Um título em boas mãos

Foi a crônica de uma vitória anunciada. Há uma semana, todos sabiam que o título estadual já tinha um legítimo vencedor. O Paissandu, com a surpreendente goleada de 6 a 1 na primeira partida, liquidou a fatura por antecipação, sem dó nem piedade, como cabe a um time disposto a jogar sério e não dar chances ao imponderável. Com isso, restou para a final de sábado um gostinho de anti-clímax, pois era do conhecimento até do reino mineral que não havia chance real de reversão.

E aí aconteceu um troço interessante. Ciente de que a acomodação era perigosa, o Paissandu não brincou em serviço. Repetiu a mesma pegada forte do primeiro embate, procurando não dar espaço no meio-campo e pressionando a zaga do S. Raimundo desde os primeiros movimentos. Balão, Aldivan e Reinaldo eram os mais acionados e deram bastante trabalho nos primeiros 15 minutos.

Mais firme e cautelosa do que antes, a defesa santarena conseguiu sobreviver a alguns sustos e, aos poucos, o time todo foi ganhando confiança para desenvolver seu jogo. Michel, inicialmente preso à armação, começou a se soltar mais. Voltaram os passes rápidos, as esticadas para Hélcio na frente. Ali pelos 20 minutos, o equilíbrio já era predominante.

Até que, aos 31 minutos, depois de bons ataques, o veterano Luís Carlos Trindade abre o marcador para o S. Raimundo. Na condição de dono da festa, com 20 mil torcedores nas arquibancadas do Mangueirão, o Paissandu se lançou à frente em busca do empate, que veio dez minutos depois, pelos pés de Aldivan, após bonita tabelinha com Reinaldo.

No segundo tempo, com Vélber já em campo, o Paissandu desempatou aos 19 minutos, em cobrança de falta de Zeziel. Sem esmorecer, Garrinchinha voltou a empatar para o S. Raimundo, mas Zeziel voltou a balançar as redes, escorando escanteio batido por Vélber.

Aliás, é justo dizer que Zeziel, que já era um dos mais regulares jogadores do elenco, consolidou-se como o grande nome do Paissandu nas partidas finais. Cobrindo as ausências de Rossini (no primeiro jogo) e Vélber, ele se posicionou mais à frente e mostrou as qualidades que um meia-armador moderno deve ter: participação nas ações ofensivas, com assistências e arremates, sem abdicar das tarefas de proteção. Além disso, marcou quatro gols nos dois jogos, o que é média de artilheiro de respeito.

 

A vitória coroou a campanha impecável do Paissandu, que não permitiu chances aos adversários ao longo de toda a disputa. Quando isso ocorreu, no returno, a situação nunca escapou ao controle. O time aproveitou 21 dias de folga na tabela para corrigir erros e melhorar o condicionamento. Entrou tinindo, voando baixo, na decisão.

Méritos da diretoria, que tratou o Parazão como prioridade. E do técnico Edson Gaúcho, pelo trabalho sério de montagem do elenco e definição do time. Além disso, a sacada de usar Vélber como segundo atacante foi fundamental na campanha.

O título não podia estar em melhores mãos.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 11/05)

Botafogo empata em SP

O Botafogo, de uniforme novo (da Fila), conseguiu um empatezinho contra o Santo André, em S. Paulo.

Nunes fez o gol dos donos da casa, no primeiro tempo.

O Botafogo botou pressão, mandou bola na trave no segundo tempo, mas não conseguia exercer um domínio pleno.

Até que, aos 39 minutos, Victor Simões desviou de cabeça um cruzamento de Eduardo e empatou. Ufa.

Senta que lá vem choro

Depois de correr como nunca e chegar como sempre (em segundo), Barrichello já ensaia as tradicionais desculpas.

Logo depois da bandeirada, falou que se surpreendeu com a estratégia de corrida utilizada pelo inglês Jenson Button, seu companheiro de Brawn e vencedor da prova deste domingo.

Barrichello largou muito bem, chegou a liderar o GP e, conforme a estratégia combinada com a equipe, foi três vezes aos boxes.

Já Button parou só duas vezes e acabou ganhando a disputa pelo primeiro lugar.

“Foi uma prova em que não dá para falar que fiquei desapontado. A gente tinha combinado três paradas e fiquei surpreso quando eles me contaram que o Jenson estava para duas [paradas]”, choramingou o brasileiro.

