CBF demite Dunga e toda a comissão técnica

Aconteceu o que já se esperava. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) demitiu na tarde deste domingo o técnico Dunga e toda a comissão técnica da Seleção. A decisão acontece apenas dois dias adepois da eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa. A delegação desembarcou na madrugada deste domingo no país. No comunicado, a CBF informa ainda que a nova comissão será anunciada até o final deste mês de julho. Assim, deve estar apta a participar do primeiro compromisso do Brasil no semestre, um amistoso contra os Estados Unidos, em agosto. Ao chegar em Porto Alegre na tarde deste domingo, o técnico Dunga admitiu que ainda iria conversar com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para saber o que a entidade decidiria sobre o futuro da Seleção. Jorginho, auxiliar técnico, chegou a dizer no Rio que estava à disposição da entidade “para dar continuidade ao bom trabalho realizado”. Juntos, Dunga e seu auxiliar venceram a Copa América e a Copa das Confederações, conquistaram a medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, e deixaram a Copa do Mundo nas quartas de final.

Dois dias depois da derrota para a Holanda, Dunga ainda busca explicações para o fracasso da Seleção na Copa. Na chegada a Porto Alegre na manhã deste domingo, ele reforçou toda a frustração pelo fracasso na África do Sul. “Chego com a sensação de que um pedaço ficou na África”, lastimou. “As coisas corriam bem em nosso trabalho. Mas é futebol. Fizemos um grande primeiro tempo contra a Holanda e a nossa queda aconteceu nas bolas paradas”, emendou. Ao contrário da recepção a Felipe Melo e Jorginho no Rio, Dunga recebeu aplausos de fãs ao atender a imprensa na área externa do aeroporto Salgado Filho. Ele destacou o apoio recebido pela seleção nos últimos anos. “A população viu o nosso trabalho, sempre quisemos resgatar o amor pela seleção, um time trabalhador. Tivemos que ser mais duros em algumas oportunidades, proteger os jogadores”, aparentemente se desculpando pelo clima hostil que ele próprio criou em torno da equipe. (Com informações do site da CBF, UOL e ESPN)

Uma derrota difícil de assimilar

A repercussão da dramática derrota de Gana continua forte entre os sul-africanos, que depositavam esperanças num bom papel da equipe de Asamoah Gyan. Não contavam com a fibra uruguaia, personificada nas defesas que o atacante Suárez fez no último minuto da prorrogação, cometendo um pênalti para evitar a derrota. Gyan, em seguida, desperdiçaria a chance da vitória, batendo forte no travessão. O título de um jornal de Johanesburgo, “A mão do demônio”, dá bem a medida do impacto que o desfecho do jogo causou sobre todos os africanos.

Para Neto, Luxemburgo deve ser o novo técnico

Valmir Rodrigues e eu, ao lado do craque Neto, hoje comentarista da Bandsports, que cobre a Copa da África do Sul e tem opiniões bem interessantes acerca do atual momento do futebol brasileiro, refletido na fracassada campanha da Seleção. Para o ex-jogador, o maior problema do time de Dunga era a ausência de um verdadeiro craque, alguém que pegasse a bola e assumisse a responsabilidade em campo. “Os alemães têm uns três bons (Ôzil, Schwainsteiger e Müeller), os holandeses pelo menos dois (Sneijder e Robben), os espanhóis têm Villa e Iniesta. E nós? Só Kaká nessa seleção pode ser chamado de craque, mas não rendeu. O Brasil de 2010 era pior que o de 1990 em termos de talentos individuais”, avalia Neto. Acrescenta que, apesar do relacionamento tempestuoso com a imprensa, Dunga não é mau sujeito. É até um cara razoável, diz Neto. O problema, para o ex-craque, estava na comissão técnica. “Dunga recebeu muita pilha de Jorginho, com aquele discurso religioso que acha que todos os demais têm que baixar a cabeça e só ele está certo”, observa.

Para o comando técnico do escrete, escala um nome: “Vanderlei Luxemburgo é o meu preferido porque gosta de jogador talentoso e seus times são sempre ofensivos. Scolari joga pra trás, assim como Mano Menezes. Na mão de um desses aí, a Seleção seria igualzinha a essa do Dunga. Precisamos, em 2014, ter o verdadeiro futebol brasileiro em campo”.

“Melhores” saem de mãos abanando

Messi voltou pra casa sem fazer um gol sequer na Copa.

Kaká também já está em Madri, sem ter balançado as redes aqui na África do Sul.

Cristiano Ronaldo fez um gol, mas sua passagem pelo Mundial foi das mais pífias.

São os três últimos vencedores do troféu de Melhor do Mundo da Fifa.

Será que esse prêmio ainda faz algum sentido?

