OEA contra diploma de jornalista

Do portal Comunique-se:

A Organização dos Estados Americanos (OEA) criticou a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, tema que será julgado em breve pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo a entidade, essa medida constitui uma restrição à liberdade de expressão e é incompatível com o artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, que trata do livre pensamento e expressão.

A crítica faz parte do relatório anual da divisão especial da OEA para a Liberdade de Expressão, divulgado nesta quinta-feira (07/05) – leia a íntegra -. O documento afirma que a Declaração de Princípios defende que “toda pessoa tem o direito de comunicar suas idéias por qualquer meio e de qualquer forma. A obrigatoriedade de filiação ou o requerimento de diploma universitário para a prática do jornalismo constitui restrições ilegais para a liberdade de expressão”.

O relatório trata de casos de violação da liberdade de expressão ocorridos nos países que compõem a entidade em 2008. As oito páginas dedicadas ao Brasil trazem duras críticas ao regime jurídico, principalmente a “criminalização da expressão” que penaliza casos de calúnia, difamação e injúria. Por tomar como base o ano passado, o documento não considerou a decisão do STF de revogar a Lei de Imprensa.

Como entidade livre, ou pretensamente livre, a OEA tem todo o direito de advogar as causas que lhe são mais caras. Discordo frontalmente da idéia de que o diploma restrinja a liberdade de expressão. Muito pelo contrário. Acho que o diploma é garantia (ou indicativo) de profissionais mais qualificados e, por tabela, comprometidos com a ética.

Por outro lado, um dos organismos ouvidos pela organização para respaldar sua posição é a malsinada RSF, notória defensora de liberdade de imprensa em países não alinhados com os Estados Unidos – tanto que, quando Israel proibiu repórteres na Faixa de Gaza, ela enfiou a viola no saco.

Até gripe suína ajuda S. Paulo

Isso é que é largura.

Mesmo sem jogar, o S. Paulo já está classificado à próxima etapa da Taça Libertadores.

Em função da gripe porcina, os times mexicanos anunciaram hoje a desistência da competição.

O Tricolor enfrentaria o Chivas Guadalajara, que é um time meio enjoado, principalmente quando joga em seu campo.

Em tempo: nunca entendi esse convite a times mexicanos na Libertadores.

Nenhum joga futebol de ponta que justifique presença no torneio mais importante do continente.

Paissandu perde duas apostas

Não sei se alguém buzinou algo no ouvido do garoto, mas o certo é que Ednaldo deu para trás, desistindo de fechar contrato com o Paissandu.

O lateral-esquerdo azulino deve ter o Águia de Marabá como possível destino, também para a disputa da Série C.

Outro que praticamente declinou do convite para vestir azul-celeste na Terceirona foi o meia sensação do campeonato (até o último domingo), Michel, do S. Raimundo.

A amigos, o jovem atleta confidenciou que a oferta salarial (R$ 6 mil) feita pelo Paissandu ficou abaixo do que esperava.

É mais ou menos a mesma história contada por Ednaldo, que iria ganhar cerca de R$ 4,5 mil na Curuzu.

Pode ser apenas desculpa de ambos, talvez buscando valorização, mas o certo é que as duas propostas estão inteiramente compatíveis com um campeonato de terceira divisão.

Desabafo de torcedor

Comentário enviado ao blog pelo Danilo Santiago:

Tenho a impressão de que a diretoria do São Raimundo já desistiu dessa vaga à Série D, porém, só vai divulgar após o jogo de sábado (9/5/2009) e está aproveitando o momento para tirar uma gracinha com o Clube do Remo. Caso este fato venha acontecer mesmo, por um lado, atrapalhará o Leão, pois já dispensou os melhores que tinha: o Adriano, Rogério, Márcio Pereira e Beto.

