Coluna: O maestro conterrâneo

Às favas com o esquema que Mano Menezes pretende lançar hoje na estréia da Seleção na Copa América. O treinador queimou pestanas para reinventar a marcação sob pressão, sistema que o escrete abandonou lá pelos idos de 50. Talvez até dê certo, mas no fundo isso pouco importa.
Queremos saber mesmo é como Paulo Henrique Ganso vai se sair na condição de maestro oficial da companhia. Não que esse Brasil x Venezuela possa ser visto como um teste de verdade. Trata-se do típico jogo-treino disfarçado de compromisso oficial, daqueles que preenchem a tabela inicial dos torneios.
Cá pra nós, a própria Copa América não é “o” torneio, embora sirva para dar uma idéia da utilidade do meia-armador paraense para a Seleção. Em entrevista durante a semana, Ganso falou de Zico e Pelé. Mas ganhou pontos preciosos ao mencionar Rivaldo, regente daquele time campeão do mundo em 2002. A facilidade para o passe caprichado e o fato de ser canhoto são virtudes que aproximam os dois jogadores.
Caso consiga chegar ao nível de Rivaldo, Ganso atingirá um patamar nobre. Coadjuvante de Ronaldo Fenômeno na Copa asiática, o pernambucano sempre pecou pela timidez, fato que acabou prejudicando-o em momentos capitais da carreira.
Quanto a esse quesito, o nosso conterrâneo já livra boa vantagem. Começa a dar entrevistas sem baixar os olhos diante dos repórteres e parou com aquele terrível (e involuntário) hábito do auto-elogio, característico de seus primeiros jogos pelo Santos.
Ainda destreinado, pronunciava pérolas do tipo “estou lutando para manter o alto nível do meu futebol”. Corrigido esse pequeno deslize nos adjetivos, Ganso só precisa mostrar o que sabemos que é: um craque.
 
 
O jogo inaugural da Copa América, na sexta à noite, foi tão chinfrim quanto o show de abertura. Deixou mal a imagem da seleção anfitriã, que sofreu um inesperado sufoco. Os bolivianos fizeram gol de calcanhar (Edivaldo Rojas, nascido no Brasil) e podiam ter ampliado para 2 a 0 se Marcelo Moreno não enfeitasse na hora de definir.
Desorganizada e apática, a Argentina só teve de bom mesmo o sensacional chute de Sergio Aguero para igualar o placar. Messi, muito recuado, se escondeu do jogo. Francamente, o time de Maradona era melhor. 
 
 
Soam as trombetas na Curuzu pelo anúncio de reforço de peso para a Série C. Muito justo. Josiel é, de fato, uma contratação forte. Resta saber se Luiz Omar contratou o afiado artilheiro do Paraná ou o atrapalhado atacante do Flamengo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 3)

15 comentários em “Coluna: O maestro conterrâneo

  1. Essa seleção ainda tem muitos ingrientes da passada. mano começou com uma total reformulação e voltou ao ponto de partida . Se não fosse as convocações de Ganso e Neymar diria que caiu na mesmice dos anteiores.

  2. A seleção argentina e clubes, sofre da mesma síndrome da brasileira, dos clubes brasilerios e do esporte paraense. É geral.

    1. Quem quiser que comente, meu caro Berlli. Itamar e sua turma, alguns mais outros menos, não contam com minha admiração. Lamento a morte, mas não vejo relevância, por isso não mudei a pauta normal do blog. Só abro espaço para obituários quando se trata de grandes nomes, de fato – música, esporte, artes em geral, política.

      1. Comentário típico de imprensa parcial e marrom. Se Itamar Franco não foi grande nome na política brasileira meu amigo, então que tipo de jornalista é você ? Você prefere falar dos gansos da vida achando que eles são grandes. Que pena, por isso que nosso futebol está como está.

    2. Na “mosca” é uma expresão muito forte avaliando o alvo, mas considerando que há pescador que antes de retornar para casa passa na feira. Bem encurtando o caminho, o importante é o peixe.

  3. Discordo.Vivi as agrurtas de ser assalariado recebendo em cruzeiros e vendo o preço da carne mudar para mais caro todos os dias .Só depois do Plano Real na gestão de Itamar, as coisas melhoraram.Deuma inflação que beirava até 100 por cento ao mes para se ficar um ano inteIro sem aumento é muita diferença.Sou eleitor de Lula ,mas vivi a fase antes do Lula e sei ser JUSTO.
    Talvez minha postagem não seja publicada porque não falo palavrões e nem achincalho ninguém.Mas saber ser justo é imporatante em QUALQUER segmento e profissão.

  4. O Itamar só foi presidente porque o Collor caiu. Se não, seria um Helio Gueiros, um Amazonino ou um Jader Barbalho da vida. Ou seja, políticos desconhecidos nacionalmente, mas com grande cabresto eleitoral em suas regiões.
    Não fez muita coisa, mas implantou o Plano Real. E se não fosse esse plano…

  5. Mais JUSTO e importante do que falar que Itamar e sua equipe prepararam o Brasil que temos hoje SABIAMENTE aproveitado e feito pelo LULA ,o melhor de todos até hoje, é ser justo com a Seleção.
    Em minha opinião MANO não está no ponto pra ser tecnico ainda do escrete.Não consegue dar uma CARA TÁTICA PRO TIME.Não sabe explorar os craques que tem.Deixa o Pato sozinho isolado e os dois leves e dribladores ,delegados de oficio longe ,pelas laterais.Mas não fazem jogadas pelos flancos ,apenas DRIBLAM SEM OBEJTIVIDADE ,ROBINHO E NEYMAR parecem focas de circo ,fazem malabarismo,pisam na bola,rolam sobre ela,pedalam,fazem truques ,mas nunca chegam com perigo para uma triangulação com quem vem de trás e com o Pato.Resultado no primeiro tempo.UM chute no gol.No segundo tempo dois.
    E não adianta colocar a culpa na bandeira do Remo que os PARENTES PARAENSES do Ganso levam não.

    1. Também meu caro Zé, foram colocar uma bandeira de velório no estádio! Deu maus flúidos a seleção, consequentemente, o nosso Ganso, teve a brilhante infelicidade de fazer juras de amor, ao clube falecido do remorto, deu no que deu né! A urucubaca azulina, recaiu sob seu lombo, é fez com que seu futebol desaparecesse, igualzinho a vaga do time enlutado para serie D.

      KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

      Potiguar e melhor que o Ganso!!!

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