Dia: 22 de julho de 2010
Vitória bicolor na entrega de faixas
Sem maiores atropelos, o Paissandu derrotou o Independente de Ourém, nesta quinta-feira à noite, na Curuzu, por 4 a 2. O amistoso serviu para entrega de faixas ao time campeão estadual e ao visitante, pelo título de campeão do Interior. A diretoria do Paissandu aproveitou também para festejar os 65 anos da célebre goleada de 7 a 0 sobre o Remo, ocorrida em 1945. Fabricio, de pênalti, abriu o marcador aos 24 minutos. O Independente empatou aos 29, com Almir, também cobrando pênalti. Bruno Rangel desempatou aos 40, batendo outro penal. Aos 43, o mesmo Bruno Rangel ampliaria, marcando de cabeça.
No segundo tempo, aos 24 minutos, Zé Augusto marcou o quarto gol, de cabeça. Almir, aos 43, descontou para o Independente. O técnico Charles Guerreiro utilizou na partida a seguinte equipe: Fávaro (Nei); Claudio Allax, Rogério Correa, Leandro Camilo (Da Silva) e Edinaldo (Márcio Goiano); Alexandre Carioca (Billy), Sandro (Zeziel), Fabricio (Jenisson) e Vaninho (Romeu); Neto Potiguar (Zé Augusto) e Bruno Rangel (Luã). (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
Filme celebra chuteiras artilheiras
Na guerra particular com a Nike pelos espaços e holofotes no futebol atual, a Adidas preparou um video sobre a Copa do Mundo para provar sua superioridade. Garante que sua chuteira F50 “marcou” 63 gols contra 62 de chuteiras da Nike. No filme, que já está no youtube, meninos sul-africanos vão assinalando nas paredes, com pauzinhos, os gols marcados na competição, enquanto astros patrocinados pela empresa alemã, como Robben e David Villa, surgem em pinturas grafitadas nos muros. Interessante.
Som na madrugada – Bowie, Ashes to Ashes
As voltas que a bola dá
O volante Sandro Silva, com passagens por Remo, Botafogo e Palmeiras, foi apresentado nesta quinta-feira como novo reforço do Málaga para a temporada 2010/2011 do futebol espanhol. Silva, de 26 anos, assinou contrato válido por quatro temporadas. O Málaga desembolsou 2,2 milhões de euros [cerca de R$ 4,8 milhões] pelos direitos federativos do volante, que antes de passar pelo Botafogo atuou pelo Palmeiras, Mirassol, Remo e Ceará. No Baenão, foi trazido como contrapeso, junto com Fábio Oliveira para disputar a Segundona em 2007, ano do rebaixamento à Série C.
Luxemburgo atrapalha planos do Palmeiras
Vanderlei Luxemburgo, atualmente no Atlético-MG, ressurge em meio a mais um episódio polêmico. Citado por Juca Kfouri como o técnico que telefonou para Valdívia informando que o salário pago pelo Palmeiras ao atacante Kléber é maior que o oferecido a ele, Luxemburgo reagiu com um desmentido em seu blog. Afirma que só uma “mente doentia” como a de Juca, que o perseguiria, seria capaz de inventar a história. Acrescenta, pegando carona no discurso evangélico de Kaká, que Juca é um homem “sem fé e sem responsabilidade”. Ocorre que Felipão, técnico do Palmeiras, confirma que um técnico brasileiro realmente se meteu nas negociações entre o clube e o meia chileno. Não disse o nome da figura. Nem precisava.
Do fundo do baú: carta de João Ubaldo a FHC
Em 25 de outubro de 1998
Senhor Presidente,
Antes de mais nada, quero tornar a parabenizá-lo pela sua vitória estrondosa nas urnas. Eu não gostei do resultado, como, aliás, não gosto do senhor, embora afirme isto com respeito. Explicito este meu respeito em dois motivos, por ordem de importância. O primeiro deles é que, como qualquer semelhante nosso, inclusive os milhões de miseráveis que o senhor volta a presidir, o senhor merece intrinsecamente o meu respeito. O segundo motivo é que o senhor incorpora uma instituição basilar de nosso sistema político, que é a Presidência da República, e eu devo respeito a essa instituição e jamais a insultaria, fosse o senhor ou qualquer outro seu ocupante legítimo. Talvez o senhor nem leia o que agora escrevo e, certamente, estará se lixando para um besta de um assim chamado intelectual, mero autor de uns pares de livros e de uns milhares de crônicas que jamais lhe causarão mossa. Mas eu quero dar meu recadinho.
Respeito também o senhor porque sei que meu respeito, ainda que talvez seja relutante privadamente, me é retribuído e não o faria abdicar de alguns compromissos com que, justiça seja feita, o senhor há mantido em sua vida pública – o mais importante dos quais é com a liberdade de expressão e opinião. O senhor, contudo, em quem antes votei, me traiu, assim como traiu muitos outros como eu. Ainda que obscuramente, sou do mesmo ramo profissional que o senhor, pois ensinei ciência política em universidades da Bahia e sei que o senhor é um sociólogo medíocre, cujo livro O Modelo Político Brasileiro me pareceu um amontoado de obviedades que não fizeram, nem fazem, falta ao nosso pensamento sociológico. Mas, como dizia antigo personagem de Jô Soares, eu acreditei.