Com Felipe Melo ninguém pode, nem Chuck Norris

Deus disse:”Faça-se a luz”. Chuck Norris disse:”Peça por favor”. E o Felipe Melo disse: “Calem a boca vocês dois!”

– Felipe Melo gosta de mingau com canela.

– Felipe Melo quando criança não ganhava carrinhos, ele dava

– Felipe Melo depois de ver a cotovelada do Kaká: “Amador…”

– Felipe Melo ligou para o SAC do seu cartão de crédito reclamando da cor. Ele queria o vermelho.

-A gestação do Felipe Melo era de gêmeos, até ele dar um carrinho no outro feto.

– Uma vez deram pro Felipe Melo uma Ferrari, ele disse que não queria porque só gostava de carrinho.

– Uma vez quando era criança, Felipe Melo teve seu sorvete derrubado por algumas crianças… isso foi somente uma vez….

-Após os treinos, alguns jogadores treinam cobranças de faltas, já Felipe Melo treina como cometê-las.

– Felipe Melo aprendeu futebol na escolinha da família Gracie.

– Uma vez Felipe Melo foi jogar JoKenPo com o presidente Lula. Ele tinha uma tesoura, e o Lula, 5 dedos.

– Quando Felipe Melo entra no treino os cones saem correndo.

– O cartão de visitas do Felipe Melo é vermelho.

– O Saci tinha duas pernas, isso antes de jogar futebol com Felipe Melo.

-Felipe Melo joga futebol arte… ARTE MARCIAL!

– Felipe Melo ganhou a primeira chuteira aos 4 anos. Aos 6 conheceu a bola.

– Jack Bauer resolve tudo em 24 horas. Felipe Melo em 24 faltas…

– O Felipe Melo foi expulso do UFC. Disseram que ele era violento demais.

– Felipe Melo não é um “Dunga Jr.”. É um “Dunga Jr. Baiano”.

– Por causa do Felipe Melo, os melhores momentos da Copa vão ser editados pelo Tarantino.

– Milhares de pessoas no mundo deram entrada no hospital após assistir o Felipe Melo em transmissão 3D.

– Roberto Carlos e Wagner Montes já entraram numa dividida com Felipe Melo.

– Felipe Melo não é bom de matemática mas gosta de dividir sem deixar restos.

– O Michael Jackson morto faz muita falta. O Felipe Melo vivo faz mais ainda.

– A lenda da mula sem cabeça começou depois de um pé alto de Felipe Melo.

– Felipe Melo é o único jogador que você encontra no FIFA 2010, no Winning Eleven e no Mortal Kombat.

(Com arte de Luís Carlos Verri, via Blog do Juca)

Espanha já iguala melhor participação

O time histórico do futebol espanhol era formado por Ramallets, Alonzo, parra e Gonzalvo I; Gonzalvo II e Puchades; Basora, Igoa, Zarra, Panizo e Gainza. Gente famosa na Espanha como o centroavanta Zarra, o maior artilheiro da história do Campeonato Espanhol em uma edição. Mas jogadores que passaram batido pela história da Copa do Mundo. O time atual não passará. Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevilla; Xabi Alonso e Busquets; Iniesta, Xavi e Villa; Fernando Torres.

É o primeiro time espanhol semifinalista de uma Copa do Mundo desde a escalação citada no primeiro parágrafo, quarta colocada em 1950. A Espanha iguala seu melhor resultado na história das Copas e isso não é pouco. Pouco é o futebol apresentado, que poderia ter perdido para o Paraguai, se Oscar Cardozo convertesse o pênalti marcado a favor dos paraguaios aos 15 do segundo tempo. A Espanha tem mais time, mas segue com seu ritmo único. Só toque de bola. O Brasil era o inverso, só aceleração. Como vai enfrentar o melhor time da Copa nas semifinais, vale dizer que a Alemanha parece favorita. Mas… Mas na final da Eurocopa, a Alemanha também era favorita e a Espanha venceu por 1 x 0, gol de Fernando Torres. (Por PVC, da ESPN)

Conexão África (27)

