Coluna: Devagar com o andor

Ouço os tambores rufando ao longe, como naqueles clássicos filmes de John Ford. Logo percebo que não passa de desassombrada euforia azulina, misturada a uma entonação quase arrogante, como se o vencedor do Re-Pa seja a quintessência do futebol moderno. Não é. Giba, bom técnico, sabe disso. Alguns de seus jogadores, mesmo evitando falar em voz alta, também sabem.
Desde domingo, tenho ouvido manifestações entusiasmadas de torcedores e dirigentes, categorias que no Pará praticamente se misturam. Há, obviamente, quem aproveite a vitória para expor mágoas acumuladas em relação aos críticos que “não acreditavam na gente” e coisas do gênero. Pipocam também as considerações sobre o valor do atual elenco, que alguns avaliam agora como não menos que impecável.
Bobagem. O elenco é desigual. Comporta jogadores de bom nível (Adriano, Marciano, Gian, Samir, Marlon, Vélber, Landu) e um grupo heterogêneo de sustentação (Pedro Paulo, Héliton, Raul, Patrick, Danilo, Fabrício) que alterna atuações seguras com outras nem tanto.
As críticas surgiram quando o time mergulhou em flagrante crise técnica, a partir do empate (3 a 3) com o Águia no fim da fase classificatória do turno, culminando com a derrota na decisão diante do Paissandu. Antes, o Remo era citado como exemplo de time arrumadinho, não perfeito, do meio-campo para a frente. Na defesa, sempre foi inconsistente. 
O triunfo no Re-Pa adquire naturalmente o caráter redentor das jornadas épicas, mas é preciso ir mais devagar com o andor. O Remo venceu, mas não é o melhor do campeonato. O Paissandu perdeu, mas não virou saco de pancadas. Foi um resultado normal no clássico – aliás, um escore dos mais frequentes em toda a histórica rivalidade. Não há, portanto, razão nem para oba-oba, nem para sangria desatada. Equilíbrio é o melhor remédio.

—————————————————————————————— 
 
Recebo e transcrevo ligeira observação de Celso Couceiro sobre a coluna de ontem. “Antes de mais nada, gostaria de dizer que admiro muito a forma como escreves e/ou falas sobre futebol e outros assuntos. Justamente por isso, te escrevo humildemente para dizer que pela primeira vez discordo dos teus comentários. Tenho certeza que vimos o mesmo jogo, mas não concordo quando dizes que o placar foi justo. Na minha opinião, o jogo foi de um time atacando, apesar de muitas vezes desordenadamente, e o outro se defendendo, procurando o contra-ataque. Friso que tomei a liberdade de escrever por ser ‘ainda’ um grande admirador teu”.
Aceito a crítica do amigo Celso e agradeço, principalmente, pelo “ainda”. Quanto à análise do jogo, 48 horas depois, mantenho a opinião expressada. O Paissandu dominou toda a etapa final, poderia ter massacrado, mas se deixou vencer por um time com um homem a menos na maior parte do tempo. Impossível não ver mérito em quem sai vitorioso nessas circunstâncias e com um time ainda claramente em construção. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 13)

33 comentários em “Coluna: Devagar com o andor

  1. Gerson, esse jogo, foi muito parecido com aquele 1º que foi 1×1, onde o Paysandu tinha técnico(Barbieri) e o Remo não(Sinomar). Perceba que, naquele momento, só se ouvia dizer que a “máquina azulina”, iria golear o Papão, pois o Remo vinha embalado e, o Papão, ainda em fase de montagem e, pior muito mal fisicamente(igual ao remo agora). Acontece, que o Remo(como agora o Papão), jogava, apenas, com os pés(pelo técnico que tinha) e, o Paysandu jogava pensando e, usava os pés, apenas para chutar a bola(pelo técnico que tinha). O Remo, foi pressionado sim, até porque não jogou sozinho, do outro lado tinha uma outra equipe, mas pressionou desordenadamente e, o torcedor, só sabe dizer que o Papão tomou conta do Jogo, mas que no próximo… . Perceba que ao não dar a vitória ao Remo, mesmo ainda em formação, mas aquele empate, serviu como incentivo, para que o Paysandu subisse de produção e acabasse sendo o Campeão do 1º turno. Volto a dizer, o Paysandu é um amontoado de jogadores, do meio pra frente, como era o Remo de Sinomar, ou seja, é um ocupando o espaço do outro e, com Thiago muito mal posicionado. Se vcs lembrarem, em muitos jogos do Remo, o Samir só aparecia quando saía o Velber ou o Gian e, eu falava isso aqui. Continuo a dizer, o Papão, na minha opinião, do meio pra frente, deveria jogar com: Tácio, Alexandre, Sandro e Thiago(trabalhando pelo meio, em frente ao gol e não pelos lados. Moisés e Didi. É a minha opinião.