O senhor entrou para a História não só como nosso presidente, como o primeiro a ser reeleito. Parabéns, outra vez, mas o senhor nos traiu. O senhor era admirado por gente como eu, em função de uma postura ética e política que o levou ao exílio e ao sofrimento em nome de causas em que acreditávamos, ou pelo menos nós pensávamos que o senhor acreditava, da mesma forma que hoje acha mais conveniente professar crença em Deus do que negá-la, como antes. Em determinados momentos de seu governo, o senhor chegou a fazer críticas, às vezes acirradas, a seu próprio governo, como se não fosse o senhor seu mandatário principal. O senhor, que já passou pelo ridículo de sentar-se na cadeira do prefeito de São Paulo, na convicção de que já estava eleito, hoje pensa que é um político competente e, possivelmente, tem Maquiavel na cabeceira da cama. O senhor não é uma coisa nem outra, o buraco é bem mais embaixo. Político competente é Antônio Carlos Magalhães, que manda no Brasil e, como já disse aqui, se ele fosse candidato, votaria nele e lhe continuaria a fazer oposição, mas pelo menos ele seria um presidente bem mais macho que o senhor.
Não gosto do senhor, mas não tenho ódio, é apenas uma divergência histórico-glandular. O senhor assumiu o governo em cima de um plano financeiro que o senhor sabe que não é seu, até porque lhe falta competência até para entendê-lo em sua inteireza e hoje, levado em grande parte por esse plano, nos governa novamente. Como já disse na semana passada, não lhe quero mal, desejo até grande sucesso para o senhor em sua próxima gestão, não, claro, por sua causa, mas por causa do povo brasileiro, pelo qual tenho tanto amor que agora mesmo, enquanto escrevo, estou chorando.
Eu ouso lembrar ao senhor, que tanto brilha, ao falar francês ou espanhol (inglês eu falo melhor, pode crer) em suas idas e vindas pelo mundo, à nossa custa, que o senhor é o presidente de um povo miserável, com umas das mais iníquas distribuições de renda do planeta. Ouso lembrar que um dos feitos mais memoráveis de seu governo, que ora se passa para que outro se inicie, foi o socorro, igualmente a nossa custa, a bancos ladrões, cujos responsáveis permanecem e permanecerão impunes. Ouso dizer que o senhor não fez nada que o engrandeça junto aos corações de muitos compatriotas, como eu. Ouso recordar que o senhor, numa demonstração inacreditável de insensibilidade, aconselhou a todos os brasileiros que fizessem check-ups médicos regulares. Ouso rememorar o senhor chamando os aposentados brasileiros de vagabundos. Claro, o senhor foi consagrado nas urnas pelo povo e não serei eu que terei a arrogância de dizer que estou certo e o povo está errado. Como já pedi na semana passada, Deus o assista, presidente. Paradoxal como pareça, eu torço pelo senhor, porque torço pelo povo de famintos, esfarrapados, humilhados, injustiçados e desgraçados, com o qual o senhor, em seu palácio, não convive, mas eu, que inclusive sou nordestino, conheço muito bem. E ouso recear que, depois de novamente empossado, o senhor minta outra vez e traga tantas ou mais desditas à classe média do que seu antecessor que hoje vive em Miami.
Já trocamos duas ou três palavras, quando nos vimos em solenidades da Academia Brasileira de Letras. Se o senhor, ao por acaso estar lá outra vez, dignar-se a me estender a mão, eu a apertarei deferentemente, pois não desacato o presidente de meu país. Mas não é necessário que o senhor passe por esse constrangimento, pois, do mesmo jeito que o senhor pode fingir que não me vê, a mesma coisa posso eu fazer. E, falando na Academia, me ocorre agora que o senhor venha a querer coroar sua carreira de glórias entrando para ela. Sou um pouco mais mocinho do que o senhor e não tenho nenhum poder, a não ser afetivo, sobre meus queridos confrades. Mas, se na ocasião eu tiver algum outro poder, o senhor só entra lá na minha vaga, com direito a meu lugar no mausoléu dos imortais.
Escrita por João Ubaldo Ribeiro, cronista e escritor baiano, membro da Academia Brasileira de Letras
Leão e jogadores do Goiás acusados de agressão
Logo após a partida Vitória x Goiás, no Barradão, válida pelo 10ª rodada do Brasileiro, o técnico do Goiás, Emerson Leão, e vários jogadores se envolveram em uma confusão com repórteres de campo, que terminou em agressão. O atacante Rafael Moura deu um soco no repórter Roque Santos, que deixou o gramado sangrando. Leão, Rafael Moura, o meia Romerito e o zagueiro Marcão prestaram depoimentos durante a madrugada no 10º DP de Salvador e vão responder a processo criminal na Bahia por agressão.A confusão teve início quando Leão invadiu o campo para interpelar a arbitragem sobre uma suposta falta em Marcão, antes do gol de empate dos rubro-negros. Imeadiatamente, os jornalistas dirigiram-se a ele para registrar o fato, o que irritou o treinador, que partiu para cima de Roque Santos, da Rádio Metrópole, de Salvador.
