Por favor, mais pedidos dessa vez,e não o lenga-lenga de “ÓÓÓHHH!o joão voltou das férias!blah,blah,blah?blah blah…*insira frase poética aqui*”. Isso já está ficando chato, rss.>: (e nada de coisa dizendo o óbvio, por favor).
(Nota do editor e pai: relevem a “bronca” porque, como já disse, o infante voltou com a corda toda.)
A medalha de ouro conquistada por Sarah Menezes em Londres 2012 é importante por vários motivos. É a primeira do judô feminino, a terceira do judô em geral, e a segunda de mulheres brasileiras em esportes individuais. Mais do que isso, a medalha de Sarah é reflexo de um Brasil que dá certo.
Como mostraram posts desta semana aqui no Esporte Fino, a medalha de Sarah não foi uma surpresa. Ela chegou como uma das favoritas, se superou quando mais precisava e conquistou o ouro. Parecia, não uma brasileira, mas uma atleta dos Estados Unidos. No pódio, estava claramente feliz, mas não tinha aquela alegria quase desesperada de quem luta “contra tudo e contra todos”, como estamos acostumados. Sarah, aos 22 anos, faz faculdade, tem boa estrutura paratreinar, tem três patrocínios privados e recebe o Bolsa Atleta, do governo federal. Tudo o que sempre exigimos.
Isso não é para dizer que está tudo bem no esporte brasileiro. Não está. Como mostrou reportagem do colega Fernando Vives na edição atual da revista Carta Capital, há muito por fazer. O foco hoje está no alto nível, enquanto o esporte escolar, de onde sairão os futuros campeões, é precário. Isso é reflexo do vergonhoso estado da educação como um todo no Brasil, um problema ao qual os governos deveriam dedicar muito mais atenção.
É preciso reconhecer, no entanto, que há esportes “dando certo”, como é o caso do judô. O trabalho vem melhorando a cada ano, os bons resultados se acumulam e a prova disso é o fato de o Brasil chegar a Londres com uma seleção completa, num esporte que rende até 14 medalhas, e com chances de conquistar muitas delas.
Se os judocas brasileiros vão conseguir isso daqui pra frente é, como deveria ser sempre, uma questão esportiva, e não política ou sociológica. A vitória de Sarah não deixa espaço para pautas como “o drama do nordestino”, o “drama da mulher” ou o “drama do esportista sem apoio que ganha apesar de tudo”. Aos poucos (mais devagar do que eu gostaria, é preciso dizer), vamos rompendo a lógica dramática do nosso esporte. Sarah é mulher, é nordestina, e é uma esportista brasileira. Ela foi campeã olímpica assim, e não apesar de tudo isso.
As dúvidas que Roberval Davino demonstra ter quanto à escalação ideal do Paissandu para a Série C estão diretamente ligadas ao funcionamento do meio-de-campo, fato agravado pelo afastamento (por contusão) de jogadores fundamentais em seu esquema. Alex William, o camisa 10, e Ricardo Capanema, o primeiro volante, são peças com as quais o técnico contava para consolidar a maneira de jogar do time.
É visível para quem acompanha jogos e treinos do Paissandu que Davino projeta a montagem da equipe a partir de um meio-de-campo técnico e consistente, que saiba organizar jogadas e proteger a linha de zagueiros. Enquanto não tem seu principal homem de ligação, capaz de distribuir passes e alimentar o ataque com lançamentos, o setor fica capenga. Contra equipes fechadas, em geral visitantes, esses obstáculos ganham contornos ainda mais sérios.
No confronto com o Fortaleza, os jogadores encarregados de armar as manobras ofensivas não conseguiam criar, tabelar ou trabalhar em conjunto. Vigiados de perto naquela noite, Tiago Potiguar, Harisson e até Pikachu tiveram que buscar as tentativas individuais, conduzindo a bola sem sucesso.
Sem um pingo de inspiração na meia-cancha, o Paissandu sofreu o gol e não teve força criativa para reagir. Exercia domínio aparente, mas não conseguia entrar na área adversária, a não ser através de cruzamentos facilmente neutralizados.
No Recife, o cenário se modificou. Com um meio-de-campo mais habilidoso, o passe voltou a fluir e as triangulações apareceram. Ficou evidente a evolução técnica. Sem menosprezar o fato de que o time pernambucano é bem inferior ao tricolor cearense, principalmente no setor defensivo, o que facilitou o contra-ataque. Apesar dos três gols marcados e das outras chances surgidas, o time acabou entregando a vitória ao sofrer dois gols em cinco minutos.