E, ao mesmo tempo, beneficiará também, porque já se desfez de jogadores como o Marcelo Maciel e daquela comissão técnica perdedora, sem noção e formadora de panelinhas, que dispensou jogadores importantes, no caso o Edinho e faltou dar mais chances para jogadores como Jonathas, Jorginho, Alessandro, Neto e Léo Oliveira. E continuo torcendo para, o mais rápido possível, se desfazerem de Gegê, Héllinton, Toninho, Marlon, Bebeto, Helinho, Diego Maciel etc.

Pelo que sei, o S. Raimundo não pretende e nem vai desistir da vaga. O choro em torno do alto custo da campanha na Série D (estimado em mais de R$ 1 milhão) tem o objetivo de sen$ibilizar setores empresariais de Santarém e, quem sabe, até o governo do Estado.

De olho na Amazônia

Leio em algum jornal de S. Paulo notícia sobre o curso “Descobrir a Amazônia, descobrir-se repórter”, com vagas para 30 alunos de jornalismo. Será amanhã, 9 de maio, no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

A partir das atividades realizadas em sala de aula, dez alunos serão selecionados para uma viagem de estudos à Amazônia Ocidental em julho, acompanhados de professores de comunicação, jornalistas e militares.

O curso é aberto a outros interessados nas questões ecológicas, mas só os estudantes pré-selecionados poderão fazer perguntas aos palestrantes.

Lembrei, de repente, daquela música que dizia assim: “o Brasil não conhece o Brasil”. Pelo menos alguém (futuros coleguinhas ainda por cima) demonstra interesse em escarafunchar essa região tão rica e esquecida.

A piadinha alugada

Do site de Ancelmo Góis:

Corre o território livre da internet:

Uma solteirona descobre que uma amiga ficou grávida só com uma oração que rezou na igreja de uma cidade próxima. Dias depois, a solteirona foi até à igreja:

– Bom dia, padre.

– Bom dia, minha filha. Em que posso ajudá-la?

– Sabe, padre, soube que uma amiga minha veio aqui e ficou grávida só com uma Ave-Maria.

– Não, minha filha, foi com um padre nosso, mas já o transferimos para o Paraguai!

Quando o futebol vira boxe

Do Folha Online:

A troca de socos entre o santista Germano e o corintiano Chicão no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, na vitória do Corinthians por 3 a 1 sobre o Santos, vai render aos dois atletas julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva.

Apesar de o árbitro Wilson Seneme não ter relatado a briga na súmula, o procurador do TJD, Edílson Zago, analisou as imagens e disse que vai denunciar os atletas.

Ambos serão citados no artigo 253 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala em agressão física. A pena varia de 120 a 540 dias de suspensão. A situação do zagueiro do Corinthians, no entanto, pode ser ainda mais complicada.

“Estou com as imagens do jogo e vou denunciá-los nos próximos dias. Germano será enquadrado em agressão física e Chicão também, pelo tapa na nuca do adversário, só que ainda estou analisando melhor, porque depois do tapa, parece que ele tentou dar uma cotovelada, mas quero ver em outro ângulo, pois ele estava sendo segurado pela camisa”, explicou o procurador TJD de São Paulo, Edílson Zago, ao site “www.justicadesportiva.com”.

O lance aconteceu no segundo tempo. Em cobrança de falta para o Corinthians, Chicão acertou um tapa em Germano, que revidou com um soco. O primeiro ainda teria tentado dar uma cotovelada no jogador santista.

Há quem tolere esse tipo de comportamento, digamos, pugilístico de alguns jogadores no Brasil. Sempre fui contra.

A arbitragem tem que punir rigorosamente, expulsando no ato, quem vai a campo para brigar.

O torcedor precisa ser respeitado. Paga ingressos para ver futebol, não troca de socos.

Agiu bem o tribunal paulista diante da omissão do árbitro Wilson Seneme, cuja atitude não surpreende – os juízes tentam não se indispor com os clubes para continuarem a ser escalados.

É uma pouca vergonha.

