Sem perder a arrogância

Parreira não perde aquela banca de arrogância que tanto nos custou caro em 2006 na Alemanha.

Ao analisar o sufoco do Fluminense para passar pelo apenas esforçado Goiás, ontem, o técnico insiste na tese maluca de que os adversários se fecham contra seus times.

Nada mais equivocado.

O Goiás não tomou conhecimento do Tricolor, levou um gol e não se intimidou. Empatou e quase virou o placar.

Como ocorreu diante do Águia, o Fluminense não passou, mas não convenceu.

Duvido que supere o Corinthians de Ronaldo, a invencível armada mosqueteira – e nem estou falando dos pênaltis e facilidades que a arbitragem normalmente concede ao Timão.

Giletadas no mau humor

Do portal iG, agora há pouco:

SÃO PAULO – A CBF anunciou nesta quinta-feira que a seleção brasileira terá patrocínio da empresa Gillette até o fim da Copa do Mundo de 2010, com possibilidade de renovação até a Copa de 2014, que será realizada em território nacional.

A entrevista coletiva concedida por Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Dunga, técnico da seleção, teve um assunto principal, como era o esperado: Ronaldo. Além de responder às perguntas dos jornalistas, tanto técnico quanto dirigente ficaram irritados com piadas feitas por Danilo Gentile, repórter do programa CQC, da TV Bandeirantes.

O humorista primeiro perguntou para Ricardo Teixeira se o dinheiro que a Gillette pagará para CBF será utilizado também para ajudar a seleção feminina de futebol, ou a empresa pagará a parte das jogadoras em lâminas de barbear, para que elas depilem as pernas e as deixem bem “lisinhas”.

Todos os presentes no auditório na Zona Oeste de São Paulo riram, inclusive os executivos da Gillette, mas o presidente, visivelmente incomodado com a situação, retrucou: “Se você fizer a pergunta com seriedade, eu respondo”. O repórter então repetiu a questão, mas com um tom mais sério. Teixeira respondeu que isso será determinado pelo departamento técnico da seleção.

Na sequência, quando o assunto da coletiva já era Ronaldo (leia mais aqui), novamente Danilo Gentile entrou em ação. Ele perguntou para o técnico Dunga se, agora que o time é patrocinado pela Gillette, empresa de lâminas que cortam para os dois lados, fica mais fácil a convocação de Ronaldo.

Tá certo que os caras do CQC pegam pesado às vezes, mas a piada era irresistível e obrigatória. Além disso, ver a cara de azedume do Dunga e do Teixeirão (ou Peixeira, como dizia o Casseta dos bons tempos) não tem preço.

O primeiro passo

Do Folhaonline:

Um protesto pela renúncia do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, reuniu cerca de 300 pessoas em frente à sede da Suprema Corte, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), ontem à noite.

O movimento afirma que a postura de Mendes no comando da Corte não representa o significado de Justiça. Argumentam que o presidente do STF atua a favor dos ricos, como na concessão do habeas corpus em favor do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, que foi preso durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

A saga dos rechonchudos

Um breve levantamento sobre os gordinhos que resolvem a parada no futebol. De Puskas a Ronaldo, todos foram ídolos e extremamente eficientes na grande área. Quem duvidou acabou se dando mal.

Ferenc Puskas

“Olha aquele gordinho. Vamos destruí-lo.” Esta frase é atribuída a um jogador inglês não identificado antes da partida contra a Hungria, em 1953, em Wembley. O tal gordinho marcou dois gols na vitória dos visitantes por 6 a 2, a primeira derrota da seleção inglesa no estádio londrino. Puskas, um dos melhores jogadores da história do futebol, sempre enfrentou problemas com o peso durante sua carreira. Porém, mesmo com vários quilos a mais, não teve dificuldades para brilhar com as camisas de Hungria, Honved e Real Madrid. Ao ser contratado pelo clube espanhol, Puskas chegou com 18 quilos a mais em relação a seu peso ideal. Isso não impediu o presidente do Real, Santiago Bernabeu, de fechar contrato com o craque, que conquistou três Copas dos Campeões e cinco campeonatos espanhóis em Madri.

Coutinho

Terceiro maior artilheiro da história do Santos (atrás de Pelé e Pepe), Coutinho sofria para se manter em paz com a balança. O atacante, eternizado por ser muito técnico e por fazer excelente dupla com Pelé, tinha facilidade de engordar, mas driblava os problemas com o peso explorando seus dribles e sua boa colocação na área. Seus quilos a mais não o impediram de brilhar na Copa do Mundo de 1962.

Diego Maradona

Atarracado e gordinho, o craque argentino conseguiu ser o destaque da Copa do Mundo de 1986 mesmo longe de se destacar pela forma física. Maradona compensava tudo com alta técnica. No final da carreira, passou por problemas ainda mais sérios para manter o físico, a maioria deles causada por seu envolvimento com as drogas. Isso afetou o rendimento do craque em campo, especialmente em seu retorno ao Boca Juniors, em 1997. Depois de aposentado, assustou o mundo do futebol com seu peso excessivo. Conseguiu retomar parte da forma após cirurgia para redução de estômago.

Paul Gascoigne

O polêmico jogador inglês jamais se preocupou com sua forma física. Sua paixão pelo álcool somente contribuiu para que sua forma física ficasse ainda pior. De qualquer maneira, foi um dos principais atletas britânicos do início dos anos 90, sendo, inclusive, titular da Inglaterra na Copa da Itália.

