André Aydano Mota, um dos repórteres que colaboram com o prestigiado blog de Ancelmo Góes no Globo On-line, jornalista veterano e dos mais respeitados, divulgou na tarde desta quinta-feira a lista das 12 cidades escolhidas como sub-sede da Copa de 2014, antecipando-se ao anúncio oficial da Fifa, marcado para domingo.
Segundo Aydano, as cidades eleitas são: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal. “O Rio, como se sabe, será o endereço da final, chance da definitiva reabilitação do Maracanã, após a derrota de 1950. São Paulo, está quase certo, fica com o jogo de abertura – Belo Horizonte sua a camisa no lobby para tomar o lugar dos paulistas. Cuiabá venceu Campo Grande, pelo prestígio político de Blairo Maggi, o governador do Mato Grosso. Manaus ganhou de Belém e Rio Branco o privilégio de ser a sede amazônica e Natal levou a última vaga, derrubando Florianópolis, por razões políticas e logísticas”, diz o repórter.
Bem, se Natal levou a vaga final por razões políticas e logísticas, fico a imaginar os motivos que teriam (sempre no condicional, afinal só a Fifa vai bater o martelo) feito Manaus suplantar Belém. Razões técnicas seguramente não foram, muito menos de acessibilidade e de identificação com futebol.
Belém tem um dos cinco estádios mais modernos do país, experiência em sediar jogos internacionais (Libertadores e Eliminatórias) e tem acesso privilegiado, inclusive por via rodoviária. Se confirmada a escolha, só mesmo o fator Ricardo Teixeira explicaria isso. E eu considerava que o peso do ex-genro de João Havelange não seria suficiente para impor uma derrota à candidatura de Belém.
Enfim, cabe esperar o anúncio oficial. A coordenadora do GT 2014, Lúcia Penedo, em contato com a Rádio Clube do Pará, mostrou-se confiante e recomendou cautela em relação a anúncios antecipados. Lembrou, com razão, que Ancelmo Góis já vinha noticiando há meses que Manaus tinha sido escolhida. Talvez seja apenas lobby, mas é fato que Ancelmo tem fortes ligações com Teixeira e canal privilegiado na obtenção de informações exclusivas junto à CBF.
Em telefonema, ainda durante o Cartaz Esportivo, na Clube, o ex-presidente do Remo, Rafael Levy, relatou um episódio que atesta a fina sintonia entre Teixeira e Ancelmo. Um jogador havia sido dispensado pelo Remo e Levy recebeu um telefonema do próprio Ricardo Teixeira, pedindo atenção especial ao caso, falando em nome de um grande amigo. O amigo em questão era Ancelmo Góis, que vinha a ser sogro do tal jogador. Em contato telefônico, na mesma noite, Levy tranquilizou o jornalista e, dias depois, a coluna registrava notas simpáticas ao Leão Azul paraense.
Portanto, Ancelmo sabe do que está falando. Minha única dúvida é se forças políticas não agirão ao longo das próximas 48 horas. É a esperança que resta a Belém.
Mas, convenhamos, perder para Manaus, que é nota zero em paixão futebolística e nem estádio tem, é dose pra mamute.
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