Do Folhaonline
Maradona assumiu toda a responsabilidade pela derrota argentina frente ao Brasil. Mas a atitude geral da imprensa argentina em relação ao fracasso não foi a de culpar o técnico da seleção nem de questionar duramente o seu trabalho. O que prevaleceu na cobertura do jogo na Argentina foi o relato da dor pelo fiasco e o receio de que a seleção não se classifique para a Copa 2010.
As falhas da defesa e do ataque argentinos, o desempenho insatisfatório dos jogadores, a carência de entrosamento e a irregularidade do grupo foram aspectos recorrentes nas reportagens e análises. Mas falou-se na “derrota argentina” ou “da equipe de Maradona”, sem apontar para o técnico, cujo sofrimento no jogo foi descrito pelo “La Nación”: “A última foto no campo foi a de um homem vencido. Mudo de argumentos. Ausente de explicações. Vazio de indicações a dar, ante a impotência dominante dentro das quatro linhas. O Brasil tinha acontecido. Tinha acontecido o jogo mais importante da sua carreira como técnico. Tinha acontecido o golpe mais duro de sua vida visto do banco de reservas”.
O reconhecimento da superioridade brasileira foi outro ponto comum na reação da imprensa argentina. A seleção foi adjetivada como “carrasco frio”. A derrota minou a confiança dos argentinos na classificação, segundo enquete online do diário esportivo “Olé”, que descreve: “Até algumas horas antes do 1 a 3 contra o Brasil, a opção de que a Argentina conseguiria os seis pontos nos dois jogos [o segundo é contra o Paraguai, na próxima quarta] era a mais votada na pesquisa. Agora, a maioria diz que a seleção não conseguirá nenhum. Argentiníssimos”.