Certamente, todas essas situações são dimensionadas por Davino às vésperas de seu mais difícil compromisso no campeonato. A provável estreia de Alex William é a notícia mais auspiciosa para o jogo contra o Águia, adversário mais tinhoso que o Paissandu teve pela frente nos últimos anos. Todos os duelos entre as duas equipes são marcados pelo equilíbrio, tanto em Marabá quanto em Belém.
É certo que, para reencontrar o caminho da vitória, o Paissandu terá que achar sua melhor formação, além de buscar o esquema tático mais adequado. Uma das vítimas do apagão no Arruda, o 3-5-2 deve dar lugar ao 4-4-2, mas Davino e o povo que acompanha o Círio de Nazaré sabem que o segredo não está no desenho, mas nos responsáveis pelo traçado.
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Sobre a situação administrativa do Remo, registro a mensagem enviada pelo professor Nicolau Rickmann Neto. “Acho muita petulância o Edson Gaúcho (aquele que contrata ex-jogadores como Mendes) cobrar qualquer coisa, principalmente em relação a dinheiro, pois time fraco afasta a torcida e consequentemente a receita. O pior é a diretoria aceitar essa retórica de incompetência, tal qual foi a do Flávio Lopes”, observa.
Segundo Nicolau, só aqui no Pará esse tipo de comportamento é aceito sem questionamentos. “É engraçado ver esses técnicos ‘turistas’ cobrando através da imprensa pagamento de salários de funcionários e expondo a diretoria. Repito: isso não é humanismo, é estratégia para esconder a incompetência e os maus resultados”, conclui.
O Remo, como quase todos os demais clubes, é alvo fácil de críticas quanto ao modelo de gestão. Até um simples serviço de limpeza e preparação do gramado do Baenão gera atritos entre gerentes e o treinador. Por isso, quando Gaúcho estrila contra atrasos no pagamento de funcionários joga de fato para a plateia, mas não deixa de ter suas razões, na medida em que precisa de uma infraestrutura que funcione a contento.
Na verdade, por força das circunstâncias, os técnicos terminam por ocupar um vazio de poder na estrutura administrativa. Embora mantenha – e pague – gestores para cuidar dessas funções, o clube é obrigado a aturar que o responsável por dirigir o time tome conta também da cozinha e do almoxarifado. Óbvio que há algo de errado no reino leonino, abrindo espaço para as diatribes do Gaúcho e seus efeitos (calculados ou não) midiáticos.
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Como se acometida de súbito acesso de consciência, a CBF tomou coragem e finalmente recorreu na sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal, denunciando as sucessivas medidas liminares concedidas pela Justiça da Paraíba em favor da inclusão do Treze na Série C. O objetivo é defenestrar o clube de Campina Grande e readmitir o Rio Branco na competição.
Apesar de argumentar corretamente contra a lambança provocada pelo Treze, com prejuízos incalculáveis a todos os demais participantes do torneio, não deixam de ser graciosas as justificativas da CBF para o nebuloso arranjo de gabinete que garantiu a permanência do Rio Branco na Terceira Divisão, após descumprimento de normas da Fifa em 2011.
O risco, a essa altura, é que a competição volte a ser interrompida por força de novas arengas nos tribunais. Torcedores, jogadores e comissões técnicas já foram excessivamente castigados pela insistência do Treze e a falta de escrúpulos da própria CBF.
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João Galvão, há mais de cinco anos treinando o Águia, é o convidado de hoje no Bola na Torre (RBATV, 23h45), logo depois do Pânico na Band. Apresentação de Guilherme Guerreiro.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 29)
Em meio a uma crise financeira braba, o Paissandu conseguiu se encher de brios e levantou o título estadual de 1969. O time-base daquela campanha era este aí de cima, em fotografia de A Província do Pará, com Omar; Waltinho, Joaquim, João Tavares, Tito e Carlinhos; Almir, Quarenta, Vila, Bené e Da Costa. A muralha João Tavares era o esteio da defesa, Quarenta o ponto de equilíbrio da equipe e Bené, “Canhão da Curuzu”, era o homem-gol. (Colaboração do baluarte Antonio Rafael)
Companheiro Giuseppe Tomaso ao lado de Dandara, atleta da seleção brasileira de vôlei, na lojinha da Vila Olímpica em Londres. Sempre atento aos acontecimentos, o repórter olímpico captura os melhores ângulos da notícia na cobertura dos Jogos para a Rádio Clube e o DIÁRIO.