    Curtir

    1. Claudio, antes eu discordave de vc em ralação a escalação de Sandro na armação das jogas, pq o paysandu perderia nas saidas de bola entre defesa e meio de campo, mais esse Alexandre mostrou ser um grande jogador na condução de bola, e tambem outro ponto importante que vc não citou e a fase de Fabricio, que não consegue uma regularidade em suas atuações, sem falar em Wilian que não chegou a mostrar pq foi contratado e Marquinhos que não consegue tambem ser o Jogador que foi durante a 1° partida entre paysandu e palmeiras.
      Então acho que o momento e este mesmo de montar esse meiode campo com, Tacio, Alexandre, Sandro e Thiago Potiguar e manter o Bruno Rangel ao lado do Moises, acho que o Rangel foi prejudicado pela falta de jogadas do meio campo do paysandu que não conseguio criar muitas situações de finalização para o mesmo.

      Curtir

  2. Sem querer estabelecer aquela máxima de que vamos aguardar o próximo jogo, o próximo embate do Remo contra o Independente poderá mostrar o que a baiana tem. Certamente o Remo não jogará defensivamente até por haver igualdade de forças.

    Curtir

  3. Gostaria de entender o que é “resultado justo” para a torcida do maior rival. Se o objetivo do futebol é o gol, e uma equipe com um atleta a mais boa parte do jogo, tem mais posse de bola e não tem competencia para converter em gols essa superioridade esse resultado é injusto? Essa situação me lembra muito a luta de nosso conterraneo Lyoto Machida contra Maurício Shogun, onde para os leigos houve superioridade do 2°, mas quem obteve maior êxito tecnicamente (finalização de golpes) foi o Lyoto, saindo vencedor do embate.
    Portanto isso tudo não passa de choro de perdedor que se ilude que tem um time tão mais qualificado que o Remo, por conta de uma vitória de 4×2 que por um lampejo de sorte não se tornou um 3×3.

    Curtir

  4. Pra variar, brilhante coluna Gerson.

    Isso estava querendo ouvir/ler desde domingo, o retrato do jogo. Não gosto dos comentários do Rui Guimarães, mas esse ponto ele vinha levantando, a imagem do jogo. Não podemos exaltar tanto o Remo por uma vitória simples e de superação, já que o time mostrou o mesmo futebol de rodadas atrás, até jogando pior na minha opinião. Ao Paysandu coube um pouco mais de audácia e confiança. Tudo isso tranformado na segurança da zaga remista com incopetência do ataque bicolor, faz do resultado o mais justo.

    Curtir

    1. Marcelo, eu acho que foi mais displicência e impéricia de nossos jogadores de ataque assim como os que tiveram a chance de finalização na partida, hora veja o gol que o Claudio Allax perdeu, ou faltou pernas a ele na hora da conclusão, ou e um pessimo finalizador, ou quis mesmo entregar a bola ao goleiro do remo, outro, o Rangel quando recebeu a bola dentro da area ele errou a passada da bola e quando ele conseguio matar a mesma a marcação azulina chegou encima dele, ai ele deu um corte para sua esquerda e finalizou encima do zagueiro e tentou denovo e acertou denovo a zaga, o Moises tentou bater de primeira e errou, se ele matasse a bola daria para ele escolher o canto mesmo com pouco ângulo, então acho que esses caras tem que treinar uma pouco mais de finalização, assim como todos os jogadores que tem possibilidade e competência de chegar cara-cara com os goleiros adversários. Porque perdemos oonde poderiamos perder, mais em uma decisão, isso não deve ocorrer, poís e decisão, e qualquer erro e fatal.

      Curtir

  5. Caro Gerson, bom dia. Quero parabenizar-lhe não somente pela ótima e lúcida leitura do REXPA, mais também, pela sábia coluna de hoje (13/04) em q voçê retrata que THE DAY OFTER ao clássico, nem tudo são verduras e flores neste canteiro. Quanto ao jogo em sí… pelo amor dos meus filhinhos (silvio luis) o lateral do payssandu não pode e nem deve perder uma chance de gol daquelas chutando em cima do “paredão de penitenciária” (só buraco). Com pesar q digo q o remo mereceu à vitória, não pelo futebol apresentado, mais sim, pela bravura de sua dezena de jogadores. Fico por aqui e leve meu abraço à galera da clube, pois sou ouvinte. forte abraço.

    Curtir

  6. Só pra citar o “colega” azulino Maurício “que por um lampejo de sorte”… esse tal lampejo de sorte não foi do Paysandu e sim do Remo por não ter tomado mais gols naquela partida. Voltando ao último embate, de longe se viu um jogo chato, ou melhor, feio, o Remo sempre na correria com chutões pra frente parecendo um time de sub-13 e o Paysandu com a posse de bola mas sem ousadia, sem contar que por varias vezes o ataque bicolor se deparou com simplesmente 8 jogadores dentro da área azulina, assim fica difícil bater de frente, além de, nesse ponto todos devem concordar, o time do Paysandu, durante todo esse campeonato, não joga bem em campo pesado. Bom, o certo é que ao contrário dos remistas estamos aqui pra ganhar títulos, e isso que é importante e é isso que faz do Paysandu o MAIOR CLUBE DO NORTE DO BRASIL.

