Remo e Vitória empataram em 1 a 1 na noite desta quarta-feira, no estádio Jornalista Edgar Proença, em partida válida pela Copa do Brasil sub-20. O Remo foi superior no primeiro tempo, mas perdeu várias oportunidades de gol e acabou sofrendo um gol em contra-ataque aos 24 minutos, assinalado pelo atacante Marcone, que recebeu entre os zagueiros e tocou na saída do goleiro Jader. Ainda no primeiro tempo, os atacantes Jaime e Guilherme e o lateral-esquerdo Alex Ruan perderam boas chances de empatar. O time baiano perdeu o zagueiro Josué, expulso após falta desclassificante sobre Jaime.
Na etapa final, com Rodrigão substituindo a William Fazendinha, o Remo se lançou ao ataque em busca da igualdade, cedendo terreno para contragolpes perigosíssimos do Vitória, que podia ter ampliado a vantagem. Aos 14 minutos, após boa tentativa de Guilherme pela direita, a zaga do Vitória se atrapalhou e a bola se apresentou para Jaime chutar rasteiro, empatando o confronto. A partir daí, o Leãozinho pressionou muito, mas sem grande objetividade e a partida não teve mais alteração no placar. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)
Quando o Paissandu festejou aquele empate em Bragança Paulista, sábado passado, pareceu um contrasenso, afinal o clube precisa vencer para sair do abismo em que se encontra na classificação. Acontece que o ponto conquistado fora de casa simbolizou uma reação aos maus resultados obtidos nas três rodadas anteriores. Foi pouco em termos numéricos, mas representou muito em significado para o time.
A prova de que aquela partida encontrou ressonância no espírito do time veio ontem à noite. Contra o Sport, um dos candidatos ao acesso, o Paissandu não teve a superioridade na posse da bola como diante do Bragantino mas teve fibra para fazer chegar ao gol no primeiro tempo e sabedoria para confirmar a vitória no segundo.
É claro que os problemas permanecem, em quantidade ainda preocupante, mas o time voltou a vencer. A Série B é a mais parelha das quatro divisões nacionais e exige pragmatismo. Nem sempre jogar bem ou dar show significa bom resultado no final.
Diante dos pernambucanos, o Papão foi acima de tudo objetivo. Correu muitos riscos antes e depois do primeiro gol. O Sport criou duas oportunidades claras, conseguiu bloquear bem a saída de bola que Arturzinho havia planejado, marcando Eduardo Ramos em cima e deixou Marcelo Nicácio e Iarley quase solitários no ataque.
A insistência com os cruzamentos sobre a área, principalmente depois que Nicácio abriu o placar nesse tipo de jogada, tornou o Paissandu previsível e fácil de marcar. Por sorte, o Sport não teve competência para chegar ao gol.
Na segunda etapa, logo nos primeiros movimentos, o Sport quase chegou, em lances rápidos de Toby e Felipe Azevedo. O Papão lutava, corria muito, mas algumas peças começaram a acusar cansaço. Arturzinho ia lançar Aleílson em lugar de Iarley, de jornada apagada, mas Nicácio sentiu lesão e foi substituído.
O acaso se encarregou de mostrar que Aleílson pode vir a ser útil em qualquer composição do ataque. Mesmo brigando sozinho contra os zagueiros conseguiu arrancar um penal providencial já na reta final da partida. Pikachu cobrou e deixou o placar mais tranquilo, embora o Sport continuasse a ameaçar.
Pela primeira vez, em muito tempo, o Paissandu passou a ter no segundo tempo um atacante digno do nome, capaz de inquietar os marcadores. Aleílson, mesmo jogando só por alguns minutos, mostrou que é esse jogador. Ajudado por armadores de qualidade, como Eduardo Ramos e o surpreendente Jailton, rendeu muito acima do esperado e ganhou a confiança da torcida.
Os três pontos não tiraram o Papão da zona do rebaixamento, mas confirmaM que o bom rendimento do jogo passado não foi mera ilusão e que a partir de agora Arturzinho terá mais tempo (e menos intromissão) para arrumar a casa.
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Destaques e pontos negativos
Paulo Rafael voltou a jogar bem. Sanches e Leonardo, que cresceu em relação a sábado, têm boa afinidade. Zé Antonio vai se firmando na proteção. Eduardo Ramos e Jailton se entendem cada vez melhor. Nicácio voltou a mostrar competência na área – só precisa desencabular lá fora. Aleilson disse a que veio.
Pikachu não jogou bem, de novo. Iarley, também, voltou a destoar. Ambos são importantes para o time e precisam recuperar a autoconfiança e o apoio do torcedor.
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Um tremendo desafio
Com dois ou três atacantes, o Remo sub-20 parte para uma missão desafiadora hoje contra o favorito Vitória no Mangueirão, em confronto válido pela Copa do Brasil. Walter Lima, que conhece bem os garotos e manja muito de futebol, acredita que é possível enfrentar os baianos de igual para igual, apesar da maior rodagem do time rubro-negro.
A entrada de reforços oriundos de outros times da Copa Norte dá ao Leãozinho supre problemas pontuais, na defesa e no meio-campo, mas a equipe vai depender muito do entrosamento de Alex Ruan, Jayme, Nadson e Guilherme.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 04)
Afonsinho, craque do Botafogo nos anos 60, aqui levantando a taça de campeão do torneio Roberto Gomes Pedrosa (68). Articulado e politizado, foi o primeiro boleiro a questionar a famigerada lei do passe e pagou um alto preço por isso.