Bate-bola: Walter de Mattos Jr., do Lance!

Walter-de-Mattos-Junior

Por Robert Galbraith, do Meio & Mensagem

Num dos semestres mais difíceis para os jornais em todo o mundo, quando a crise econômica agravou as dificuldades estruturais que o meio impresso já enfrentava com o avanço da mídia digital, o diário esportivo Lance conseguiu integrar o seleto grupo de títulos que vem conseguindo ampliar sua circulação. Walter de Mattos Júnior, presidente do Grupo Lance, acredita que o investimento na qualificação do conteúdo em todas as plataformas tem sido o grande diferencial da empresa, permitindo a expansão da audiência e a conquista de novos anunciantes. A Copa do Mundo de 2014, a possibilidade de o Rio de Janeiro ser indicado como sede da Olimpíada de 2016 – processo no qual teve empenho pessoal – e a perspectiva de mudança no calendário do futebol brasileiro são fatos que fazem Mattos Júnior apostar que o terreno esportivo ficará ainda mais fértil para sua plataforma de negócios.

Que outros benefícios os clubes poderiam ter com o ajuste do calendário ao do futebol europeu?
Mattos Jr. – A volta deles aos torneios de verão da Europa seria muito vantajosa. Os clubes brasileiros estão fora desse circuito de exposição de suas marcas pelo mundo. Essas excursões de pré-temporada, que dão um faturamento excepcional, não recebem clubes brasileiros hoje por causa do calendário daqui. Boca Juniors, River Plate e até LDU são convidados todo ano com cotas milionárias e a possibilidade de valorizar suas marcas internacionalmente. Não é isso que vai impedir a exportação dos craques, mas ajuda a melhorar a qualidade do nosso campeonato sem que os times sejam mutilados no meio. Acabando o campeonato, monta-se um novo time.

Que caminhos os clubes podem seguir para atrair mais empresas interessadas em associar suas imagens ao futebol?
Mattos Jr. – O futebol brasileiro vive um momento extraordinário. Houve renovação com a saída de cena de alguns dirigentes, como Eurico Miranda. Há uma norma da Fifa que está sendo elaborada exigindo qualidade de gestão nas finanças dos clubes, quase como uma licença para poder disputar as competições. Apesar do crescimento das receitas dos clubes, há uma preocupação da Fifa com a escalada dos custos no futebol. O Clube dos 13 montou uma comissão para reestruturação do futebol brasileiro que é liderada pelo Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Palmeiras. A proximidade da Copa, o interesse do presidente da República e a percepção clara de que o modelo amadorístico de gestão dos clubes está falido nos dão uma janela de oportunidade de transformação extraordinária. O próprio Ricardo Teixeira afirma que sem essa mudança “a vaca vai para o brejo”. E há um papel para os anunciantes nisso, tanto para aqueles que patrocinam a Seleção Brasileira e os clubes quanto os que estão nos pacotes comerciais da TV Globo. Eles estão hoje muito distantes desse processo, alguns porque não querem proximidade com esse ambiente, que consideram um pouco enlameado. Mas podemos mostrar que o negócio pode ser bem gerido e limpo, com benefícios tanto para marcas que queiram associar suas imagens ao esporte quanto para investidores sérios que queiram investir nesses clubes com marcas centenárias em projetos de longo prazo. A nova era é de uma relação mais umbilical e não apenas de colocar marca em camisa. Para isso, precisam poder influenciar nessa nova modelagem.

A mudança do calendário do futebol, que voltou à tona após queixa do presidente Lula sobre a saída de jogadores no meio do campeonato, é um tema que mexe com toda a cadeia produtiva. Qual a sua visão sobre isso?
Mattos Jr. – Temos professado a necessidade dessas mudanças no esporte brasileiro desde a primeira edição do Lance. O Brasil está descasado não é do calendário europeu, mas do mundial, porque temos no meio do ano, além de Copa do Mundo, Olimpíada, Eurocopa, Copa América, quando todos os campeonatos param. Somos o único país relevante no futebol que não para nessa época, com prejuízos graves para os clubes brasileiros. Não só eles são afetados com essa competição. A própria TV Globo precisa transmitir essas competições em paralelo ao Brasileiro, sendo que em ano de Copa o campeonato para no meio, uma coisa kafkiana. Ficou óbvio até para o Lula, o Serra (José Serra, governador de São Paulo) mandou o mesmo recado pelo Twitter dele e o Ricardo Teixeira (presidente da Confederação Brasileira de Futebol) também falou no assunto, ainda que na prática não tenha tomado nenhuma providência. Os clubes são a favor, mas o que tem impedido isso de acontecer é a posição da TV Globo, que afirma não ser isso algo bom para os eles. Trata-se de uma posição imperial, pois se os clubes enxergam que vai ser melhor… O próprio pay-per-view que é vendido pela Globosat anuncia o campeonato com Tiago Neves no Fluminense, Keirrison no Palmeiras, Ibson no Flamengo; mas quando se passa um terço do campeonato, esses jogadores vão embora. É quase uma fraude com o consumidor. O mesmo problema acontece na questão da venda de carnês para a temporada: como comprar se você não sabe qual é o time que joga até o fim? A Globo também era contra os pontos corridos, mas no último Brasileiro a bilheteria total do campeonato foi cinco vezes superior à do último campeonato com mata-mata. Vale lembrar que já houve final entre São Caetano e Atlético Paranaense, que é um desastre de audiência. Ainda que talvez não tenha sido melhor para o Lance, foi com certeza melhor para o negócio do futebol. E também para nós, no longo prazo.

