Jornada esportiva da Rádio Clube:
Cruzeiro x Estudiantes – final da Taça Libertadores, Mineirão (BH)
Horário: 21h40
Narração – Géo Araújo
Comentários (off tube) – Gerson Nogueira
Jornada esportiva da Rádio Clube:
Cruzeiro x Estudiantes – final da Taça Libertadores, Mineirão (BH)
Horário: 21h40
Narração – Géo Araújo
Comentários (off tube) – Gerson Nogueira
A 24 horas do jogo decisivo contra o Luverdense, Valter Lima está cheio de dúvidas para montar o time do Paissandu. Desde o gol, onde Paulo Wanzeller pode substituir Rafael Córdova, em má fase, até a linha ofensiva, onde Balão pode formar um trio com Torrô e Zé Carlos. Mas as possibilidades de mudança incluem a defesa (Rogério Corrêa pode entrar como titular) e o meio-campo, que pode apresentar o retorno de Dadá. A lateral-direita pode ter uma improvisação, entrando Paulo de Tárcio para a saída de Jucemar.
De todas as especulações e hipóteses, pode resultar um time inteiramente modificado: Paulo Wanzeller; Paulo de Tárcio, Roni, Rogério Corrêa e Aldivan; Mael, Dadá e Zeziel; Balão, Zé Carlos e Torrô.
A jornalista Vanessa Vieira informa que o repórter Carlos Mendes recolhe assinaturas para encaminhar uma representação ao Ministério Público contra os prejuízos causados pela Oi/Velox, que cobra uma fortuna e oferece um serviço de baixa qualidade, com apagões que ficaram frequentes. Vamos nos mobilizar e dar uma resposta à altura. Basta enviar para o email do Mendes (carlosmendes49@gmail.com) mensagem com o nome completo, RG, endereço, profissão e estado civil.
Tou nessa…
Por André Santos *
Li a sua coluna no caderno BOLA de 15/07/2009 e concordo quando você ressalta que a profissão de técnico de futebol não necessita formação acadêmica. Porém você poderia salientar que tal fato só ocorre porque não temos seriedade no futebol brasileiro, onde ex-atletas, que outrora davam o pior exemplo em campo, do nada surgem como treinadores e com a conivência dos famigerados clubes.
Hoje o Conselho Federal de Educação Física exige que, para ser treinador, o indivíduo deve ser formado em educação física e pós-graduado em futebol, coisa que os holofotes da mídia não mostram. Por isso que hoje Luxemburgo, Parreira, Romário e outros tiveram que voltar a estudar. Mas infelizmente a realidade é bem diferente, em parte porque o Confef é ineficiente nas fiscalizações aliada às vistas grossas das agremiações esportivas.
Já em instituições sérias como o Sesi todos os treinadores do Programa Atleta do Futuro – Projeto de formação esportiva e cidadã para crianças de 7 a 17 anos – são formados em educação física e pós-graduados em desportos e no entanto não ganham nem 10% do menor salário citado na reportagem.
Espero sinceramente que um dia esta realidade mude e o futebol brasileiro (quiçá o paraense) tenha Status de coisa séria, pois em qualquer corporação multinacional que paga salários astronômicos aos seus executivos é exigido MBA, fluência em no mínimo dois idiomas, experiência e uma capacidade fantástica de relacionamento interpessoal, coisa que não conseguíamos ver no ex-treinador do payssandu.
(*) Téc. Ed. Física, Esp. em Fisiologia do Exercício
Sesi Ananindeua – Pará
Do Blog de Cosme Rímoli
“Eu acho que a TV Globo vai perder uma grande oportunidade. Não vai mostrar um grande jogo. Mas, espera aí… Eu não tenho a certeza disso. Não posso acreditar nisso. Como é que eu vou saber que você está falando a verdade?”. Essa foi a reação do diretor de futebol do Cruzeiro, Eduardo Maluf, há cinco minutos, ao falar com o blog.
A 24 horas da decisão da Libertadores, Maluf não sabia para onde iriam as imagens da decisão da Libertadores. Quem mora em São Paulo e no Rio de Janeiro não irá acompanhar pela tevê aberta a final da Libertadores. Cruzeiro e Estudiantes, só para quem paga tevê a cabo. Como na semana passada, os cruzeirenses que moram na capital paulista ou na capital carioca terão de ouvir rádio.