Germânicos marcham para o título

Nada de Messi, Cristiano Ronaldo ou Kaká. Depois do show de bola deste sábado, está mais do que óbvio que o candidato a craque da Copa veste a camisa alvinegra. E não se pode dizer que apenas um nome concorre. Incrível, mas pelo menos cinco jogadores alemães podem reivindicar essa honraria: Philip Lahm, Mesut Özil, Thomas Müeller, Lukas Podolski e Bastian Schweinsteiger. Todos estão jogando o fino da bola, um nível acima dos demais atletas da competição. Demonstram excelência técnica, envolvimento coletivo e capacidade de decidir. Tudo isso a partir de intensa movimentação em campo, até nos minutos finais das partidas.
Ontem, deu pena ver a Argentina de Diego Maradona perdida em meio à intensa rotatividade da seleção de Joachim Löw. O que chama atenção no time alemão, além das figuras acima citadas, é o preparo. Não apenas físico, mas emocional também. Sofrendo faltas violentas desde o começo do jogo, sob a complacência do árbitro Ravshan Irmatov, do Uzbequistão (ô Copa para inventar árbitros estranhos e fracos). Mascherano e Heinze cansaram de distribuir bordoadas nos alemães, que reagiam com fria superioridade. Além do banho de bola e do gol logo de cara (aos 3 minutos), essa postura
segura contribuiu para minar a resistência do time de Maradona, que lembrou durante todos os 90 minutos as fragilidades brasileiras no segundo tempo de sexta-feira. A mesma dificuldade para enfrentar um placar adverso e a ausência de estratégias para buscar o gol. Como Kaká e Robinho na véspera, Messi e Tevez sumiram em campo quando marcados de perto.
Confesso que apostava mais na Argentina, principalmente porque tinha craques para usar como trunfo. Nunca foi um primor como time, mas se
destacava pelas atuações individuais de alguns jogadores. Frente à sólida Alemanha, os talentos alvicelestes murcharam. Como não havia organização tática, o time inteiro ficou desnorteado, sem opções para ressuscitar em campo. A velha fibra estava presente, mas em quantidade insuficiente para dobrar um oponente superior.
Brasil e Argentina desabaram ao se defrontarem com equipes bem armadas. A Holanda e a Alemanha não são equipes imbatíveis, mas têm conjunto e sabem o que fazer em campo. Para um time alcançar esse estágio, precisa treinar muito e adequadamente. Dunga e Maradona, por mais boa vontade que se tenha, não são treinadores, portanto não sabem treinar ninguém. O fracasso dos dois gigantes sul-americanos é também a derrota da improvisação, o que nem sempre é tão ruim assim.

Celeste Olímpica de volta à elite

No fundo, ninguém esperava, mas alguns dos melhores momentos da Copa aconteceram no embate entre Uruguai e Gana. Não falo de técnica, mas de emoção e dramaticidade, algo raro de ver neste Mundial. O lance do bombardeio sobre a meta uruguaia no instante final da prorrogação e as defesas que o centroavante Suárez foram estonteantes. Depois de rebater a bola em cima da linha com o pé direito, o centroavante teve sangue frio para usar as mãos e impedir que a bola, cabeceada à queima-roupa, fosse parar nas redes. Sensacional, ainda, foi a cena do próprio Suárez comemorando intensamente junto ao túnel a perda do pênalti pelo atacante de Gana.
Momentos que entram para o grande arquivo de lances palpitantes da história das Copas. Não satisfeita, a Celeste proporcionaria ainda outra grande cena: a penalidade cobrada por El Loco Abreu, no mesmo estilo do gol que ele havia feito nas finais do Campeonato Carioca contra o Flamengo, à la Panenka, tcheco que inventou a deixadinha sutil nos pênaltis. Se acompanhasse o futebol brasileiro, o goleiro Kingson teria marcado a jogada, o que nos leva à constatação de que informação é tudo, até em futebol.
Sem pretensões maiores, quase como um patinho feio, o Uruguai chegou a esta Copa. Classificou-se na 25ª hora, na repescagem contra Costa Rica, mas desembarcou na África do Sul com a felicidade dos favoritos. Ao contrário de determinadas seleções, a de Oscar Tabárez abriu suas portas à torcida e aos nativos. Conviveu intensamente com os moradores de Kimberly, num ritual que integra o protocolo informal das Copas e quem em outros tempos (58, 62 e 70) o Brasil soube executar muito bem.
Nas oitavas, encarou a Coreia do Sul, que ameaçava repetir a grande performance de 2002 (quando terminou em 4º lugar). Superou os asiáticos, mais pela força que pela técnica, e chegou às quarta-de-final com altivez, para enfrentar a emergente Gana, última sobrevivente da derrocada africana na Copa. Por 120 minutos, o placar ficou empatado, embora os africanos tenham sido bem mais agudos nas tentativas. E, contra uma Celeste visivelmente exausta do combate, quase chegou ao gol no minuto final da prorrogação, no pênalti perdido por Asamoah Gyan. O toque final, de saudável molecagem, viria pelos pés de Sebastian Loco Abreu, ídolo do meu Botafogo e tão aferrado a superstições como Zagallo, a ponto de só usar a camisa 13. Esse conjunto de circunstâncias serve para tornar ainda mais expressiva a reentrada do Uruguai na elite do futebol mundial.

(Coluna publicada na edição do DIÁRIO deste domingo, 4)