Neto

O ídolo corintiano gosta de se definir como “um boleiro, e não um atleta”. Em sua passagem pelo Palmeiras, em 1989, foi barrado por Emerson Leão por sua forma física. Seus quilos a mais, porém, não o impediram de ser o destaque do Corinthians campeão brasileiro em 1990. Seus gols (especialmente em cobranças de falta) decidiram o torneio para o time paulista.

Salvador Cabañas

Flamengo, Santos e Seleção Brasileira sentiram o peso que o roliço Cabañas pode ter no ataque. Em 2008, o atacante paraguaio foi decisivo contra as três equipes. Jogando a Libertadores da América pelo América do México, fez dois gols nos cariocas e outros dois nos paulistas, sendo decisivo para a eliminação de ambos. Depois, contra o Brasil, fez um dos gols da vitória paraguaia por 2 a 0 nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.

De repente, como um raio

Foi o típico jogo de paciência, quase de xadrez, por inspiração e talento estratégico do holandês Guus Hiddink, técnico da equipe inglesa. Mas, ao mesmo tempo, aos olhos do telespectador, foi um duelo monótono. A quase intransponível defesa do Chelsea levando ampla vantagem sobre a técnica refinada dos atacantes do Barcelona. 

Por longos 90 minutos, o Chelsea só fez cozinhar o galo, defendendo com extrema perícia. O único grande momento foi o golaço de Essiem logo no começo. Depois disso, Hiddink não permitiria que o trio de ouro do Barça (Messi, Henry e Eto’o) se movimentasse, trocasse passes e fizesse aquelas jogadas de infiltração que demoliram o Real Madri no último sábado.

Como no primeiro jogo, o Chelsea postou duas linhas de quatro homens para guarnecer a defesa e impedir avanços inconvenientes. Deu certo. Até os minutos de acréscimo. O Barça colaborava com os interesses ingleses ao não acertar um chute em gol, enredava-se no nervosismo de Daniel Alves e na irritação de Messi com a marcação implacável.

Pepe Guardiola, talvez num reflexo de puro nervosismo, aproximou-se de Hiddink na beira do gramado, apontando para o placar e o tempo de jogo. Sorriu e abraçou carinhosamente o colega mais velho, de quem foi comandado. Gesto bonito, raro no futebol quase selvagem de hoje, dominado pela competição cega.

E aí, de repente, como um raio, quando tudo parecia irremediavelmente perdido, eis que o milagre cai do céu. Cruzamento na área, daqueles que são disparados para arriscar qualquer coisa e não miram alguém em particular, a bola resvala em Ashley Cole, rola na frente de Eto’o, que toca para Messi. Este lança para a entrada da área, ao encontro de Andrés Iniesta, que chega batendo firme, de primeira.

Certeira, a bola entra na forquilha, fora do alcance do imenso goleiro Peter Cech. Mais obra do imponderável do que atestado de talento. Delírio espanhol em Stamford Bridge, silêncio britânico nas arquibancadas. Pelo som direto, dá para ouvir os gritos de euforia dos jogadores do Barça.

O futebol saiu ganhando. Nós todos saímos ganhando. Porque é mais bonito ver o Barcelona vencer, mesmo quando joga mal, do que o Chelsea, mesmo quando este joga maravilhosamente.

 

Diante da história de água “batizada”, alegada pelos santarenos, lembrei de episódio envolvendo o Paissandu, em 2003, no histórico jogo contra o Boca, na Bombonera. Minutos antes da refrega, os anfitriões mandaram entregar no vestiário paraense um imenso depósito de isopor contendo bebidas isotônicas, água mineral e frutas variadas.

Agradecido, o médico bicolor aceitou a encomenda. Ao ver a cena, o presidente Artur Tourinho, que chefiava a delegação, mandou devolver no ato a inesperada gentileza. Aos que não entenderam seu gesto, tratou de citar a estranha beberagem servida ao lateral Branco, na Copa de 90. Sua iniciativa talvez tenha garantido aquela histórica vitória.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO, desta quinta-feira, 7)

Bornhausen nos céus

Acabo de ler no portal iG:

O ex-presidente do PFL (hoje DEM) Jorge Bornhausen utilizou a cota de passagens aéreas do Senado mesmo após ter deixado a Casa, em fevereiro de 2007. Registros de companhias aéreas aos quais o Congresso em Foco teve acesso revelam que o ex-senador usou o benefício para bancar 13 voos entre novembro de 2007 e outubro de 2008. Além dele, voaram a mulher, o genro e um funcionário do casal.

Bornhausen voou sete vezes com a verba do Senado após concluir o mandato. As viagens foram feitas nos trechos Florianópolis-São Paulo, São Paulo-Florianópolis, Florianópolis-Brasília e Florianópolis-Chapecó (SC).

Leia reportagem completa no Congresso em Foco

Égua, mas não era esse demo-catarinense que arrotava moralidade e espírito cívico ao longo dos embates planaltinos para derrubar Lula em 2006?

Vou te contar…

A invencível armada mosqueteira

O Corinthians nem precisava, Ronaldo menos ainda. Mas o árbitro estava lá, pronto para ajudar no que fosse preciso.

O pênalti sobre o Fenômeno, que deu origem ao segundo gol corintiano contra o Atlético-PR, foi qualquer coisa de fenomenal.

Entre dois marcadores, Ronaldo forçou passagem e caiu. O bastante para que a penalidade fosse assinalada.

Foi o quarto pênalti para o Corinthians somente na Copa do Brasil, com o singelo detalhe de que nenhum deles aconteceu.

Pelo andar da carruagem, o Timão vai chegar facilmente à decisão do torneio, como no ano passado. Quem poderá deter time tão poderoso?

E assim, de privilégio em privilégio, vai indo o futebol brasileiro.