Coluna: Em dívida com a massa

Só saiu frustrado do Re-Pa quem vive no mundo da fantasia. A realidade do nosso futebol não permite ambições maiores, muito menos exigências exageradas. Os dois rivais se comportaram dentro do script esperado: o Paissandu mais recuado e marcador; o Remo, mais ofensivo e apostando na troca de passes. Até aí, tudo bem. O chamado busílis da questão é a baixíssima capacidade de encantar e surpreender a platéia, além da crônica dificuldade em disparar chutes a gol.
Os mais de 23 mil torcedores que pagaram ingresso ontem acompanharam momentos de muito esforço e transpiração, mas de pouquíssima inspiração por parte das duas equipes. Como de costume, não faltou correria. Foi possível anotar até alguns lances mais emocionantes, como os gols desperdiçados por Rodrigo Dantas e Elvis nos minutos finais.
Só que o componente de emoção está intimamente ligado à imensa paixão que a massa torcedora devota a Remo e Paissandu. Olhos apaixonados, como se sabe, costumam falsear a realidade dos fatos. A verdade nua e crua é que poucos atletas a serviço dos grandes da capital podem ser considerados em nível pelo menos razoável. Com muita boa vontade, é possível elencar cerca de oito a dez jogadores de qualidade.

Mas, vamos ao jogo, até porque não cabe ficar apontando culpados por esse estado de coisas que assombra o Pará boleiro há quase uma década. O equilíbrio dominou o confronto, como é normal em clássicos, mas nos primeiros movimentos o Remo parecia mais desembaraçado e disposto a chegar ao gol, atacando com os laterais e explorando bem seus meias. Pecava apenas na ausência de jogadas para o veloz Jailton Paraíba.
O Paissandu se mantinha recuado e, em certos lances, claramente acuado. Aos poucos, porém, saiu da pressão com bolas esticadas para Sidny e Rafael Oliveira. O problema é que Rafael saía muito da área, buscando fugir à sombra dos zagueiros do Remo. Com isso, ficava fora de seu habitat natural e longe do gol.
Mendes permaneceu na área e criou mais dificuldades para os beques, embora sem ter tido uma grande oportunidade para finalizar. A maior das chances passou perto dele, mas Elvis se intrometeu e perdeu um gol que o veterano atacante dificilmente perderia.
O gol de Vanderson, em jogada à européia, tirou a partida do marasmo, mas não era atestado de superioridade do Paissandu. Tanto que logo no começo do segundo tempo o Remo pressionou e também fez o seu.
 
 
Disse isso no Bola na Torre e mantenho: Paulo Comelli foi descortês com o torcedor ao não botar Finazzi pelo menos nos 15 minutos finais. Tiago Marabá entrou e não jogou. Pelo custo que representa para o Remo, o artilheiro deveria ser mais utilizado. (Foto 1: NEY MARCONDES; foto 2: MÁRIO QUADROS/Bola) 

Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 2. 

29 comentários em “Coluna: Em dívida com a massa

  1. Eu não sei qual dos dois lances do jogo foram os mais estranhos, o penalti não marcado a favor do Remo em cima do Jaílton Paraíba ou o Gol do Rodrigo Dantas misteriosamente anulado pelo Juíz.

    Menos mal que o Tabuzinho continua crescendo. Ainda não está tão grande quanto seu pai o TABUZÃO 33 mas continua crescendo.

    21/03/2010 -Remo 3×3 Paysandu
    11/04/2010 Remo 2×1 Paysandu
    09/01/2011 Remo 0x0 Paysandu
    13/02/2011 Remo 3×1 Paysandu
    01/05/2011 Remo 1x1Paysandu

    OLHA O TABUZINHO AEE GENTE!!!

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      1. Quanta baixaria ! E tem gente que ainda dá ênfase a essas atitudes ridículas. Parabéns Sr. Valentim,volto a enfatizar que são infelizes ações, sempre provindas de remistas. É uma pena !

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      2. Vlw amigo Valentim, bem lembrado. Faltou acrescentar esse jogo do famoso gol de pipi do Landu hehehe

        O mais engraçado é ver os bambiclores se mordendo por causa dos inumeros Tabus que o Leão monta em cima do papinha.

        Um recado aos bambicolores, não fiquem com raiva do Leão. Fiquem com raiva do timeco de vc´s pois ele é quem “gela” sempre que ve o Leão. Por isso que o Leão vive montando no papinha. A culpa não é do leão não hehehe

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    1. Claro; Se o time não tem história nem estória então,será eternamente assim. Só fico triste é de eles se apegarem a mínimos detalhes,como se isso ganhasse jogos. É por isso que estão nessa situação ridícula . Enquanto se preocupam com tabús bobos de 2 vitórias,os titulos vão ficando cada vez mais distantes.Coisas características de remistas.