Porém, no momento em que os ânimos pareciam controlados, a sequência da confusão teve o envolvimento de jogadores. O atacante Rafael Moura acertou um soco violento e derrubou Roque Santos. O repórter deixou o campo limpando o sangue de sua boca no colete que o identificava. Ele teve dentes quebrados e também foi levado à delegacia para prestar queixa. (Com informações da ESPN e G1)
Leão coleciona (como lembra o texto de Rica Perrone, um pouco mais abaixo) brigas e agressões na fase descendente de sua carreira. Aqui mesmo, em Belém, se envolveu em confusão dirigindo o time do Santos, que tinha Robinho e Diego, contra o Paissandu, em 2003.
Conselheiros desautorizam venda do Baenão
Conselheiros, beneméritos e ex-presidentes do Remo que aprovaram, em assembléia extraordinária, a autorização para venda (ou “permuta”, como prefere AK) do estádio Evandro Almeida, encaminham moção à diretoria desautorizando qualquer negócio com o mais valioso patrimônio do clube. Dúvidas sobre a verdadeira natureza do negócio fizeram com que os associados recuassem na carta branca dada ao atual presidente.
Enfim, parece que a ficha caiu…
Como destruir uma carreira
Por Rica Perrone
Emerson Leão foi goleiro do Corinthians, do Palmeiras, do Grêmio e do Vasco. Foi pra seleção, disputou Copa do Mundo, ganhou 2 Brasileiros, diversos estaduais e se tornou técnico quando parou de jogar. Com imagem de culto e “diferenciado”, Leão foi trilhando a carreira de técnico entre o limite da arrogância e da falta de educação. Qualquer escolha já seria um erro, mas ele conseguiu somar as duas.
Virou “top” no Santos, quando na verdade o time era forte, não ele. Usou sua fama pra ir ao SPFC, e lá deixou o clube para ir ganhar dinheiro no Japão. Desde então, quando ganhou o Paulistão, sua carreira como treinador afundou. Não consegue emplacar nada, por onde passa só deixa inimigos, tem problemas com diversos jogadores e identificação com clube nenhum.
Conseguiu destruir uma carreira brilhante e uma imagem de ídolo através de sua arrogância e mania de grandeza. Leão se acha o melhor. Como goleiro, como técnico, como pessoa, como qualquer coisa. Leão agride as pessoas a troco de nada. Tem medo da imprensa, se acha muito macho quando chama nego pra “brigar lá fora”, e na verdade é um fracassado treinador que vive de nome há alguns anos.
Duro aceitar, pra alguém que se acha Deus, que a verdade lhe mostre sua incompetencia. Natural que a reação seja agressiva até, afinal, controle emocional e Leão nunca andaram juntos. A cada 10 jogadores que trabalharam com Leão, 9 o detestam. A cada 5 clubes que trabalhou, 4 não querem vê-lo nunca mais por lá.
Segundo um renomado jogador de futebol, “Leão consegue juntar numa só pessoa tudo de ruim que um ser humano pode ter”. Não sei, não o conheço como pessoa, só como profissional do futebol. Ali, é péssimo. E pela postura e forma de tratar as pessoas, não tenho muitas dúvidas sobre seu lado pessoal.
O que fez ontem foi apenas mais um capítulo entre tantos de descontrole e arrogância. Passará batido, porque é rotina vê-lo brigar, assim como é mais interessante focar a notícia nos técnicos tops e não nos fracassados decadentes.
Leão acabou. Ou pior: se acabou pro futebol. Vai tarde. Nenhum setor precisa de gente assim.
Paissandu paga 12 vezes pela mesma dívida
Os desmandos gerenciais e administrativos dos clubes paraenses parecem não ter limites. O ex-lateral Rodrigo, que defendeu o Paissandu na campanha da Libertadores, em 2003, acaba de ganhar ação de R$ 185 mil na Justiça do Trabalho. A indenização diz respeito a um acordo inicial de R$ 30 mil, que o clube firmou com o jogador e deixou de cumprir. O mais intrigante é que Rodrigo, entre promissórias e juros diversos, já levou R$ 180 mil, seis vezes mais do que o valor original da dívida. Agora, para passar a régua, vai faturar mais R$ 185 mil. A dúvida, diante de tanto descalabro, é se esses pagamentos destinaram-se exclusivamente ao jogador.
Papão escalado para pegar Independente
Fávaro; Cláudio Allax, Leandro Camilo, Da Silva (Rogério Corrêa) e Aldivan (Edinaldo); Tácio, Alexandre Carioca, Fabrício e Marquinhos; Bruno Rangel e Tiago Potiguar. Este deve ser o provável time do Paissandu contra o Independente de Ourém, nesta quinta-feira, às 20h, na Curuzu. Ingressos a R$ 5,00 (arquibancada) e R$ 10,00 (cadeira).