A relação de estádios cotados para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, publicada pelo jornal Lance! (antes da definição das sub-sedes), só aumentam as perplexidades quanto ao esdrúxulo processo de escolha das 12 cidades. Quando escrevi, baseado em estudos de consultores sobre a Copa de 2006 na Alemanha, enfatizando a importância dos estádios, houve quem contra-argumentasse que a infra-estrutura das cidades era mais importante no processo de escolha. Não é bem assim.
Reuniões recentes, entre técnicos da Fifa e representantes das 12 cidades escolhidas, confirmam minha impressão inicial, a partir dos exemplos de Copas anteriores: os estádios são itens fundamentais na avaliação. E as verbas para bancar suas ampliações ou construções constituem a maior preocupação dos dirigentes da entidade promotora do torneio.
Em meio às fortes especulações sobre a redução do número de cidades-sedes, cabe analisar alguns pontos do relatório sobre as condições dos estádios brasileiros repassado à Fifa – e que, pelo visto, foi olimpicamente ignorado na hora de eleger as sub-sedes.
O estudo destaca, claramente, que os três estádios em melhor saúde física e financeira para abrigar jogos da Copa são os seguintes: 1) Maracanã, no Rio, com reforma avaliada em R$ 430 milhões e rentabilidade (diferença entre a arrecadação necessária e a atual) de 133,9% – ou R$ 8,7 milhões; 2) Serra Dourada, em Goiânia, com projeto de R$ 180 milhões e rentabilidade de 104% (R$ 400 mil); e 3) Mangueirão, com obra orçada em R$ 200 milhões e rentabilidade estimada em 89,7% (R$ 1,1 milhão).
No meio do caminho, entre a entrega dos relatórios e a avaliação final da Fifa (com consultoria direta da CBF), dois dos estádios mais preparados para receber jogos da Copa foram descartados. Em contrapartida, entraram estádios deficitários – como o de Cuiabá, José Fragelli, com reformas que custarão R$ 380 milhões –, e outros que não passam de miragem, como o de Manaus, a futura Arena Verde, cujos gastos somam R$ 580 milhões. Em percentual de rentabilidade, o estádio de Mato Grosso tem apenas 5,6%, enquanto o da capital baré aparece com 5,4%.
Detalhezinho importante: os dois projetos, José Fragelli e Arena Verde, ocupam o 14º e o 15º lugar, respectivamente, no ranking do Lance! Estão à frente somente do Mané Garrincha, em Brasília, com reformas orçadas em R$ 522 milhões e rentabilidade de 3,3%, e do Morenão, de Campo Grande, com obras calculadas em R$ 500 milhões e rentabilidade de 2,1%.
Nem precisa ser o papa da contabilidade para notar que há um descompasso entre a análise de risco e o processo de eleição das sub-sedes. É legítimo duvidar se os relatórios foram realmente levados em conta. Custa-se a compreender, sob qualquer argumento, como o Mangueirão, rentável e quase pronto, terceiro melhor estádio do país, foi preterido em favor de uma arena que vai depender de verbas que, segundo o governo amazonense, serão todas drenadas dos cofres públicos. Farra financeira que a Fifa sempre vetou em países que sediaram a Copa.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 9)
Após a mal fadada divulgação das 12 cidades ditas melhores para sediar a copa 2014, no Brasil, o clima de perplexidade e baixo astral ensaiou estabelecer-se por estas plagas, só não encontrando ambiente favorável devido às ações da governadora que de imediato antecipou, ou, agilizou as obras do elevado da Pedro Álvares Cabral com Júlio Cézar e Av. Independência, mostrando que essas obras de infra estrutura Belém receberia, independentemente de verbas do PAC da Copa.
Todos nós Paraenses e mais da metade da população deste país sabe que em se tratando TÉCNICA E LOGÍSTICAMENTE, nenhum outro Estado da AMAZÔNIA, quiçá, metade do Nordeste Brasileiro, teria condições superiores às nossas para sediar eventos dessa envergadura.
Pessoalmente, sempre entendi, defendi e continuo defendendo o projeto apresentado pelo Estado do Pará; no entanto, fomos preteridos e superados pela ESPERTEZA DOS GOVERNANTES dos Estados concorrentes, especificamente do Amazonas que apresentaram projetos megalômanos e inexequíveis, de imediato aceito pela CBF, através do tal COL- Comitê Organizador Local; notícias veículadas na imprensa escrita, dão conta que o governo do Estado vizinho sangrará os cofres públicos, mas, construirá a tal arena verde. Porém, o que chamo à atenção neste momento em que são mostrados a realidade dos fatos; é que estou percebendo a falta dos CORNETEIROS locais, que bombardearam o projeto apresentado pelo Pará, onde andam ELES que alardeavam elogios e enalteciam a atuação “esperta” política, do Governo do amazonas, que detinha os patrocinadores da copa, onde andam os patrocinadores coca cola e sony? apesar de não ser especialista sobre o complicado projeto apresentado pelo nosso G 14, sempre o reputei como como tecnicamente excelente, economicamente exequível, viável portanto e eticamente correto, as notícias veiculadas pela imprensa centrosulista, firmam mais ainda a minha convicção; lamento, no entanto, o posicionamento de aguns cidadãos do meu Estado do PARÁ, que ainda nutrem imenso complexo de inferioridade e agem da forma que agiram, sempre entendendo que “o dos outros é melhor”.