“Tenho uma pressão grande do meu lado, mas estamos fazendo de tudo. Tive um ótimo dia hoje, dei tudo do meu carro, mas a estratégia não funcionou. Tenho de continuar lutando”, acrescentou Barrichello, ressuscitando o discurso de “perseguido”, que tanto utiliza desde que foi coadjuvante de Schumacher na Ferrari.

Morre árbitro do milésimo gol

O árbitro Manoel Amaro de Lima, que entrou para a história do futebol ao apitar a partida em que o ex-jogador de futebol Pelé fez seu milésimo gol, morreu na manhã de sábado, no Recife, aos 62 anos, vítima de câncer.

Em homenagem a Manoel, todas as partidas do Campeonato Brasileiro deste domingo terão um minuto de silêncio.

No dia 19 de novembro de 1969, o árbitro ganhou prestígio ao apitar a partida entre Santos e Vasco, no estádio do Maracanã, onde Pelé, cobrando pênalti, fez o milésimo gol de sua carreira.

Durante sua vida, Manoel Amaro de Lima gostava de lembrar que passou a ser conhecido como o árbitro que apitou o milésimo gol de Pelé. Manoel Amaro apitou muitos jogos, inclusive decisivos, no Campeonato Paraense.

Sempre foi respeitado pela qualidade técnica e pelo jeito linha-dura.

Cruzeiro e Inter largam na frente

Boas estréias e algumas decepções nesta primeira rodada do Brasileiro da Série A.

O Cruzeiro encaçapou o tricampeão carioca por 2 a 0, no Mineirão. Não serve como indicativo, é um resultado até normal, mas confirma que a Raposa vem com tudo.

O Inter não deu a mínima para os desfalques corintianos e fez 1 a 0 no Pacaembu. Que ninguém duvide: o time de Tite é candidatíssimo ao título.

No Maraca, o S. Paulo entrou cheio de reservas e levou de 1 a 0 do Fluminense de Parreira.

No bloco intermediário, a surpresa foi o triunfo do Vitória sobre o Atlético-PR, em Curitiba, por 2 a 0.

No sábado, o Palmeiras vacilou no começo, mas bateu o Coritiba de virada (2 a 1), em S. Paulo.

Indicados ao Troféu Camisa 13

Recebo do amigo Zaire Filho, o homem do Troféu Camisa 13:

“Considerando a noite de entrega do Troféu Camisa 13, na próxima quarta-feira, 13, às 20h, no hotel Crowne Plaza, e a expectativa também para o Destaque Amadorista, apresento os nomes dos indicados das federações que concorrem à premiação.

Dos indicados para o Troféu Camisa 13/2009, pelas federações especializadas, um deles receberá a estatueta da maior e mais popular premiação do esporte paraense promovida pela TV RBA.

Os indicados são:

Iury Costa (natação); Gustavo O de Almeida (basquete); Yuji Horigushi (taekwondo); Anne Caroline Faleiro (karatê/inter-estilos); Marcelo Vitor(volei); Edilson Kramer (ciclismo); Emanuelle Ferreira (handebol); Eduardo Nunes (karatê do); Cristiano Costa-Pita (futsal); Aílson Heráclito (remo); Igor Lobato (judô); Myke Carvalho (boxe); Francis Layla (tenis de mesa); Marina Brito (karatê do tradicional); Luana Faro (Ginástica) e Ana Carolina Pacheco (atletismo).

Os indicados receberão plaquetas e o destaque ganhará o Troféu Camisa 13, que será conferido também aos melhores do futebol no Parazão 2009 e à Personalidade Esportiva do Ano”.

Instinto de preservação

Remo e Paissandu, por motivos mais ou menos semelhantes, resolveram mirar no poder cada vez mais absoluto da Federação Paraense de Futebol.

Até prova em contrário, tal disposição ainda depende de confirmações concretas.

Não é de hoje que o poder do coronel Antonio Carlos Nunes desperta ímpetos dissidentes nos principais clubes paraenses.

Mas, como de outras vezes, é prudente não subestimar a capacidade de conchavo e sobrevivência política do veterano cartola.

Neste ano, a Federação deitou e rolou, mandando como nunca.

