Assisto na ESPN Brasil uma não-reportagem de Cícero Melo, um repórter à moda antiga, insistente e perguntador, que ignora caras feias e amuos da cartolagem. Julio Grondona, chefão da AFA (a CBF argentina), tem a mesma fama de seu colega Ricardo Teixeira quanto à ojeriza a repórteres e jornalistas em geral. Saindo de evento no Rio, nesta terça, foi abordado pelo indômito Cícero, que disparou a metralhadora giratória de perguntas: Maradona continua como técnico da seleção argentina? quais as chances da Argentina não disputar a Copa? há crise no comando do futebol portenho? etc. etc.
Grondona, de início meio surpreso e aborrecido, aos poucos foi desarmando a carranca. Respondia por monossílabos, dizia que não queria papo, mas o insistente repórter não recuava. Com isso, o cartola foi até esboçando um sorriso diante daquela persistência. Não foi propriamente uma entrevista, mas não se pode dizer que Cícero deixou de cumprir sua missão, que é perguntar, perguntar, perguntar. Bons repórteres agem assim.
Pois é, Gerson, como estamos precisando disso. Hoje é mais fácil para certos repórteres ir para uma coletiva e ficar ouvindo, ouvindo, ouvindo, morrendo de medo de perguntar algo do desagrado do entrevistado. Aí depois vai para a redação e senta-lhe o pau no fulano quando escreve a matéria ou comenta sobre ele na tv ou na rádio. Pura covardia!
É verdade, tudo é questão de talento e faro jornalístico. Uns tem, outros não. É a vida.
Concordo realmente com vcs…tem que ter ”argumento” para perguntar e perguntar, rsrs…muitos saem pela tangente, aí o reporter, entrevistador, etc etc teria que perguntar novamente como faz o MB as quintas…