Não sinto mais, a mínima empolgação de que Belém venha ainda a ser escolhida como sub sede dessa copa 2014 (sei que ainda existe essa possibilidade), afinal, a CBF não é uma entidade séria, o que defendo novamente, é que seja votado e concedido pela AL, uma moção de “persona non grata ao Estado do Pará” ao dirigente da CBF, Ricardo Teixeira.
“Não sinto mais, a mínima empolgação de que Belém venha ainda a ser escolhida como sub sede dessa copa 2014 (sei que ainda existe essa possibilidade), afinal, a CBF não é uma entidade séria, o que defendo novamente, é que seja votado e concedido pela AL, uma moção de “persona non grata ao Estado do Pará” ao dirigente da CBF, Ricardo Teixeira.”
De fato!!!! Apoiado!!!!
E o Nunes? Deveria receber uma “honraria” também né não!?
Com certeza. Pelo muito que (não) fez pela causa paraense, merece lugar de honra nessa galeria dos grandes coveiros do nosso futebol em todos os tempos. Esse galardão lhe cabe sem qualquer contestação.
Caro Silas,
Não falarei pelos outros, entretanto, a minha opinião é essa: a forma como a cúpula amazonense conduziu a candidatura de Manaus não sei se foi a mais correta, mas foi a que conseguiu vencer essa histórica disputa. O amor pelo meu Estado e pela minha cidade é tão grande a ponto de não deixar lacunas para me sentir inferior a qualquer cidadão sobre o planeta. É fato e você sabe disso que, os nossos representantes com algumas exceções não tiveram forças suficiente para garantir à Belém a vitória, já que a disputa foi exatamente nesse campo minado, porque veja, como você diz em sua postagem e é verdade, a Coca – Cola juntamente com a Sony em nenhum momento interferiram no assunto, veja porque: erroneamente muitos afirmam que a Coca – Cola tem sede em Manaus, é mentira, o que existe é uma unidade do Grupo Simões engarrafando os produtos da The Coca – Cola Company esta sim teria forças para pleitear alguma coisa junto a FIFA, no entanto, não foi esse o caso, mesmo porque, Belém também tem uma unidade do mesmo grupo engarrafando os produtos da The Coca – Cola Company que segundo relatório anual de 2008 e semestral de 2009 a unidade de Belém é a mais rentável tanto para o grupo Simões quanto para The Coca – Cola Company dos EUA, portanto se tivesse que intervir seria em favor de Belém e não de Manaus. O mesmo se aplica com a Sony, com uma diferença: Belém é desprovida de uma unidade da Sony, se bem que nesse caso, também, fica elas por elas, eles não tem poder de decisão nem tão pouco de persuasão. Assim sendo, a derrota do povo paraense ficou exclusivamente no território político, os bares, neste quesito classificatório e eliminatório foram fulminantes conosco. Não articulamos com sapiência suficiente para aprovar o nosso excelente Projeto e agora é saber conviver com o ocorrido.
Dentro do debate técnico entre as duas cidades é óbvio que Belém teria, em tese, capacidade para um evento desta envergadura. Mas parece que além desses aspectos e do fator político falta algo à discussão, esquecido pela maioria, algo que pesa bastante. Belém, para o Brasil e para o mundo não tem a “marca” Amazônia. Nosso carro chefe para o turismo é o Círio, que apesar de ser uma festa linda não traz como grosso de visitantes, o turista que vem para conhecer a Amazônia, com um padrão de exigência quanto à serviços diferenciado. Entrar em uma disputa não requer só ufanismos, é necessário é claro enfatizar nossas virtudes, mas não se pode esquecer de nossas fraquezas e atacá-las, faltou isto à campanha paraense. Não diagnosticamos isto como uma das prioridades: associar nossa imagem à Amazônia com um projeto turístico ousado (nisto Manaus sempre esteve à frente). Nestas condições, escolher Belém, equivaleria a fazer uma Copa no Brasil sem a participação da Amazônia, pois não basta fazermos parte de fato dessa maravilhosa região sem assumir isso como vocação e nos fazer conhecer ao Brasil e ao mundo. Perdemos muito mais que os investimentos e a copa, perdemos a disputa de cidade mais importante da Amazônia. E vamos parar de jogar a culpa por isto só em políticos ou forças ocultas, tem também nossa incompetência e miopia para diagnósticos e ação.