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Por que o Re-Pa sai tão caro?

Por Gerson Nogueira

Pela enésima vez, os números financeiros do Re-Pa caem na boca do povo, despertando uma polêmica antiga e reabrindo oportunamente o debate sobre as despesas estratosféricas em torno do clássico. Soa esquisito, a qualquer pessoa sensata, que os dois clubes dividam a renda com um terceiro sócio, de rosto indefinido.

No clássico da fase classificatória, as despesas chegaram a R$ 291 mil. Desta vez, com renda maior, o valor subiu para R$ 301 mil, rivalizando com as cotas (de R$ 304 mil, cada) destinadas a Remo e Paissandu.

Um olhar mais acurado sobre o borderô do jogo deixa claro que os gargalos não são assim tão difíceis de conter. É preciso, porém, que as diretorias dos clubes tenham a disposição concreta de enfrentar o problema.

É até ingênuo imaginar que Remo e Paissandu desconheçam o ralo existente na confecção de ingressos, que hoje se tornou o segundo item mais salgado da despesa – logo abaixo dos sagrados 10% que cabem à Federação Paraense de Futebol, outra sócia juramentada do evento.

O próprio valor que é sacado (da renda bruta) para alimentar os cofres da FPF é um ponto que merece discussão mais criteriosa. Afinal, qual a verdadeira destinação desse subsídio que Remo e Paissandu garantem à entidade, que não tem fins lucrativos, mas lucra como nenhuma outra do gênero?

Com valor tão polpudo a cada clássico, a FPF recebe muito acima do que precisaria para ajudar a bancar competições amadoras ou contribuir para o estímulo às boas práticas desportivas, como teoricamente são definidas suas atribuições.

Na prática, os 10% poderiam muito bem ser extraídos da renda líquida dos jogos, deixando a situação em nível bem mais paritário em relação aos clubes, verdadeiros responsáveis pelo espetáculo e pela atração de tantos clientes/torcedores ao estádio Mangueirão.

Além da mordida da FPF, a renda do Re-Pa sofre uma série de outros pequenos achaques. É o caso, por exemplo, dos custos com “quadro móvel” tanto do próprio clube mandante quanto da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer. Já é tempo de rever a natureza dessa despesa, assim como rediscutir os gastos com “lanche/aluguel de equipamentos de rádio”. Se houver vontade política, passando por cima de velhos privilégios, os lucros gerados pela paixão popular irão certamente ser revertidos na quantidade justa aos dois clubes.

As diretorias demonstram, pelo menos no discurso, a intenção de enfrentar a situação. Resta saber se, mais à frente, irão afrouxar diante de interesses poderosos. O momento é oportuno, contando com a clara boa vontade das próprias torcidas para que a justiça dos números finalmente se materialize.

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O enigma Potiguar

A possível contratação de Tiago Potiguar, cogitada pela diretoria do Remo por encomenda do técnico Flávio Araújo, pode dar ao time a opção de um meia-atacante ofensivo para revezar com Tiago Galhardo no meio-campo ou até mesmo com Fábio Paulista no ataque. A opção por Potiguar ganhou força diante do baixo rendimento técnico de Ramon.

Algumas fontes davam como certa a aquisição desde sábado, apostando num suposto acordo entre Potiguar e o Remo. Faltaria somente sacramentar com o empresário que detém os direitos federativos do atleta.

Atualmente no Corinthians-AL, Potiguar vem marcando gols, fato que chamou atenção do técnico azulino, preocupado com as poucas opções disponíveis para o setor criativo do time. Nem mesmo as referências negativas da passagem pelo Paissandu na Série C 2012, com problemas disciplinares sérios, diminuiu o interesse do Remo.

Diante dos argumentos contrários, Araújo teria garantido aos dirigentes que se responsabiliza pelo jogador. Apesar disso, ainda existem resistências na diretoria. A conferir os próximos capítulos da novela.

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Direto do blog:

“Espero que os árbitros paraenses tenham tirado alguma lição ao assistir a arbitragem do Heber Roberto Lopes. Estamos precisando de árbitros assim que não marcam pênaltis a cada cai-cai na grande área. Alguns torcedores do PSC estão tão mal acostumados com a marcação de pênaltis a favor do seu time que já estão pedindo arbitragem local para o segundo Re-Pa, pode? Sinceramente, com esta arbitragem local em todos os jogos do Remo que eu assisto o que mais me preocupa nem é o adversário, mas sim o árbitro marcar pênaltis inexistentes. O Iarley, por exemplo, parece que entra em campo programado para cair, não sei se é pelo peso da idade ou se ele faz de propósito mesmo. Mas podem reparar: encostou, ele cai”.

De Agenor Filho, aplaudindo a arbitragem de fora. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 26)

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