    Curtir

  7. Sim, havia me esquecido de perguntar como o Remo ainda está em formação se sua torcida, iludida, havia qualificado como “A máquina” depois dos 30 jogos pelo interior e o bom começo de campeonato?? Lembrem-se que qualquer máquina pode ser desmontada. Por isso que sempre digo: Se não houvesse o Remo eu iria rir de quem??

    Curtir

  8. Futebol não tem justiça e sim eficiência. Não adianta ter mais posse de bola e não ser eficiente em colocar a bola na rede. No futebol, ganha quem coloca mais vezes a bola na rede que o adversário, independente de ter mais volume de jogo.

    Curtir

  9. Digamos assim, coisidência ou não nos 5 ultimos Re x pa o Remo em 4 teve 1 jogador espulso no primeiro tempo desses 5 só perdeu 1, os juizes das partidas entre as equipes vem sempre favorecendo o pay-sandú ( pai de santo da cúruzusamba), em todos os Re x pa jogadas iguais ou mais violentas de jogadores do pay-sandú os juises não vem tendo os mesmos critérios, veja nesse ultimo jogo a sandy(sandro) só foi espulso depois de reclamar meia hora de tempo com o juiz e o bandeira. Se fosse um jogador do remo que será que aconteceria?

    Felizmente não teve jeito dessa vez.

    Curtir

  10. Gerson, me desculpe, mas sua coluna de hoje nos dá crédito para continuar afirmando que o resultado dessas análises em cima do time do Remo são por conta da expulsão do Raul no primeiro RExPA, pois eu tenho certeza que foi aí que o paissandu ganhou o título do primeiro turno. Estão todos tentando colocar que o paissandu é melhor que o Remo. Balela! O Remo apenas está mal organizado, mal arrumado e mesmo assim, o “melhor elenco do campeonato” não consegue vencer no mano-a-mano. Só venceu graças ao Raul e Sinomar.
    O Remo tem que entrar do 4-4-2, com Marlon e San nas laterais e o Farício Carvalho fora do time para entrar Didão, Ramon ou até mesmo o Otacílio, Gian e Velber (para depois entrar o Samir como vinha acontecendo) na armação e o ataque nem preciso escalar pois tem Landu, Marciano, Hélinton e Patric para resolver. Aí eu quero ver o “melhor elenco do campeonato” conseguir vencer.
    O placar foi justo, pois “o melhor elenco do campeonato” não conseguiu vencer o Remo que por enquanto está com time mal arrumado, imagine quando o Giba conseguir colocar as peças no lugar certo.

    Curtir

  11. Não forcem a barra que o LEÃO começa outra série como aquela. O REMO é Filho da Glória e do Triunfo enquanto o paisudam é filho do roubo de cargas e da contavenção e ninguem pode negar.

    Curtir

    1. Acho amigo que a unica serie que tenho certeza que vai acontecer com o remo e que a CBF, está estudando a possibilidade de criar a serie “E”, e teu remo e forte candidato a estrea-la, prepare-se logo para chagar ate a serie “Z”, que esse e o destino do teu REMO!

      SAUDAÇÃO BICOLOR!

      Curtir

  12. Gerson e caros amigos bicolores! O Paysandu não ganhou o jogo por incompetencia, displicencia e irresponsabilidade(do Sandro). O time parecia que não queria ganhar o jogo, um abraço!

    Curtir

  13. Como é que uma simples vitória num clássico, desencadeia essa grande auforia por parte do vencedor, parecia que o Remo ganhou um título, ou um campeonato Brasileiro, e vem a imprensa, endeusar o Landu?? Por isso nossos clubes não passam do Gurupi. O Charles esta perdendo terreno, desde o jogo contra o Palmeiras, quando precisava ganhar, e se acorvadou, espero que daqui prá frente o Paysandu, pare de gracinhas e ganhe este campeonato.

    Curtir

  14. Caro Gerson, quem viu os jogos do Remo, contra o Santa Rosa e Paysandu, constata que foram duas vitórias da força, mas sem organigação tática. Os dirigentes do Paysandu esqueceram de pedir o antidoping pois time jogador pronto do outro lado, o cara chega babava. Agora, tem remista que é despeitado com Sandro escrevendo nas entre linhas querendo insinuar algo, só pode ser enrustido.

    Curtir

  15. Outra coisa, Gerson, o pessoal está baixando o nível, ofensas, de um lado e outro não deveria existir, senão vira bagunça, quem quiser dar sua opinião, que dê com inteligência! Um abraço.

    Curtir

  16. E verdade, o Remo inicia nova serie: a D. Mas, a proposito, o andor deve ir devagar, mas acho que os azulinos serao campeoes, devido ao embalo do segundoturno.

    Curtir

  17. O Remo é filho da Glória, uma prostituta muito famosa lá na Riachuelo. E o Triunfo é um boi com um par de chifres do tamanho do mundo huahuahuaha.

    Curtir

  18. A glória é a prostituta e o triunfo o seu cafetão. Bela dupla. Marajó, desses dirigentes de remo e Paysandu não sobra nenhum. è o sujo falando do mal lavado.

    Curtir

Deixe uma resposta