Dia: 17 de julho de 2010
Papão massacra Rio Branco na estreia
O Paissandu massacrou o Rio Branco (AC), na tarde deste sábado, no estádio da Curuzu, aplicando a goleada de 6 a 2. O resultado, inesperado, foi inteiramente justificado pela produção ofensiva do time de Charles Guerreiro, que perdeu diversas oportunidades para ampliar ainda mais o placar. Bruno Rangel, que marcou três gols, e o meia Tiago Potiguar, responsável por passes e lançamentos para três gols, foram os grandes destaques da partida. Logo aos cinco minutos, um lance abalou a torcida presente à Curuzu. O zagueiro Paulão, mal colocado, puxou o atacante Marcelo Maciel pela camisa. Pênalti, que o centroavante Valdir Papel converteu, abrindo o marcado para o Rio Branco.
Três minutos depois, porém, Bruno Rangel invadiu a área, caiu e o árbitro não hesitou em assinalar a infração. Fabrício cobrou o penal e empatou. Aos 14 minutos, confirmando a melhor atuação bicolor, Tiago Potiguar acionou para Bruno Rangel, que disparou chute cruzado, marcando o segundo gol do Papão. A partir daí, o jogo voltou a ficar equilibrado. O Rio Branco se lançou ao ataque, buscando o empate, enquanto o Paissandu tentava explorar os contra-ataques.
Depois do intervalo, a equipe acreana voltou agressiva, pressionando o Paissandu, que parecia encolhido em seu campo. Aos 12 minutos, Tiago Potiguar tocou com precisão para Marquinhos finalizar, marcando o terceiro gol. Com o placar adverso, o Rio Branco foi todo à frente e abriu espaços para que o Paissandu explorasse os contragolpes. Logo aos 18 minutos, Bosco cruzou para Bruno Rangel emendar para as redes. Mas, em rápido avanço pela direita, Ananias jogou bola na área. Valdir Papel cabeceou e descontou.
A dez minutos do fim, Alexandre Carioca marcou o quinto gol da goleada, aproveitando novo passe de Potiguar. Cabia mais e, nos instantes finais, Bruno Rangel faria seu terceiro gol na tarde, fechando o placar em 6 a 2. O jogo, apesar de decidido nos contra-ataques, refletiu a força do entrosamento do time de Charles Guerreiro e a excelente fase de Tiago Potiguar. Ao mesmo tempo, a equipe exibiu sérios problemas no setor defensivo, onde Paulão teve atuação sofrível.
Líder do grupo, o Paissandu volta a campo no dia 1º de agosto, às 16h, contra o Águia, na Curuzu. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
A frase certeira do dia (5)
“Não sou mais tão jovem. Não sou como B.B. King ou Muddy Waters. Meu amigo Eric Clapton vai tocar guitarra e vai estar no palco até o dia de sua morte porque é isso que ele faz. Não sou um grande vocalista ou um grande instrumentista, mas ainda tenho fogo nas entranhas e tenho algo a dizer. Tenho um canto do cisne em mim e acho que provavelmente será este.”
De Roger Waters, 66 anos, baixista e fundador do Pink Floyd
Mais um brasileiro no Barça
Mais um brasileiro no Camp Nou. O Barcelona apresentou neste sábado sua mais nova contratação, o lateral-esquerdo Adriano Correia, que era do Sevilla. O jogador, de 25 anos, assinou contrato de quatro anos, com cláusula de rescisão de 90 milhões de euros (cerca de R$ 260 milhões). “Sinto muitíssima alegria e tenho muita vontade de começar e conhecer os meus companheiros”, disse o brasileiro, revelado pelo Coritiba, à TV Barça. “Era um sonho jogar no Barça. Quando soube que tinha uma oferta ao Sevilla e Del Nildo (presidente do Sevilla) me avisou e me disse que me deixaria ir, fiquei muito contente. Me emocionei”, continuou Adriano, que chegou avalizado por elogios públicos do meia Xavi, um dos ídolos do clube.
E lá vem o Parreira de novo…
A tal reformulação que a CBF pretende implantar em seu departamento de seleções pode ser bem menos inovadora do que se imagina. O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, não desiste de um antigo objetivo: transformar Carlos Alberto Parreira em coordenador. É o que diz a edição de O Estado de S.Paulo deste sábado. Teixeira, que também acumula a presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, está a fim de se dedicar mais a fundo à organização do Mundial brasileiro. Para isso, precisa de tempo e, consequentemente, de profissionais que conheçam a engrenagem da CBF e sejam capazes de administrá-la sem vigilância integral. E Parreira se encaixaria perfeitamente na função, segundo o cartola. Teixeira estaria tentando convencê-lo a aceitar o cargo, antes de anunciar o novo técnico da seleção.
