O triunfo da (boa) reportagem

Ciente dos riscos da auto-louvação, faço dois registros obrigatórios de trabalhos executados pela reportagem do DIÁRIO DO PARÁ nos últimos dias.

Primeiro para destacar, outra vez, a qualidade das reportagens e edição da série Casos Policiais, que o DIÁRIO publica há três semanas. O caso da vez é o do Anjo Vingador, sobre o assassinato da garota Bruna num crime que abalou a cidade pelas características inusitadas. O assassino, que havia se aproximado da vítima através de conversas na internet, forjou uma cena com traços de ritual satânico, a partir de relatos da subliteratura policial. Depois, ao estilo Zodíaco, fez questão de revelar-se em mensagens enviadas por e-mail à editoria de Polícia do DIÁRIO. Esse gesto, talvez calculado, acabou levando à sua prisão.

A reconstituição da trama, com alguns detalhes que passaram despercebidos por ocasião do crime, foi tecida pelos repórteres Ismael Machado e Fábio Nóvoa de maneira minuciosa, com os cuidados artesanais que a boa reportagem deve ter. A edição precisa fica por conta de Lázaro Magalhães.

Sem dúvida, um trabalho de equipe que honra o nobre ofício de repórter.

A segunda menção obrigatória é da matéria exclusiva do repórter Frank Siqueira com o ex-governador Almir Gabriel, manchete domingueira do DIÁRIO. Ficou tão boa, repercutiu tanto, que pautou a agenda da semana. O texto é contido, sem exageros ou falsetas verbais, dentro da melhor tradição da cobertura política, que teve como mestre o saudoso Castellinho.

O texto de Siqueira capturou bem os arroubos de Almir, que andava na muda há dois anos e destrambelhou a falar, com uma loquacidade que beirou a parlapatice – o que, no fim das contas, é problema exclusivo do político tucano. Da nossa parte, cabe homenagear o grande repórter que é Siqueira, ainda mais em ramo de atividade que não é pródigo em elogios.

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