Atitude vencedora faz a diferença

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Por Gerson Nogueira

A lógica boleira de que jogador (e não o técnico) é quem ganha jogo prevaleceu mais uma vez. Com esforço e superação, em alguns momentos jogando apenas com a velha raça, o Paissandu derrotou o Figueirense por 2 a 1, na Curuzu, e exibiu uma nova face ao torcedor. Apesar da repetição de problemas de posicionamento e falhas de marcação, nem de longe lembrou aquele bando desenxabido que se deixou vencer por 3 a 0 para o lanterna ABC.

Sofreu um gol de bobeira, como tantas outras vezes ao longo do campeonato, mas desta vez encontrou ânimo para ir buscar a virada. Mesmo levando em conta que a responsabilidade final é mesmo dos atletas, ficou evidente a diferença de postura do time – a partir dos instantes finais do primeiro tempo e na etapa final – sob o comando de Rogerinho Gameleira, substituto interino de Givanildo Oliveira.

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O jogo começou difícil, tenso e duro, como se previa. Mesmo sem mostrar arrumação tática, o Figueirense era superior tecnicamente. Comportava-se como time grande, dono do pedaço e chegava muito bem pelas laterais, com André Rocha e Wellington Saci, criando situações perigosas na área com Ricardo Bueno.

Apático nas ações de meio-campo e ataque, o Paissandu os poucos foi equilibrando o jogo. Parece ter ocorrido a Gameleira e seus jogadores que o jogo era em casa, diante da torcida e que não se podia entregar o ouro tão facilmente. A equipe começou a se desdobrar em campo e Pikachu tornou-se peça muito acionada nas jogadas de ataque.

bol_qua_310713_15.psAí, quando o jogo era mais parelho, veio o gol catarinense em cochilo da linha de zagueiros. Em falha de Janílson, a bola sobrou para Tchô tocar para as redes. Em desvantagem, o time voltou a mostrar instabilidade e a exibir desorganização, errando bolas fáceis e sofrendo com as vaias da torcida.

De repente, no final do primeiro tempo, começou a reação. Diego Barbosa não contribuía, mas Eduardo Ramos passou a se movimentar mais e, com isso, Marcelo Nicácio e Iarley também se beneficiaram, recebendo mais bolas na frente. O lance do penal de Saci sobre Pikachu (convertido por Nicácio) coroou a tomada de iniciativa do Paissandu.

Com a disposição renovada e passando a ter o incentivo das arquibancadas, o Papão cresceu. Voltou determinado e, principalmente, mais confiante. Aproveitou os primeiros minutos para encurralar o Figueirense, que se intimidou, permitindo a pressão. Foi dos pés do contestado Janílson que partiu o cruzamento para Nicácio decretar a virada.

Por alguns minutos, a superioridade técnica mudou de lado e o Paissandu teve até oportunidade de ampliar, aproveitando-se do nervosismo da defensiva do Figueira. Depois, o jogo caiu numa rotina de passes errados no meio-de-campo, mas o time de Adilson Batista passou a prevalecer, explorando as jogadas aéreas para Ricardo Bueno, principalmente.

A situação era dramática nos minutos finais. Zaga do Papão batia cabeça, errava na saída de bola e obrigava a torcida a muitos sustos. O leitor há de perguntar então qual a diferença em relação ao time que vinha perdendo todas sob o comando de Givanildo. Ora, como diria o filósofo Luxa, tudo tem a ver com atitude.

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Até mesmo a vibração de Gameleira ao lado do campo, orientando os jogadores e gritando a todo instante, cria uma atmosfera de envolvimento que o velho Giva já não consegue passar. Por outro lado, é mais ou menos evidente que o time se comporta como se quisesse valorizar a permanência do interino, ao contrário do que demonstrava com o ex-técnico.

Ontem, além das defesas precisas de Marcelo em dois lances no final da partida, o Paissandu teve a melhor atuação de Pikachu no campeonato. Conseguiu ver Janílson se reabilitar diante da galera, indo do inferno ao céu entre um lance bisonho e um cruzamento perfeito.

Iarley, abrindo espaço para os companheiros, voltou a mostrar eficiência e utilidade. E Nicácio, com mais dois gols decisivos, caminha para se tornar um novo ídolo dos bicolores, talvez repetindo outro artilheiro nordestino que marcou época na Curuzu – Vandick Lima. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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E agora, o que fazer com Rogerinho?

