Coluna: A vitória do artilheiro

Um atacante de ofício, hábil o suficiente para se posicionar bem e capaz de variar seu repertório de truques, representa um bem precioso para qualquer time de futebol. Aqui ou na Transilvânia. Mendes, que chegou por aqui se destacando mais pelas entrevistas e presença espirituosa no Twitter, começa a justificar sua utilidade para o Paissandu.
Estava há três partidas sem balançar as redes e, ontem, aproveitou logo para carimbar duas vezes a defesa do Cametá. Pode-se dizer, sem exagero, que a tarde foi de Mendes. No primeiro lance, decisivo para a vitória, mostrou capacidade de antevisão do lance: recebeu cruzamento rasteiro de Billy e, diante da marcação do zagueiro Rubran, desviou com um toque sutil de bico de chuteira. A bola pegou o efeito desejado e enganou o goleiro André Luís.
Quando o embate ficava perigosamente penso em favor do Cametá, que atacava com até seis homens e iniciava um sufoco em busca do empate, Mendes recorreu ao fundamento do chute de longa distância, nem sempre muito exercitado no futebol paraense.
Recebeu a bola passada por Rafael Oliveira e confundiu o marcador. Ao invés de partir para invadir a área, usou o pé esquerdo para mandar um chute no ângulo direito da trave de André Luís. Tiro indefensável. Golaço.
Aproveitamento excelente para quem só recebeu três boas bolas no jogo. Foram três passes e dois gols. Sem mistérios, o artilheiro construiu a vantagem que o Paissandu precisava para suportar quase três quartos do jogo sob pressão constante do Cametá. Quem tem bons jogadores de área sabe a importância que eles têm. Costumam marcar presença justamente em ocasiões enrascadas, quando as oportunidades rareiam.
Experiente, Mendes sabe proteger bem a bola, passa com correção e é quase sempre certeiro nos arremates. Tanto que surpreendeu ao desperdiçar uma chance preciosa, no segundo tempo, depois de levar a melhor sobre a defesa cametaense. A surpresa veio do fato de que é um goleador que raramente perde os chamados gols fáceis. 
Depois que foi trocado por Zé Augusto, o Paissandu teve apenas outro bom momento, mas Billy desperdiçou. Rafael Oliveira, principal artilheiro do time, não estava em dia de grande inspiração, apesar de esforço e participação na partida. Mas, graças à produtiva atuação de Mendes, o Paissandu não precisou dele.
 
De espantar na partida foi a apatia inicial e a ausência de recursos do Cametá para mudar um cenário flagrantemente desfavorável. Tinha a posse de bola e tomava conta do campo inimigo, mas não encontrava brechas para chutar. Seu domínio era ilusório, mas o time insistiu nessas tentativas do começo ao fim. Com Leandro Cearense anulado, só chegou ao gol quando Robinho foi à linha de fundo e cruzou para Jailson. Pena que tenha buscado esse caminho apenas uma vez.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 21)

15 comentários em “Coluna: A vitória do artilheiro

  1. Quando uma atuação não agrada vem as críticas e retormar a confiança do torcedor não é tarefa fácil. Mendes outrora era aquele que se não decpicionava, não despertava confiança, nada agravante por ter assinaldos alguns gols que contribuiram enjogos passados para a manutenção de avante papão. Ontem o que se esperava dele pela maneira adotada de jogar do time era o que fez. Naqule 2º gol, bom lembrar que Rafael Oliveira teve participação importante ao receber a bola na lateral esquerda, avançar, se linvrando de um adversário e proporcionando o passe na medida para a bela conclusão do Mendes. Agora com novo ânimo tem tudo para crescer ainda mais na competição.

    Curtir

  2. Sinceramente, Gerson e amigos, mas não vi toda essa marcação nos dois homens de frente do Cametá, como alguns falaram. Penso que o Robinho, esse sim, se não marcar, já era. Percebam que na única chance que o Alexandre Carioca deu, deixando o mesmo pegar a bola de frente, ele levou de uma vez o Elton Lira e o Alisson e, encontrou, sem marcação nenhuma(por isso não concordo) o Jailson, assim como poderia ter encontrado o Leandro Cearense, que na imagem, estava livre, também. Volto a dizer, Robinho é um jogador diferenciado e, grata revelação desse campeonato. Marcando ele, principalmente, o Cametá não existe. Só o Comeli não viu isso. Te dizer…
    – Quanto ao Mendes, é aquilo que sempre falei, é bom jogador “segura” os zagueiros para facilitar para o Rafael Oliveira, Sidny e todos que vem de trás, sai da área para levar a marcação, na hora certa, abrindo espaços e fazendo lançamentos precisos, mas que, assim como o Pardal no Remo e, pra ir mais longe o Zé Soares, também no Remo, já estava caindo em desgraça pela midia Paraense, pois só analisa o jogador com a bola nos pés e não taticamente, daí essa dificuldade em perceber e se queimar bons jogadores, que passam por aqui. É a minha opinião.
    – Se jogar com toda a seriedade que jogou ontem e, não dar tanto mole na marcação do Robinho, o Papão será o campeão do 1º turno e, segundo o amigo Gerson, com um placar de 3×0. Alguem terá coragem de duvidar do Gerson?rsrsrsr