O Lance é um dos poucos títulos que obteve crescimento em circulação de acordo com o balanço semestral do Instituto Verificador de Circulação (IVC), mantendo o ritmo dos últimos anos. Como fazer isso diante de um cenário em que a maioria dos títulos impressos encontra dificuldades?
Mattos Jr. – Esse tipo de resultado nunca é reflexo de apenas um fator; são vários. Estamos num processo, há muitos anos, de cada vez mais qualificar o produto. Saímos de um corpo de 100 profissionais de conteúdo quando o Lance começou, em 1997, e temos hoje 270 dedicados a essa área, de um total de 450, sendo que há duas gráficas no meio de tudo isso. Não conheço nenhuma empresa de mídia com uma concentração tão forte na área de conteúdo. Ou seja, 70% de nosso orçamento de pessoal é da área da redação. Outro ponto importante é que desde o primeiro momento tratamos nossa marca de uma forma diferente dos demais veículos de mídia impressa. Mais do que logotipo, temos hoje uma logomarca que virou o escudo Paixão Esporte Clube quando fizemos dez anos, sempre agregando valor e qualificação aos produtos. Quando a crise se anunciou já tínhamos um bom plano para 2009, mas adicionamos a ele um viés promocional. Pegamos nosso aprendizado com ações promocionais e aumentamos um ponto na intensidade. Temos neste ano promoções muito legais e com intensidade maior do que a gente já fez. A parte mais bacana dessa história é que o segundo semestre será melhor ainda em circulação e em audiência. Nosso número de crescimento na parte digital é muito alto.

13 comentários em “Bate-bola: Walter de Mattos Jr., do Lance!

  1. Assalto nos shoppigns:
    >
    >
    > Repassem para que mais pessoas saibam dessa vergonha, E o shopping
    > está calado??? Pra tudo dá-se um jeito…melhor assistir filme com as
    > luzes acesas!!! iria acabar com a festa da gangue!!!
    > Izabel
    >
    >
    > Este e-mail é importantíssimo!!!!!!!!!!!!!
    >
    > O nome do casal por motivo de segurança não pode ser divulgado.!!!
    >
    > Isso no Iguatemi, será que os outros também podem estar escondendo..!!!
    > Cuidado.!!!
    >
    > O Iguatemi continua escondendo !!!
    >
    > Na tarde de sábado passado, estava passeando, no Shopping Iguatemi, com a
    > minha namorada, quando decidimos pegar um cineminha.
    >
    > Quando entramos na sala, percebemos que havia muitas crianças com seus pais
    > um grupo de 7 ou 8 rapazes, aparentando uns 18 anos, de bonés e óculos
    > escuros, encostados em uma parede do corredor lateral.
    >
    > Fomos sentar em uma fileira de poltronas, no meio da sala; pouco depois,
    > começaram a exibir os trailers.
    >
    > Minutos após começar o filme, um dos rapazes que estava em pé, sentou-se ao
    > lado da minha namorada, sacou um revólver e disse que era para ela ficar
    > quieta, senão ele iria atirar. Muito assustada, ela começou a chorar.
    >
    > Quando eu percebi o que estava acontecendo, já estava se sentando, na
    > poltrona ao meu lado, um outro rapaz do grupo, anunciando que era um
    > assalto e que ele estava armado. Eles me levaram para fora do cinema,
    > enquanto outros dois elementos da gangue ficaram com a minha namorada,
    > dentro da sala de projeção.
    >
    > Fui obrigado a sacar todo o dinheiro que foi possível, nos caixas 24hs do
    > shopping, e tive que comprar 6 pares de tênis de quase R$500,00, cada um,
    > numa loja de artigos esportivos, usando meu cartão de crédito, até acabar
    > meu limite.
    >
    > Uns 40 minutos depois, voltamos para o cinema e foi a vez de fazerem a
    > mesma coisa com a minha namorada.. Pouco antes de acabar o filme, os que
    > estavam comigo me mandaram sair do cinema.
    >
    > Quando saí, me levaram até o estacionamento, onde já estava a minha
    > namorada com os outros da gangue. Fizeram com que eu os levasse até o meu
    > carro, nos colocaram dentro dele e terminaram de roubar as coisas que
    > faltavam, como celulares, relógios, etc..
    >
    > Mandaram que eu dirigisse para fora do shopping, com três bandidos dentro
    > do carro, e seguisse um outro carro, onde estava o restante da gangue.
    >
    > Ficamos dando voltas de carro, até escurecer; depois nos libertaram, em um
    > matagal. Tivemos que andar descalços, em uma estrada de terra, durante
    > muito tempo; acho que por mais de 2 horas, até acharmos um sítio, de onde
    > pude ligar para meu pai e pedir para que ele nos apanhasse.
    >
    > No dia seguinte acharam meu carro todo batido, sem os equipamentos de som,
    > CD e outros acessórios. Quando estava na delegacia, prestando queixa, o
    > delegado falou que já ocorreram mais de cinco assaltos como este, no mês
    > passado.
    >
    > O pior é que as câmeras do circuito interno de TV do shopping não estavam
    > funcionando, para tentarmos obter algumas imagens dos assaltantes.
    >
    > De qualquer forma, quando for ao cinema, atenção com as pessoas que sentam
    > ao seu lado, especialmente se o cinema não estiver lotado ou se existirem
    > muitas poltronas vazias por perto; se virem grupos parados, pelos cantos,
    > tomem muito cuidado.
    >
    > Vale a pena levantar e avisar aos funcionários do cinema que há um grupo
    > suspeito, em pé, esperando as luzes se apagarem, para, talvez, assaltarem
    > os espectadores.
    >
    > Os funcionários têm recursos para avisar a vigilância do Shopping e a
    > Polícia.
    >
    > DIVULGUEM!
    >
    > Não só nós corremos riscos, como nossos filhos, amigos e familiares, por
    > isso não podemos deixar de repassar para todas as pessoa q
    > conhecemos!!!!!!!!!!!!!
    >
    > Por favor, colaborem!! Obrigado!

