Remo em missão kamikaze

A diretoria do Remo levou quase duas semanas pelejando para não ir a Santarém enfrentar o S. Raimundo. Não se sabe ao certo se por discordar da Federação Paraense de Futebol ou por simples medo do adversário – e da torcida deste. Ninguém nunca admitiu publicamente. O certo é que a recusa consumiu dias preciosos, que deveriam servir para preparar a equipe para um compromisso fora de casa, contra oponente qualificado.

O suspense durou até a tarde de sexta-feira, quando o clube anunciou oficialmente que declinava de qualquer medida judicial para mudar o local da partida decisiva. Não deu para entender a repentina mudança de rumos, mas a decisão foi sensata, embora tomada sob o signo do efeito retardado. O desgaste junto ao torcedor santareno poderia ter sido evitado.

Quanto à partida, a vantagem pende para o S. Raimundo, que tem time mais assentado e não precisa vencer, nem fazer gol, para ficar com o título do returno. Ao Remo só a vitória interessa, o que força uma estratégia praticamente kamikaze. A missão ofensiva azulina estará com o quarteto Marcelo Maciel-Helinho-Jaime-Toninho.  

Por outro lado, é certo também que a maior responsabilidade será do S. Raimundo, que se apresenta perante seu torcedor, com a faca e o queijo na mão para se classificar às finais do campeonato, aclamado (com justiça) como grande sensação do campeonato. Com isso, toda a pressão se transfere para o Pantera, que já sofreu reveses em situações desse tipo.

Acontece que Valter Lima, ao contrário de Artur Oliveira, inicia o jogo sem precisar se arriscar. Um simples 0 a 0 já será suficiente. Seu time sabe tocar a bola como nenhum outro e pode cozinhar o galo aguardando os avanços do Remo. Duro vai ser ficar lá atrás, esperando para dar o bote, tendo um estádio inteiro a clamar por uma vitória consagradora. Artur Oliveira pode se beneficiar desse dilema na cabeça de Valtinho. 

Há, ainda, outro tempero emocional: os remistas sabem que um triunfo em terreno inimigo terá indisfarçável tom heróico. A situação é um prato cheio para técnicos motivadores e não há como negar que Artur é especialista na exploração desses caminhos psicológicos. Se vai dar certo, já é outra história.   

 

Na coluna de sexta-feira, cometi um equívoco. Acusei uma atitude preconceituosa dos repórteres globais em relação aos jogadores do Águia, no Maracanã. A crítica não procede, pois, como bem lembra o comendador Raymundo Mário Sobral, em atencioso telefonema, isso já vinha sendo feito em outras partidas, aparentemente como forma de propagandear os monitores portáteis de um determinado fabricante.

Além disso, os jogadores do Flu também foram importunados com as mesmas patéticas perguntas dos repórteres a respeito da geringonça. Só não paira dúvida quanto a uma coisa: a tal ação promocional é um monumento à babaquice televisiva. 

(Coluna publicada na edição deste domingo (26/04) do Bola/DIÁRIO)

Interiorização avança

Uma reflexão do leitor Elielson Cardoso sobre o momento atual do futebol paraense, com ênfase para o processo de interiorização.

A interiorização do futebol paraense está se consolidando cada vez mais. Ano após ano as equipes interioranas estão chegando mais perto do título máximo do nosso futebol. Para o tamanho que tem o nosso estado e o nível das equipes do interior, acho que o número de clubes participantes da fase principal deveria ser aumentado para pelo menos doze clubes.

A disputa se daria em apenas  um turno com pontos corridos, jogos de ida e volta, classificando-se os quatro primeiros para num quadrangular decisivo com todos jogando contra todos em apenas jogo de ida, com o local dos mesmos sendo determinado pelas melhores classificações.

Acho que dessa forma se atenderia a mais regiões do estado e os jogos seriam mais rentáveis. Transmissão pela TV só de jogos fora da cidade, para garantir público nos estádios. Outra sugestão para fortalecer o futebol local poderia ser a adoção, por regulamento, que cada clube só poderia inscrever apenas 05 jogadores de fora. O restante do elenco deveria ser totalmente paraense.