Há até a possibilidade de Parreira, caso aceite o convite, comandar a Seleção nos cinco amistosos marcados até o fim do ano. A estratégia daria à CBF mais tempo para analisar nomes e negociar a contratação do novo treinador. A hipótese, porém, não agradaria ao próprio Parreira. A primeira vez que Teixeira investiu pesado para convencer Parreira a aceitar o cargo ocorreu em 2002, logo após a vitoriosa campanha do pentacampeonato no Mundial da Ásia. O campeão de 1994 negociou durante várias semanas para ser diretor de seleções. Porém, no último momento, Parreira acabou anunciado como sucessor de Luiz Felipe Scolari no comando da equipe, em que permaneceu até a Copa do Mundo de 2006.
Na época, a alteração no plano original gerou estranheza até entre amigos de Ricardo Teixeira. A explicação mais plausível é que Parreira queria ajudar o amigo Zagallo a voltar à Seleção e bater mais um de seus recordes. Havia, porém, a convicção de que o Velho Lobo, que enfrentava vários problemas de saúde, não poderia mais ser o treinador. Parreira, então, teria aceitado assumir o time para o companheiro ficar no cargo burocrático de auxiliar técnico.
A dupla, que já havia trabalhado nos Mundiais de 1970 e 1994, fracassou na Copa da Alemanha. A polêmica campanha de 2006 terminou marcada pela derrota para a França nas quartas de final e pela completa falta de controle sobre os jogadores. Tais incidentes, porém, parecem ter vitimado mais os jogadores do que a comissão técnica. Parreira parece continuar prestigiado junto a Teixeira.
Os atributos de Parreira considerados fundamentais para a CBF são a credibilidade e a boa imagem internacional. Sua rede de contatos faria com que funcionasse como potencial embaixador da Copa do Mundo de 2014, com articulação para representar a organização brasileira em eventos diplomáticos. Já a imagem séria ajudaria a superar desconfianças em relação à organização e atrairia a simpatia estrangeira, fato que Dunga em nenhum momento conquistou na recente campanha sul-africana. Parreira ainda não se manifestou sobre os planos do chefão da CBF.
O nascimento de uma nação
Por Roberto Vieira
Mentem os livros de história.
Como sempre.
O Brasil não nasceu com Pedro Álvares Cabral. O Brasil não nasceu às margens do Riacho Ipiranga. O Brasil nasceu no dia 16 de julho de 1950. Às margens do Rio Maracanã.
O Brasil que se imaginava rico e febril. O Brasil que sonhava com vitórias nos campos de batalha. O Brasil que se vestia de branco e azul. Morreu. Pelas chuteiras que apedrejam. Morreu às cinco da tarde em um chute de Alcides.
O alferes Barbosa no chão. Corpo e alma dilacerados e inconfidentes. Sem Bastilhas. Porém, com a cabeça do prefeito guilhotinada. Transformada em bola de pelada pela turba igualitária.
O Brasil sonhado por poetas de quinta categoria. Por políticos de plantão em São Januário. Por técnicos que se elegeriam nas Touradas de Madri. O Brasil já não existia.
Outro Brasil nascia.
Verde e amarelo. Um Brasil de inesquecíveis vitórias e derrotas. Um Brasil, entretanto, com a memória do luto. A memória Rodrigueana de Hiroshima. Um Brasil que reconheceu a vergonha da lona.
Muitos caluniaram este Brasil. Seria uma terra de covardes. Mulatos e sifilíticos craques sem pedigree. Cachorros vira-latas.
Melhor seriam os ingleses. Muito melhor os alemães. Insuperáveis os norte-americanos que curtiam baseball.
Mal sabiam os sábios. O Brasil não era Pedro I nem Pedro II. O Brasil não era 1808. O Brasil não era a elite do café com leite e açúcar. O Brasil era a mão calejada das arquibancadas. Do sonho desfeito numa tarde de domingo.
O Brasil era a lágrima do 16 de julho de 1950. Reerguendo-se na segunda-feira silenciosa.
Mentem os livros de história. Como sempre.
O Brasil não nasceu com Pedro Álvares Cabral.
O Brasil não nasceu às margens do Riacho Ipiranga.
O Brasil nasceu no dia 16 de julho de 1950.
Às margens do Rio Maracanã.