O time quer Rogerinho. Jogou por ele, esforçou-se ao máximo, deixando até a desconfiança de que fez o contrário em relação a Givanildo. Não há como fugir ao assunto: depois da vitória suada sobre o Figueirense, diretoria e torcida do Paissandu precisam combinar se o time continua precisando de técnico ou se basta efetivar o temporário.

Pelo desembaraço mostrado nas duas vitórias que conquistou no comando do time – contra o Paraná e ontem –, Rogerinho pode ser considerado pronto para a delicada missão de dirigir o Papão na Série B. A questão é complexa, porém.

Todos sabem que técnicos caseiros costumam ser mais vulneráveis às pressões. Por isso, mesmo vencendo e feliz com ele, o clube deve manter seu operoso auxiliar, mas ainda necessita de um comandante mais experiente.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 31)

24 comentários em “Atitude vencedora faz a diferença

  1. Jogo ontem, Gerson e amigos, não teve futebol jogado taticamente.. Prevaleceu a vontade e qualidade individual de alguns jogadores e nisso, o Papão mostrou mais…
    – Que os dirigentes não cometam os mesmos erros de “ontem”.. Paysandu jogou com muita vontade apenas, contra um time desorganizado, por isso tece as coisas facilitadas.. Jogador de futebol, adora jogar sem cobrança, por isso muitos entraram “leve” ontem e acabaram por mostrar um pouco mais, até por jogarem em casa…
    – Paysandu tem um jogo muito difícil contra o América-MG, aqui em Belém, do técnico Comeli, que é especialista, temos que admitir em jogar fora de casa..

    – Papão ontem, foi só na vontade e isso, ganha um jogo ou outro… O campeonato é longo… Agora, pelo jogo de ontem, dá pra se perceber o perfil do técnico a ser contratado: Bom e bombeiro(aquele, amigo dos jogadores..)…

    Que dessa vez os dirigentes do Papão parem de brincar de série B, de novo..

    É a minha opinião.

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  2. Era isso que eu temia. Essa vitoria ilusória sobre o figueira em casa, poderá trazer serios peroblemas futuros e até perigo de rebaixamento pois a imprensa paraense, em especial o chato bad boy, muitos torcedores bicolores vão agora pressionar a diretoria para a permanência do gameleira como treinador. Mas gameleira não vai se garantir firme até essa longa jornada lea frente. Aí quando trouxerem um treinador realmente de credencial não terá mas jeito ou não dá mais para ajeitar a casa desarrumada. Espero estar enganado. Eu disse que o problema não é de treinador, é deritoria que não exige postura e profissionalismo dos atletas. Essa exigência foi feito um pouquinho ontem e o resultado veio. Eu tenho dito também que aqui em Belem bem ou mal, o papão ganha se sobrepõe, mas o serio problema é fora quando se torna presa fácil de qualquer adversário. Falei ainda que mudando o treinador, o proximo que viesse, seja daqui ou de fora, ganharia um 2 jogos aqui, um empatezinho la fora e depois continuaria a mesma sequencia de porradas. até vir novo treinador. espero também estar enganado. A minha opinião é que tragam urgente um treinador experiente em brasileiro como disse o nicácio, um treinador de primeira juntamente com mais quatro bons jogadores e assim vamos ver quem tem roupa no coradouro. Esse negocio de deixar gameleira é muito temeroso. É so lembrar 2006, tiraram o fonseca quando o papão estava entre os 12 primeiros apos derrota para a portuguesa, colocaram SINOMAR nove que ganhou logo umas duas aqui e no final fomos ridiculamente rebaixados. Em 2009 tiramos Edsom gaucho para fixar valter lima o valtinho e perdemos um dos acessos mais faceis. Em 2010 fixamos Charles Guerreiro como treinador e ocorreu o salgueiraço. Ainda querem mais exemplos ruin???? Então a diretoria não tem que pegar corda de ninguem e contratar um treinador de renome nacional e mais 4 jogadores. demitir um monte que não estão fazendo nada. A minha indicacação como bom treinador, seria repatriar LEVIR CULP, treinador de 60 anos com larguissima experiencia a nivel nacional e internacional. Wandick as frases do nicacio servem para ti: tens de tomar vergonha na cara.