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  2. QUE ME DESCULPE Gerson Nogueira, mas temos de convir que os clubes do Pará são de terceira divisão para baixo. O Remo ainda nem tem, está lutando para ficar na ‘D’. Sendo assim, não é demais exigir futebol ‘razoável’? O todo-poderoso Flamengo, a nível Brasil, levou um título com 3 vitórias em penal. Mesmo assim, com boa vontade, o jornalista ainda encontra no Pará “8 a 10 jogadores de ‘qualidade'” (botei aspas em ‘qualidade’).
    Se não há como exigir um futebol de Barcelona, então o torcedor comum tem é mais que se contentar e torcer- por enquanto – com a ideia de seu time ser um pouquinho melhor que os rivais locais, e ganhar o título com um nariz de vantagem. Nada mais que isso.

    Não gosto de comentar sobre o grande rival listrado, mas vou dizer algo que não é novidade:
    1) O treinador deles errou ao não levar muito a sério o jogo contra o Cametá, abdicando de 3 pontos preciosos. Se tivesse ganho do Cametá, com o empate de ontem, estariam agora com 8 pontos – rigorosamente no páreo;
    2) comprovado que ganhou o turno por conta da fragilidade do Remo, que tropeçou ante o Cametá.

    Sobre o Remo ainda não ganhou nada, mas está em boas condições para tentar a conquista do returno, respeitando as qualidades de Cametá, Independente e São Raimundo.

    Um bom dia a todos.

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  3. O jornalista não está sendo exigente de mais? O futebol do Pará está na série C para baixo. Não é muito querer um futebol da qualidade de um Barcelona?
    O todo ‘poderoso’ Flamengo acaba de ganhar um título com 3 disputas por penais. Grande mérito, por culpa da maior fraqueza dos seus concorrentes.

    No futebol do Pará, pelo menos para o torcedor apaixonado, o que interessa (no momento) é que seu time esteja um ‘nariz’ à frente dos seus rivais.

    Ainda assim o jornalista encontra 8 a 10 jogadores de ‘qualidade’.

    ‘Olhos apaixonados, como se sabe, costumam falsear a realidade dos fatos. A verdade nua e crua é que poucos atletas a serviço dos grandes da capital podem ser considerados em nível pelo menos razoável. Com muita boa vontade, é possível elencar cerca de oito a dez jogadores de qualidade’ (destaco ‘qualidade’).

    Um abraço.

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    1. rsrsrs…hum…..concordo com suas palavras..cobrar futebol de qualidade dos ”titãs”, da forma que estaum jogando, é querer tirar leite de pedra….85% dos cariocas hoje sao campeoes…nos 90 minutos foi oxo (0 x 0) o placar…estou torcendo para que os estaduais acabe logo..esse tah demorando….

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  4. O treinador deve agir como a frieza de um técnico, sopesando os prós e contras, visando o objetivo, e não como um torcedor comum, de olho em espetáculo. Naquelas circunstâncias, agiu certo em deixar Finazzi no banco (é a minha opinião).

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  5. A vontadde em devolver aquele 7X0 que é o maior tabu do mundo e que este ano vai completar 66 anos, era mais que esperada ontem por alguns desiludidos. Tenho a dizer a estes contadores de fada que jamais isso ocorrerá nos tempos atuais por mais fraco que este de momento o maior do norte. Se houver outro REPA este ano é valendo título, aí a lógica é mais provável e o TRI 45.

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  6. Diga-se de passagem, que ele também pensava em contar no jogo com o Finazzi, acontece, que a mexida no intervalo, era pela saída do Granja e, o deslocamento do Thiaguinho para a ala direita(pois o mesmo estava mal no jogo, por posicionamento tático) e, aí ele colocaria o T. Marabá, com isso, aumentaria o poder de marcação e, faria o Thiaguinho trabalhar mais pelos lados do campo e, com o campo livre para o Ratinho trabalhar.Mesmo com o Cansaço do Ratinho(segundo o técnico), não me pareceu que ele estivesse tão desgastado, até pela seu espanto, na hora da substituição. Penso que por ter se equivocado na substituição inicial, acabou sobrando para o Finazzi. Era jogo pra ele, ontem.
    – Penso que o Treinador tem que fazer, o que é melhor para o time, sem se preocupar se esse ou aquele que queriam ver o Finazzi jogar. Não disseram, também, que já imaginavam o Paraíba correndo naquele gramado do Mangueirão e, que a defesa do Paysandu que se cuidasse? Te dizer…, mas futebol se faz taticamente e não na marra.
    – É a minha opinião.

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    1. Concordo mais uma vez com vc Cláudio. Perguntei em uma participação minha no Blog, Quem o remo havia ganho nesse campeonato,com tanta facilidade,para deixar a torcida tão empolgada ao ponto de só falar em goleada diante do maior adversário ? Não ví todo esse futebol no remo. Os números não mentem, Respondam: Quem tem os melhores números do campeonato,,inclusive com a conquista da metade dele ? Será que o 1×0 em cima do castanhal, dá para valorizar tanto assim esse time. Eu acho que não .

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      1. Vou responder: o único jogo em que o Remo teve facilidade para ganhar foi justamente contra o Paissandu, no turno, 3 a 1.

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      2. Quando o Paysandu estava com o time quase todo desfalcado.Sem cinco titulares. Porque não golearam ontem? Voces são muito é malas.. Nos já estamos na finalíssima e vocês ?