Reação contra a indisciplina

Reação firme em toda a Europa contra a atitude do time do Chelsea depois da eliminação na Liga dos Campeões, anteontem.

Assim que o jogo acabou, Drogba, Ballack, Terry e outros partiram feito alucinados para cima do árbitro dinamarquês, falando o diabo e ameaçando descer o braço.

O marfinense, que adora fazer biquinho, disparou um palavrão captado pelas câmeras de TV e teve que se desculpar publicamente.

Verdade que o juiz deixou de marcar pelo menos um pênalti para o Chelsea, embora tenha errado feio também ao expulsar Abidal após encenação de Anelka.

Nada, obviamente, que se compare a cenas quase corriqueiras de jogadores que se rebelam contra árbitros no Brasil.

Basta ver o campeonato carioca, onde jogadores como Ibson e Juan praticamente apitam os jogos – e ainda se revoltam quando são driblados!

Opulência e miséria, lado a lado

Sempre que a CBF anuncia novo patrocinador e, por tabela, revela que está abarrotando ainda mais seus fornidos cofres, soa mais incoerente a relação que a entidade máxima do futebol no país sustenta com os clubes. Nem me refiro aos primos pobres, emergentes e participantes das divisões inferiores, falo das grandes agremiações, aquelas que realmente movem o moinho, que dão as cartas em termos de preferência popular.

O mais novo parceiro é a Gillette do Brasil, que vem se juntar a um seleto grupo de anunciantes, que, com crise mundial e tudo, garante à CBF receita anual estimada em quase R$ 80 milhões (incluindo a venda de direitos de transmissão das competições oficiais), segundo cálculos conservadores.

Foi o quarto acordo firmado desde o ano passado – os demais foram com Itaú, Vivo e Nike. É uma dinheirama fabulosa, acima do faturamento de qualquer outra confederação no planeta. E que vai aumentar, pois já se anuncia espaço nos uniformes para mais quatro clientes.

Diante disso, como ficam os clubes, instituições sagradas, sustentáculos do nosso futebol? Vivem de pires na mão, salvo as exceções de sempre (S. Paulo, Inter e, vá lá, Cruzeiro). Dependem dos humores da CBF e precisam tratá-la com o servilismo próprio dos incapazes. Não por acaso, a cada novo sinal de prosperidade da confederação fica no ar um quê de constrangimento entre os plebeus.

 

Para amealhar patrocínios milionários, a CBF explora à exaustão seu carro-chefe: a Seleção. O escrete nacional, como se sabe, é atemporal, não podendo ser avaliado pelo que representa hoje, mas por tudo que colecionou em glórias e taças ao longo da história.

Por esse prisma, os clubes, que serviram de base para que a Seleção conquistasse cinco títulos mundiais, mereciam compensação mais expressiva que as esmolas que hoje são obrigados a aceitar. Na verdade, teriam direito a reivindicar um reembolso pela inestimável contribuição para o futebol no Brasil.

 

A boa fase está deixando Ronaldo cada vez mais solto, com a língua leve para entrevistas, como nunca se desconfiou que fosse capaz. Na Alemanha, em 2006, entediado e sorumbático, praticamente não abria a boca – nas coletivas de imprensa. Anda tão desembaraçado que às vezes até se arrisca a fazer piadinhas e dar cutucadas nos jornalistas, ciente de seu imenso crédito e prestígio com o torcedor.

Depois de reclamar da bagunça que foi a cerimônia de premiação dos campeões paulistas, no domingo, ele voltou a deitar falação no término do jogo com o Atlético-PR, anteontem. Fez questão de dividir os méritos pelo bom momento com os companheiros de time, a turma que carrega o piano para que ele desfrute de oportunidades lá na frente, sem a responsabilidade de marcar ninguém. Gesto maduro, que supera qualquer viés marqueteiro.

 (Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO, desta sexta-feira, 08/05)