A TV Globo mostrará para São Paulo o jogo Palmeiras e Flamengo. Para o Rio de Janeiro, Internacional e Fluminense. O que vale é a audiência, o lucro. Não importa se o Cruzeiro é um time brasileiro. E poderá ser tricampeão da competição mais importante das Américas.
A Globo é detentora dos direitos da Libertadores. Mostra se quiser as partidas, inclusive a final. Ela é uma empresa que visa o lucro.
Triste é dirigente do Cruzeiro não saber, não brigar, ou ao menos protestar, por seus torcedores que moram em São Paulo e no Rio. Principalmente os que não têm condições de bancar uma assinatura de tevê a cabo. E que terão como única saída esperar pelos lances da final entre dois jogos. Partidas que não decidem absolutamente nada.
Placar do jogo: fotos de goleada
Craques do Futebol mostra os grandes nomes do esporte e textos do cronista francês Bernard Morlino
Luiz Zanin Oricchio
O que seria do futebol sem as imagens que o imortalizam? É o que se pensa ao ver (e ler) o livro-álbum Craques do Futebol (Larousse do Brasil, 224 págs., R$ 129), com fotos feitas por profissionais de várias agências e textos do cronista esportivo francês Bernard Morlino. Na edição francesa, o prefácio era escrito por um desses ídolos, o atacante Eric Cantona; na tradução brasileira, o prefácio é do jornalista Milton Neves.
Boleiro fanático, torcedor do Nice, time da cidade onde nasceu, Morlino faz, em seu livro, uma verdadeira ode ao esporte que adora. Os grandes nomes, do passado e do presente, são divididos em categorias. As fotos – estupendas – vêm acompanhadas de textos breves, que não se pretendem fichas biográficas completas, mas perfis dos atletas. O livro é dividido nas seguintes categorias: os virtuoses, os pioneiros, as muralhas, os arquitetos, os rebeldes, os reis, os pit bulls e os atiradores de elite. A capa só poderia ser dedicada ao maior de todos, ele, Pelé, fotografado no esplendor dos 17 anos, quando conquistou sua primeira Copa do Mundo.
A divisão do livro mostra que Morlino pretende abarcar as várias funções e aspectos de que se compõe o jogo da bola. Nele há espaço tanto para um virtuose como Diego Maradona quanto para um pit bull como Gennaro Gattuso. Para rebeldes como George Best e Sócrates e arquitetos, como Tostão e Wolfgang Overath. E se o gol é o grande momento desse jogo, também são fundamentais os que se empenham em evitá-lo, goleiros como Dino Zoff ou zagueiros magistrais como Franco Baresi e Paolo Maldini.
Se Morlino quer contemplar a experiência do futebol em seu todo, é óbvio que seu coração balança na direção dos grandes craques. Não por acaso, o livro abre com o capítulo sobre os “virtuoses”, no qual se inclui Pelé. Vejam só quem ele coloca em companhia do Rei: Puskas, Di Stéfano, Eusébio, Cruyjff, Maradona, Platini, Cantona e Zidane. Atacantes, armadores…e um goleiro de gênio, que brilhou na Copa de 1958 na meta da antiga URSS e ganhou o apelido de Aranha Negra – Lev Yashin, tido como melhor de todos os tempos, titular da seleção do seu país por 13 anos e do Dínamo de Moscou por duas décadas. Uma instituição. Pelé, em seu primeiro livro de memórias, fala da dificuldade de marcar um gol em Yashin. Mesmo assim, ele tomou dois da seleção brasileira no mitológico jogo de 1958, quando Pelé e Garrincha estrearam na seleção. Dois gols de Vavá, que aliás não está no livro.
Mas o Brasil não pode se queixar. Lá estão Pelé, Tostão, Sócrates, Romário, Ronaldinho, Garrincha, Ronaldo, além de José Altafini, o Mazzola, famoso no futebol italiano, embora nascido em Piracicaba e jogador da seleção brasileira antes de emigrar para a terra dos antepassados.
