Um Dunga implacável, que não perdoa seus críticos, baixa o sarrafo nos detratores e é impiedoso com quem apenas diverge de suas opiniões. Perfil de audaz vencedor ou de pequeno ditador? Parece mais próximo do segundo conceito, mas, por ora, vai consolidando a aura vitoriosa calcada em resultados obtidos em campo.
Afinal, são dois títulos internacionais no curtíssimo currículo de técnico – campeão da Copa América e da Copa das Confederações com a Seleção Brasileira. Além disso, cumpre irretocável campanha nas eliminatórias sul-americanas. Quer dizer: respaldo o cara já obteve para falar grosso.
E foi o que aconteceu. Na festa do casamento de Robinho, Dunga sentou-se à mesma mesa do apresentador e jornalista Milton Neves, figura folclórica e controversa nos meios esportivos, inspirador de apelidos infames como “o abominável Homem das Neves”.
Curiosamente, o capitão-do-mato abriu seu coração com o homem de Mozambinho. Ao contrário do mutismo de suas primeiras entrevistas, desta vez falou pelos cotovelos. Emergem da entrevista reveladora todos os sentimentos e ressentimentos do capitão do penta.
Bateu sem dó em jornalistas e, sobretudo, em ex-jogadores que assumem o papel de cronistas. Concentrou-se especialmente sobre Paulo Roberto Falcão, a quem alfinetou justificadamente pelas obviedades e a mania de criticá-lo sistematicamente, deixando ar que o ex-Rei de Roma alimentaria uma picuinha pessoal com ele.
Em nome disso, afirma que antes de Kaká e Adriano somente Dino Sani e Chinesinho teriam sido nomes respeitados no futebol da Itália. Tremenda injustiça com o próprio Falcão e com outros jogadores, como Amarildo, Mazolla e Zico, bem mais marcantes que Adriano em campos italianos.
Como desabafos pessoais nem sempre preservam verdades históricas, estende-se nos ataques a Falcão, chegando a relatar sua dificuldade em localizar na internet a primeira vitória do desafeto na Seleção. “Eu dei certo”, jacta-se, fazendo referência ao fato de o rival ter sido expoente da célebre Seleção de 1982, cultuada no mundo todo entre as melhores de todos os tempos – e eterno calo dos campeões de 1994.
Em meio a auto-elogios pelas apostas em Júlio César e Gilberto Silva e “a coragem” de desagradar Galvão Bueno, resta a impressão de que o comandante do escrete teima em cultivar ódios eternos e certezas absolutas. Desgraçadamente, fama e fortuna nem sempre são remédios para abrandar as iras do coração.
As três últimas decisões da Taça Libertadores confirmam uma tendência: decidir em casa nem sempre é bom negócio em mata-mata. Grêmio (2007), Fluminense (2008) e Cruzeiro (2009) tinham a teórica vantagem de fazer o segundo jogo diante da torcida e acabaram derrotados. A lição se aplica na atual situação do Paissandu, que inicia a fase eliminatória da Série C recebendo o Icasa na Curuzu, domingo. A questão se simplifica mais ainda quando se olha para o significado da expressão “fazer resultado”: vencer, por qualquer escore, sem sofrer gol.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 05)
E tem gente que gosta, esse pelo menos ganhou alguma coisa, agora o outro(EG).
Gerson, com a afirmação de que nem sempre fazer o segundo jogo em casa é uma boa.
Ora, se o Paysandu não ganha fora, terá que ganhar, e bem, dentro.
Quanto às estatísticas que só faltam botar o adversário como virtual campeão da Série C, há de se questionar a qualidade técnica dos adversários enfrentados na primeira fase.
A verdade meus caros, é que o nosso acesso à Série B será decidido domingo na Curuzu.
E tem mais, podem transmitir para Belém, pois tenho a certeza absoluta que o estádio terá a sua lotação total.
Quem realmente torce pelo Campeão dos Campeões náo perderia uma oportunidade dessa em hipótese alguma.
VAMOS SUBIR, PAPÃO!
VAMOS SUBIR, FUTEBOL PARAENSE!
Pagar R$25,00 pra ver Zé Carlos, Jucemar, Luciano e Cia. é “duro”.
Onde se lê “Gerson, com a afirmação de que nem sempre fazer o segundo jogo em casa é uma boa.”
Leia-se “Gerson, concordo a afirmação de que nem sempre fazer o segundo jogo em casa é uma boa.”
Eu e essa minha mania de engolir palavras.
“O AZEDUME DOS CAPITÃES, SEMPRE SE SOBREPUJOU VITORIOSAMENTE CONTRA A DOÇURA DOS APOLINHOS”.
Pagaremos para ver e torcer pelo Paysandu esteja lá até o Coalhada.
Acima de tudo e de todos está a agremiação.
É isso aí Acácio!!!!
Os gaúchos que que enveredam pela profissão de treinador de futebol são um caso interessante, pois rapidamente saem de certas condições e estereótipos até negativos para se tornarem unanimidades, o que inflam os seus egos e fazem com que os mesmos tenham uma visão falseada daquilo que os cerca. Senão vejamos: Mano Menezes (mimadinho da imprensa paulista), identificado com a retranca e o jogo feio (o que é verdade), ficou deslumbrado, pois querem que acredite que é o melhor treinador do país e que treina o melhor time do mundo, mas vai cair na real quando perceber que “é só” o Corinthians; Felipão depois de 2002 virou boa-praça, mas antes disso, sobretudo quando treinava o Grêmio, era identificado como mal-humorado e defensor do jogo violento (principalmente pela imprensa esportiva de São Paulo, ao mesmo tempo com e sem razão ao identificá-lo dessa forma); Dunga saiu da condição de “estagiário” questionável para a de intocável depois da Copa das Confederações. Sortudo como ele só, viu cair por terra nomes cogitadíssimos para substituí-lo. O futebol previsível da Seleção pode a qualquer momento sucumbir, mas isso não o afeta, pois os resultados, por ora, o fazem teimar em acreditar em algo que ainda não é (um treinador, de fato). E haja ego inflado e ressentimentos…
E no nosso caso particular, Gerson, tivemos o tal EG: brutamontes de primeira linha, teimoso, turrão e previsível ao extremo. Demonstrava dureza e destemor somente até as margens das quatro linhas, porém seu time era, nesse quesito, a antítese de sua bravura (quem lembra daquele empate no primeiro RexPa e da derrota nas semifinais do 2º turno sabe do que estou falando). No entanto, em termos técnicos e táticos, o time era (e ainda é) a cópia fiel da mediocridade do indômito técnico. Mesmo assim, saiu daqui ovacionado por grande parte da Fiel Bicolor, e coincidentemente como Dunga, haja ego inflado e ressentimentos…
Abraços!
Muito bom.
“EMOTIO ERGO SUN”.
“Emociono-me, logo, EXISTO”.