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      3. Em toda a historia do RExpa o Leão leva grande vantagem, sejam numeros de gols, numero de vitórias etc..

        Logo é natural que o torcedor Remista se sinta motivado diante de um confronto com o papnha que geralmente leva a pior. Isso é Fato e contra fato não há argumentos.

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  7. Gerson, acho que o próprio Finazzi se sentiu desprestigiado. Tanto que após o jogo, não desceu logo para os vestiários, ficou ali, por um bom tempo, dando piques, perto do banco de reservas. Só saiu quando veio alguém, da comissão técnica (creio), buscá-lo.

    Aquela postura me pareceu uma espécie de protesto contra o treinador. Se tiver sido, mostra, pelo menos, que ele não pretende ficar só no chinelinho. Mas, que ele me pareceu ainda com o físico fora de forma, bem acima do peso, isso pareceu…

    Vamos ver se o Comeli consegue alguma oportunidade para colocá-lo em ação, para adquirir rítimo, nos dois últimos que faltam nesta primeira fase. Quem sabe, o coloca para jogar o 2º tempo inteiro contra a Tuna, e, se vencer, o escala para o jogo inteiro contra o Independente.

    Outra coisa, o Lopes está se especializando em levar gols defensáveis do lobato. No gol do lobato ele foi para a bola com dois dias de atraso. Além do que, desde o início do jogo, parecia que estava fazendo cera, demorava tres, quatro dias para repor a bola, enfurecendo a torcida.

    Tomara que o Clube já tenha pago os atletas. Em certos momentos os jogadores pareciam que estavam só a 50% das suas já limitadas possibilidades.

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    1. Sim Lopes. Porque o Paysandú tem mais títulos,tanto regional,como nacional ? Isso,sendo 9 anos mais novo que vocês, se não me falha a memória. Os títulos mais importantes são do Paysandú,lembras? Quando será que o remelento irá participar e ser um dos melhores de uma Libertadores ? Oh quanta inveja !

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  8. Gérson, esse placar para mim também não foi surpresa. Aqui mesmo no blog, antecipei que seria empate, lervando em consideração o equilíbrio para baixo dos dois clubes. Amigos, há muito tempo o futebol paraense está abaixo da crítica. Não adianta tapar o sol com o paneiro, como diria o ululante Ilmar Nunes. Ontem, a constatação do único jogador (aí eu discordo de você, camarada Gérson) de qualidade jogando no Pará: Moisés. Não vi, sinceramente, nos últimos 10 anos, um jogador tão técnico quanto Moisés (lembra o Alencar e o Giovani), mas totalmente sem preparo físico, diante dessa correria atual. Valentin, não precisa ir longe para assistir um bom futebol. Sábado, São Paulo e Santos, deram um espetáculo de futebol. O Cruzeiro está jogando o fino. O Pará, sinceramente, está a caminho do Maranhão.

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    1. Concordo quanto ao Cruzeiro e Santos.
      Não sou santista, mas acho que se der Corinthians será mais uma injustiça. Pior é se for em decisões por penais, aí é o fim.
      Que o de melhor campanha jogue pelo empate aí sim é mais justo, ou que haja um segundo jogo.
      É por essas e outras que o ponto corrido é o ideal.

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  9. Re x pa é sempre jogo truncado, e qdo. o jogo tem mais de 2 gols é de se comemorar. Agora a imprensa paraense é contraditória. Antes do jogo, estimula a torcida a ir ao estádio. Depois, critica exacerbadamente o nível técnico dos times. Ora, senhores, se existem jogos da seleção brasileira que são técnicamente sofríveis, e nem Barça e Real Madri dão shows sempre, – e vejam campeonatos pelo Brasil a fora sendo decididos nos pênaltis -, como exigir que Re x pa seja primor de técnica? Só com a paixão da torcida e os jogadores correspondendo a ela com muita luta em campo, vamos elevar o futebol paraense a pontos mais elevados do cenário nacional.

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    1. Concordo. Não há que se exigir futebol de primeira para times de terceira.

      No futebol paraense, quando um dos times se destaca é mais pela fraqueza técnica do oponente que por suas próprias qualidades.

      Que o digam os fãs de Rafael Oliveira e de Mendes, os artilheiros das defesas fracas.

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      1. Valentin, em parte, concordo com você. Mas, você há de convir que também não dá para que o torcedor não se aborreça com o futebol de quinta que foi jogado no clássico. No meu modo de ver, os dois times jogaram abaixo das suas já limitadas possibilidades. Ambos os treinadores não queriam arriscar a ira da torcida acaso ocorresse uma derrota em função da busca mais determinada pela vitória. Eu que normalmente sou crítico do futebol discreto jogado pelo Tiaguinho, ontem, durante a entrevista que ele concedeu ao Caxiado, pude, mais uma vez, constatar que muito deste acanhamento decorre das ordens do técnico. O Tiaguinho disse que não pôde chegar mais à frente com os companheiros de ataque porque recebeu a determinação de que tinha de acompanhar os volantes do paysandu. Sem contar que os próprios avantes do Remo, como já tinha deixado de acontecer nas duas ou tres partidas anteriores, novamente vieram combater ainda na sua própria intermediária.

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