Outra sugestão para tornar a competição mais interessante, seria a realização simultaneamente de um campeonato de futebol feminino, cujos jogos seriam realizados nas preliminares dos jogos masculinos. Para finalizar, o tão esperado e simples projeto da troca de Nota Fiscal por ingresso, garantiria tranqüilamente a presença do público.

São sugestões simples, fáceis de implementar, que só a falta de vontade política ou de esmero profissional podem justificar a sua não adoção.

Olha só essa…

A farra que custou caro

 

Conheça a incrível e triste história do primeiro jogo do Fluminense contra o Águia de Marabá

(Por Caio Barbosa, do site Justiça Desportiva)

 

Amigo corneteiro,

Você conhecia o Águia de Marabá? Se conhecia, meus parabéns. Você é mais fanático por futebol do que eu. Mas imagino que a maioria das pessoas que leem esta coluna jamais haviam ouvido falar no time paraense. Só minha irmã e meus sobrinhos, que volta-e-meia encontro na arquibancada, pois moraram dois anos em Belém.

Este tal Águia de Maraba por muito pouco não eliminou o Fluminense da Copa do Brasil. E quem viu os dois jogos imagina saber o porquê. Mas só imagina. Não fazem ideia de que o sofrimento lá e cá se deu graças a uma farra que ninguém nas Laranjeiras consegue impedir. Uma falta de comprometimento e profissionalismo total que por muito pouco não custou caro.

Na quarta-feira, no Maracanã, antes de o jogo começar, ouvi a história da boca de um diretor tricolor. Em seguida, fui checar com um benemérito da Boca Maldita e, depois, no fim do jogo, com um jogador, que confirmou a história a seguir:

No jogo de ida, caso o Fluminense vencesse por dois gols de diferença, eliminaria o jogo de volta. Era tudo o que os jogadores NÃO queriam. Por quê? Porque a comissão técnica havia programado uma intertemporada de duas semanas em Itu, interior paulista, o que significaria ficar longe da família e, principalmente, dos bagaços, ou seja, das noitadas. Então, os jogadores combinaram de ganhar só por 1 a 0 para não eliminar o jogo de volta e, consequentemente, sepultar a viagem para Itu.

O problema é que eles combinaram entre eles, mas esqueceram de avisar ao adversário, que meteu um gol no primeiro minuto, fez 2 a 0, e só não liquidou a fatura porque os jogadores começaram a querer aparecer, de olho numa transferência para um time de maior porte. Não fosse isso, muito provavelmente os tricolores teriam dado adeus ao sonho de conquistar o bi da Copa do Brasil e voltar à Libertadores.

Agora, eu pergunto: tem cabimento uma coisa dessas????

 

Nota do blog: postei essa coluna apenas para mostrar como alguns cronistas do Sul-Sudeste são mal informados. Referir-se ao Águia como “este tal Águia de Marabá” é, acima de tudo, uma deselegância. Já a tese de que o Fluminense queria ganhar somente de 1 a 0 é risível, beirando o surrealista. E não deixa de ser uma forma de justificar o baile que o Tricolor carioca sofreu no primeiro tempo daquela partida – 2 a 0 foi pouco.   

 

Alerta laranja

O escriba baionense já se encontra sob alerta laranja para Botafogo x Flamengo.

Amanhã, a essa altura do pagode, os dados ainda estarão rolando.

Arrisco dizer que a esquadra alvinegra não repetirá a falta de apetite do último jogo.

O diabo é que com o Botafogo é sempre assim, 8 ou 80.

Depois da quase retranca, desconfio que o time vai atacar sem clemência.

O que é sempre bom.

Circo de pulgas

A F1 está mesmo de ponta-cabeça.

Jarno Trulli, da Toyota, um piloto de segundo escalão, cravou a pole para a corrida de Bahrein.

Ao lado dele, larga o alemão Timo Block, seu colega de escuderia.

Na segunda fila, Vettel (Red Bull), em terceiro, e o líder do mundial, Jason Button, da Brown.

O campeão Hamilton, da McLaren, sai na quinta posição. Barrichello, sempre atrás de Button, é o sexto.

Massa, com a Ferrari longe dos melhores dias, larga em oitavo.

