem dar pelota aos oportunistas de sempre e aprofundar a discussão. Há, por exemplo, divergências sobre que calendário adotar, o gregoriano, como faz a CBF, ou o chamado calendário mundial, que um dia foi só europeu e hoje não é mais, porque adotado também pela Argentina, Uruguai, México etc.
Há entre os atletas quem defenda o gregoriano, o que faz sentido, não só pelo hábito como também pelas características das estações do ano num país tropical como o Brasil.
Ocorre que a adequação não só desfalcará menos o Campeonato Brasileiro nas janelas de negociação, como permitirá conviver melhor com as datas Fifa, sem interrupções, por exemplo, por ocasião das Copas do Mundo, além de permitir o intercâmbio com o futebol europeu nas pré-temporadas.
Mas estes são temas discutíveis. Inadmissível é ver quem não representa ninguém querer reaparecer numa hora dessas.
Por Gerson Nogueira
Depois do empate com o Atlético-GO, o técnico Vagner Benazzi pôs o dedo na ferida da má preparação do Paissandu para disputar o Brasileiro da Segunda Divisão. Observou que as exigências do calendário impõem cada vez mais providências nem sempre fáceis de aceitar. Exemplificou com sua experiência no futebol catarinense, quando dirigia o Avaí e apostou suas fichas na competição nacional, deixando de lado o certame estadual.
Mesmo sem ter acompanhado a temporada do Paissandu, Benazzi acabou fazendo o diagnóstico preciso. De fato, a preocupação com o Parazão afetou seriamente os preparativos do clube para a Série B. Ao invés de reforçar a equipe ao longo do estadual, optou por disputar a competição com um time mais caseiro e se empolgou com a conquista do título, abrindo mão de cuidados com a montagem do elenco.
Com isso, sobreveio a ilusão de que seria possível disputar o torneio sem grandes gastos. Ocorre que o erro estratégico na formação do elenco e a dificuldade para contratar em tão curto espaço de tempo gerou o efeito contrário. O clube foi obrigado a gastar mais do que esperava, contratando jogadores disponíveis no mercado, mas de baixa qualidade.
A vinda do gerente Oscar Yamato fez crer que os maus passos iniciais seriam compensados pela capacidade de observação e a experiência do executivo. Infelizmente, Yamato até listou um grande número de atletas, mas não havia suporte financeiro para trazer todos os indicados. Com o tempo, as carências começaram a aparecer e refletir na campanha caótica que o time ora cumpre na Segundona.
Foi justamente sobre isso que Benazzi discorreu na entrevista pós-jogo. Lembrou que clubes de massa têm dificuldades em priorizar competições, mas destacou que não há outra alternativa para quem pretende ir longe. Não citou, mas o exemplo do Atlético-PR é obrigatório. Disposto a brilhar na Série A, disputou o certame estadual com o time sub-20. Até o momento, a estratégia vem dando certo, pois chegou ao G4 e está em ascensão no torneio.
Alguém só precisa dizer a Benazzi que o campeonato aproxima-se de sua reta final e não há mais tempo para chorar o leite derramado. É preciso, acima de tudo, agir rápido. Mais ou menos como ele próprio fez no segundo tempo da partida de sábado, ao perceber que precisava entrar em cena para evitar que o desastre se consumasse.
Suas orientações nos vestiários e à beira do gramado mudaram a face do Paissandu, fazendo com que alguns jogadores passassem a jogar de forma diferente, com mais aplicação e objetividade. De uma postura apática nos primeiros 45 minutos, o técnico conseguiu fazer com que o time adquirisse vida e personalidade. Criou várias chances e podia ter vencido.
Graças a essa pequena mágica, o tropeço em casa foi absorvido sem maiores cobranças. A pronta intervenção de Benazzi foi suficiente para restituir a confiança na recuperação do time. Hoje, diante da vice-líder Chapecoense, essa convicção será posta à prova.