Nem poderia ser diferente. Amante do jogo bonito, Morlino intitula seu artigo inicial de O futebol considerado como uma das belas artes e coloca o Brasil no topo do mundo. E sabem de quem é a epígrafe desse texto? De ninguém menos que Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha. Diz Mané: “O futebol não tem mistério. É você que cria o mistério.” Grande Mané Garrincha, citado também em seu verbete em outra de suas frases imortais, aquela que dizia que a Copa do Mundo era um torneio sem graça e fácil de ganhar porque nem segundo turno tinha. Aliás, Morlino tem uma queda por esses outsiders do mundo da bola. Trata-os com toda a simpatia mesmo quando obrigado a falar de alcoolismo, como em Garrincha ou George Best, ou do vício da cocaína em Maradona.
Em alguns momentos, o estilo de Morlino lembra o do uruguaio Eduardo Galeano (autor de Futebol ao Sol e à Sombra), um dos que melhor escrevem sobre esse fascinante jogo da bola. Porque tanto a um como a outro interessa o futebol naquilo que tem de humano e mítico. Em seu aspecto de expressão cultural e, em muitos casos, redenção de condições de vida muito desfavoráveis. As fotos desses grandes boleiros olham para nós e nos interrogam. Os textos parecem tão humanísticos que algum idiota da objetividade não hesitaria em tachá-los de “românticos”. Esquecido de que se existe alguma coisa em falta no futebol de hoje é justamente um pouco de romantismo. (Do Estadão/Dica encaminhada por Waldemar Marinho)
As notícias são atordoantes. Cifras de difícil compreensão para o cidadão médio, que vive a léguas de tanta dinheirama. Quem olha de fora fica bestificado: a atividade lícita mais rentável hoje no país é, sem dúvida, a de técnico de futebol. Nas três principais divisões, que empregam 80 profissionais, o dinheiro corre solto, farto e generoso. Quem ganha pouco, fatura pelo menos R$ 20 mil mensais, uma fortuna se comparado ao rendimento salarial médio do trabalhador brasileiro.
Dirigentes discutem valores vertiginosos pagos ou especulados para treinadores de primeira linha ou do pelotão intermediário. Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho estão na faixa dos R$ 500 mil – mais os custos das respectivas comissões técnicas – e têm seus nomes mencionados a todo instante pela cartolagem ávida por holofotes.
Também desempregados, mas nem um pouco preocupados com o custo de vida, Nelsinho Batista e Renato Gaúcho não põem o uniforme de treinamento e apito no peito por menos de R$ 250 mil. Mesmo no Rio Grande, de clubes realmente fortes e torcidas contribuintes, o falante Tite ganha algo em torno disso no Internacional e o discreto Paulo Autuori fatura acima de R$ 300 mil no Grêmio.
Dorival Júnior, mesmo pilotando o oscilante Vasco na Segundona, recebe R$ 230 mil. Segundo a bolsa especulativa, Adilson Batista, que está bem perto de conquistar a Libertadores com o Cruzeiro, embolsa cerca de R$ 180 mil. E Mano Menezes, semideus no Corinthians, fica na casa dos R$ 280 mil. Tudo, obviamente, sujeito a acréscimos e arredondamentos.
A coisa é ainda mais gratificante para quem abraçou esse nobre ofício porque não existe o pré-requisito do lustro acadêmico ou da experiência comprovada. Muitas vezes, conta mais o fator sorte ou o velho QI (quem indica), que permite a desconhecidos atingir os píncaros da glória em questão de semanas. Ou, francamente, alguém sabe dizer quem é o tal Eutrópio que o Fluminense oficializou como treinador depois de dar um pé-na-bunda no premiadíssimo Carlos Alberto Parreira?
Por outro lado, os rasos limites de exigência da profissão abrem as portas para a improvisação sem critérios. No Palmeiras, que se livrou dos salários astronômicos de Luxemburgo, a hora é de prestigiar o ex-jogador Jorginho, que em passado recente também envergou a camisa do Paissandu. Vai durar até o primeiro revés, mas ninguém se importa com isso.
Algo de muito esquisito se passa com uma profissão que já se dá ao luxo de utilizar até os préstimos de agentes, empresários e investidores. Parreira e Luxemburgo, por exemplo, são representados pela Traffic. Jogadores pertencentes aos investidores têm prioridade nos times que eles dirigem.
O notório Eduardo Uram representa Cuca e vários jogadores do Flamengo. Será que, em ambiente assim tão comprometido, há espaço para escolhas isentas (e técnicas) na hora da escalação? Infelizmente, esta é apenas uma das muitas perguntas incômodas que as relações espúrias do futebol brasileiro nos permitem fazer – sem esperança de respostas.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta, 15)