Fiquei chocado (fiquei não, ainda estou) com as imagens da criança morta na pia do PSM do Guamá. Poucas vezes vi cenas tão degradantes.
O blog permite afirmações na primeira pessoa, que a objetividade do texto de jornal suprime. É bem melhor assim.
Tenho filho, imagino a dor da perda, sinto-me parte daquele quadro.
Um caso de afogamento, que poderia ter salvação.
Isso agride, dói no peito. Lá no fundo da alma.
Penso nas lágrimas, no sofrimento silencioso que os pais estão vivendo agora – e sempre.
Como conseguimos ser tão cruéis e insensíveis?
Penso que podia ser meu filho.
Inadmissível que hospitais públicos não tenham equipamentos mínimos necessários ou, pelo menos, uma cama, um banco, um catre. Seja o que for, mas que não se negue lugar digno a uma criança.
Tudo menos aquela pia fria, triste, onde o menino ficou exposto, depois de (mal) atendido.
Que médicos são esses que nosso mundo pariu?
Tanta desídia, incúria e negligência. Tantas palavras, nenhum monitor de verificação do oxigênio, que poderia ter salvo aquela vida.
Será que não havia ninguém vendo tantos erros acontecendo?
Falta de cuidados, de aparelhos, de carinho. O plástico do soro invadindo a lixeira.
Em meio ao caos, sempre existem mentes lúcidas. No PSM do Guamá, desgraçadamente para o menino e seus pais, não havia nenhuma de plantão.
Torço para que mais essa insanidade não fique impune.
Alguém haverá de erguer os braços e dar o basta definitivo.
Ou será que profissionais da saúde não têm filhos também?
Ou será que prefeitos são destituídos de coração?
Vereadores talvez sejam, mas é bom não contar com isso também.
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