  2. Gerson, não sei se o ideal seria unificar o calendário do nosso futebol ao do futebol europeu visando expor a marca dos clubes fora de nossas fronteiras ou impedir a evasão de jogadores para o exterior – neste último caso, na minha simplória visão, apenas mudaria o mês da evasão, passando de julho/agosto para janeiro/fevereiro -, mas caso isso venha de fato ocorrer, é a morte anunciada dos “Grandes Estaduais” (Gaúcho, Paulista, Mineiro e principalmente o imberbe Cariocão), que se tornaram, ao meu ver, um entulho de uma era do futebol brasileiro que, para o bem ou para o mal (no caso específico destes torneios) ficou pra trás…

    1. Daniel,
      Concordo que a simples unificação não extingue o problema maior – a baixa competitividade financeira do nosso futebol em face dos grandes clubes europeus e do mundo árabe. O lado ruim é que os estaduais ficariam praticamente inviabilizados e, a meu ver, continuam a ser competições muito estimadas pelo torcedor.

  3. Grande Gerson…esse email do Wilson Costa com todo o respeito a ele, é antes das torres gemeas caírem….iss nunca aconteceu apesar de incautos ficarem enviando esse email…para se ter a ideia, o shopping ainda era chamado Iguatemi, hj em dia é Patio Belem, rs…..com todo o respeito, Wilson Costa…

    1. Edmundo,
      Já ia postar comentário, referindo-me exatamente a isso. As pessoas repassam esse e-mail, de boa fé, embora ele seja um factóide, uma brincadeira de mau gosto que circula na web há quase quatro anos. Volta e meia recebemos esse mesmo e-mail na Redação do DIÁRIO, com pedido de publicação, mas é lixo da internet apenas.

  4. Gérson, o Observatório da Imprensa de ontem fez um debate bastante qualificado sobre o futebol brasileiro com Elena Randau, Juca Kfouri e o Walter Júnior. Como afirmam os mediadores do RockGol da MTV: totalmente excelente!

    1. Hahaha… também sou fã do RockGol, Cássio. Não vi esse debate, mas imagino que tenha sido realmente bom levando em conta essas feras presentes.

  5. Gerson, o Walter de Mattos Júnior colocou em pauta toda a necessidade de mudança a qual requer nosso futebol, de uma maneira geral.

    Repasse de quotas, interesses obscuros, bandidos disfarçados de dirigentes. É por tudo isso que alguns não querem proximidade com esse ambiente, que consideram um pouco enlameado.

    Por trás de tudo isso ou o motivo de tudo isso é a simples presença de um câncer chamado Ricardo Teixeira. Mente engessada e a corrupção praticadas por esse cidadão inibem o Brasil de se tornar uma super potência nesse esporte.

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