Por Ana Cláudia Barros
Na análise do cientista político, Paulo Roberto Figueira Leal, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, a disputa presidencial, que resultou na vitória de Dilma Rousseff (PT), consagrou o lulismo como uma força eleitoral mais impactante do que o próprio petismo. Para ele, os resultados do governo do presidente Lula geraram uma sensação de “bem estar” na população que estimulou o desejo pela continuidade. “Para o eleitor comum, a percepção de bem-estar acaba sendo decisiva no sentido de ter um estímulo ao voto de continuidade. Importa pouco a gente ficar, neste momento, discutindo se foram os acertos do governo ou se foram circunstâncias outras”.
Autor dos livros O PT e o dilema da representação política (FGV Editora) e Os debates petistas no final dos anos 90 (Editora Sotese), Leal destaca que o fato de Dilma sair de uma “absoluta posição periférica”, que ocupava antes de a campanha começar, para a conquista do Planalto demonstra o peso político da figura de Lula. “A primeira eleição presidencial brasileira, desde 1989, sem Lula, teve Lula como personagem central”, brinca. Categórico, o cientista político desconstrói um argumento muito usado pela oposição, sobretudo, no segundo turno: o da alternância de poder como peça-chave para a manutenção do sistema democrático.
“Os mesmos segmentos, que faziam apologia de que era preciso mudar só para não garantir a permanência de um no poder, não acham nenhum problema que o PSDB governe São Paulo há 20 anos, caminhando para 24, ao final do governo Geraldo Alckmin”, alfineta. Na visão dele, o jogo democrático não supõe, necessariamente, a necessidade de alternância. Com a conquista de Dilma, o PT somará 12 anos ininterruptos à frente do comando do Brasil. “Acho que não há nenhum problema que um partido fique tantos anos no poder, desde que isso seja fruto de uma experiência democrática em que não tenha se negado a existência do contraditório. O que não se pode ter é eleição viciada, é eleição que constrange a oposição a não participar dela. Não me parece que seja o caso brasileiro”.
A comparação entre os oito anos da gestões FHC e Lula foi tema presente no debate do segundo turno. Quais os principais erros e acertos governo do PT na análise do senhor?
Paulo Roberto Figueira Leal – Primeiro, esta foi a estratégia do campo governista, ou seja, enquanto a candidatura Serra tentou o tempo inteiro puxar uma comparação de biografias, a estratégia da campanha da Dilma foi exatamente esvaziar essa comparação e estabelecer a comparação entre os resultados dos dois governos. Do ponto de vista da comparação, de fato, sobre numerosas questões, o governo Lula teve um resultado superior a apresentar, um resultado social superior. Os tucanos e aliados dirão que não por conta do governo Lula, que houve uma série de variáveis externas, de conjunturas internacionais que facilitaram isso. Mas o fato é que, para o eleitor comum, a percepção de bem-estar acaba sendo decisiva no sentido de ter um estímulo ao voto de continuidade. Importa pouco a gente ficar, neste momento, discutindo se foram os acertos do governo ou se foram circunstâncias outras que geraram essa sensação de bem-estar econômico e social. O fato é que ela foi gerada para milhões de eleitores e nesse sentido isso acaba por explicar um certo comportamento do eleitorado de buscar a continuidade. Algo que se manifestou não só na disputa nacional, mas também nas disputas estaduais. Quase todos os projetos estaduais de poder foram vitoriosos nessa campanha. Ou seja, há uma sensação de bem-estar, que alguns jornalistas americanos chamam de “feel good factor” que acaba por estimular uma resposta eleitoral por continuidade mais do que por mudança ou transformação. Nesse sentido, os números são óbvios. Você tem mais de 50 milhões de brasileiros que tiveram ascensão social significativa. Alguns que abandonaram a situação de pobreza absoluta, outros que chegaram à classe média. Você tem índices de geração de postos com carteira assinada batendo recordes seguidos. Você tem uma ampliação do mercado interno.
Como o PT sai dessa eleição em termos de força política?
O PT teve uma ampliação de bancadas, ocupa alguns governos de estado importantes, mas eu tenho absoluta certeza de que hoje, esse processo eleitoral, consolida a percepção de que o lulismo é uma força eleitoral mais impactante, mais relevante do que o petismo. Tanto é assim que você tem índices de popularidade do presidente e do seu governo que são descolados da possibilidade de uma ampliação ainda maior da presença do PT.
Dilma Rousseff sai de uma absoluta posição periférica, que ocupava antes de a campanha começar, para uma vitória, o que significa que a eleição sugere um enorme retorno positivo do ponto de vista eleitoral, senão para o PT, para o campo de sustentação do governo Lula, mostrando que, a primeira eleição presidencial brasileira, desde 1989 sem Lula, teve Lula como personagem central.
Essa constatação é lamentável. Embora respeitando a liderança do companheiro Lula, democracia se faz, e se consolida, com partidos organizados e atuando para alèm de suas lideranças. Viva o coletivo, abaixo o personalismo!!! O PT deve estar acima de Lula!!!
O QUE MAIS PERTURBA AS ELITES MEDIOCRES E AMERICANIZADAS(EUA) É QUE O TORNEIRO MECANICO SE REELEGEU E AINDA ELEGEU, COMO HAVIA DITO, SEU SUCESSORA… VAO TER QUE ENGOLIR…
Sem maiores comentários, resta rezar.
Resta você rezar mesmo Berlli, para às coisas dêem errado para Dilma, caso contrário ela será reeleita denovo, ai depois o Lula volta e ficará por mais 8 anos e, este será definitivamente o fim dos “TUCANALHAS” para sempre!
Perdemos o governo do estado do Pará, mais o governo Federal é nosso e continuara sendo por muitos e muitos anos, isso vocês terão de engolir com areia e vidro!!!!!!!
PT NELES!!!!
Voce está pensando como remista, caro papa títulos André. Eu penso no Brasil, não na DILMA Má.