É preciso levar em conta que o retorno de Eduardo Ramos vai contribuir para que o meio-de-campo ganhe em criatividade, deixando o esquema mais eficiente ofensivamente. Pelo grau de dificuldades, é o tipo de jogo que pode representar a redenção, apagando a imagem ruim e abrindo caminho para uma campanha de recuperação.
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Um visitante muito perigoso
A Chapecoense não é vice-líder (quase classificada para a Série A 2014) por acaso. Com 46 pontos, a equipe catarinense fez 12 jogos como visitante, vencendo seis vezes, empatando duas e perdendo quatro. O aproveitamento é de 55%. Números capazes de fazer inveja ao Paissandu, que só conseguiu um empate fora de casa.
De todo modo, o time do artilheiro Bruno Rangel sabe – por experiência própria – que vai encarar um tremendo desafio na Curuzu. Afinal, no primeiro turno, lá em Chapecó, o Paissandu teve grande atuação e vendeu caro a derrota, surgida no minuto final.
Além do respeito pela tradição do Papão e a experiência de Benazzi, ajuda também a refrear o entusiasmo dos visitantes o inesperado tropeço na última partida, contra o lanterna ABC.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 24)
Por Janio de Freitas
Tantos partidos de mero oportunismo financeiro – por certo, a maioria das três dezenas existentes – e, no entanto, Marina Silva está diante de mal explicadas dificuldades de registrar o seu, a Rede Sustentabilidade, em tempo de usá-lo para candidatar-se à Presidência.
Os números não batem quando se trata das assinaturas para atender à exigência de 492 mil apoios de eleitores. Seja quanto à quantidade coletada, a aceitação ou a rejeição das assinaturas pelos cartórios eleitorais e a sua acusada lentidão. Seja, ainda, quanto ao número alegadamente alto de rejeições feitas pelos cartórios sem as justificar.
No caso de Marina e da Rede não se passa o mesmo que de repente acometeu Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, e o seu pretendido Solidariedade. Tudo lhes correra muito bem, tratavam já de compor os diretórios regionais, quando, como se podia prever, apareceram fraudes. A relação de funcionários da Câmara, com os respectivos dados, engordou a iniciativa de Paulinho com solidariedades que nunca lhe foram dadas.
Sob muitos aspectos, Marina Silva é uma incógnita. Apesar de ter sido candidata à Presidência, até hoje não se sabe o que pensa sobre o que talvez seja a maioria dos assuntos nacionais relevantes. Mas naqueles que a identificam sem dificuldade, em alguns até com posição de liderança incontestável, o seu partido viria a cumprir um papel de realce, em representatividade e em combate político, que nenhum desempenha. O PT, porque não é mais partido de ação; o PSDB, porque não seriam posições de interesse do setor financeiro e do grande capital; o PMDB, porque é o PMDB. Ah, e quanto a assuntos da clorofila, o Verde, porque amarelou.
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre o partido de Marina, a ser tomada em dias próximos, não é só mais uma sobre a criação de mais um partido. Não será o caso de concessões que transgridam as exigências da legislação, se estiverem pedidas (o recurso ao Supremo já está desmentido). Mas o TSE deve explicações sobre vários itens da enrolada tentativa de criação da Rede. Sobretudo para esclarecer, e eventualmente tomar providências, o que se passa de fato nos cartórios eleitorais, que são de sua responsabilidade por intermédio dos tribunais regionais, também estes devedores de explicações públicas.
PRÊMIO
É impossível saber a razão do clamor quando a irmã Dorothy Stang foi assassinada, no começo de 2005, se a sua vida não valia nada. Como indica o quarto julgamento do mandante do assassinato. Apesar de condenado a 30 anos, o dono de terras e fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura está livre do regime fechado.
EM TEMPO
Muito bonita a atitude e muito significativa a entrevista de Ives Gandra Martins, sobrepondo às suas extremadas divergências ideológicas com José Dirceu a convicção de jurista, no sentido de que “não há provas contra ele”.
Sua advertência de que o Supremo, ao inovar com a teoria do “domínio do fato” para condenar Dirceu, projeta insegurança jurídica de amplo alcance, é daquelas que merecem reflexão enquanto é tempo.
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