    Curtir

      1. Não põe pilha, se não o Levyano vai dizer que tá tudo tão arrumado pro papão que tem gente que já sabe até o placar…hehe

        Curtir

  3. Acredito eu que o glórioso Paysandu, está bem servido de artilheiros! Acho que so falta no elenco mesmo o Leandro Cearense e, mais um jogador que jogue pelos lados do campo com velocidade. Minha opnião!

    Curtir

    1. Meu caro André e amigos do blog, eu diria que esse jogador pode ser o Robinho.
      Tem jogado muito e ontem mesmo não sendo uma das suas melhores partidas o “muleke” deu trabalho!

      Curtir

  4. As bolas do Mendes, começaram a entrar, parabéns a ele; concordo com a análise do Cláudio Santos, pois na única oportunidade que deram mole ao Robinho, ele foi lá e cruzou pra finalização certeira do Jailson. A parada ainda não está decidida, ao contrário ficou bastante difícil, pois o Cametá agora é franco atirador.

    Curtir

    1. Vejo de modo ligeiramente diferente, meu caro Silas. O lance do gol do Cametá foi mais mérito do Robinho do que vacilo da defesa do Paissandu. E mantenho a opinião já expressada no Bola na Torre: a vitória de ontem liquidou a fatura. E a bola do jogo (e do turno) foi aquele chute torto do Leandro Cearense, aos 44 do 2º tempo, quando o Paulo de Tárcio entrava livre pelo lado esquerdo da área. O futebol às vezes nos surpreende, mas não creio que o Cametá tenha forças para vencer por 2 gols de diferença dentro da Curuzu.

      Curtir

      1. Concordo Gerson Nogueira, meu comentário, jamais tentou tirar o mérito do Robinho, o “Muleque” é ARISCO E LISO, vacilou com ele, dança.

        Curtir

  5. ‘O paysandu jogou a partida inteirinha recuado, viveu de contra-golpes. Aliás, estava tão recuado que o Mendes várias vezes aparecia lá na última linha defensiva. Numa oportunidade até bloqueou o toque do atacante do Cametá para dentra da meta do Fávaro (vibrou como se tivesse feito um gol). Mas, nada disso, e nem sua idade avançada, impediu que ele também aparecesse para cumprir sua missão precípua, e fizesse dois gols, um de oportunismo dentro da área, outro de categoria, batendo por cobertura quase da intermediária. Quer dizer, mesmo num esquema defensivo, e muito, se houver artilheiro, se houver categoria, são os atacantes que resolvem a parada’.

    Curtir

  6. É muito bom também o passe e a visão de jogo do Mendes. no jogo contra o Independente foram várias assistências, funciona muito bem como pivô.

    Curtir

  7. Gerson, parece que finalmente o Paysandu encontrou um artilheiro nato, que nos faça relembrar os verdadeiros artilheiros que passaram pelo clube nos anos 80 tais como Dario, Chico Spina e Cabinho e mais recentemente Robgol.

    Curtir

  8. Além de um centroavante matador e hábil o Paissandu com certeza estudou o adversario e se postou taticamente para esse confronto,como disse o sr.Gerson marcou bem ,segurou o meio do Cametá e os contra-ataques eram mortais ,poderia ter feito mais uns dois.Com a saida do Thiago a equipe está ta´tica ,ou seja sabendo que naun depende apenas mais de um ou dois jogadores o time agora é mais centrado na tática.Isso apareceu contra o Independente e agora contra o Cametá.Acho que o técnico tem o dedo nisso.Tanto é verdade que mesmo dentro da Curuzu o Papão vai usar o mesmo veneno e vai enfiar um sacode no time cametaense,axo que uns 3,4, 5 x 0 ou 1.Naun sou muito de acompanhar futebol pois simpatizo desde criança com o Paissandu ,mas quase naun acompanhava as partidas ,mas agora o convivio com um patrão que respirava futebol e respira ainda 24 horas me reanimou a voltar acompanhar o futebol paraense.

    Curtir

Deixe uma resposta