Intitulando-se dona do campeonato (o que é apenas força de expressão, pois não há campeonato sem a dupla Re-Pa), a FPF chamou para si a decisão de definir sobre questões omissas no regulamento do Parazão.

No vácuo do tal (des)regulamento, instituiu  jogos no interior nas decisões de turno, beneficiando o S. Raimundo, que pertence a uma região que rende muitos votos nas eleições da entidade.

Ao mesmo tempo, deixou o Remo no deus-dará ao optar pela definição de vaga à Série D no campeonato que terminou ontem.

Ofício de Virgílio Elísio, da CBF, deixava claro que a FPF podia bater o martelo de outra forma: indicando o campeão do ano anterior.

Com base em temporadas passadas, a entidade decidiu deixar a disputa para o torneio entrante. O coronel-cartola pode ter cometido aí o maior ato falho de todo o seu longo reinado.   

Coerente ao preservar uma prática usual, a FPF foi insensível à situação periclitante de seu mais antigo filiado (e uma de suas maiores fontes de renda), pois a situação era absolutamente inusitada: o Remo, ao ser eliminado da Série C, estava fora das divisões nacionais.

Era obviamente um caso especial, a merecer tratamento especial – e nem era necessário infringir nenhum preceito legal, já que a própria CBF autorizava a escolha automática.       

Esse mau passo, que feriu duramente o Remo (que depois não teve competência para conseguir a vaga em campo), acabou por incomodar o outro gigante local.

Fontes do Paissandu revelam que a direção do clube não ficou indiferente à situação do velho rival, abandonado à própria sorte num momento particularmente ruim. Não declarou oficialmente sua solidariedade, nem caberia, mas se sentiu desconfortável ao ver o que a FPF pode fazer com seus mais importantes associados.

No fundo, fala mais alto o velho instinto de sobrevivência, característica intrínseca a todos os animais – racionais e irracionais. Os bicolores sabem que, em situação análoga, poderiam ter recebido o mesmo tratamento.

E, afinal de contas, nunca se sabe como será o dia de amanhã.

Ninguém sabe onde vai dar esse sentimento de insatisfação, mas talvez só mesmo o puro instinto acabe levando Leão e Papão a se unirem para derrotar um predador maior.

É a lei natural das coisas.

Mais do mesmo na F-1

Jenson Button venceu de novo.

Chegou em primeiro no GP da Catalunha e começa a pintar como campeão da temporada – embora ainda seja um pouco cedo para uma projeção.

Barrichello fez boa corrida e, como de hábito, chegou em segundo.

Massa teve que tirar o pé no final, por falta de combustível, foi ultrapassado por Fernando Alonso e acabou em sexto lugar.

Mundico vai à luta

Numa confirmação do que já se sabia, o S. Raimundo definiu sábado pela manhã que vai mesmo disputar a Série D.

Com a ajuda de empresas da região do Baixo Amazonas e possibilidade de uma subvenção estadual, o Mundico já se prepara para encarar a primeira competição nacional de sua vida.

O primeiro passo, segundo fontes do clube, será manter o técnico Valter Lima (pretendido pelo Remo) e jogadores importantes, como Michel, Maurian e Hélcio.

Se quiser fazer boa figura no torneio, o clube deve tratar de arranjar um goleiro mais confiável, um zagueiro mais alto e pelo menos dois atacantes para revezar com Hélcio e Garrinchinha.

Itália e Europa podem definir campeões

Dois dos maiores campeonatos da Europa podem definir seus campeões neste domingo. NaItália, aInternazionale conquista o inédito tetracampeonato se derrotar o Chievo em Verona e o Milan perder o clássico para a Juventus, em Milão.

Com 77 pontos, a equipe dirigida por José Mourinho está sete a frente do rival, o único que ainda pode impedir que o título vá para a parte azul e preta de Milão. Para se manter vivo na disputa o Milan precisa vencer e torcer por derrota da Inter, pois faria a diferença cair para quatro pontos.

Na Espanha, a situação do Barcelona é ainda mais confortável. Isso porque, depois do atropelamento do Barça na semana passada, dessa vez o Real Madri foi goleado pelo Valencia no estádio Mestalla por 3 a 0.

O resultado manteve o Real com 78 pontos, sete a menos do que o Barça. Com isso, uma vitória da superequipe de Messi, Eto’o e Henry sobre o Villareal neste domingo, no Nou Camp, garante o 19º troféu do time catalão.