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  3. GN eu já vi este filme várias vezes nos últimos anos, o Paysandu joga com raça e dedicação e pouquíssima técnica em casa e vence na marra aos troncos e barrancos e nos dá esperança de jogar pelo menos com a mesma vontade fora de Belém, contudo, o que vemos nestes jogos fora, é um time apático, sem vontade e aplicação tática zero.O meio marca com o olho (exceção o Capanema) os laterais não apoiam, a zaga é digna de comédia pastelão, o meio além de não marcar nao alimenta o ataque e assim, este fica mais solitário que viajante no deserto.Não vamos nos iludir, o Paysandu precisa de um técnico que consga impor um sistema tático de marcação,movimentação e solidariedade, que faça aproximação,tabela, cobertura e isso o Paysandu não tem.

    Marcelo 10
    Pikachu 8
    Bispo 4
    Raul 4
    Janilson 4
    Esdras 5
    Zé Antônio 6
    Barboza 4
    E.Ramos 6
    Iarley 6
    Nicácio 8

    Rogerinho 8

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    1. Amigo, você tem muita razão no que diz, mas o Nicácio merecia um 10, hein… só aquele cabeceio, antecipando-se ao beque, já valeu o ingresso.

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  4. O Vandick,tem de manter o Rogerinho Gameleira,contratar o Lecheva para ser o auxiliar técnico,demitir uns 15 jogadores que não tem condições de disputar esta série B e contratar uns 6 reforços de qualidade.

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  5. Ficou claro que quando os jogadores quer, treinador é mero palhaço na beira de campo….E também tá provado que Givanildo é um treinador ultrapassado pelo tempo, que pela vivencia dos jogadores, rodagem com outros treinadores, não acreditam mais no que o velho Giva tenta passar em termo de treinamento técnico e orientação tática. E tem mais….para piorar a situação, o rabugento não sabe aplicar um requisito muito importante quando se trabalha em grupo….a motivação, , nunca é dispensável um elogio do chefe pelo êxito alcançado, seja pro grupo ou individualmente. Pelo que vejo é um estraga prazer. Tem que se aposentar imediatamente. Minha opinião.

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  6. Barreto, concordo com vc, se for pra trazer gaucho ou Artuzinho
    deixa o rogerinho.

    Hilário jogador é “patife”, tem que fazer algumas vontades, em certos momentos, só pagar em dias não resolve.

    O Givanildo ainda que eu seja sempre grato a ele, mas perdeu o apoio do torcedor, dos joagdores e da imprensa nunca teve.

    O jogador observa, junta tudo isso e faz casinha.

    Exemplos assim tem muitos espalhados pelo mundo.

    O Vandick só tirou o Giva, pra não atrapalhar o ST, senão ia aguentar mais um pouco.

    Agora independente de quem fique, tem que contratar:

    Lateral esquerdo, urgente.
    Zagueiro urgente
    E botar o Talys pra jogar, ou será que ele vei só pra conhecer a empresa PapãoTur?

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  7. Na minha opinião o Givanildo saiu por incompetência mesmo. Deixar o Nicácio no banco em todos os jogos que comandou foi de uma tremenda burrice.

    Se o Nicácio tivesse entrado como titular em todas as partidas que o Giva comandou, inclusive os jogos fora de casa, os resultados seriam diferentes. O cara tem vontade de vencer, e é craque. Diferente de alguns jogadores que só estão jogango com o nome no Paysandu e outros que só vieram pra conhecer a cidade das mangueiras.

    Todos esses times que o Paysandu enfrentou são do mesmo nível ou até piores. Só que a maioria dos jogadores do Paysandu não honram a camisa do clube e mostram um futebol ridículo a cada confronto.

    Tá na hora do Vandick tomar uma atitude ou então é rebaixamento na certa.

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  8. Esse pessoal não tem o q fazer.Descobriram que o remo foi campeão do mundo segundo Caxiado ,no Primeiras dos ,esportes,em 1951,brincadeira,Mundialito, Esse time não ganha nem campeonato de palito. Engraçado que a turma do programa ainda leva a sério e dá corda.Esse time vai acabar mesmo mas é no Hospício .

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  9. Técnico para po Papão: JOÃO GALVÃO;
    Reforços: Fabiano (goleiro)
    Alex Juan (Ala esquerdo)
    Jonathan (meia, volante)
    Dispensáveis:
    Zé Carlos;
    Jian;
    Janilson;
    Esdras;
    Bispo;
    João Neto;
    Gaibú;
    Vanderson
    Alvin

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