Nas pistas, prevalecem as corridas malucas, com quebradeira geral e muitos erros.

O lado bom dessa inversão de expectativas na F1 é a forte possibilidade de surgir um campeão zebrado dirigindo carro de uma equipe pequena.

Algo como o Madureira ser campeão no Rio ou o Ituano levantar o caneco em S. Paulo.

 

Nevasca no Bandeira 3

No caderno Você do DIÁRIO de domingo, na página do cruzmaltino Elias Pinto, uma matéria-homenagem ao craque Fernando Jucá Neves, o Nevasca, falecido na última quarta-feira aos 64 anos de idade.

Elias escarafunchou seus arquivos e ressuscitou uma interessante (e rara) entrevista concedida por Neves à equipe do extinto tablóide alternativo Bandeira 3. Era 1975 e Neves havia levado um pé-na-bunda da cartolagem remista de então.

Responsável por algumas das maiores glórias remistas na década de 70, Neves estava beirando os 30 anos e aparentemente já não servia aos interesses do clube.

Logo depois, ele se candidataria à Câmara de Belém pelo então MDB, elegendo-se com a expressiva votação de 6.883 votos. Passou como neve pela Câmara e não conseguiu se reeleger.

No papo com os repórteres do hebdomadário, Nevasca fala algumas coisas curiosas, principalmente se comparadas com o que se vê hoje. “Eu podia ter criado muita confusão com os dirigentes, mas nunca fiz isso, inclusive agora, quando podia levar o Remo na Justiça (até me aconselharam isso), mas não vou fazer nada. Eu vou pegar o meu dinheirinho e pensar na vida”.

Quanta diferença para os dias que correm, quando tem perna-de-pau que leva R$ 1,8 milhão na Justiça do Trabalho sem ter feito um gol ou batido um escanteio pelo clube. Exemplos pululam por aí.   

Além da qualidade óbvia da página do craque Elias, a personagem vale a leitura.

Dama de ferro

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) acaba de confirmar, em São Paulo, que faz tratamento contra um linfoma – um câncer nos gânglios linfáticos. Segundo a ministra, o tratamento não afetará o ritmo de trabalho

A ministra afirmou que há cerca de 30 dias foi detectado um nódulo em sua axila, que foi retirado. Exames constataram que não havia outros focos da doença em seu organismo. Entretanto, ela terá de se submeter a um tratamento por quimioterapia.

Dilma convocou a entrevista depois que a Folha de S. Paulo (Monica Bergamo) informou com exclusividade neste sábado que a ministra passa por um tratamento prolongado de saúde no Sírio-Libanês.

Dilma é pré-candidata à presidência da República, com as bênçãos de Lula.

Mais detalhes na edição dominical do DIÁRIO, daqui a pouco nas ruas.

 

 

 

 

Solidariedade

Comitê Popular de Apoio às Vítimas da Enxurrada em Altamira faz campanha no Tapanã, Cidade Nova 8 e Marituba para arrecadar alimentos e roupas.

Hoje, sábado, desde 10h, dois grupos do Comitê de Apoio às Vítimas de Altamira estarão nos bairros do Tapanã e Cidade Nova VIII fazendo a arrecadação de roupas e alimentos.

No Tapanã, o grupo se concentrará na rodovia Artur Bernardes com rua Haroldo Veloso (contato: Ana Patrícia, 8886-7749).

Na Cidade Nova VIII, outro grupo estará concentrado na praça principal (contato: Sérgio Bittencourt, 8231-5928).

Amanhã, domingo, dia 26, o comitê vai fazer campanha em Marituba, na comunidade Che Guevara. A partir das 9h.

O comitê recebeu nesta semana a doação de 1 tonelada de feijão e arroz da  Associação Paraense de Supermercados (Aspas).

Pensando alto

A manchete de hoje do DIÁRIO é sobre a ocupação das obras das eclusas de Tucuruí por um grupo de sem-terra misturados a garimpeiros e categorias diversas.

Não importa que discurso esteja por trás, buscando respaldar a ação: banalizaram as ocupações como forma de luta.

O uso excessivo faz com que as ações caiam na vala comum da baderna pura e simples. Qualquer amuo ou contrariedade já é motivo para invadir, ocupar.